Não consigo deixar de te amar. escrita por Natalie


Capítulo 9
True Love.


Notas iniciais do capítulo

Diga que me ama, se não me ama, então minta! Minta para mim!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/541592/chapter/9

O clima na Emory University estava carregado de expectativa. O grande evento que seria a chave de encerramento de alguns formandos, seria na cidade da Geórgia, com um festivo show beneficente de uma banda de rock iniciante, mas muito boa.

Todos os demais estudantes que ainda estavam em estágio estavam convidados para a festividade. Carol ainda não tinha certeza se devia confirmar presença; seu clima para festas não estava em alto nível há muito tempo.

...

— Carol?

Ed, seu professor mais íntimo a chamou após o sinal indicando o fim da última aula tocar, estridente.

— Sim? — Ela sorri, amigável.

— Como vão as coisas? Aproveitou as duas semanas longe dessa prisão? — Ele lhe pergunta, organizando a papelada sob sua escrivaninha.

Mal sabia ele que a prisão estava na casa de sua mãe...

— Na verdade, eu estava ansiosa para voltar. — Ela diz, sem querer entrar em detalhes.

— Jura? — Ed se surpreende. — O que tem de tão especial por aqui?

O professor a encara com uma expressão de curiosidade levemente exagerada.

— Nada. Eram só problemas de convivência em casa...

— Compreendo. — Ele sorri.

A jovem fica ali, imóvel , com seu peso apoiado na porta, esperando o professor lhe dirigir a palavra.

— E então? — Carol diz, após minutos de silêncio.

— E então o quê? — Ed lhe responde, sem olhá-la nos olhos.

— O senhor me chamou aqui, e...

— Pelo amor de Deus, Carol. Não me venha chamar de ‘senhor’. — Ele se manifesta, rindo. — Temos uma diferença de idade muito pequena, você sabe. — Ed completa, sorri, a contemplando.

— Sim, oito anos de diferença. — Ela revira os olhos.

Ed nunca havia falado com qualquer outro aluno da universidade daquele modo, e Carol não gostava nada daquilo.

— Sabe, eu estava pensando... — O professor finge procurar algo que há muito tempo já guardou em sua bolsa. — Você não quer almoçar comigo amanhã?

Carol sente que sua voz se mortificou, incapaz de responder a pergunta do homem.

— Por quê?

— Ora, como professor e aluna apenas, Carol. Não pense asneiras.

A jovem pensa sobre a proposta; seu subconsciente lhe alertava sobre possíveis segundas intenções de Ed.

— Bom, eu não sei... Eu acho melhor deixarmos para outra oportunidade. — Carol lhe responde, educadamente. — Se me der licença...

— Não é porque você já foi casada, que você não pode ser feliz novamente. Lembre-se disso. — Ele lhe diz, muito baixo.

Carol paralisa onde está.

— Como você sabe que...?

— Seus registros. — Ed se levanta e caminha pela sala, teatralmente. — Carol Edwards, filha de Janine Edwards e John Edwards, estado civil: divorciada, idade: vinte e oito anos e toda aquela baboseira. — Ele lhe responde, como se ter bisbilhotado nos registros confidenciais de Carol já não fosse alarmante.

— E exatamente por que o senhor tem essas informações? Não é só o diretor que tem acesso? — Carol pergunta, com medo da resposta.

— Eu pagaria quinhentos dólares para você transar comigo, só uma vez, Edwards. — Ed sussurra, chegando mais perto da jovem, abandonando todo o fingimento.

Carol simplesmente não acreditava que aquilo estava realmente acontecendo com ela; pensava seriamente em gritar, ou correr em disparada pelo corredor — também gritando — mas sabia que espalhar o assunto só traria problemas à ela.

— Isso não é uma conversa adequada... — Carol diz, enquanto que Ed tenta segurá-la pelo braço. — Preciso mesmo ir.

Ela se apressa e foge de Ed, que observa o movimento de seu quadril enquanto a mesma corre para longe da sala de aula.

...

Ao entrar em seu quarto, Carol tranca a porta e desaba no chão frio, chocada.

Ed fora o professor mais carismático que ela conhecera; suas aulas eram dinâmicas, divertidas e bastante aproveitáveis.

Jamais lhe passara pela cabeça que o homem a olhava com outros olhos, e isso a enojava.
Carol sentia vontade de dividir com alguém o fardo que carregava consigo, mas já não havia ninguém para conversar.

Queria poder ligar para sua mãe, para qualquer amigo ou parente, mas sabia que as coisas piorariam.

Uma realidade a abateu: com o show beneficente, todos os estudantes e certamente muitos dos professores iria se ausentar. E ela preferia não ficar a mercê da sorte, correndo o risco de Ed ficar pelo campus.

Ela iria para o show, e deixaria o professor o mais longe possível dela logo após, trocando de horário.

Após tomada a decisão, Carol deita em sua cama, em posição fetal, ferida e humilhada, e espera o sono lhe encontrar.

#

O encontro com Joseph fora como uma injeção de ânimo para o caipira; ele se sentia vivo — ou pelo menos em parte — depois do desabafo com o companheiro.

Sua frase final fora gravada no coração e na mente de Daryl.

Segundo o velho, o destino havia de unir Carol a ele novamente, caso fossem realmente feitos um para o outro.

Se essa frase fosse registrada pelo caipira à alguns anos, ele acharia piegas, mas não hoje, não nesses meses tempestuosos; ele estaria alerta para qualquer sinal que o destino lhe enviasse, sobre o paradeiro dela.

Porém, a pergunta chave era: O que diabos dizer quando vê-la?

Desculpas? Lágrimas? Súplicas?

O homem não se imaginava ajoelhando-se diante da amada na frente de todos, mas se esse era o preço para conquistar a confiança de Carol novamente, ele faria mil vezes se fosse preciso.

Se nada adiantasse, ele pediria uma última vez para ouvir as três malditas palavras saindo dos lábios da doce Carol:

Eu te amo.

Mesmo que não fosse verdade e outro homem já houvesse conseguido seu coração para si, ele precisava ouvir mais uma vez; uma última vez.

E pronto. Tudo estaria acabado.

Ele se via implorando em seus últimos minutos com ela — caso a verdade aterradora de que o amor por aquele casamento já morrera — que lhe dissesse:

Diga que me ama... e se não me ama, então minta! Minta para mim!

E pronto. Tudo realmente estaria acabado.

Perdido, fodido.

Com todas as esperanças que Joseph plantara em seu coração, ele esperava que tudo não passasse de um engano.

Se tudo voltasse a ser como era antes, ele viveria para aquela mulher. Morreria por ela, e faria tudo o que fosse preciso para envelhecer com ela.

Ele tentaria outra vez, tentaria sim.

Em nome do amor que seu coração nutria por Carol, ele tentaria.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

OMG! ED! SEU CRETINO! :O
Bom, é isso pessoal, comentem e me deixem saber o que acharam! Beijos! ♥ Até amanhã!