Não consigo deixar de te amar. escrita por Natalie


Capítulo 7
Yesterday.


Notas iniciais do capítulo

Ontem, todos os meus problemas pareciam tão distantes...
Agora parece que eles vieram pra ficar;
Oh, acredito no ontem...



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Carol se encontrava dentro da loja de conveniência do posto de combustível, encarando o louro com olhos azuis bastantes chocados.

Sua aparência melhorara desde a última vez que trocaram palavras; seus cabelos estavam lustrados e brilhantes, sua barba imaculadamente feita, e roupas de marca o vestiam.

Que destino de merda. Carol pensara consigo mesma.

— O que faz aqui? — Ele pergunta à ela.

A mulher pensa por alguns segundos.

— É da sua conta? — Ela lhe responde, friamente.

O louro se agita e chega mais próximo de Carol.

— Ei, ei. Para quê toda essa grosseria? — Axel toca o ombro da jovem.

Com um tapa, Carol afasta a mão intrusa de si.

— Não haja como se fôssemos velhos amigos. — Ela rebate. — Um milk shake de morango, por favor. — Ela pede à atendente morena que lhe oferece a tabela de pedidos.

Carol não sabia o por quê da grosseria com Axel; ela não tratava nem o pior dos seres daquele modo.

Plantou a discórdia e age como se nada houvesse acontecido. — Ela pensa, furiosamente.

A verdade era que a mágoa pelas atitudes de Axel dentro de sua própria casa — trazendo para Daryl novas apostas para se arriscar — ainda era bastante vívida.

Aquele homem sempre seria visto por ela como um ser sórdido, não importava o quanto ele tentasse se redimir para com ela.

— Como está Daryl? — Axel pergunta, casualmente.

Carol encara a pergunta como inocente, já que ele lhe chamara inicialmente de Dixon.

Talvez ele não soubesse ainda da separação... — Ela reflete, mas sem se deixar culpar pelas atitudes anteriores.

— Não sei dele. — Responde simplesmente, com uma dor secreta dentro de si.

— Como assim... não estão mais...

— Não, não estamos. — Carol encerra o assunto, com a voz firme. — Se me der licença...

— Espere, Carol... se você o ver, poderia dizer que o estou procurando? — Axel pergunta, com esperança na voz.

Quem me dera...

Ela respira fundo para não perder as estribeiras com o homem, e não o olha nos olhos para evitar que o mesmo a visse tão alterada.

— Procure-o você. — Carol lhe diz por sob o ombro, antes de sair para o táxi.

...

Quando entra no carro, reflete sobre os últimos acontecimentos.

Uau, Axel. Quem diria!

Com mais uma última olhadela para a loja de conveniência, Carol avisa ao taxista para seguirem para Atlanta.

#

Após visitar sem descanso diversas firmas para trabalhar, Daryl encontrara um emprego de operador de máquinas, no centro da cidade da Geórgia.

Não era nada temporário, era só mais um emprego que Daryl tinha certeza que largaria assim que tivesse oportunidade.

Agora, com serviços para prestar, e com distração na cabeça, ele tinha uma remota esperança de desviar seus pensamentos do nome dela.

...

Nas noites que passava em claro, o caipira se entretinha em rabiscar em velhas agendas um pouco do que pensava;

Quando foi que sua saída passou a ser escrever, Daryl Dixon?

Ao som do fiel aparelho de rádio, Daryl rabiscava e riscava frases inacreditáveis.

Todas as noites, música diferentes o torturavam de maneira significativa; ele jamais se esqueceria daquela mulher, e se continuassem assim, morreria de — maldito seja — amor.

...

Yesterday

All my troubles seemed so far away

Now it looks as though they're here to stay

Oh, I believe in yesterday

A música de The Beatles começara em uma noite abafada.

Suddenly

I'm not half the man I used to be

There's a shadow hanging over me

Oh, yesterday came suddenly...

Daryl se embriagara outra vez, e conseguia pensar em sua Dixon enquanto cantava a velha música.

Os vizinhos já se cansaram de pedir ao caipira para diminuir o volume das músicas da madrugada; o mesmo não escutava a ninguém.

Se alguém achar meu amor por aí... Diga a ela que volte pros meus braços, porque eu preciso dela aqui pra ser mais feliz... Oh não...

Yesterday

Love was such an easy game to play

Now I need a place to hide away

Oh, I believe in yesterday...

Sua voz rouca era abafada pelas vozes dos vocalistas da banda.

Se alguém souber onde ela está, diga a ela o quanto estou sofrendo...

Diga à ela que eu preciso dela aqui... Pra ser mais feliz...

Sua voz foi morrendo, à medida que entrava no mundo da inconsciência.

Yesterday

Love was such an easy game to play

Now I need a place to hide away

Oh, I believe in yesterday...

A mente do caçador foi levada ao mundo tão familiar dos sonhos cheios de saudades...

Além daquele olhar de garoto inexperiente e assustado, o que mais poderia haver?

Se ele não tinha Carol para amá-lo, quem teria?
Ela sempre fora o show que atraíra sua atenção. E ele sabia.

Sabia que sempre estaria na solidão.

Hoje ele sabia que Carol já não o queria mais; por conta disso, pagaria um alto preço de nunca amar outra mulher.

Um gesto de Carol, apenas, serviria para acalmar os espasmos que atormentavam Daryl Dixon à incontáveis semanas.

Nada vai compensar a falta de você...


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Notas finais do capítulo

Aaaaaaaaaaaaaaaah. ♥ COMO ESTOU AMANDO ESCREVER ESSA FANFICTION!!! Gente, sério. Seus comentários tem me animado e me colocado para cima de um modo que jamais entenderiam.
Todos os acontecimentos ruins que me rodeiam tem sido abafados pelas vozes gritantes de comentários tão incentivadores! Amo vocês! Continuem assim! Até amanhã!!! ♥