Não consigo deixar de te amar. escrita por Natalie


Capítulo 5
Preciso dizer que eu te amo.


Notas iniciais do capítulo

Eu preciso dizer que eu te amo tanto...



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A recepção de Janine para com Daryl não fora lá muito agradável.

A mulher se sentiu extremamente ofendida pela visita do homem, sabe se lá Deus por quê.

— Me separei de Carol, não de você. — Fora o que Daryl dissera.

Sem esperar um convite oficial para entrar, ele passa por Janine e vasculha os olhos pela casa, desesperado por mais uma vez vê-la.

Aparentemente, estava vazia, exceto por Janine e o cão de estimação de Carol.

O caipira suspira, derrotado. Não estava a fim de ficar ali esperando.

— Onde está ela? — Ele pergunta, em voz baixa, encarando o chão.

Janine não lhe responde de imediato; ainda continuava com a mão na maçaneta da porta, convidando-o a sair de sua residência.

— Ela não está aqui, e não vai voltar. — Ela lhe diz, olhando profundamente em seus olhos. — Conheceu outra pessoa.

O choque não é visível na expressão do caipira, pois o mesmo sabia esconder suas emoções muito bem.

— Não acredito em você. — Ele diz, calmamente.

Ali, de pé, inerte no meio da sala, com a voz e atitudes extremamente calmas, Daryl Dixon expelia uma ameaça sombria.

Janine o encara com hostilidade.

— Por que? Ela foi perfeitamente capaz de achar alguém à altura. — Janine lhe diz, insistindo para que o homem saísse dali imediatamente, com os olhos correndo à todo momento de Daryl para a porta.

— Não vou a lugar nenhum enquanto não ver Carol. — Ele rosna, respirando com dificuldade, tentando manter a calma.

— Não me obrigue a recorrer à polícia. — Ela diz, desafiando-o.

O caipira reúne todo o ódio que consegue e transfere para sua ex sogra. Ele não duvidava nem por um segundo que ela já não estava calculando quanto tempo levaria para chegar ao telefone e realmente chamar a polícia antes que Daryl a impedisse.

Por fim, reúne toda a dignidade que ainda lhe resta, e sai lentamente pela porta, encarando o vento gelado, mais uma vez sozinho.

E se a velha estiver certa? — O caipira pensa.

E se Carol realmente seguira em frente com outro alguém?

Daryl duvidava, mas não descartava a possibilidade; ele sabia que a mulher lhe amara intensamente durante o tempo que estiveram juntos, mas não sabia se ela já se livrara da paixão louca que sentia por ele.

Ele se permitiu lembrar em quantas vezes se espantava pela sensibilidade de Carol, e ele amava-a cada segundo mais por isso.

Nos tempos de casado, sempre a enchera de carinhos e fazia de tudo para agradá-la; tudo se perdeu por causa do vício em apostas.

Caminhando cabisbaixo, ele apenas olhava para o chão, seguindo pela cidade.

O mundo parecia tão vazio e sem cor sem Carol...

Eram muito raras as vezes em que ele saíra de casa para apreciar novos ares; para ele, não havia a menor graça sem sua mulher ao lado.

Com pensamentos conturbados e uma imensa vontade de beber, Daryl senta em um dos bancos solitários da praça principal. Em frente a ele havia um pequeno gramado, com flores crescendo à sua direita e alguns escorregadores infantis à esquerda.

Seus pensamentos passavam com rapidez, processando as novas informações.

Carol não podia ter achado outro alguém. Não podia.

Não! Não! Não! Não!

Talvez esse cara, por um simples capricho te ame uma vez.

Só uma aventura, um beijo roubado... Nem mesmo você sabe o mal que me fez, Carol.

Carol...

Será que alguém te levou pra nunca mais voltar?

Será que outra paixão teu sorriso tocou, e fez nossa história mudar?

A tristeza e desolação eram perfeitamente visíveis à qualquer estranho que vagava por ali; a visão era de partir corações apaixonados.

De onde estava, podia ouvir risos e vozes alegres de crianças brincando ao longe; a alegria deles era tão pura, que fez os olhos do caipira brilharem.

Esses pirralhos, vivendo sem nenhuma preocupação... — Ele sorriu com o pensamento; seus planos eram de ter algum dia, filhos, para dar-lhes a educação e o amor que nunca tivera.

Tomado pela emoção, o homem se levanta e segue seu caminho de volta para sua casa abandonada e solitária.

#

E lá estava ela.

Como duas semanas passam tão rapidamente?

Carol apreciava a paisagem da região em que sua mãe morava, através do vidro da janela do táxi.

Se parasse para pensar que à poucos quilômetros dali, estava sua antiga casa, seus olhos lacrimejariam, e Carol não queria chegar com os olhos vermelhos à casa de sua mãe, como da última vez.

Ela não iria se render as lembranças. Era uma promessa.

...

Sua mãe lhe recebera com grande entusiasmo; não largou a filha por um minuto sequer desde seus primeiras horas de chegada.

Estava estranhamente agitada com algo, mas Carol não se deu ao trabalho de perguntar o porquê., pois dedicara seu tempo para matar a saudade de seu cãozinho.

Ao finalmente ser deixada a sós em seu quarto de solteira, retirou seus pertences da grande mala, e o arrumara de seu jeito para que se sentisse realmente em casa.

Ao examinar o cômodo, vira que a pequena escrivaninha antiga estava coberta de pó.

Diretamente da cozinha, trouxera um pedaço de tecido úmido e limpou o móvel.

Ao retirar a papelada das três delicadas gavetas de madeira, encontrou seu antigo diário.

A mulher paralisa, e trava uma batalha interna se deveria ou não lê-lo. Ali, naquelas preciosas páginas, estava toda a sua história de casamento.

Sem conseguir se conter, ela o abre e se autoriza à tortura que as lembranças lhe oferecem.

Ao correr os olhos pelas páginas, ela se lembra de quantas sensações maravilhosas Daryl lhe fizera sentir.

O amor, a paixão, o carinho e a admiração.

Nesta distância que é tão grande emocionalmente, trancada neste quarto... Será que vale a pena estar tão longe? Se você que eu tanto amo está distante?

O fim do diário retratava o fim de sua história de amor; Carol não suporta relembrar os conflitos, e apenas luta contras as emoções indistintas que se apossam de seu ser.

Ela precisava sair dali. Aquele quarto lhe dava uma estranha sensação de se estar presa e sufocada.

...

— Mamãe, sairei para dar uma volta. — A jovem diz, segurando seu casaco. — Volto antes do jantar. — Ela completa, por sob o ombro, onde sua mãe estava no sofá, assistindo à um programa de TV.

— Carol? — Ela se levanta, alterada. — Para onde está indo?

— Dar uma volta. — Ela lhe responde, estranhando a reação da mãe; sair nunca era um problema.

— Não quer companhia? — Janine pergunta, esperançosa.

— Não, mamãe. Preciso ficar sozinha. — Ela nega com a cabeça.

A mãe a abraça e vigia Carol até sua figura sumir de vista, ao fim da rua.

A verdade era que Janine sentia pavor de sequer considerar a possibilidade de Carol encontrar com Daryl novamente.

...

Ando pelas avenidas, onde tantas vezes nós dois passeamos...

Por entre os carros que passam, eu desesperada vou te procurando...

Vejo altos edifícios muitos coloridos, e gente a correr... Mas entre as pessoas que passam eu não vejo você...

É que eu preciso dizer que eu te amo, te ganhar ou perder sem engano...

Eu preciso dizer que eu te amo tanto, Dixon...

Carol se demora em frente ao cinema, apreciando um lindo cartaz de filme em exibição; ao redor, ela observa os casais de namorados entrando abraçados, a linda união que ela perdera.

O negro destino tirara tudo que a fazia feliz. O estágio de enfermeira não satisfazia seus desejos antigos. Para restabelecer sua vida novamente, ela precisava dele.

Eu preciso dizer que eu te amo tanto...

Ela caminha até o velho banco solitário da praça principal, e admira o lugar.

Em frente à ela havia um pequeno gramado, com flores crescendo à sua direita e alguns escorregadores infantis à esquerda.

As crianças brincavam ao seu redor, correndo e gargalhando; Carol não pôde deixar de lembrar de sua infância, quando seu pai a trazia para brincar.

Seu melhor amigo e pai, Jonh.


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Notas finais do capítulo

Hey, galera! Demorei o dia todo, mas postei, não é mesmo? Terão algumas ocasiões em que atrasarei, mas postarei sempre nos dias solicitados. Tive um dia corrido, imaginam como é, né...
Todos os dias, esperem até 23:58, esse será o último prazo. Com certeza postarei um capítulo antes desse horário, nem que seja um minuto antes da meia-noite. Beijos! Deixem seus comentários e me façam feliz!