Não consigo deixar de te amar. escrita por Natalie


Capítulo 4
Meu erro.


Notas iniciais do capítulo

Você diz não saber o que houve de errado, e o meu erro foi crer que estar ao seu lado bastaria.



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Carol observava a chuva tênue que caia, através da janela.

Dentro de duas semanas, ela estaria em férias e passaria um tempo na casa de sua mãe.

A verdade, era que a mulher não se sentia muito confortável em voltar tão cedo para o lugar que recorrera assim que deixou Daryl; a lembrança de sua mãe passando as mãos por sob seus cabelos enquanto a jovem chorava, era ainda muito vívida.

Porém, se ela realmente queria seguir com sua vida e esquecê-lo, teria de enfrentar todos os obstáculos.

Quem poderia imaginar, que um dia, Carol estaria receosa em voltar para a casa de sua mãe? Onde fora seu refúgio durante toda a vida? Até mesmo em seu casamento, Daryl resmungava constantemente a frequência que Carol visitava a mãe.

Irônico. — Ela pensava.

Suas coisas já estavam perfeitamente organizadas, mesmo faltando alguns dias para a partida; Carol sempre fora perfeccionista demais; em casa, no trabalho, no supermercado ... ela só nunca era perfeccionista com Daryl.

Ele era a exceção e a fuga de sua realidade que ela sempre achava excitante.

A falta das noites que saíam juntos para a diversão, ou ficavam em casa assistindo à um filme ruim que Daryl escolhia, lhe doía o coração.

Eu não quero te ver

Nem quero acreditar

Que vai ser diferente

Que tudo mudou

A frase que preenchia a primeira parte do diário de Carol, sempre era reexaminada pela mesma,

O nome de Daryl fora rabiscado em diversas cores, o nome de sua mãe, de seu cachorro Brooke e de seu falecido pai, a quem Carol sempre sentia muita falta, desde sua morte.

As páginas seguintes eram ocupadas por frases de seu livro predileto ou letras de músicas.

Carol se sentia como uma adolescente boba e apaixonada.

E não é isso mesmo que eu sou? — Ela ri sem humor algum.

#

Alguém, por favor, me impeça.

Daryl encarava seu reflexo diante do espelho; fizera a barba, cortara seu cabelo, e vestira um roupa decente.

Ali, diante da imagem do antigo homem que era, ele sentiu uma pequena fonte de esperança nascer em seu coração.

Dia de ir na casa da velha. — Era assim que Daryl definia seu dia.

Precisava tentar. Precisava vê-la; Carol ainda podia estar lá.

Com um suspiro cansado, ele desvia os olhos do espelho na parede, e sai enfrentando o vento forte.

#

Você diz não saber o que houve de errado, e o meu erro foi crer que estar ao seu lado, bastaria.

O diário se fecha e é jogado sob a cama perfeitamente arrumada de Carol.

Pela primeira vez, ela queria que o relógio congelasse, e o tempo não corresse mais.

A ida à casa de sua mãe lhe proporcionara sonhos perturbadores durante seu sono.

Imagens de sua mãe lhe repreendendo durante todo o tempo que estivesse por lá, e uma possível notícia nos jornais da cidade, anunciando Daryl indo para a cadeira por conta de seus jogos clandestinos com Axel a faziam enlouquecer.

Por vezes ela se esquecia de que sua mãe queria seu bem, apenas, porém com todo o caos que se tornara sua vida, ela não considerava tal fato.

Um batida firme na porta a assustou.

— Carol? — Uma voz masculina familiar a chamou.

Carol foi até a porta e a abriu.

Gareth, seu colega da quinta aula, a chamava, animado, do outro lado da porta.

— Olá, Gareth. — Ela diz, timidamente.

Carol notara que ela tinha uma garrafa de vodca em uma de suas mãos, e seus olhos estavam muito vermelhos.

— E aí? Vamos? — Ele lhe perguntou, cheio de expectativa, entrando no quarto da moça.

— Para onde? — Ela pergunta, rebobinando os últimos eventos, perguntando-se se deixara passar algum.

— Ah não. — Ele diz, fingindo estar magoado. — Você esqueceu!

— Desculpe.

Gareth senta-se na cadeira em frente à escrivaninha de Carol, e lhe diz:

— Nossa última festa antes das férias! Puta merda, Carol. Onde você está com a cabeça pra esquecer a nossa melhor festa? — O garoto lhe deu ênfase à palavra ‘melhor’.

Drogas e álcool. — A jovem conclui.

— Ah, sim. Desculpe. — Carol responde, recordando-se dos planos da turma. — Não tenho a intenção de ir. — Ela completa.

— Como assim você não vai? Todos te querem lá. — Ele lhe diz, aproximando-se. — Eu te quero lá.

— Não estou mesmo a fim de ir.

Gareth assente com a cabeça, e ri, mas seus olhos o traem com um brilho esquisito.

— Qual é o seu problema? Você se isola de todos, não comparece às festas... Por quê? — Ele a pressiona, incomodando-a.

Carol o encara com pena; seu jeito era arrogante demais, exibido demais. Se por um momento ele achava que tinha algum poder sobre ela, estava extremamente enganado.

— Isso não te interessa. — Carol diz, indo em direção à porta. — Agora se me dá licença... — Ela o convida a sair.

Gareth a encara, balança a cabeça negativamente e se afasta, deixando Carol sozinha.

#

Daryl se vê diante da sublime casa de Janine.

De Janine e de Carol, agora que não sou mais casado. — O caipira completa, com amargura.

Ao longe, ele se permite lembrar as vezes em que estivera ali para os almoços que Carol o arrastava para ir.

Carol...

A expectativa de que sua doce Carol poderia estar ali naquele momento, o fez pensar se realmente fora uma boa ideia ir até lá.

É agora, ou nunca mais. — O Dixon pensa.

Com passos hesitantes, ele percorre o espaço que lhe resta.

A bela casa cor de safira e o jardim bem cuidado, o fez sorrir; ele daria tudo para ter aquela vida de volta.

Três batidas vacilantes na porta, e o caipira começa a ficar realmente nervoso.

A porta se abre e Janine lhe afronta, boquiaberta.

— O que você faz aqui? — Sua voz ecoa, feroz.


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Notas finais do capítulo

Vocês não tem noção do quanto estou amando escrever essa fanfiction para o desafio. Seus comentários enchem meu dia de alegria! Beijos, até amanhã!