Não consigo deixar de te amar. escrita por Natalie


Capítulo 30
Whole Lotta Love - The End of Time.


Notas iniciais do capítulo

Eu te amo, e sei que nunca conseguirei deixar de te amar.



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Novo destino, novo rumo.

Aqueles assombrosos olhos azuis que o olhavam com tanta paixão e carinho, ali, deitada sob seus braços, lhe faziam lembrar o quanto um amor pode fazer a diferença na vida de qualquer um.

Aqueles mesmos olhos azuis que brigaram tanto com ele e por causa dele, que já derramaram tantas lágrimas com ele e por ele, agora era perdidos de amor, admirando-o como se aquele fosse o último momento de paz que tivessem.

Você só vive uma vez, caipira. — Ela lhe dissera. — É sua obrigação aproveitar a vida da melhor forma possível.

Daryl era incapaz de conseguir novamente algum dia descrever em cartas, as sensações que o dominavam naquele momento; a sensação de ter Carol e de ter uma vida ao lado dela eram algo sobrenatural.

As portas do quarto estavam fechadas, seu rosto iluminado apenas pelo abajur na escrivaninha, que agora era rica em livros do quais Carol sempre gostara.

Daryl queria ficar ali para sempre, sentindo aquele amor, as sensações e sentimentos em desordem dentro de si, com o toque da felicidade.

Naquela noite, uma garoa franzina banhava as ruas agora desertas da madrugada; Daryl não podia esconder seu coração acelerado, dela.

Carol estava acordada acariciando seu peito, suas unhas traçando uma carícia que o deixava arrepiado.

Daryl podia sentir o coração dela batendo desenfreadamente contra sua pele, era inevitável.

Lágrimas escorriam de seu rosto.

— Carol? Você está bem? — Daryl sussurrou, preocupado.

Ela levanta o rosto em sua direção e o beija delicadamente. Daryl pode sentir o sabor de suas lágrimas salgadas com o contato.

— Daryl, eu nunca estive mais feliz na vida. — Ela sussurra de volta, aninhando sua cabeça em seus braços firmes.

Daryl não pergunta o porquê das lágrimas, pois está já perto de derramá-las também; os dois mal conseguindo colocar aquele turbilhão de sensações em palavras.

— Não me deixa nunca mais, Carol. — Daryl consegue dizer, beijando o cabelo dela.

Carol estremece em soluços devido à grandeza de sentimentos que a abordam; Daryl não merecia ser deixado sozinho jamais.

Relutantemente, ela se levanta e mais uma vez o beija nos lábios, caminhando até a escrivaninha.

De uma das gavetas, retira seu exemplar de Como eu era antes de você e o abre na página em que uma belíssima rosa Cherokee é mantida, junto com um envelope cor de marfim.

Carol sorri e entrega nas mãos de Daryl Dixon o envelope; o caipira segura o papel em suas mãos, e ao mesmo tempo a puxa de volta para a cama, não querendo perder o calor do corpo dela.

Daryl aninha Carol mais uma vez em seus braços, e cuidadosamente explora o delicado envelope.

A letra elegante de dela era visível em cada espaço do papel.

— Leia para mim, Carol. — Ele lhe pede amorosamente, com uma voz que não era típica.

Carol se inclina para acender o segundo abajur, e senta-se de frente para Daryl.

— Tudo bem. — Ela sorri.

Carol aguarda, apreensivo.

— Para Daryl Dixon. — Ela começa, olhando em seus olhos, não precisando ler. — Meu amor, você sabe que eu serei sua vida para sempre; sua voz, sua razão de viver. Os meses que fiquei sem você foram os piores da minha vida. Me perdoe por tê-lo deixado. Eu só queria poder voltar no tempo nesse momento, e... — Carol faz uma pausa, respirando nervosa. — Eu simplesmente precisava te dizer isso; precisava achar as palavras certas para dizer o quanto eu te amo, antes que o destino nos pregue uma peça e nos separe. Eu preciso que você saiba que independente de tudo, você é incondicionalmente amado, e que não ficará sozinho. Te darei cada centímetro de meu amor. Quando o amor acontece, seus abraços me fazem esquecer do mundo lá fora, esqueço de mim, esqueço de tudo. Não quero que a solidão nos devore jamais. Quero viver cada minuto da minha vida do seu lado, Dixon. Guardarei para sempre aquele dia esplêndido que te vi novamente na festa de formandos da faculdade. Lembrarei para sempre de como você cantou para Melissa dormir, nos primeiros dias que a tínhamos em casa. Nunca vou me esquecer do momento desesperados que li sua carta aquele dia, na Emory University, e percebi o quanto me faria mal te perder de novo.

O momento que os prende naquele quarto, naquele instante, é incompreensível para quem jamais um dia amou alguém. Ambos tinham uma conexão que jamais seria explicada, e o amor tendia a crescer mais e mais.

Daryl olhava intensamente em seus olhos azuis, absorvendo cada emoção que Carol deixava transparecer através dele. Os olhos de Daryl estavam marejados agora.

— Nosso amor é sangue e coração. Nossa vida é um sonho que eu jamais quero acordar. A semente e o chão, a arca e o tesouro. Minha vida e o meu mundo são vazios sem você. Você é alguém especial, entre milhares de outras. De todos os loucos que eu pude conhecer um dia, você é o mais bonito, e não falo de aparência, pois ela pouco importa. Você é o mais bonito e o mais maravilhoso homem que eu poderia querer em minha vida, Daryl. A cada sorriso seu, eu serei feliz por amar você. — Carol continua. — Alguma coisa nos seus olhos, faz com que eu queira me perder nesse mundo; faz com que eu queira me perder nos seus braços. Daryl, tem alguma coisa na sua voz que faz meu coração disparar, e eu espero que este sentimento dure pelo resto da minha vida. Te escrevo tudo isso, para você saber o quanto essas palavras são importantes, o quanto eu me sinto feliz ao seu lado. Estou de volta onde pertenço. Te entrego minha alma e minha vida. — Ela dobra cuidadosamente o papel, e sussurra. — Eu te amo, e sei que nunca conseguirei deixar de te amar.

Daryl a abraça com todas as suas forças, agora profundamente emocionado; ele procura sentir desesperadamente cada resquício de seu perfume, beijando-a e sussurrando desesperadamente as palavras que ele tanto temera durante sua infância: 'eu te amo'.

Aquele momento seria lembrado por toda a vida que esperava por Daryl e Carol Dixon no futuro distante; o pacto de que o amor dos dois jamais iria desmoronar.

Tinham Melissa Dixon agora, e dariam o melhor futuro possível à ela. O fruto do amor dos Dixon, que seria — e já era — amada para todo o sempre.

#

Os dias eram de felicidade para Carol, Daryl, Melissa e Janine em todos os meses; a avó adorava a criança e a mimava com todos os presentes possíveis.

Carol conseguira um bom emprego, tomando a precaução de sempre se fazer presente na vida da filha, todos os dias da semana.

Daryl hora ou outra conseguia uma folga durante a semana e aproveitava com a sogra e a filha, que completara seu primeiro ano de vida à alguns meses.

Como não sabiam exatamente a data do nascimento oficial do nascimento de Melissa, Daryl e Carol acabaram por escolher por ela; dia vinte de setembro; o aniversário de casamento dos Dixon.

#

No dia de Ação de Graças daquele ano, todos estavam reunidos na casa de Janine para a ceia.

Parecia ter sido à uma eternidade o fato de tudo ter dado errado naquele dia, um ano antes.

O dia estava indo bastante bem; Melissa não desgrudava do pai um só segundo, e Carol passara a aprender diversas receitas com sua mãe.

No final do fantástico dia, Daryl pôde sentir como era realmente ter uma família, e ficou bastante confortado por isso.

...

— Carol, venha cá. — Daryl a chama, mais tarde naquele mesmo dia.

Carol estava na cozinha, se despedindo de sua mãe antes de voltarem para casa.

— Sim? — Ela vai à seu encontro.

O caipira estava sentado em uma das poltronas, olhando atentamente para a televisão.

— Olhe isso. — Ele aponta para o noticiário noturno.

Carol ouve atentamente a voz do jornalista.

Recebemos a notícia que um vírus bastante assombroso e perigosamente fatal está se alastrando por todo o país. Em diversas cidades, pessoas atingem graus de febre não humanamente possíveis e falecem no hospital. O mais impressionante de tudo é que há enfermeiras que afirmam que após uma hora dada a morte do paciente, ele literalmente retorna, porém diferente. Relatos de que o comportamento do ser é atacar as demais pessoas, mordendo-lhes ou ferindo-lhes. — O jornalista anuncia. — Informaremos com antecipação se o caso se agravar; até lá, procurem lavar muito bem as mãos e evitar qualquer tipo de contaminação que possa ser evitada com cuidados básicos. Fervam a água antes de beber e cozinhar, e observem com muita atenção tudo que lhes for informado. Boa noite.

No mesmo momento em que o jornalista encerra o programa de notícias, a energia falha; a casa de Janine fica em total escuridão por exatos cinco segundos aterradores.

Com a rapidez que tudo mergulhou na escuridão, a energia retorna novamente, e todos pensam sobre a notícia, chocados.

Melissa dormia tranquila nos braços da avó, não percebendo nada.

— O que vocês acham? — Daryl sussurra.

— O caso parece bastante grave, nunca imaginei que isso fosse possível. — Carol responde. — Parece que os mortos estão realmente voltando.

A informação paira no ar; Daryl rói a unha, nervoso, e Janine pensa sobre o assunto.

— Devem ficar aqui. Os três. — Ela diz, finalmente. — Nunca se sabe quando uma coisa dessas pode ficar fora de controle. Precisam ficar aqui por enquanto.

Daryl e Carol trocam um olhar significativo, e no fundo o caipira reconhece que a sogra tem razão.

— Tudo bem. — Ele declara, preocupado.

Deve ser só um alarme falso. Isso não é o fim do mundo. — O caipira acrescenta, mentalmente.

#

Isso é literalmente o fim do mundo. — Daryl reflete, uma semana depois.

Após três dias à informação do vírus que ameaçava a saúde mundial, as estações de rádio só transmitiam chiados. Carol tentara ligar para os números de emergência — que até então só reproduziam gravações como 'fique seguro' ou 'não saia da cidade' — agora já não atendiam mais.

As chamadas infinitas que nunca mais seriam atendidas.

A energia elétrica fora cortada, e Melissa ficara inquieta durante toda a semana.

Carol e Daryl transmitiam o conforto e a segurança necessária um para o outro, e para sua filha.

Janine preocupava-se sempre com o menor dos ruídos, e permanecia mais nervosa que o normal.

Uma nova era estava surgindo; os mortos estavam voltando.

Seria dever de Daryl e de mais ninguém, demonstrar segurança, proteção e um bocado de amor para proteger sua família, seja lá o que estivesse vindo para os ameaçar.


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Notas finais do capítulo

Cara... eu tô em prantos aqui. A hora mais desesperadora pra mim, foi escrever essas notas finais. Essas últimas notas finais.
Essa fanfic foi importante pra mim, foi mais do que isso aliás.
Eu agradeço tanto tanto tanto aos comentários de vocês! Cada opinião que vocês deixavam aqui para mim me confortava. Fico feliz em dizer que consegui postar todos os capítulos em dia, sem atrasar, durante cada dia deste mês.
Sério, tô sem palavras. Eu só queria agradecer vocês por tudo, por todo o carinho.
Comentários grandes, pequenos, todos são recebidos com muita euforia por aqui. Vocês me fizeram feliz pra caramba. Os comentários novos que podem ainda vir um dia de pessoas que descobrirem essa fanfic serão respondidos com a mesma empolgação com que respondi à todos esses neste mês do desafio. Amo vocês.
Um obrigada especial às minha preciosas, lindas, maravilhosas e perfeitas: Annie, Suelem, Vitória, Kathleen, Ediclea, Romina e Cristt. *-* ; AMO! AMO VOCÊS, DIVAS! *-*;