Não consigo deixar de te amar. escrita por Natalie


Capítulo 28
Wicked Game.


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus amores! ♥ Bom, a música de hoje é bastante maravilhosa, linda mesmo! ♥ Maaaaaas... eu tenho uma que gostaria que ouvissem enquanto leem, pode ser? Façam essa gentileza por mim? Por favorzinho? Ela está até em uma fan made de Caryl :33 Deixarei o link pra vocês. Aproveitem! Deixarei a música tanto aqui nas notas, quanto no capítulo!
https://www.youtube.com/watch?v=ebNDJF-LhUI


O mundo está em chamas e ninguém pode me salvar, a não ser você, Carol...



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A perda de um diamante...

Daryl Dixon estava visivelmente nervoso antes de telefonar para Carol e dar-lhe a notícia do estado de saúde do querido amigo; ela o adorava, e ficaria bastante abalada quando soubesse que ele tinha tempo indefinido de vida.

Porém, o caipira não tinha oportunidades a desperdiçar, adiando a informação para Carol. No dia seguinte à visita com Joseph, ligou para sua amada.

— Daryl! — Ela sorri do outro lado, docemente.

— Carol... Olá... — Como era bom ouvir sua voz novamente! — Você precisa vir para cá. — Ele sussurra, sem rodeios.

— O que houve dessa vez? — Ela suspira.

— Não fiz nada desta vez... — Ele se apressa em explicar. — Joseph está... — Sua voz morre de repente.

— O que houve, Daryl? — Ela repete, pacientemente.

— Câncer. — Daryl consegue dizer, muito baixo. — Ele quer te ver.

Carol fica sem fala, a notícia tirando seu chão por completo.

— Como soube? — Ela pergunta.

— Fui visitá-lo, e ele me contou. — O caipira confessa, cabisbaixo, a emoção ferindo seu coração.

— Daryl, eu... Não sei o que dizer... Oh meu Deus... — Carol agora está chorando, angustiada. — Estou indo este fim de semana.

— Tudo bem. — Daryl parece distante, vazio. — Tudo está certo aí? — Ele pergunta.

— Sim, tudo está certo. — Ela responde, sem saber mais o que dizer.

— Preciso voltar ao trabalho. — Daryl se apressa. — Eu te amo, Carol. — Ele termina.

— Tudo ficará bem, Daryl. — Ela o tranquiliza. — Eu te amo.

A ligação se encerra.

Os dois corações batem desenfreadamente no peito, a tantos quilômetros de distância.

Joseph não poderia deixá-los.

#

O fim de semana veio lentamente, quase esmagando por completo o coração de Daryl, com tamanha demora.

Mal tivera tempo de se vestir decentemente; o plano era procurar por Joseph e levá-lo para almoçar na residência dos Dixon.

Carol chegara, e com um abraço verdadeiro, transmitiu ao caipira todo o apoio que precisava, tirando o peso de seu coração.

— Vamos lá. — Ela disse, entrelaçando suas mãos nas dele, caminhando em direção ao que o destino preparou para os dois.

...

Carol se via esmagada pelos braços de Daryl mais tarde, naquele mesmo dia. A dor que os olhos do caipira passavam para ela eram perturbadores; os soluços eram abafados pelo suéter fino que Carol usava.

Ao encontrarem o abrigo que Joseph repousava todas as noites, receberam a informação que ele havia falecido no hospital havia dois dias.

Não houvera um memorial ou uma cerimônia para ele, pois o mesmo deixou claro antes de morrer, que não desejava que ninguém lamentasse por sua morte.

O chão literalmente sumiu de debaixo dos pés do Dixon, e ele sentiu-se horrível. Os braços de Carol o confortaram, com seu apoio; seu coração, que batia freneticamente sobre o peito dele, lembravam-no que ela também estava bastante abalada.

Daryl sabia que ela enfrentava a dor de perder o amigo, e ofereceu o apoio à ela; o apoio que ambos precisavam.

Não sentiam vontade de voltar para casa; ficaram durante todo o dia na mesma cadeira que Joseph conversara com Daryl antes de partir.

#

Na noite de sábado, que sucedera ao triste dia que souberam da partida do velho Joseph, Carol decidiu que era melhor levar Daryl para casa; seu estado era péssimo — não muito pior do que o dela — mas a jovem possuía forças para convencê-lo a partir daquela rua pouco povoada.

— Daryl... Vamos. — Ela o chamou, delicadamente.

O caipira levanta o rosto para encarar a esposa; seus olhos estavam inchados, os belos olhos claros perdidos numa imensidão escura de dor, onde não havia nenhum traço de alegria.

Ele nada diz, apenas deixa ser conduzido pelas ruelas que os levaria para casa, com seus braços em volta dela.

As ruas estavam silenciosas, até mesmo as avenidas, como se soubessem de tudo, e estivessem em luto; os meros ruídos que eram impercebíveis durante o dia, eram agora ouvidos à noite;

O choro baixo de um bebê era audível ao longe, enquanto caminhavam; não vinha de dentro de nenhuma residência. Carol se perguntou o que uma mãe estaria fazendo na garoa da noite com um bebê em prantos.

Daryl parecia distraído, olhando para seus dedos que se entrelaçavam aos dela durante todo o trajeto, e Carol duvidava que percebera algo.

Já estavam mais da metade do caminho, quando Carol identificou a direção que o choro vinha até ela; à sua direita, era possível ouvir os soluços infantis e gritantes.

Mas não havia ninguém lá. Nenhuma mulher e nenhuma criança. Apenas o vazio.

Chegou a pensar se não estava imaginando coisas, mas o choro interminável a lembrava que não; que era real.

Fez menção de desviar a rota para ver melhor, e Daryl não mostrou qualquer objeção, pois mal sabia para onde estava indo.

Bom, pelo menos ele está andando sozinho. Deus me livre ter de carregá-lo sozinha. — Carol pensou, olhando para Daryl.

Ao aproximar-se mais para enxergar de uma vez por todas quem causava tal choro, uma caixa de papelão se fez visível por detrás de um poste de luz, que iluminava fracamente o beco.

Carol fita, atordoada, por alguns segundos a caixa, antes de se manifestar, em voz alta.

— Daryl! — Ela se desvencilha do caipira. — Olhe só! Daryl! — Ela o chacoalha.

O caipira de repente parece voltar a si, ao ver o alarme nos olhos de Carol.

Uma menininha, embrulhada cuidadosamente em um lençol cor-de-rosa, chora com o rosto vermelho como uma beterraba, gritando a plenos pulmões.

#

No momento em que a ruiva que servia a comida nos avisava que Joseph havia falecido, a porra do meu mundo caiu.

Quem mais me chamaria de Dylan, mesmo sabendo meu nome?

O velho Joseph...

Que andava pelas ruas, vagarosamente, sem ninguém saber quem é realmente.

Joseph, triste e humilde, possuía a alma de um homem sofrido e cheio de traumas.

Parecia uma realidade paralela que ele tivesse de ir embora tão cedo. Antes que ele pudesse se despedir... antes que pudesse ver Carol...

Daryl agora só tinha Carol. Ela era seu porto seguro, e se a perdesse, desistiria.

Ali, ao seu lado, secando todas as suas lágrimas, ele via o quanto ela era especial, o quanto o amava, e não o abandonava nos piores e mais sombrios momentos.

O mundo está em chamas e ninguém pode me salvar, a não ser você, Carol...

Que jogo maldito de se jogar... me faz sentir desta forma.

Que coisa malvada de se fazer, tirando deste mundo uma das mais puras almas que possuíamos.

O mundo está literalmente em chamas e ninguém pode me salvar, a não ser você, Carol...

Lembro-me apenas de deixar a dor consumir meu corpo novamente, antes de abraçá-la.

...

O estupor da perda me fizera me desligar de tudo; mal notei quando precisei realmente abrir os olhos e encarar aqueles olhos azuis que tanto me faziam feliz, mas que agora pareciam tristes, me conduzindo para lugar nenhum.

Caminhava sem noção alguma de nada; o porquê de Deus ter levado Joseph era a única coisa que fazia sentido agora.

Olhei para minhas mãos entrelaçadas às de Carol, e lembrei-me que havia motivo para eu ser um homem honesto, para afazer sempre o certo, sem me preocupar com as consequências, sabendo que ela estaria lá.

Eu a amava como nunca amei ninguém, jamais.

Éramos apenas eu ela, contra o mundo.

Eu não sabia por que não tirava meus olhos de suas delicadas mãos que se agarravam às minhas, mas aquilo me transmitia conforto, e eu queria permanecer assim para sempre.

Carol de repente interrompe meus devaneios, e vejo em seus olhos um misto de terror, que imediatamente me põe em alerta, procurando qualquer ameaça.

Seus lábios chamavam meu nome, e até então eu não notara que fechara meus ouvidos para o som do mundo, acordando só naquele momento.

O choro gritante e insuportável de uma criança vinha de um lugar curioso abaixo de mim: uma caixa de papelão.

Ao me aproximar, olhando confuso da pequena figura para Carol, peguei a criança em meus braços.

Seus olhos eram de um azul bem escuro, notável até mesmo na escuridão da noite; sua pequena boca delicada e em formato de tulipa, e seu pequeno narizinho. Um rosto perfeito como de um anjo.

Carol se aproxima, hesitante, e acaricia o rosto da pequena criança, que de repente se cala, olhando-nos como se entendesse a situação.

O olhar que Carol me dirige é o mesmo em que estou pensando: Não poderíamos deixá-la ali.


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Notas finais do capítulo

JOSEPH!!! R.I.P! Sentirei falta do nosso amigo do "Dylan..." Espero que tenham gostado. Amo vocês. Agradeço pelos comentários maravilhosos que tive até aqui. Suelem... Vitória, Annie... Vocês são incríveis!