Não consigo deixar de te amar. escrita por Natalie


Capítulo 22
Right Now.


Notas iniciais do capítulo

Eu queria que você estivesse aqui comigo...



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Eu não a deixei... — Daryl repetia para si mesmo.

Ele sentia vontade de gritar com Janine; ir até lá e gritar toda sua alma o quanto amava Carol e o quanto ela era importante.

Mas ele sabia que era inútil. Janine se mostrou muito mais manipuladora do que ele imaginava.

O caipira tinha esperanças de levar Carol de volta para casa, mas acabou por voltar sozinho mais uma vez para o inferno que enfrentara nos últimos tempos.

Enquanto caminhava, ouvia as vozes cantando nas ruas, nas casas; risos e brincadeiras, todos vindos de pessoas que tinham a felicidade dentro de si.

Se perguntava porque para ele tinha de ser tão difícil. Em um momento tudo estava certo, e agora, ele se encontrava triste e sem ninguém novamente. Carol o amava, claro, mas Janine era sua mãe, e ele não podia prever sua decisão.

Ela não estava ao seu lado agora, e ele apenas queria que ela o abraçasse e dissesse que ia ficar tudo bem, que ela era dele, e somente dele.

Sua carência e abstinência de viver ao lado de Carol Dixon era torturante, e era difícil ver um futuro belo com tantas coisas que insistiam em se complicar.

Todas as noites ele chamava por seu nome, amassava cartas, escrevia, ouvia músicas e bebia. Nunca se imaginou preso tanto à alguém desde a morte de sua mãe, Marlene.

Carol era única, pura, fiel e maravilhosa. O caipira não podia lutar contra o sentimento de posse que sentia por ela.

Filhos, netos, uma vida longa até a velhice, uma mudança de vida; deixando para trás todos os abusos que sofrera um dia.

...

A casa estava exatamente como deixara da última vez; louças sujas na pia da cozinha, desordem total de papéis e várias garrafas vazias de bebida.

Daryl agradeceu interna e sombriamente por Carol não ter presenciado esse caos na casa que um dia pertenceu à ela.

Tanto faz... — Daryl se jogou na poltrona e fechou os olhos.

Estava cansado de ser o rejeitado. Estava cansado de ser aquele a quem todos sentiam receio. Queria passar a imagem de um bom homem.

O homem dos sonhos de todas as mães...

Só quem pode sanar essa dor, é Carol Dixon. Minha Carol Dixon...

Adormeceu ali, com os pensamentos conturbados entre Carol e sua mãe, Marlene; as mulheres que mais deram apoio à Daryl; quem mostrou o verdadeiro amor, mesmo que sem querer.

#

O diamante que as pessoas deixam na poeira...

O amor de sua vida, a pessoa que fazia seu coração bater mais forte... que fazia a paixão explodir dentro de si... estava agora sendo rejeitado pela pessoa que lhe dera a vida, e a criara.

A mudança drástica na situação havia feito a mente de Carol se perder de vez; todas as forças que ela reunira para manter a sanidade, se foram, e ela se via sozinha sem ter para onde ir.

O parque parecia vazio, parecia triste agora. Daryl a deixara ali, encorajando-a a procurar a mãe, porém suas pernas não lhe obedeciam. Sua mente não processara ainda que sua mãe era uma pessoa agora, estranha.

As pessoas ao redor estavam felizes, voltando para seus lares, e o sol já se punha.

Percebeu tarde demais que não tinha lugar nenhum ao qual pudesse chamar oficialmente de casa; estava confusa demais para recorrer à um dos dois agora.

As luzes se apagam... A noite me chama para ceder e escolher você, Daryl... Mas eu não sei o que fazer... Oh, eu não sei...

Seus olhos já estavam bastante pesados, e seu corpo repousava na madeira fria do banco do parque. Dormir ali no meio da noite seria loucura, e Carol tentou com todas suas forças resistir.

Reuniu todas as forças que ainda tinha, embora podiam ser quase nulas, e rumou para sua casa. A única casa a qual ela pertencia.

Daryl estava precisando dela também; ela sentia.

#

Eu só queria que você estivesse aqui comigo... — Sua voz rouca e embriagada chamava.

A noite estava silenciosa, até mesmo o vento forte se calara.

O caipira ouvia o som de seu próprio coração acelerado.

Seus últimos dias estavam sendo bastante anormais.

Tinha a impressão de que estava sendo vigiado, ou que alguém o chamava com a voz dela pela porta principal, mas se recusava a acreditar.

Carol havia escolhido Janine, ela não estaria ali.

Os sonhos e as lamúrias o prendiam nestes pensamentos, e as batidas e voz misteriosos o faziam ficar mais alerta.

Por fim, tropeçou em todo o lixo que rodeava a poltrona e caminhou sofregamente até a porta. Abriu-a e tremendo de frio, estava ela, frágil e indefesa como Daryl jamais a vira.

— O quê você... — O caipira pisca, chocado.

— Daryl... — Ela o abraça.

Seus braços o apertam contra si com a mais bruta força, não querendo soltá-lo jamais.

Aquela era sua escolha. Sua única escolha.

Nada pode ficar entre você e eu, Daryl. — Ela chorou.

Sentiu-se aliviar com seus soluços e lágrimas acumulados agora sendo expelidos para fora.

Nem mesmo os deuses lá em cima podem te separar de mim, mulher. — O caipira voltou a si, e viu que o momento era real, como na cela de prisão.

O abraço pareceu durar meses, anos, décadas; o amor dos dois se entrelaçava e se tornava um só.

— Eu escolho você. — Ela disse, na orelha de Daryl.

— Agora mesmo, eu te aceito, Dixon. — Ele responde, antes de poder alcançar seus lábios.


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Notas finais do capítulo

Uuooooooooooooou. Carol fez sua escolha. E agora, queridos? Haha. Surpresas nos aguardam até o capítulo 30, vocês não perdem por esperar.
Até amanhã! ♥