Alvo Potter e o Jardim Maravilhoso escrita por Yomika


Capítulo 7
Aniversário de casamento


Notas iniciais do capítulo

※ Aos leitores: galera, eu sei que é chato comentar, mas as vezes fico meio solitário xD Queria saber a opinião de vocês sobre a história. Juro que não mordo! xD ※

※ No capítulo anterior… Harry finalmente chega em sua festa de casamento. É momento de rever vários personagens icônicos da série de livros! Espero que gostem e fiquem tão nostálgicos quanto eu!


※ Espero que gostem desse capítulo! ※



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A medida que se aproximaram das luminárias, a luz da varinha foi se tornando inútil, então o pai de Alvo balanço-a e murmurou: — Nox.

 

— Você deveria estar com os convidados e sua mãe, Al...

— Eu estava preocupado com o senhor...

— Estou bem — Harry tranquilizou o garoto — só tive uns contratempos...

Alvo foi tomado pela vontade de falar tudo o que ouvira, de contar tudo o que descobrira hoje de manhã, mas por alguma razão pensou que não deveria, então fechou a boca. Depois se arrependera um pouco, porque seria difícil ficar a sós dali em diante com seu pai. O garoto sempre sentira que podia falar qualquer coisa para o pai. Ele era uma espécie de porto seguro. Próximo dele, parecia que tudo iria ficar bem... Talvez por isso que ele não tenha falado nada... Talvez por isso que ele agora se sentia mais animado com a perspectiva de uma noite de festa. Alvo não precisava se preocupar mais. Seu pai estava ali.

O garoto notou assim que virou o murinho de sebe que a festa agora tinha tomado um outro patamar: Muitas, muitas pessoas mesmo agora espalhavam-se pelo jardim e pelas mesas. A voz de mulher cantava uma música extravagante e estrondosa (Alvo teve certeza que aquilo era obra da avó Weasley). Quando os convidados notaram a presença de Harry que (Alvo percebera agora) vestia-se muito bem com um terno negro com gravata branca, ao seu lado... Foi um estardalhaço. Muitos convidados levantaram, batendo palmas, dando vivas (um grupo especialmente animado assoviou e gritou em coro “Aeee Harry!”).

Seu pai era tão popular que foi aplaudido até entrar na tenda, quando os convidados de dentro já lhe encheram de ovação e parabéns entusiasmados. Ele ainda tinha Alvo ao lado, que sorria para todas aquelas pessoas, se sentindo muito satisfeito de estar onde estava. Seu pai era um homem incrível. Alvo sentia um orgulho retumbante. E Harry não largou do filho até chegar próximo a mesa que a família e Gina se encontravam. Harry tomou-a e a beijou longamente, como se não notasse os milhares de pessoas ao seu redor. Alvo percebeu que a mãe falou alguma coisa para o pai, mas ele respondeu “Vamos aproveitar a festa...” com a voz um tanto trêmula. Parecendo ter notado efeito teatral do beijo (que levou todos os convidados à loucura), ele sentou-se no lugar que Gina estava guardando para o marido. Harry recolheu-se parecendo corar, tentando passar a partir daí despercebido, mas, claro que isso não foi possível.

— Senhor e Senhora Potter, porfavor, porfavor! — A voz ressoante da cantora ecoou magicamente por toda a festa. Era uma mulher alta, negra, com um penteado extravagante de torre e um vestido azul piscina tintilhado de pedrinhas. Harry fechou os olhos, como rezando para que não, enquanto a senhora Weasley aplaudia efusivamente junto com os outros convidados. A mulher agarrou a mão de Harry, como que lhe dando força e ambos se levantaram e subiram o palco: Gina, sorria elegantemente e Harry também tentara um sorriso mas apenas conseguira a expressão de quem havia batido o cóccix e ria não de alegria, mas de dor.

— Olá — Harry falou, mas sua voz não estava aumentada, então os convidados ainda continuaram olhando para ele sem entender, deixando-o ainda mais desconcertado. Gina, notando o nervosismo do marido, tomou a frente, pegou a varinha, apontou para a própria garganta e disse “sonorus”.

— Boa noite à todos — a voz da mulher fez-se ouvir por cada convidado, como se ela tivesse um microfone invisível acoplado à roupa.

“Nós fizemos essa festinha íntima e simples (os convidados gargalharam com a ironia) com a desculpa de comemorar os nossos quinze anos de casados e o meu aniversário. Mas o que tínhamos em mente mesmo, eu e o Harry, era rever vocês, já que com a vida corrida, acabamos perdendo a proximidade. Vocês são pessoas maravilhosas que... (a multidão interrompeu Gina com um “ooooh” tocada pelo elogio). Pessoas maravilhosas que são grandes responsáveis pela nossa felicidade. Então... (uma garrafa de champanhe apareceu na mão de Harry e duas taças vazia na de Gina. Harry notando a deixa, apontou sua varinha para a tampa da garrafa, que estourou fazendo o líquido se atirar pelo céu de forma auspiciosa e elegante) eu queria fazer um brinde (Harry encheu as duas taças e pegou uma delas) à todos vocês, nossos amigos... À amizade!

Mas ninguém chegou a beber da taça. Harry havia apontado a varinha para a própria garganta e agora dispunha-se à frente.

— É... Olá, amigos, parentes... Eu... Eu gostaria de falar algumas palavrinhas para todos vocês.

A multidão bateu palmas e assoviou para Harry. Alvo notou a expressão um tanto receosa da mãe. O menino havia notado que a esposa do tio Rony, tia Hermione (uma mulher de cabelos crespos, amarrados em um coque, vestida com um traje executivo cinza) havia acabado de chegar. O garoto percebeu também que seu pai olhava fixamente para Hermione e Rony.

“Na verdade eu queria reforçar as palavras de minha esposa. À muitos de vocês eu devo a minha vida. Tanto direta quando indiretamente, vocês sempre estiveram perto quando eu precisei e me apoiaram quando eu necessitei disso. E eu... Eu nunca... Eu penso que vocês sempre souberam que eu acredito em vocês, do mesmo modo que vocês podem acreditar em mim sempre”

Algumas pessoas pareciam estar confusas, não entendendo o tom solene de Harry e onde ele queria chegar com isso. Mas concordaram com as palavras do homem, acompanhando gradativamente as palmas que tia Hermione tinha puxado, por que ninguém tinha percebido que o discurso tinha acabado ali mesmo. As pessoas permitiram-se bater os parabéns para Gina, que cortou o bolo e ofereceu o primeiro pedaço para uma avó Weasley muito emocionada.

Alvo olhou para Rosa, que estava sentada entre Alvo e a tia Hermione, perguntando mudamente o que significava aquilo, por que alguma coisa significava. Mas Rosa apenas encolheu os ombros, dizendo baixinho no ouvido dele:

— Achei estranho também, mas não faço a mínima idéia do que seu pai está falando.

No lugar da cantora, alguns violinistas posicionaram-se e dispuseram-se a tocar uma canção animada, no mesmo momento que tia Fleur do outro lado da mesa da família exclamou “Finalmant música boa!”. Harry e Gina voltaram a se sentar ao lado de Alvo. Gina falava algo novamente no ouvido de Harry e este respondia também ao pé do ouvido da mulher. Alguns homens vestidos de ternos brancos começaram a distribuir cardápios pelas mesas, entregando um para cada pessoa. Fleur reclamou da gravata borboleta preta de um, que estava torta. Pegou o cardápio e apontou com o dedo para o menu:

— Gostaria desse Faisan ao molho d’ouro. Parece ótimo — então o prato pedido pela tia surgiu em sua frente, a talher devidamente posicionada aos lados.

— Esse foi o prato que você fez, meu amor? — perguntou Harry à Gina, que concordou nervosamente. A mulher tinha esperanças de que o marido se esquecesse que prometera fazer o prato e a torta de caramelo. Harry comeu todo o faisão corajosamente e forçou um “está ótimo meu bem”, em seguida pediu com uma certa urgência um copo de água ao menu quando viu Gina olhar para o outro lado da mesa, para ouvir Fleur disse de lá:

— Deus meu, alguém traga um rio parra tirar essa pedra de sal de minha garganta?

Quando Harry acabou de comer a torta de amora de Gina (com a impressionante maestria de separar os pedaços levemente tostados dos decididamente queimados), Alvo notou que muitos convidados também haviam terminado suas sobremesas e agora alguns se levantavam para caminhar e conversar pelo jardim.

A primeira pessoa a chegar à mesa de Harry foi Hagrid, o padrinho de Tiago. “Harry! E Gina... Meus parabéns” ele abraçou o casal (talvez um pouquinho forte demais, pois Harry massageava sua costela). Logo após, um homem truncado, com um jeito vivo e entusiasmado apareceu:

— Simas! — exclamou Gina e Harry virou-se da conversa com Rony e Hermione para também falar com o homem.

— Quanto tempo! Chama o Jorge, a Hermione e o Rony pra se sentarem com a gente um pouco! A armada toda reunida novamente! — O tal Simas olhou para Thiago e disparou — Você cresceu demais cara...! Da última vez que te vi, batia no meu joelho!

— Senhor Finnigan, não é? Eu lembro do senhor... Seu filho é do clube de quadribol... Ele está aí?

— Sim, o Victor está ali, na mesa com os filhos dos Scamander, os Rajish também. Vão lá! Podem ir lá falar com eles! E essa princesinha linda deve ser a Lily, hein? Alvo não é? Seus primos podem ir conhecer eles também, sentem-se lá, podem ir!

Alvo, Thiago, Lily e a maioria da primarada Weasley Potter foram para a mesa dos filhos dos membros da “Armada” que o pai se referia alguma vezes.

A mesa estava cheia de jovens. Os primos arranjaram lugares com relativa facilidade... Arrastando algumas mesas, carregando outras cadeiras. Thiago falou um pouco com Victor Finnigan, um garotinho cuinha, da idade de Lily. Em seguida, Thiago e Fred se acomodaram junto a um garoto de cabelos morenos em cachinhos, com um jeito pacífico e amável e uma outra garota de mesma idade, com uma camisa preta larga com o símbolo da banda “The Papise” (uma boca de mulher lambendo uma varinha). Ela balançava os cabelos loiros, como se estivesse tendo algum acesso, enquanto ouvia uma música que saia de um tipo de concha marinha pequenininha e negra, plugada a orelha. A menina provavelmente ouvia algum som que com certeza ia de contra a moral e os bons costumes do mundo bruxo.

O garoto de cabelo encaracolado era Caerulleu Longbotton, Alvo o conhecia vagamente: ele não tinha perfume nem odor. A garota era Leticia Reznor: ele tinha uma amarga lembrança dela, que envolvia cascudos e obrigação de ouvir músicas altas demais para a saúde auditiva de Alvo. Juntos, Thiago, Fred, Caerulleu e Leticia, pareciam ser o quarteto mais perfeito de amigos: riam, se divertiam, contavam segredos no ouvido de um, que ria e ia contando para o próximo e o próximo (Leticia tirou os fones com certa relutância, porém riu mais alto que qualquer um).

Alvo, como de praxe, se manteve calado, observando todos ao seu redor. Notou gêmeos mais velho que ele e estes também o notaram, por que ambos, ao mesmo tempo, mostraram a mão para cumprimentar o menino.

— Lissandro Scamander. — um dos idênticos, de cabelos acajus ondulados apresentou-se em detrimento do irmão, que veio logo em seguida.

— Lorcan — apresentou-se o outro idêntico.

— Pera, vocês são os monitores! — exclamou Thiago — e vocês foram lá em casa ano passado... Lembra, Al.

Alvo concordou. Eles eram filhos de Luna Scamander, uma das melhores amigas do pai de Alvo. A mulher estava na mesa mais adiante, onde os amigos de longa data dos pais de Alvo se reuniam e conversavam.

O garoto conhecia a maioria dos que estavam rodeando seu pai. Luna era a loira com brincos de raízes e tiara de safiras, rindo horrores de Jorge e o tio Lino (um dono de uma loja de artigos de esportes, melhor amigo do tio), que contavam uma anedota (Alvo pode ouvir vagamente) que envolvia um cliente cabisbaixo, sua mulher controladora e um tacho de urtigas causadoras de escoriações traseiras. O homem um tanto taciturno era o marido de luna: um homem jovem, de cabelos acajus densos, do qual os filhos tinham herdado a aparência em grande parte (exceto pelos olhos cinzas saltados que os gêmeos compartilhavam da mãe). Ele era Rolf Scamander, um zoomágo que fazia par na profissão com sua mulher: Luna era uma pesquisadora de Magia natural, ramo da feitiçaria que procurava fontes de poder nas plantas e animais mágicos. Ambos eram famosíssimos. Alvo lembrara da mãe ter citado Luna ao se referir um trabalho cientifico envolvendo plantas animalescas ou algo do tipo.

Ainda na mesa, Alvo identificou Cátia Bell, uma das jogadoras de quadribol do time em que a mãe de Alvo participara a alguns anos atrás (Harpias de Holyhead) conversando com uma mulher chinesa muito bonita, que tinha nas mãos um homem parecendo um tanto nervoso. Ele olhava para as pessoas ao redor, fitava estupefato os lampiões flutuantes e para as fadinhas que iam iluminando para lá e para cá. O garoto se tocou que o homem era um trouxa e podia perceber que toda aquela magia escancarada o deixava um tanto em pânico.

Dino, um Auror alto que o garoto tinha visto algumas vezes quando foi com o Pai visitar o ministério, estava falando animadamente com tio Olívio (muito conhecido de Alvo da sede dos Esportes mágicos no ministério. Ele conseguira as entradas vips do último campeonato de quadribol da temporada em Washington). Próximo, um famoso cantor de Rock, Guliver Reznor, pai de Leticia (que deixara agora o fone de ouvido para prestar melhor atenção na narrativa da aventura do Antiquario que Thiago protagonizara hoje de manhã). O rockeiro conversava com um cara chamado Rodrick Ruffeil... Era o dono do sorriso mais canalha que Alvo já tinha visto na vida inteira.

Justino conversava aos cochichos com a tia Hermione. Ele era o subsecretário dela e parecia participar dos esquemas e segredinhos que os adultos estavam escondendo o dia inteiro. O tio Rony tinha sua mão lida por Padma, uma exotérica famosa por desvendar todos os segredos de clima da Inglaterra para o profeta diário. E muitas outras pessoas desconhecidas faziam parte da mesa de Harry, que parecia estar muito mais interessante do que a que Alvo se encontrava.

Um tempinho se passou e Lily, Louis e Hugo e mais Viktor resolveram, como de praxe, correr pelos jardins e fazer zoeiras naturalmente conhecidas. O quarteto Thiago, Caerulleu, Fred e Letty também foram para um canto. Molly, Dominique e Roxanne acompanharam Rosa para esta mostrar a elas os livros de Hogwarts (as três primas também eram calouras). Lorcan, Lissandro restaram na mesa conversando - e discordando entre si - com Victoria, mas essa logo foi resgatada por Ted Lupin que acabara de chegar. O garoto tinha os cabelos verde-ácido e os olhos azul-aroxeado. Era quase um Potter de tanto que vivia na casa do padrinho, Harry. Victoria e Ted se distanciavam em direção ao coreto... Lissandro e Lorcan resolveram sair da mesa para fazer sabe-se lá o que... De modo que Alvo viu-se só na mesa.

Nesse momento, um velho pançudo, bigodudo, com o pescoço perdido num terno azul turquesa se aproximou da mesa de Harry.

— Harry! — exclamou em alto tom o velho — finalmente posso falar com o anfitrião da festa!

— Professor Slugorn! — espantosamente o pai se levantou e abraçou o velho, como se fossem grandíssimos amigos.

— E Gina! — o ancião abraçou a mãe de Alvo também — Hermione... — o velho reverenciou-a e a beijou as mãos... — Me emociono ao ver os antigos membros do meu velho clube Juntos aqui... Meus mais brilhantes alunos! — Slugorn falou para todos da mesa, com orgulho retumbante.

Hermione e Gina levantaram-se para cumprimentar o velho Slugorn.

— Professor, sente-se conosco!

Então o velho sentou-se. Parecia ser uma figura muito querida por praticamente toda a mesa. Parvati ofereceu-lhe um drink (Ora, muito obrigado, obrigado senhorita Patil...) e o Professor pôs-se a falar com cada um com intimidade espantosa.

Alvo estava assistindo toda aquela situação com certa discrição. Mas fora descoberto.

— E aquele garotinho ali? ...

Quando deu por si, Alvo já estava ao lado dos pais, sentado na mesa dos adultos, no centro da conversa. O velho Slugorn falava emocionado.

— Quando ele cresceu tanto? Era deste tamaninho quando eu conheci... Assim me sinto velho.

Alvo não sabia se sorria, mas talvez parecesse estar gozando com a cara do senhor. E se concordasse? Estaria chamando ele de velho. Se ficasse sério iriam entender que o menino estava mal-humorado. Então o menino resolveu apenas entortar a boca e levantar as sobrancelhas, o que resultou numa careta estranha que o professor não entendeu, mas pareceu não ligar também, por que continuou a falar.

— E onde estão os outros? Lily e Tiago?

— Lá dentro com os primos — Gina respondeu, dando um beijinho em Alvo. O menino já estava vermelho como um pimentão. Ele não havia treinado para isso. Tantas pessoas estavam olhando para ele, algumas mulheres com aquela cara de “que fofinho”.

— E quando ele será meu? Aluno, quero dizer. Quando ele irá para Hogwarts?

Quem respondeu foi Harry, por que Alvo estava envergonhado demais para falar.

— Esse ano, não é Al? — o menino concordou com a cara enviesada.

— Tiago já está no terceiro ano. Muitíssimo inteligente, o seu filho — O professor Slugorn informou orgulhoso — Ainda não é o gênio das poções que você era na sua época (Nesse momento o pai de Alvo se moveu, reacomodando-se na cadeira) ... Mas tem o raciocínio fino e uma ótima memória... Mas daqui para sua idade, ele deve alcançar o seu brilhantismo, com toda a certeza... É um pouco traquinas, coisa da idade (Harry falou enviesado para Gina “Quem dera”).

“E esse rapazinho...? Pelas barbas de merlim... Ele é tão parecido com você, Harry... “

— Idêntico ao nosso Harry! — Acrescentou o gigante Hagrid, emocionado.

Alvo sorriu-se, nervoso.

— E caladinho... Me lembra você Harry. Tão modesto... — Disse um Slugorn saudoso. — Mas o Harry sempre conseguia se meter onde não devia. Acho que foi Tiago que herdou isso de você, meu rapaz.

O pai de Alvo sorriu simpático.

— Já foram ao beco diagonal, fazer as compras? — perguntou Slugorn, interessado. — o livro “Bebidas e poções mágicas” foi atualizado, já não era sem tempo, sabe, e quero que todos meus estudantes estudem com a melhor literatura disponível...

— A carta ainda não chegou — esclareceu Alvo, falando pela primeira vez. — Ela ainda não chegou, então a gente ainda não foi...

Slugorn fitou Alvo e lembrou-se.

— Ah, Verdade... Ora, mais é claro que não... Resolvemos o problema com a professora Talyshen só hoje... Aquela mulher é louca, você vai conhecê-la, Alvo, e vai concordar comigo...

“E, de qualquer forma, cá entre nós, a coruja deve chegar amanhã pela manhã na casa dos estudantes.”

Alvo sorriu. Finalmente! Então, talvez, eles pudessem ir ao beco amanhã a tarde.

— Então vamos lá a tarde, pai?

— Hmm. Sim, pode ser. A gente vê isso melhor amanhã, Al.

— Isso mesmo. Amanhã, por que já é hora de criança ir para a cama! — A avó Weasley chegou dizendo, com um tom definitivo. — todos já foram para suas camas e eu estava procurando você Al. Suba, você pode ficar no quarto do fim do segundo andar...

Alvo foi sem discutir. Aliás, o garoto queria que o dia de amanhã chegasse o mais logo possível. Subiu as escadas, ignorando alguns primos que ainda continuavam — desobedientes — conversando na sala da mesa grande. Lá em cima, no quarto azul que tinha uma janela conveniente para ventos agradáveis, o menino aprontou-se com o pijama e deitou-se em uma das quatro camas, tentando vencer a ansiedade, observando uma fresta de luz vindo da porta entreaberta, invadindo o breu do quarto.

Poucos minutos depois, Tiago e Fred subiram reclamando. A avó Weasley deve ter expulsado o restante da sala.

A primeira meia hora foi um inferno. Alvo perdera a conta quantas vezes mandara o irmão e o primo Fred calarem a boca, por que ele queria dormir. Mas com o tempo o sono finalmente...

Alvo caminhava pela casa dos black, segurando um candelabro em baixo de um lençol branco. Desceu as escadas até a cozinha. Lá, conversavam seu pai e o professor Ravus.

“Harry, seu filho andou me espionando. Ouvindo o que não deve. Fuçando onde não devia. Acho que vou ter que rasgar esta carta...”

O homenzinho ruivo rasgava a carta e seu pai nada fez! Assim era demais. Ele tirou o lençol, dizendo:

“Ei, para! A carta é minha! O senhor não tem o direito!”

Mas Ravus ria-se, dizendo:

“... Ninguém vai notar”

“Mas claro que eu vou notar”

“Não, ninguém vai notar...”

— O.K, mas se a coisa começar a feder, a gente vaza!

Tiago respondeu, baixinho:

— Então vem. E não faz barulho. Se o Al acorda, pode querer encher o saco...

Alvo acordara com a sensação de que não dormira sequer um segundo. Não lembrara com o que tinha sonhado, mas tinha certeza que ouvira a conversa dos primos e, apesar de ainda um tanto tonto, percebeu que eles estavam tramando alguma coisa. Então fingiu que continuava dormindo.

— Eu to com a Maçaneta. Pega as orelhas e o equalizador. Pera, o pó escurecedor só por precaução...

Os garotos levantaram-se sem fazer barulho e abriram a porta, fazendo um ruído de fresta sem óleo. Quando eles saíram do quarto, Alvo levantou-se rapidamente, mais acordado do que nunca e impediu que a porta se fecha-se totalmente, depois que os garotos saíram na ponta dos pés, apenas empurrando a porta sem olhar para trás.

Ele conseguiu passar pela porta sem fazê-la ranger. Seguiu os primos de perto, mas não tão perto. Os garotos desceram a escada, Alvo acompanhando, porém tomando mais cuidado para não pisar em degraus estaladores ou rangedores. De modo que, quando os garotos chegaram na porta fechada da sala grande, Alvo esperou-os montar o equipamento, pegar um fio com uma orelha de um lado e um cone do outro, encostarem em uma porta menorzinha (que estranhamente Alvo nunca tinha visto na parede da sala) e encaixarem o que devia ser o equalizador no cone.

— Oi.

Os garotos quase deixaram cair toda a tralha com o susto.

Al...! — exclamou Tiago, aos sussurros.

Que ta fazendo aqui? — sibilou irritado Fred.

Vim ver o que vocês estão fazendo de errado dessa vez... Já não basta quebrar o quadro do papai?

Ai, eu não acredito. Como pode ser tão chato?

Alvo ignorou o comentário do irmão e quis saber:

Quem ta aí na sala?

Não te interessa, vaza Alvo — sussurrou Fred, num tom urgente.

Quer que eu grite? Aí eu vou saber quem tá aí...

Só quero ver tentar...

Alvo de uma respirada funda, pretendendo gritar “Ô VOVÓ...”, mas antes disso Tiago pôs a mão na boca do irmão.

Ssshhhhhhhhhhh! O.K!! Tá, Tá bom! O papai, o Papai, a tia Hermione e o Tio Rony... Eles desceram ainda agorinha. Acho que estão falando com alguém na lareira...

Alvo pensou um pouco. Será que ele iria descobrir finalmente o que estava acontecendo com o pai? O motivo dele se ausentar por tanto tempo de casa, em um dia de folga? Ele olhou para a orelha na mão de Fred e para o cone do outro lado do fio na mão de Tiago.

Que é isso que vocês tem aí?

Orelhas extensíveis. Dá pra ouvir uma conversa — explicou Fred — O equalizador melhora o áudio e ultrapassa feitiços de silêncio, os mais básicos.. Fui eu que inventei..

Tá, coloca isso aí. Eu quero ouvir.

Já quer dar ordens é? Ta pensando que é o Ministro? ­— sibilou Tiago

A gente te dá uma chance... Mas só essa... Pra você ser menos malinha... — sussurrou Fred — Mas se a gente souber que você...

Ai, Fred, coloca logo esse negócio na portinha... — Tiago falou baixinho e sem paciência para discutir com seu irmão mais novo.

Quando o primo pregou a orelha na porta, os três aproximaram-se do cone e ouviram perfeitamente a conversa que se passava atrás dela.

“Tá, agora vocês podem por favor me informar o que está acontecendo? Pra que esse mistério todo?” disse a voz do tio Rony, parecendo chateado “Começando por você Mione, que saiu de casa dizendo que ia ajudar o Harry no ministério, pedindo pra eu ficar na festa, distraindo o pessoal... Sem nem se dar o trabalho de me explicar nadinha!”

“Desculpa... Meu amor, me desculpa mesmo” a tia Hermione falou, com a voz culpada “Mas é que não dava tempo de avisar, eu tive que sair imediatamente...”

“Ah, corta essa, Harry contou para a minha irmã de boas. Sempre é assim. Custa explicar antes de sair para uma missão ou sei lá o que?”

“Mas, A Gina...”

“Mione, só porque eu não sou mais auror que eu...”

“Rony!” disse o pai de Alvo “Você quer saber o que aconteceu ou vai ficar fazendo discussão de relação às quatro da manhã?”

“É, Rony. Foco que a coisa é muito séria” disse uma tia Hermione sombria.

“Tá legal... Tá bem... Falem aí”

Alvo apurou os ouvidos, sentido a curiosidade tomar conta de todo o seu corpo.

“Aconteceu um furto no ministério da magia. No Departamento dos Mistérios...” Harry finalmente disse, mas Rony interrompeu o amigo:

“Como assim?” Rony parecia incrédulo “O lugar é um cofre! Quem entrou lá? O que tiraram?”

“Calma... O furto aconteceu no laboratório da Madame Waldorf. Acho que assim já dá uma noção do que roubaram...” Hermione informou.

“Ai minha nossa” Rony demonstrou muita preocupação “Mione, não vai me dizer que levaram o...”

“Isso mesmo” afirmou uma Hermione rouca.

“Ai minha nossa...” foi o que o marido conseguiu dizer... Após um tempinho: “Mas quem foi o louco que tentou fazer isso? Quer dizer, na frente da ‘Mão que Captura’?”

“Não” disse o pai de Alvo “Não peguei ninguém. Eu estava lá resolvendo umas papeladas dos novos aurores, aconteceu debaixo do meu nariz... E ele entrou e saiu sem ninguém notar”

“Isso é totalmente impossível! Qual é! O Ministério tem segurança máxima agora. Nem se você-sabe-quem voltasse dos mortos e sentisse saudade do hall e resolvesse tomar um banhinho na fonte do ministério, não conseguiria sem que eles notassem...”

“Acontece que eles notaram” informou Hermione, engolindo a seco “Notaram, mas aconteceu um engano”

“Bah, os Luduans erraram? Esses caras não erram”

“Eles sentiram a minha presença na cena do crime”

Ninguém falou nada por alguns segundos agoniantes. Alvo olhou para o irmão Tiago, ambos boquiabertos.

“Mas... Não... Isso não é poss... Não... Quer dizer, Harry não faria isso”

“Claro que não!” disse Harry ofendido.

“Mas, você não deu uma passada no laboratório da Waldorf esses dias, hein?”

“Ah, claro! Recebi um convite da Integra para o chá esses dias... Não, desde a última vez que a gente entrou no Departamento dos Mistérios, a segurança foi reforçada na época pelo Licaster... Só os funcionários sabem entrar... Acho que alguém de lá deve ter...”

“Forjado provas para ferrar com você?” completou Rony.

“Eu também pensei nisso” disse Hermione, paciente “Mas... É como você disse, Ron... Eles não erram”

“Não erravam. Por que agora estão errados, confiem em mim...” Harry enfatizou as últimas palavras.

“A gente confia cara”.

“É, o problema é que eles não perdoam ninguém, os Luduans. Nesse quesito, acho que eles são piores que os dementadores”

“Hermione, pode ter certeza que por um certo ângulo eles são bem piores que os dementadores. Trabalhar com Luduans é uma coisa. Ser investigado por eles já é outra coisa totalmente diferente... Eles pegam pesado”.

“Espera, mas o Quinn permitiu isso?” Quis saber um Rony indignado “Peraí, você foi interrogado?”

“Sim, hoje a tarde” a voz de Harry estava estranha.

“Que coisa ridícula! Quer dizer, você é o chefe da sessão dos aurores! Você é o Harry Potter, poxa! Quem vai duvidar de você, amigo?”

“Pensa um pouco que você já descobre” disse Hermione.

“Integra Waldorf” cortou Harry. Ele proferiu aquele nome com uma profunda nota de desgosto.

“Ah, é... Ela”

“Foi por isso que fiquei a tarde no Ministério” informou Hermione se dirigindo ao marido “Tentei dar uma minimizada na situação do Harry. Por que aquela mulher...”

“Ela quer a minha cabeça. Ela quer me ferrar de qualquer jeito. Sempre quis, isso não é novidade. Mas agora que tem uma desculpa, pois em cima de mim todos os Tigres azuis”

“E o Ministro. Harry, o Ministro é o Quinn” Rony disse com uma nota desesperada na voz.

“Ele está fazendo de tudo para abafar o caso…” Hermione explicou. “O problema é que quem tem o poder sob os Luduans é a Waldorf. E os Inomináveis são praticamente um grupo a parte do ministério, você sabe, Ron. Eles têm poder de perseguir, investigar, passar por cima até de algumas leis. A Waldorf adora deixar claro que pode passar por cima de mim, Chefa do Departamento de execução das leis da Magia...”

“E dessa vez estão todos na minha cola. Eu não tiro a razão. Aquilo foi roubado. Ninguém sabe como entraram no laboratório. A únicas coisas que eles têm é o meu rastro que os Luduans sentiram” disse Harry, com um tom derrotado “E isso já é o bastante para marcarem uma audiência para daqui a trinta dias... O bastante para me pôr em uma situação complicada...”

Eles ficaram calados. Alvo, Tiago e Fred não sabiam nem o que falar. Estavam anestesiados com aquelas revelações tão bombásticas, uma atrás da outra.

“Aquela vaca” xingou Rony “Essa Integra sempre foi uma pedra no sapato... Um momentinho. E se talvez... É claro! Será que ela não pode ter mandado os Luduans...”

“Não dá. Sério. Os bichos são incorruptíveis.” a esposa do homem disse, desanimada “Eles nunca fariam nada fora das leis. Nem para seguir ordens da chefa do laboratório. De jeito nenhum”

“É... É verdade... Mas é que parece tão impossível. Mas, espera... E se a própria Waldorf...?”

“Isso não faz o menor sentido” sentenciou Hermione “Ela nunca mexeria aquilo do lugar. É toda uma vida de pesquisa... E ela sabe que o Harry já viu, conhece, sabe como funciona, na medida do possível, quer dizer, ninguém sabe do que aquela arma realmente é capaz... Mas pensa bem... Com aquilo à solta, só de pensar que pode estar nas mãos de gente errada... Seria uma tragédia. Quer dizer, é uma tragédia. Não a culpo por estar desesperada”

“Mas ela não pode culpar o Harry! Foi uma fatalidade, uma...”

“Com a ‘presença’ do Harry que os Luduans sentiram lá? Com o conhecimento que ele tem sobre aquele artefato...? Com ele estando na madrugada em que o crime aconteceu? Com a antipatia que ela sente pelo Harry, para não dizer ódio, depois do caso do Seth Waldorf? Ela não apenas acha como tem certeza que ele que roubou! Ela vai investigar até as últimas consequências em busca daquele artefato...”

“Mas ela nunca vai achar!” Exclamou Rony, incrédulo com aquela situação.

“Então ela não vai descansar até por o Harry....”

“Em Azkaban” Harry completou, com a voz trêmula.

“Nem vem... Você é o Harry, o Harry Potter!” Rony disse aquilo tentando animar, mas não surtira o mínimo efeito.

“Ela é a Integra Waldorf. A bruxa mais poderosa, influente e sombria que eu já conheci... E esposa do Seth Waldorf. Ela não quer só justiça... Ela quer vingança.”

Duas horas depois de ouvirem essa conversa, Alvo e Tiago viram o dia amanhecer. Eles não conseguiram pregar os olhos, pensando na possibilidade do pai, Harry Potter, o Chefe dos Aurores, ser mandado para a prisão dos bruxos”


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Notas finais do capítulo

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