Alvo Potter e o Jardim Maravilhoso escrita por Yomika


Capítulo 4
Os Potter


Notas iniciais do capítulo

※ Galera, eu estava com medo de algumas semelhanças desta história com Animais Fantásticos e os Crimes de Grindelwald atrapalhassem o meu planejamento, mas vi o filme anteontem e, ainda bem, nada vai mudar por aqui. Os capítulos serão postados com uma frequência maior, então!

※ No capítulo anterior… Conhecemos os Licaster e sua nova integrante Isobel Waldorf. Agora vamos conhecer outra famosa família de bruxos: Os Potter! Espero que gostem do Alvo! YO!



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— Faltam só 21 dias...

 

Um garotinho magricela estava deitado em sua cama fitando o calendário pregado na parede, que marcava em contagem regressiva o primeiro de setembro. Conforme a distância entre os dias ia diminuindo, Alvo Potter sentia uma excitação crescente. Ele repetia a diferença cada vez que acordava e hoje era dia 11 de agosto... “Faltam só 21 dias”.

A manhã despontou cinzenta: muitas nuvens cobrindo o sol e um fraco chuvisco tamborilando a janela do quarto de Alvo, que estava fosca pela névoa matinal. O garoto levantou-se e pegou uma caneta vermelha e riscou o dia 11 de agosto no calendário, empolgado. O quarto à penumbra estava silencioso, apesar dos movimentos e loops que os jogadores montados em vassouras faziam de dentro de pôsteres amarelos vivos (excetuando um velho quadro vazio e chato). Era um lugar amplo, tinha o teto bastante alto pintado de um esverdeado que e menino detestava. Em cima da escrivaninha havia um livro intitulado “Queda e ascensão da das artes das trevas”. Assentando o livro, uma esfera preenchida por um tipo de fumaça vermelha.

Alvo foi fitar sua cara amassada no espelho de moldura negra que ficava no banheiro. Um par de olhos verdes claríssimos fitaram o menino de volta, ainda semicerrados. Os cabelos marrom-avermelhado estavam mais em pé do que nunca... Mas faltavam...

— Só mais 21 dias...

As férias de verão no Largo Grimmauld estavam sendo tediosas ao ponto da tortura. Alvo não conseguia se distrair, o que fazia os dias passarem muito lentamente. Ele esperava tanto o dia primeiro de setembro, que já começava sonhar com isso. A ansiedade fazia os sonhos ficarem cada dia mais mirabolantes.

Hoje mesmo Alvo acordara sobressaltado. Sonhava que estava enfrentando uma Dragonete em um picadeiro de um circo, em frente a um público de alunos que já haviam passado no teste para entrar em Hogwarts. Tiago gritava “covardão” enquanto o menino desviava por um triz das chamas do bicho enorme. Outro dia, tinha sonhado que, ao chegar em frente ao expresso, descobrira que, na verdade, havia acontecido um engano e o menino deveria voltar para sua verdadeira família, um grupo de trouxas que o chamavam de “Guilhermindo”.

Na verdade, Tiago tinha mais culpa nos sonhos do que a ansiedade em si. O irmão mais velho de Alvo já estava no terceiro ano e divertia-se com o drama do garoto, inventando lorotas sobre os critérios para entrar em Hogwarts...

“Você precisa mostrar que é corajoso, é o pré-requisito, então eles não aceitam ninguém que não saiba se livrar de uma manticora de verdade” dizia, ou então “Hogwarts é famosa pela esfinge que fica na entrada e te deixa passar só se responder o que ela quer...”. Alvo não acreditava em nada disso, mas em acessos de nervosismos, imaginava-se tocando uma flautinha enquanto uma quimera arreganhava os dentes para o garoto.

Mas, ultimamente, o que realmente estava incomodando era a afirmação categórica de seu irmão mais velho de que Alvo tinha vaga garantida entre os Sonserinos. Isso sempre causava briga, por que Alvo não queria nem pensar em não ficar na mesma casa que seu pai, Harry Potter, estudara em sua época. O pouco que sabia sobre as casas de Hogwarts eram os relatos do seu tio Rony, que parecia nem considerar que tanto o sobrinho quanto sua filha, Rosa (que entraria aquele ano em Hogwarts também) não iriam para a Grifinória, muito menos chegar perto da nojeira que era a casa Sonserina, na sua mais sincera opinião. Os pais as vezes comentavam, nostálgicos, algumas aventuras que tiveram no Castelo, mas preferiam não revelar tudo "Você terá seu momento, filho".

Mas Tiago deixava bem claro para o irmão que, talvez (querendo dizer “muito provavelmente”, beirando o “com certeza”), o menino não satisfizesse os requisitos para ser um Grifinório, cuja principal característica era a coragem. E não deixava de ser verdade - Alvo pensava secretamente - por que o menino admitia ter o ânimo de uma barata miastênica.

Tiago teve que estudar em escolas de trouxas até completar onze anos, quando finalmente entrou em Hogwarts. Lily ainda estava matriculada em Hopkins, pois estava ainda com dez. Alvo se sentiu muito aliviado de deixar a escola provisória. O garoto não tinha muitas boas lembranças do lugar.

Acontece que enquanto estudou com o irmão, teve que se manter na sombra de Tiago sempre. Alvo era magricela, pálido e não demonstrava nenhum sinal de querer enfrentar os grandalhões que faziam confusões sem senso de limite. Os três irmãos, enquanto estudaram juntos na escola dos trouxas, eram evitados, por que todos os consideravam “esquisitos”.

Naturalmente não eram crianças normais. Eram bruxos, mas obviamente ninguém sabia disso. Mas as pessoas meditavam o porquê dos garotos parecerem estar envolvidos todas as vezes que algo de estranho ocorria (como o fatídico episódio em que Tiago inexplicavelmente fez todos os armários explodirem quando o seu havia sido trancado em uma brincadeira de mal gosto). Lily havia demonstrado o dom para feitiçaria aos sete anos, quando resgatou um gato que havia subido em uma árvore imensa, descendo e subindo sem ninguém conseguir explicar como.

Alvo, porém, demorara bastante para mostrar que tinha capacidade de fazer algum tipo de mágica. Pode até escutar os pais ponderando o fato do menino ter nascido abortado. Tiago brincava de chamar o menino de “meu irmão trouxa” secretamente, até sua mãe o pegar o flagra e presenteá-lo com um sermão de horas. Todos ficaram bastante emocionados quando alvo fez a armadilha de bombinha explosiva de Tiago não funcionar para ele, mas acionar magicamente quando o seu irmão voltou a pegar no logro, fazendo a cara dele ficar lilás até seus pais encontrar um contra-feitiço correto.

Mas, fora isso, Alvo sempre fora inegavelmente medíocre no que diz respeito à mágica e, tinha que concordar, em praticamente todos os outros aspectos. Dependia de Tiago para tudo e constantemente precisava ser salvo quando a gangue mais da pesada de Hopkins o encurralava para implicar, sendo eufêmico. Tiago vivia repetindo que Alvo deveria tentar se defender sozinho, chamando de “bebezinho” na tentativa de acionar no garoto algum mecanismo de fúria. Mas isso só fazia Alvo se sentir pior.

Tiago sempre fora melhor em tudo. Quando iam para casa da avó Molly, o irmão mais velho sempre conseguia tomar o primeiro lugar na corrida de vassouras e - dentre todos os primos - Alvo era sempre o último colocado. O menino até se eternizou como Cleansweep 1 ambulante (uma vassoura lenta demais para o padrão da Firebolt que Tiago possuia). Ele também levava o apelido de “senhor prudente” pela lentidão e excesso de cuidado que Alvo tomava no ar. Isso por que ele tinha um trauma secreto, oriundo da queda que levava da vassoura na primeira tentativa de voo. Desde então, o menino não arriscava passar dos 30 quilômetros por hora, o que garantia a lanterna na corrida entre os primos.

— Mas agora vai ser diferente... – pensou em voz alta, olhando para a manhã nublada lá fora. É, as coisas iam mudar. Ele ia aprender a fazer feitiços, e ia se esforçar para se tornar bom. Ia ser o melhor da turma “Não, ia ser melhor aluno de Hogwarts”. Ele que iria mostrar como é que se faz. Ia ser o melhor em tudo... Nas matérias e até no quadribol. Imaginou-se pegando o pomo de ouro e...

— ... E ELE PEGOU O POMO! ALVO POTTER GANHOU A TAÇA DE QUADRIBOL PARA A GRIFINÓRIA... – a torcida delirava. Os jogadores da Grifinória jogavam ele pro ar ...

— O melhor jogador de Quadribol de todos os tempos... Eu? Obrigado Tiago, no sangue, é o que dizem... Autografo? Claro, claro... Eu...

— Será que eu também posso ganhar um autografo do “Melhor jogador de todos os tempos”? – disse uma voz risonha de trás de Alvo. Um garoto de cabelos morenos e caprichosamente desgrenhados, um pouco mais velho que Alvo, de olhos castanhos desapoiou-se da porta e veio ao encontro do irmão, enquanto o menino saía de cima da cama e largava a taça de Quadribol imaginária, vermelho como um pimentão.

— Acho que você deveria pensar em fazer Artes bruxas, teatro, canto, dança, sei lá... Sério, tem futuro pro ramo! Ouvi dizer que é pré-requisito falar sozinho e ter alguns parafusos a menos para...

— ...Cala a boca ... – Disse Alvo emburrado, enquanto ajeitava a roupa de cama – não sabe bater?

Calma amigão – Tiago riu-se – tava aberto, você nunca dorme com a porta fechada. Tem medo do escuro...

— O que você quer? São seis da manhã...

— Não sabe que dia é hoje? – Tiago sentou-se na escrivaninha de Alvo e balançou uma esfera cheia de fumaça azul. O menino jogou a esfera de vidro para Alvo, que mudou de cor para um vermelho vivo assim que tocou na mão do menino.

Ah!— exclamou, e a esfera voltou ao azul costumeiro.

Não acredito que você... Ela ta lá embaixo e pediu pra acordar você... Não sei pra que...

— Você já...?

— Ahã – Tiago respondeu rápido, com um sorriso radiante – e ela disse queadorou... Acordei cedinho. Papai não estava... Entreguei o café na cama e depois dei.

— Sai do quarto! – Alvo pulou da cama e ofereceu a porta para o irmão – Sério, Tiago, rapidinho! Preciso... Eu... Sai Tiago! – Alvo empurrava um menino com uma cara intrigada para fora.

Trancou a porta. Correu para a cama e prendeu a respiração por alguns segundos (era alérgico a coisas mofentas), puxou o colchão, revelando a base da cama. Então abriu um flash-clair discreto ao lado direito da base, revelando um espaço protegido por um fundo falso. Palpou a abertura do tecido às cegas até encontrar o que procurava. Algo redondo, um tanto áspero. Embrulhou rapidamente em um papel presente amarelado que havia guardado dentro de um livrinho na escrivaninha e saiu do quarto disparado.

Quando Alvo desceu os vários lances de escada e chegou na sala de estar, encontrou apenas uma menininha ruivinha tocando um piano branco de cauda. Ela até que tocava muito bem, tinha talento para a música, a irmã caçula. Como ela parecia concentrada em uma melodia bonita e aparentemente complexa, não quis interrompê-la. Alvo tentou evitar também o papel de parede com a árvore genealógica dos Black, mas algo o atraía para os rostos estranhos, a maioria demonstrando ter tido poucos amigos em vida. E ali estava o único nome que já tinha ouvido falar, apesar da foto estar chamuscada, escondendo o rosto, sabia que aquele homem chamado Sirius Black era padrinho de seu Pai, que herdou a casa dele.

O menino encontrou Tiago esperando na sala de jantar, em uma das cadeiras da mesa, com a mão no queixo, parecendo entediado. Ele fez um gesto apontando para a cozinha que ficava no andar debaixo. Alvo desceu as escadas.

A cozinha, apesar de subterrânea, não sufocava. Era espaçosa e tinha um toque especial de antiguidade chique com as paredes de pedra e o lustre de serpentes. Assim que pisou no degrau da metade já pode ver uma mulher alta, ruiva e muito bonita, que lhe sorria, fazendo ao mesmo um gesto rápido com a varinha. Uma assadeira entrou flutuando até o forno, depois a porta dele se fechou, enquanto a mulher ia ao encontro do seu filho. Ele a abraçou forte, com uma só mão, depois revelou sorridente o que estava escondendo atrás das costas na outra mão.

— Feliz aniversário mamãe...

Gina olhou surpresa para o pacote amarelado e abriu-o, revelando uma esfera do tamanho de um limão pintada de dourada, com duas asinhas de ganso penduradas nas laterais. Na esfera tinha um G gravado. A mulher deu um beijinho na bochecha do menininho feliz.

— Foi você mesmo que fez? – disse, enquanto olhava para a bolinha. O menino fez que sim com a cabeça, parecendo satisfeito – Está muito bonito, o Pomo. Provavelmente o mais bonito que peguei. Obrigada, Al.

O menino olhou para um lado, para o outro, depois finalmente perguntou:

— O que o ... O que foi mais que a senhora ganhou?

Gina olhou desconfiada.

— Al, você não...

— Só quero saber... Só curiosidade – apressou-se a explicar, tomando cuidado para não olhar nos olhos da mãe.

— Lily compôs uma música no piano e Tiago conseguiu uma foto da época de Hogwarts...

Alvo sentiu-se imediatamente deprimido. Um pomo de ouro que não era de ouro todo torto e malfeito? O que era o seu presente perto de uma composição de piano de sua irmã de dez anos de idade e uma foto nostálgica que deve ter arrancado lágrimas da mãe?

— Al... – começou a mulher. O menino parecia estar muito interessado no listrado do pijama. A mulher levantou delicadamente o queixo cabisbaixo – você não precisava me dar nada, você já é o meu presente.

Não foi convincente. Mas para não parecer um ciumento, Alvo concordou, forçando o riso. A mulher sapecou mais um beijo na bochecha corada do menino e chamou o irmão que estava no outro compartimento, parecendo intrigado e curioso.

— Estou tendo uma terrível experiência com essa torta de caramelos que me dispus a fazer... Seu pai adora, mas acho que não tenho a mesma habilidade que a sua avó... - Gina fez um movimento impaciente com a varinha e a porta do forno abriu-se. Uma torta negra e chamuscada saiu do forno e com outra balançada da varinha a mulher abriu o cesto de lixo e jogou-a lá dentro, para fazer companhia com outras experiências culinárias infelizes – Não consigo lançar o feitiço direito para ficar no ponto...

“Mais tarde a gente vai para a Toca, sua vó anda misteriosa com essa festa de aniversário de casamento... Ela disse que ia passar aqui para dar uma mãozinha... Seu pai não precisa saber que não fiz sozinha... apesar de... É, ele vai desconfiar, mas acho que...” e lançou um olhar enfático para Tiago “Por isso estou pedindo para vocês um favor. Tiago, você e Al vão a Quinquilhares e peguem o presente do pai de vocês que eu mandei restaurar...”

Tiago olhou da mãe para Alvo, com jeito de quem estava ofendido.

— Porque o Al tem que ir junto? Não quero bancar babá... (Eu não sou um bebê!)

— Por que eu quero que Alvo vá. Por isso. Pega o guarda-chuva que está lá no terceiro andar, no quarto de hospedes, pelo jeito que está o céu... E não me olhe assim.

Tiago subiu pisando forte, decididamente chateado. Quando a mãe certificou-se que o menino já estava bastante longe, ela se dirigiu para Alvo.

— Eu quero que você fique de olho em Tiago. Ele sempre se mete em encrencas, gosta de sair com a vassoura e você sabe que devemos ser discretos nesse bairro... – o menino fez que sim com a cabeça - Então estamos combinados.

Um tempinho passou e Tiago voltou, parecendo um pouco menos emburrado. Ele segurava um guarda-chuva rósea de cabão. Mostrou para Gina (“É esse?”), que concordou, pedindo para os dois tomarem cuidado e não se meterem em encrencas.

Alvo e Tiago saíram juntos da casa 12 no largo Grimmauld, passeando por ruas de um subúrbio trouxa. Tiago ia tagarelando sobre amigos, pessoas, fatos e situações, enquanto dobrava à esquerda, à direita, seguia em frente, depois dobrava outra vez, parecendo saber exatamente para onde ia. Como Alvo não costumava sair muito sozinho, considerou-se perdido quando eles passaram em frente a uma encruzilhada mais movimentada, cheia de transitastes e carros ao pico das dez horas da manhã.

Supermercados e lojas trouxas diversas se acotovelavam entre as esquinas, muitas pessoas andavam para lá e para cá, atarefadas. Passou um tempinho até que voltaram a entrar em uma zona suburbana mais calma e silenciosa e, após mais alguns minutos de caminhada, Tiago apontou para uma edificação no fim da esquina, que indubitavelmente destoava com as casinhas trouxas que emparelhavam com ela.

Era muito estreitinha, mas bem alta. Deveria ter uns 3 andares, que ameaçavam cair para o lado de tanto tortos eram. Feita de tijolos amarelados e antigos e um telhado ondulado com estátuas de corujas no cume, o lugar era rodeado por uma atmosfera misteriosa. Na marquise do primeiro andar, havia uma placa com letras tortas de madeira, formando: “Antiquário Quinquilhares”. Mas eles não chegaram mais perto.

— Vou fazer uma coisinha antes. – informou e pôs numa mão do menino moedinhas de ouro e na outra o guarda-chuva escandaloso – Vai lá e pega com o Tatcher - Ele virou-se e foi andando um tanto mais à frente do antiquário, pretendendo, pelo visto, dobrar a esquina.

— O que você vai fazer Tiago?

— Uma coisa aí...

— Eu vou com você! – disse o menino, alcançando Tiago com uma carreira.

— Não! Vai lá pegar a encomenda!

— Mas eu nunca fui lá só!

— Tudo tem sua primeira vez! Não amola, Al!

Mas o menino cruzou os braços e sentenciou:

— Eu conto pra mamãe.

— Fofoqueiro! Um intrometido, é o que é! Bebezão! (“eu não sou bebê!”) Então prova, vai lá sozinho e compra (“Não!”) – e os garotos ficaram discutindo, até Tiago revirar os olhos e dar um fim no impasse:

— Tá, tá bom! Você vem, mas se contar alguma coisa pra mamãe...

— Eu não conto... – prometeu Alvo.

Os meninos dobraram então a esquina, deixando o Antiquário para trás. Chegaram em outra ruela de trouxas, mas deram em uma igrejinha velha deserta. Tiago, seguido por um Alvo curioso, seguiram ao fundo dela, onde tinha um cemitério abandonado, cheio de árvores altas e frondosas. Tiago, então tirou dos bolsos o que parecia uma bombinha da forma de um dragão, tirou um isqueiro, olhou para os lados e sorriu maliciosamente.

— O que é isso?

— Novo logro do tio Jorge. Primeira mão! Primo Fred me deu... Eu vou testar. To morto de curiosidade pra saber o que ele faz. Depois a gente pode ir pegar lá o negócio da mamãe...

— Mas... Tiago, e se for perigoso? Pode chamar muita atenção, a gente tem que tomar cuidado com os trouxas...

— Para de ser chorão, não tem ninguém aqui. É vazio, não passa nem cachorro. Eu já vim aqui antes, sério, o lugar é abandonado. E além disso - o menino ascendeu o pavio do logro com um sorriso sapeca – as árvores cobrem – e enterrou ele no chão de terra batida e se afastando ligeiramente, com a ansiedade estampada na cara.

O pavio foi até o fim. Segundos se passaram, minutos... E nada. Tiago pegou o logro, o fitou decepcionado e murmurou.

— Preciso avisar pro Fred que ele me deu um com defeito... – e pois no bolso – agora vamos ao antiquário. E Nada de abrir o bico pra mamãe! (“Tá!”).

Alvo também estava decepcionado. Adorava os logros do tio, mas também se sentiu culpado. Deveria contar que Tiago andava fazendo besteira, mas se contasse, ganharia implicância de graça hoje à noite. Além disso, falou para si mesmo que já que Tiago não teve êxito na insubordinação, isso a anulava. Não fizera nada de errado, na prática.

Voltaram à loja Quinquilhares, dessa vez parando em frente a porta. Tiago foi até o trinco e bateu-o três vezes contra a porta. O silêncio se estendeu, até ouvirem um som de destrave, fazendo a porta se escancarar. Os garotos adentraram no local...


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Notas finais do capítulo

※ Obrigado por ler!
※ Se puderem dar uma força pra história, comentem e favoritem!
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※ Até o próximo e YO!