Alvo Potter e o Jardim Maravilhoso escrita por Yomika


Capítulo 17
O Potter Sonserino


Notas iniciais do capítulo

※ No capítulo anterior… O pesadelo se tornou realidade, e por não querer ser medíocre, Alvo acaba sendo selecionado para a Sonserina. Tiago está chocado e Alvo parece que perdeu o chão. Ao que parece, o destino do filho do meio de Harry Potter será totalmente diferente do destino do pai, que há muitos anos atrás recusou-se a ir para a casa da Serpente. ※

※ Obrigado novamente à Bia, por comentar primeiro e a Laimon também! Obrigado por apoiarem esse autor que vos digita! ※

※ Espero que gostem desse capítulo! ※



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Alvo não conseguia despregar os olhos de seu irmão mais velho. Tiago também o fitava, com a face pálida e a boca semiaberta. Então a mesa à esquerda pareceu que tinha explodido. Os Sonserinos levantaram-se, aplaudindo e ovacionando o garoto pregado à cadeirinha de quatro pernas. Eles sorriam para ele, falando “Ganhamos um Potter! Um Potter Sonserino!” e coisas do gênero. Mas Alvo ainda estava hipnotizado, os olhos verdíssimos ainda vidrados nos cor de âmbar doirmão. Os olhos de Tiago traduziam à Alvo algo terrível. Era como se ele estivesse acabado de ficar órfão.

Ravus obrigou o menino se levantar da cadeira. Alvo caminhou até a mesa da Sonserina, um percurso curto que, porém, pareceu ter levado horas. O garoto finalmente encontrou Rosa e Dominique em meio ao grupo de estudantes que restava ser selecionado. A expressão de Dominique não era melhor do que a de Tiago e Rosa parecia que simplesmente não acreditava.

Alvo primeiramente recebeu os fervorosos cumprimentos de Lorcan Scamander. Sentou-se ao lado de Mathew Owen, que parabenizou-o, parecendo, apesar disso, impressionado. Dedâmia dava gritinhos estressantes, ao mesmo tempo que Nelson sorria com a velha simpatia automática de sempre. Juliana, como era de se esperar, não esboçou nenhuma reação digna de nota. Escórpio estava mais para a frente de Mathew, fingia que Alvo não existia; Mas um veterano levantou-se para lhe dar um tapa de tirar o fôlego. Mas o garoto não estava de fato na mesa. A cabeça dele estava a mil, tentando entender o que havia acabado de acontecer. A ficha tinha acabado de cair.

Alvo tinha sido selecionado para a Sonserina. Alvo POTTER, o filho de Harry Potter e Gina WEASLEY, um Sonserino? Isso simplesmente não podia estar acontecendo. Ele fitava o chão, apenas concordando com a conversa vaga das pessoas que falavam ao seu redor, sem, contudo, compreender de fato o que elas estavam falando. Agora, ciente de que era um Sonserino, que seus piores pesadelos haviam se realizado a alguns minutos atrás, a última coisa que ele conseguia era falar com alguém. Sentia que tinha algo preso, entalado na goela. Não conseguia virar o pescoço para a mesa ao lado, onde os Grifinórios, inalcançáveis, comemoravam... Era insuportável.

E sua família? O que os Weasley pensariam disso. O que os tios falariam? O que Ted acharia disso? Alvo lembrava-se de tio Rony dizer que deserdaria Rosa se ela não fosse da Grifinória. Será que ele podia já se considerar um exilado?

O que seu pai e sua mãe pensariam disso? Sua mãe... Ela compreenderia, ela com certeza... Será? Uma legítima Grifinória, que contava as suas diversas aventuras em Hogwarts, todas mencionando orgulhosamente a casa da Grifinória e a rivalidade intrínseca com a Sonserina. Mas e o seu pai? Alvo lembrara das últimas palavras dele antes de zarpar no trem.... Ele disse que Alvo tinha os dois nomes inspirados em antigos diretores. Alvo, do genial Alvo Dumbledore, que era, muito acertadamente, um Grifinório. Já Severo, como Juliana havia citado, um Sonserino. E seu pai Harry tinha dito que ele fora Um dos homens mais corajosos que já conheci. Só que Juliana tinha dito que Harry o detestava... Isso não fazia o mínimo sentido. Se você for, a Sonserina ganhará exelente jovem bruxo. Será que ele tinha dito isto de boca para fora, apenas para tranquilizar o garoto, tendo a certeza de que o filho seria da Grifinória.

Alvo tinha vontade de baixar a cara na mesa e ficar ali, escondido até a cerimônia acabar. Mas isso era algum tipo de conforto. Depois ele teria que ir para o Salão Comunal da Sonserina... O que Alvo queria mesmo era voltar no tempo e gritar “Sonserina não” para o chapéu seletor. Até lufa-lufa era uma opção, tudo menos Sonserina...

Ele ia ficar longe dos primos, da família, sendo obrigado a ficar totalmente só nos dormitórios. Rosa e Dominique ainda não tinham sido selecionadas... O garoto desejou muito secretamente que ambas fossem para a Sonserina, mas procurou não alimentar esse sentimento, pois o fazia se sentir culpado. Quem era ele para, por puro egoísmo, amaldiçoar as primas. Foi quando Alvo levantou o olhar para prestar atenção um pouco mais na cerimônia, ainda forçando o desejo sujo para o fundo da mente, onde ninguém encontraria...

— River, Kyle.

LUFA-LUFA! — disse o chapéu seletor. Alvo sentiu uma espécie de acidez no estômago quando olhou o chapéu. Era raiva.

— ...nunca ia pensar, mas olha aqui. Isso pode até sair nos Jornais — disse Patrichio, entusiasmada — Já estou até vendo a manchete: “Um Potter Sonserino”. O que acha, Alvo?

— Não é? — concordou Dedâmia, mexendo no cabelo — pode mesmo.

Alvo queria que eles simplesmente calassem a boca. Jornal? Já não bastava a reportagem do circo? Ele não queria pensar nisso, então concentrou-se com todas as forças a ouvir Tabatha Ravenborn ser escolhida para... Ah não, Sonserina de novo. Olhou para o outro lado da mesa da Sonserina para fugir da conversa dos primeiranistas. Os veteranos também conversavam excitados. Alvo identificou a menina de cabelo negro e liso com franja, que aparentava ser mais velha, mas sempre estava perto de Isobel, tanto no dia do circo quando no trem.

A menina conversava com outro veterano da Sonserina que era muito forte e alto. O olhar de Alvo se encontrou com o dele e o menino falou alguma coisa no ouvido dela, então a menina virou-se para Alvo e deu um sorriso de puro deboche, batendo o cabelo e voltando a conversa com o grandalhão da Sonserina. Lorcan estava próximo a menina também, mas concentrava-se em uma conversa com uma loira mais à frente que ria... Deveria estar rindo de Alvo... O garoto já estava achando que estava paranóico, então resolveu voltar a olhar para a seleção. Mika Sulivan era da Lufa-lufa também, mas Raphaela Tephelles era da Corvinal… Viu uma menina chamada Phandora tinha o sobrenome ‘Ugarte’, assim como a boticária da Travessa do tranco. Tinha a aparência maligna, com os cabelos bem despenteados e os olhos castanhos claros, quase vermelhos.

— Waldorf, Isobel.

Houve um murmúrio súbito quando o sobrenome de Isobel foi citado, mas desta vez não veio dos alunos, mas sim do corpo docente. Volgelweide falou algo no ouvido da professora Aileen, que lhe lançou um olhar repreendedor. Depois ela concentrou-se em fitar longamente Isobel. Será que Adhara Aileen conhecia a garota de alguma forma?

Isobel sentou-se na cadeirinha e, parecendo desconfiadíssima, colocou o chapéu seletor e esperou. Alvo queria que Isobel fosse para outra casa, pois não gostaria de ter que levar patadas do amanhecer de cada dia até a aurora do outro. No entanto, ele sentiu um estranho conforto quando o chapéu seletor falou para todos ouvirem “SONSERINA!”, mas nunca poderia explicar o porquê. Talvez algo com os Waldorf o atraísse, pois, com as descobertas durante as férias de verão, Alvo teve uma estranha certeza de que eles e os Potter tinham algum tipo de história compartilhada, a qual ele deveria conhecer para entender Integra e todos os fatos que se desenrolavam atualmente.

Quando foi selecionada, a primeira pessoa a qual Isobel recaiu o olhar foi para Alvo. Era um olhar indecifrável. Ao mesmo tempo, ambos os garotos cortaram a ligação de olhar. Isobel sentou-se no lado oposto da mesa da Sonserina, onde estava Escórpio. Foi cumprimentada por Lorcan e desde então ficou em silêncio, apesar de Alvo ter notado um sorriso mínimo do Malfoy.

— Weasley, Dominique. — chamou Ravus.

Alvo viu a prima esperar a decisão do chapéu. Não deu outra.

GRIFINÓRIA!

Muitos aplausos vieram da mesa ao lado. Mas Alvo não queria olhar. Ele fechou os olhos e esperou até a ovação acabar. Isso por que a próxima a ser selecionada era...

— Weasley, Rosa.

Alvo sabia o que ia acontecer, mas quando aconteceu, foi pior. Rosa era da Grifinória também. Era como se ele tivesse engolido três pedras de gelo. O estômago estava congelado. O olhar dele encontrou com o de Rosa e quando ele viu a prima ser abraçada pelo irmão ele teve uma certeza: o ano seria muito, muito difícil.

O último a ser selecionado foi um Sonserino chamado Dorian Zabine, um garoto negro de olhos tão verdes quanto Alvo.

O vice-diretor Ravus fez o banco e o chapéu flutuarem até uma porta no fundo do grande salão.

— Antes da nossa diretora iniciar o discurso de boas-vindas, iremos escutar a apresentação do clube de canto lírico de Hogwarts, liderado pelo professor Buchanan Garfield. Buck, por favor...

O homem de cabelo branco e topete vermelho levantou-se da mesa dos professores (“Obrigado, Aleph”) e postou-se em frente do púlpito de coruja prateada. Os alunos que Alvo tinha visto antes apareceram da porta dos fundos do grande salão. Os instrumentistas ficaram mais à esquerda, portando Harpas enormes, flautas esquisitas e dulcimeres elegantes. Já os membros do coral, de garotos e garotas em número igual, ocuparam centralmente os três degraus da escada do patamar elevado. Cada membro do coral trazia corvos que se empoleiravam obedientemente nos ombros deles.

O professor Garfield veio gingando até a frente do coral e contou com a varinha a balançar:

— E um e dois e três e...

Primeiramente os instrumentistas tocaram uma melodia harmoniosa e carregada de um profundo mistério. À maestria do professor, o coral então começou a cantar com vozes de ópera. Ao compasso, os corvos crocitavam, como legítimos cantores.

 

“Dom dondonrin, dom dom, dondonrin dom dom

Onde estará, onde estará? (crá, crá, crá crá!)

Dondonrin, dom dom, dondonrin dom dom

Onde estará?

O sol se vai

A noite cai

As estrelas cintilam no céu (crá-crá!)

Perfurando o vasto e negro véu (crá-crá!)

Mas traga-me as luzes,

E eu impugno a escuridão

Pois a noite é longa

A floresta eterna

Segure a minha mão...

O tempo é frio

O vento, esguio

Mas, coragem! Temos de seguir! (crá-crá!)

Temos tempo até o dia emergir (crá-crá!)

Ele fareja os ventos

E segue todas as pegadas

Ela não fugirá

Ele a encontrará

Seguirá até a alvorada

Eu juro, a encontraremos

E não descansaremos

Até achar! (crá-crá-crá!)

Até achar! (Crá-crá-crá!)

Dom dondonrin dom dom!

Dom dondonrin, dom dom, dondonrin dom dom

Onde estará, onde estará? (crá, crá, crá crá!)

Dondonrin, dom dom, dondonrin dom dom

Hei de encontrar... Onde estará?

 

Ao fim da música os corvos crocitaram com ainda mais vontade, indo para o braço dos estudantes e batendo as asas, excitados com as palmas da plateia. O professor e o corpo musical e curvou-se em reverência aos aplausos e se retiraram. Subitamente os aplausos sumiram. Estava de pé atrás da mesa dos professores a bruxa muito velha e alta de longas vestes verdes, com os cabelos brancos em coque, acimado por um chapéu coco preto de bruxo, cuja a base tinha algumas esmeraldas no bordado dourado.

Alvo já tinha visto aquele olhar sério sob os óculos quadrados retinindo sob as chamas das velas. Era uma amiga dos pais que já tinha visto algumas vezes em casa. Tinha aprendido a associar a presença dela com algum problema, pois sua visita sempre significava que o pai deveria ir ao Ministério, até mesmo em dia de folga. A última vez que ele tinha visto aquela senhora foi um pouco antes da Copa do Mundo na Patagônia, quando o pai voltara para a casa com uma nova cicatriz no rosto.

A diretora Minerva Mcgonagall esperou todas as conversas paralelas acabarem então, quando o silêncio estava como ela gostava, sua voz austera ecoou pelo salão.

— Boa noite e, aos primeiranistas, sejam bem-vindos. — e deu um sorriso mínimo de canto de boca. — Antes dos avisos de início de ano letivo, primeiramente, o banquete. Sirvam-se e... — a diretora fez um gesto abrangente com a varinha e acrescentou — Bon Appétit. — sentando-se novamente.

Alvo notou que a mesa agora estava repleta de pratos de comidas estonteantemente cheios. Camarões a canapé com molho branco, rosbife com grãos, caça selvagem, tortas salgadas, costeletas com cogumelos, gordas galinhas assadas, brilhantes ao óleo, ladeadas por massala em um ensopado vaporoso. Pudins de carne à moda de Yorkishire, presuntada com salva e queijo frito. Cenouras, alfaces, cebolinhas, e couves embebidos em óleo de oliva, enfeitando uma travessa de porco assado, lagostas e moluscos em rodelas de frutas tropicais. Uma pilha de almôndegas e as fatias de cordeiro com fatias de batatas fez Alvo esquecer da Sonserina e lembrar que não tinha comido nada desde o trem. Estava faminto.

Alvo encontrou na comida a distração que precisava, por que de boca cheia não podia participar da conversa animada que os demais Sonserinos desenvolviam ao redor.

— Eu sabia que eu entraria na Sonserina. — pode-se ouvir Nelson falando — a Juju também, claro. A gente sempre ta junto desde pequenininhos, imagina primos tão unidos como a gente se separarem?

Juliana concordou enquanto mastigava um pedaço simples de cogumelo. Alvo sentiu-se um pouco incomodado com aquelas palavras. Sentia que fosse para ele. Nelson continuava a falar para Mathew, que comia uma coxa de frango e purê.

— A Isobel, nossa prima, também está na Sonserina. Isso é fantástico. Apesar dela não ser irmã da Deby de verdade, as duas são da Sonserina. Deborah Waldorf é a outra filha da tia Integra, não é Juju?

Juliana concordou novamente, mas acrescentou:

— Apesar da tia ter dito que era da Corvinal.

—Sim, sim — riu-se Nelson. — mas acho que você sacou o que eu quis dizer. A nossa família está em peso aqui na mesa. Sem contar com a mesa dos professores. Se bem que...

Nelson. — repreendeu Juliana. E o menino se calou.

Então a outra garota, a mais velha, era outra “filha” de Integra Waldorf... E ele estava na mesma casa dela. Mas Integra era da Corvinal e, segundo Nelson, havia outro parente deles entre os professores. Seria o vice-diretor Ravus? Fazia sentido, pois ele havia levado Isobel para as compras... Isso piorava bem mais as coisas.

O olhar de Alvo recaiu para a mesa dos professores, que comiam também os seus próprios banquetes. Ravus estava à direita de Minerva. O seu banco deveria ser mais alto, pois estava quase no mesmo patamar que ela. Aileen, com seu rabo de cavalo jovial, puxava papo com um homem que Alvo tinha visto no aniversário de casamento e agora percebera que era o mesmo que estava no camarote com a professora no dia do Juperos. O rapagote de cabelo castanho, com os olhos meio puxados, forte e alto, com aquele velho sorriso sacana. Que aula será que ele ministrava?

O senhor Slugorn falava com o tio Rúbeo, muito conhecido de Alvo. O gigante de cabelo vasto, já esbranquiçado e muito desgrenhado parecia estar ouvindo um assunto interessantíssimo, pois ambos haviam abandonado os pratos ainda cheios. O professor Garfield, por sua vez, insistia em falar com o professor Vogelweide. Mas o albino parecia estar mais desconfortável do que um urso polar em um deserto escaldante.

Neville, o tio Neville, muito conhecido de Alvo, um homem de rosto redondo e corado, parecendo um garotão simpático, conversava, por sua vez com uma figura estranha. Era uma mulher branca meio amarelada, com a pele lisa e desprovida de rugas, mas o jeito de quem não era uma jovem.

Os cabelos eram longos e negros, muito lisos, mas ao mesmo tempo cheios, fazendo uma franja repicada e rebelde. O resto das madeixas desciam pelas costas, com alguns penduricalhos de estrelas prateadas presos no cabelo, usados normalmente em dreadlocks. Ela tinha os olhos puxados de asiática, com grossos cílios e olheiras marcantes. As sobrancelhas bem delineadas e pontudas, numa expressão eterna de desconfiança. Na verdade, na verdade, os olhos transferiam uma noção de que aquela mulher tinha bebido demais (e iria continuar bebendo, obrigado, pois enchia o copo de vinho pela segunda vez até a boca).

Para completar o visual, tinha aquele brinco com um desenho de um olho numa mão, só de um lado da orelha e um vestido longo azul brilhante, detalhado por estampas de dragões orientais dourados. O vestido cobria muito além dos braços, ficando um afofamento no punho. Além das mãos, mostrava apenas uma parte do busto pálido e liso, que continha um colar de folhas vermelhas.

A conversa parecia muito boa, pois ela soltou uma gargalhada que mais parecia um grito e todos da mesa a fitaram, a diretora lançando um olhar de reprovação. Ela pareceu nem ligar, pois encheu o terceiro copo de vinho, oferecendo para Neville um gole, que recusou, dando um sorriso meio amarelado de vergonha.

Nesse momento o fantasma da Sonserina (um de aparência pavorosa, com correntes e todo coberto por um sangue prateado) flutuou acima da mesa deles, mas não desceu para falar com os alunos, mas com o outro fantasma, o Nick, entre as mesas da Sonserina e da Grifinória. O outro lançou um olhar para Alvo e saiu, parecendo verdadeiramente arrasado.

Dorian conversava animadamente com Thabata quando a sobremesa chegou. No lugar dos pratos, os doces mais variados surgiram magicamente. Pãezinhos açucarados, Brownies compactos com molhos de morango, tijoletes de sorvete com os sabores mais estranhos e estupendos e inimagináveis, tortas e tortinhas recheadas de molhos suculentos de maçã, biscoitos com tabletinhos de chocolate, baunilha e castanhas. Geléias em muffins fofos ocupavam um montinho excepcional, sem falar do bolo de cheese com ameixas ou o Crumble recheado de cerejas. Lorcan ficou realmente contente, abandonando o jeito pomposo para exclamar:

— Hmmmm! Pudim!

— Eu não gostei dessa cereja, parece meio estragada. — reclamou Dedâmia, fazendo cara feia ao Crumble, o qual Alvo pareceu achar muito gostoso.

— Claro, você comeu um pedaço de papelzinho junto, sua anta. — disse Isobel.

Alvo sentiu vontade de rir pela primeira vez. Mas sentiu o encarão de Isobel, e pensou que era melhor não. Mas Patrichio não se conteve. Riu alto até notar que todos estavam calados. As sobremesas tinham desaparecido.

A diretora Mcgonagall havia se levantado e ficou logo atrás do púlpito da coruja, o olhar dela cintilou em direção a Patrichio, que estava vermelho como um pimentão, afundado na cadeira, querendo sumir dali.

— Agora que estamos todos bem alimentados, penso que toda mensagem será um pouco melhor recepcionada. — disse a diretora com o tom eficiente — Os avisos.

“Madame Brendon, a zeladora, pediu para avisá-los que a lista de objetos proibidos inclui a maioria das novidades da franquia Weasley de logros e brincadeiras. A lista dos itens está afixada nos quadros de avisos dos salões comunais e peço que aos que quiserem infligir as regras, explodindo banheiros ou coisa do tipo (os lábios da diretora crisparam quando ela deu uma longa fitada em Fred, Tiago e Letícia), saibam que há punição e detenções para os que ainda se preocupam com seu futuro acadêmico.

“Além disso, é de conhecimento geral dos veteranos, quero acreditar, e será agora dos primeiranistas que é proibido andar na floresta negra. Ela oferece inúmeros perigos e só em ocasiões especiais os alunos poderão adentrar para aulas ou como detenções, acompanhados por professores qualificados. O povoado de Hogsmeade, por outro lado, poderá ser frequentado apenas em datas específicas por alunos que atingiram a terceira série que estiverem devidamente munidos do termo de consentimento assinado por um pai ou responsável”

“É proibido também aos alunos caminharem pelo castelo após o toque de recolher. Isto é uma infração grave que muitos dos primeiranistas desrespeitam, pensando que não serão punidos. Alguns alunos antigos também devem se lembrar dessas proibições, observando que não possuem privilégio algum ao avançar de série.”

“Os testes de quadribol tradicionalmente são realizados na segunda semana de aulas. O professor de vôo, Rodrick Ruffeil, deverá ser procurado pelos alunos, exceto os do primeiro ano, que se interessarem em ocupar alguma posição do time de suas casas.”

Tonto com tantas regras, Alvo ficou novamente amuado. Quer dizer que ele não poderia participar do time de Quadribol... “Peraí” pensou Alvo. Ele agora era da Sonserina, se ele almejasse algum dia ser jogador de quadribol, jogaria contra o Tiago, que era batedor junto com Fred. Isso era um pesadelo... Se bem que, pensando melhor, Alvo concordara que ser selecionado para jogador de quadribol tinha as mesmas chances de ele se tornar Diretor de Hogwarts algum dia... Completamente impossível.

— Por último — continuou a diretora. — gostaria de informar que teremos grandes novidades em Hogwarts esse ano.

“Primeiramente, houve grandes mudanças no corpo docente. O professor Flitwick, que aposentou-se e irá viver em uma praia em Acapuco; Professora Sinistra nos informou a algumas semanas que irá trabalhar como metereolobruxa no triângulo das bermudas. Portanto, queiram dar as boas-vindas à Adhara Aileen, que ministrará feitiços (A professora Aileen levantou-se da mesa, recebeu as palmas) e à professora Talyshen Fang, que ensinará astrologia (Talyshen levantou-se e derrubou o pote de cobre que continha vinho, agora vazio. Ela sorria abobada dando “olás” para os alunos. A diretora fechou os olhos irritadiça, mas reabriu-os, controlando-se).”

“Além disso, é com grande prazer que os informo da volta do curso de teatro e artes bruxas, há muito adormecido em Hogwarts. O professor Buchanan Garfield irá informá-los melhor como acontecerá o curso na abertura das aulas de Artes bruxas que acontecerá nessa sexta.”

O professor Garfield levantou-se e recebeu as palmas, rindo-se e dando palminhas contentes. A professora fez-se sobrepor, conseguindo facilmente um novo momento de silêncio para falar.

— Agora, avisos dados, hora de dormir. Os monitores os guiarão até os seus respectivos salões. Boa noite.

Alvo estava novamente ciente, de maneira dolorosa, que ele era um Sonserino. Ele olhou para a mesa da Grifinória, procurando as primas e o irmão, mas com todos se levantando em um fuzuê, foi difícil ver alguém conhecido. Lorcan também levantou-se e pediu para que todos o seguissem em fila.

Alvo ia levantar-se quando ouviu uma voz que já lhe causava desagrado só de identificar.

— Nada de fugir. Você também vai ver o Ravus. — disse Escórpio, sentado na mesa enquanto todos os outros já estavam levantados.

Alvo lembrou-se disso amargamente. Ainda tinha que enfrentar o sermão de Ravus. Olhou para os lados, esperando em vão que sua prima ou seu irmão viesse falar com ele. Mas claro que eles não vieram... Alvo era um Sonserino agora. Ele teria que ir só, receber a punição por algo que não fez, junto com Escórpio, a companhia mais indesejada que poderia ter em Hogwarts. O outro garoto o fitava com um olhar mortífero. Não é como se Alvo gostasse dele também, mas era melhor não encará-lo.

A mesa estava vazia quando Ravus chegou e disse:

— Sigam-me, garotos.

Alvo e Escórpio saíram pelo grande salão e dobraram a esquerda, seguindo o vice-diretor Ravus. Havia uma outro aposento muito amplo e altíssimo, repleto de lances de escadas com a engenharia mais diversa que o garoto já tinha visto. Eles galgaram as escadarias, aos passos do Vice-diretor. Haviam muitos, mas muitos quadros na parede que moviam-se e conversavam entre si. Via-se também uma janela enorme na outra parede, que dava para a noite escura fora do castelo. O garoto olhou mais acima e viu os Grifinórios subindo as escadas mais altas... É, ele provavelmente nunca acompanharia os garotos...

— AHHH!

De repente, quando Alvo pisou em um degrau, sentiu-se desequilibrar, quase caindo. E teria caído, se Escórpio não tivesse o segurado. Alvo agarrou-se no corrimão, enquanto Escórpio desviava o olhar. A escada tinha se movido! Ela estava tomando outra direção, se desencaixado do eixo normal para se dirigir a outro ponto, que dava para um outro lance de escadas totalmente diferente de antes. Mas antes dela encaixar no outro eixo, Ravus apontou a varinha para a escada e ela voltou ao seu andar anterior.

— Muito bem, Malfoy. E tenha cuidado, Potter. — disse Ravus — As escadas gostam de trocar de posição.

Alvo subiu mais um lance de escada (segurando-se firmemente no corrimão, para caso a escada resolva dar um novo passeio), até dobrar em uma das entradas que a escada levava, devendo estar no primeiro andar daquele prédio.

Eles atravessaram um arco de pedra e entraram em um corredor caminhando cegos, até encontrarem novos archotes flamejantes e abrirem uma porta pesada, mostrando um novo corredor. Ravus os liderava.

O novo corredor de parede de pedra tinha aberturas laterais em arcos que mostravam uma espécie de pátio ou jardim a céu aberto, enquadrado pelos quatro corredores. Os garotos atravessaram o pátio que tinha gramados, bancos e algumas plantas trepadeiras aderidas à parede do outro lado, a qual abria-se em uma outra entrada, oferecendo acesso ao corredor do outro lado. A luz dos archotes tremeluziam, fazendo sombras das árvores. Era um tanto assustador.

O outro corredor tinha uma porta, Ravus os fez entrar por ela primeiro. Estava totalmente escuro, até Ravus acenar a varinha e acender tochas aderidas à parede e velas em candelabros altos. Viu-se uma sala larga e redonda, cheia de gaiolas com pássaros como tucanos, andorinhas e papagaios, todos adormecidos com a cabeça debaixo das asas. Alvo e Escórpio atravessaram a sala, seguindo Ravus, e subiram junto a ele em uma escada em caracol no fundo da sala.

O segundo andar era menor. Estava, provavelmente, em uma torrinha anexa a outra torre que era a sala de aula. A parede era repleta de estantes de livros e o chão, baús e uma estátua de um Manticore assustador, parecendo muito real à luz de velas. Havia também um espelho grande logo atrás de Ravus, que não refletia ninguém, só vultos escuros e indistintos. Logo a frente, havia uma mesa de mogno, com um pergaminho contendo um desenho de vários círculos e formas geométricas, alinhados por letras estranhas. Um jornal também estava em cima da mesa, aberto na página da matéria com a imagem dos Inomináveis apontando varinha para os aurores e vice e versa. Alvo ficou imediatamente enjoado em saber que Ravus tinha lido aquilo.

O vice-diretor fez a cadeira de assento alto baixar-se para ele sentar-se e ela novamente subiu depois. Ele mirou os garotos profundamente com aquele olhar dourado refletindo o dançar das velas e disse:

— Soube que vocês se derrubaram no lago de Hogwarts.

Os garotos continuaram calados. Escórpio encarava o vice-diretor, já Alvo mirava - com um vivido interesse - os cadarços dos seus sapatos. Ele pensou em dizer que fora a prima, mas não queria traí-la. Injustiçado, mas resignado do seu destino, não dizia nada, pois Ravus tinha um estranho poder de manter todos sem vontade alguma de dar um pio sequer enquanto ele falava.

— A diretora Mcgonagall leva muito a sério a educação dos alunos e acredita que indisciplinas não devem ser estimuladas, por isso, o quanto antes, merecem consequências.

“Senhor Potter e senhor Malfoy, eu trouxe vocês para a minha sala, pois eu entendo e temo o desentendimento de vocês. Por isso eu gostaria de cortar o mal pela raiz. Não desejo uma espécie de guerra entre os senhores, portanto eu quero acreditar que terei essa e apenas essa conversa com vocês, de hoje em diante e para até todos os anos.”

“Vocês possuem suas diferenças, seus desentendimentos, mas quero que saibam sobre o dever que têm de se respeitarem. Todos nós temos o direito de detestar alguém por enes motivos, e eu sei muito bem que não foi por nada que vocês resolveram lançar um ao outro no lago. Contudo, guardem essas minhas palavras. Não gostar de alguém não significa ter que ser indelicado, mal-educado ou indiscreto. Simpatia, bom-senso e cordialidade não conceitos primorosos da boa convivência. Até os piores inimigos, se forem nobres respeitam e reconhecem uns aos outros. Vocês dois terão que conviver juntos, sendo da mesma casa. Ambos ainda não se conhecem, ainda tem muito o que descobrir sobre si e sobre os outros. Podem até se tornarem amigos, se derem uma oportunidade uns aos outros. Pensem nisso. ”

Alvo concordou com a cabeça baixa.

— E a punição? — disse Escórpio, que não havia desviado o olhar do vice-diretor um segundo sequer. Ravus suspirou, parecendo bem decepcionado com o garoto.

— Sim, sobre a punição. Quando vocês se empurraram no lago, ainda não tinham sido selecionados para nenhuma casa, então nenhum ponto será descontado da Sonserina. Vocês apenas receberão detenções para o primeiro domingo. Quanto a natureza dessa detenção, pedirei para o diretor da Sonserina, o professor Slugorn, informá-los assim que...

Toc-toc-toc­

Alguém batera na porta. O vice diretor Ravus mandou entrar. Era Lorcan, o garoto alto de cabelos acajus que era monitor da Sonserina.

— Boa noite, vice-diretor Ravus. Notei que dois alunos estavam faltando e me informaram que eles estavam aqui conversando com o senhor. O professor Slugorn pediu para vir aqui... Então aqui estou.

— Sim, sim — respondeu Ravus — quero que leve-os para o salão comunal da Sonserina. Sem ajuda, talvez eles se percam ou encontrem Madame Brendon.

Alvo e Escórpio, liderados por Lorcan, voltaram as escadas novamente. Dessa vez uma delas se moveu e os garotos tiveram que dar uma volta maior do que imaginavam.

— O que vocês fizeram para receber detenções no primeiro dia de aula? — perguntou Lorcan, descendo os lances de escada para voltar ao caminho original.

Alvo não respondeu. Escórpio murmurou:

— Joguei ele no lago e eu consegui cair junto.

Alvo mirou Escórpio. Como ele podia ser tão cara de pau?

— Sei — disse Lorcan, quase rindo, mas mantendo a compostura. Eles chegaram ao andar térreo do castelo. Eles estavam novamente na frente do portão para o grande salão. Mas Lorcan não foi para ali.

O garoto abriu o portão que dava acesso a saída do castelo. Alvo sentiu-se tremer à brisa congelante de lá fora. O ar serenal e totalmente escurecido era amedrontador e ao mesmo tempo bonito. Antes de continuar a caminhar, lorcan balançou a varinha e disse:

Lumus maxima — então uma luz azulada emanou fortemente de sua varinha, iluminando os arredores — fiquem perto de mim.

Eles seguiram um pátio de pedra com muitas estátuas, enquadrado por cobertores cobertos. Eles ganharam um deles, seguindo até uma abertura no outro lado. Alvo viu que estavam em uma das sacadas do castelo de Hogwarts e via-se o lago negro muito abaixo do penhasco. O horizonte trazia já a escuridão estrelada de uma noite sem nuvens. O garoto identificou a escadaria que eles tinham subido quando saíram da doquinha mais abaixo. Mas eles não seguiram para aquele sentido.

Ladearam o parapeito de pedra do castelo, atravessando uma pequena ponte, até encontrarem outro prédio de pedra que ficava mais à direita. Eles cruzaram um novo portão. Havia um novo pátio com dois acessos: uma escadaria aos andares superiores do prédio e uma porta mais atrás, a qual os garotos seguiram.

Eles desceram uma escada grande encaracolada, o bastante até saírem da torrinha subterrânea e encontrarem os corredores do subsolo. Poucos archotes iluminavam o local. Havia muitas sombras se formando nas paredes e no solo, formados por uma rocha mais escurecida e áspera, trazendo um clima mais horripilante aos vários corredores que os garotos seguiam, sob a luz da varinha de Lorcan.

— Estamos nas masmorras. — informou o garoto — Aqui é muito fácil se perder, o que é afasta os não-sonserinos, porém dificulta as coisas para os serpentários novatos. Tentem memorizar esse caminho. Vocês andarão muito por aqui.

Memorizar? Alvo já nem sabia onde estava. Dobraram tantas vezes, passaram por tantas portas, desceram mais e mais que era quase impossível se saber se estavam mais pro norte, leste, oeste ou quem sabe sul? Não tinha certeza nem se estava no castelo! O garoto sempre fora péssimo com localizações. Já estava começando a sentir um certo pânico. Já Escórpio mantinha-se calado, olhando para trás e para frente, aatento. Não era possível que ele estivesse realmente entendendo aquele labirinto...

Mas Lorcan continuou caminhando até encontrarem um corredor que não tinha saída. Ele aproximou-se da parede que, agora Alvo notava, tinha a lapidação quase imperceptível de uma serpente em alto relevo. Ele passou a mão na parede de pedra lisa e úmida abaixo da serpente e disse:

Ninho de Víbora.

E se afastou. Houve um pequeno tremor, os olhos da escultura da serpente brilharam em verde. Ao lado surgiu uma porta de pedra escondida que saiu do caminho deslizando. Lorcan deixou os garotos entrarem primeiro.

— Bem, sejam bem-vindos ao salão comunal da Sonserina.

Alvo sentiu a verdade pesar ainda mais dolorosa do que antes. O garoto olhou para trás, como que se perguntando se não deveria correr de volta e implorar à diretora que o pusesse na Grifinória, dizer ao chapéu que aquilo era um engano.

Escórpio tomou a frente e deu uma boa olhada ao redor.

O salão comunal era aposento fundo e comprido. Alvo teve que descer mais uma escadaria de pedra negra reluzente para ver-se no centro dele. No teto pediam correntes prateadas, cada uma sustentando luzes verdes e redondas, suficientes para tornar o clima do local... Único.

Muitas poltronas luxuosíssimas espalhavam-se pelo salão, assim como estantes, mesas contendo tabuleiros de xadrez, luminárias de globos que emitiam luzes esverdeadas, cadeiras de estrutura medieval, sustentadas por um tapete muito elegante e bem bordado. Na parede mais à frente crepitava uma lareira muito, mas muito parecida com a que tinha em sua casa, no Largo Grimmauld 12. Sendo sincero, Alvo notava que todo o salão parecia com os pontuais aposentos de sua casa. Na verdade praticamente idêntico o seu quarto. Procurou não meditar muito sobre isso, no entanto.

A parede acima da lareira era como a das masmorras: rústica, enegrecida e úmida. Havia um brasão de uma serpente sobrescrito “Sonserina”. Alvo sentiu que iria enjoar. Notou também levemente surpreso que havia uma grande tapeçaria cheia de figuras ilustres, provavelmente todos Sonserinos. Ao longo do covil, contavam as histórias grandiosas dos Sonserinos. Havia até o desenho de Horácio Slughorn na batalha de Hogwarts! Mas outra coisa chamou a atenção de Alvo. Havia janelas de vidro. Estranho...

— Eu já vou deitar — informou Lorcan. — todo mundo já está dormindo também. Eu aconselho vocês a dormirem logo. Amanhã as aulas começam cedinho.

Dito isso, Escórpio seguiu Lorcan por outra escada que dava para o patamar onde as portas dos dormitórios se encontravam.

Sozinho, Alvo se aproximou da janela baixa e sentou-se.

Ela não revelava o céu, mas emitiam uma luz verde-azulada fantasmagórica e um ondear esquisito. Então Alvo entendeu quando viu passar pela janela um peixe nadando. Ela dava para as profundezas do lago de Hogwarts. Então se ele não tivesse sido resgatado no lago ele terminaria aqui de qualquer modo, pensou deprimido.

Alvo ficou sentado ali, agarrando o próprio joelho. Ficou observando o fundo magicamente clareado do lago. As criaturas subaquáticas passavam... Ele ficou fitando-os um bom tempo, sentindo-se em um camarote de um navio naufragado. Viu passar uma sobra enorme, que deveria ser a lula gigante que Escórpio tinha se referido, nadando preguiçosamente entre as cortinas de algas que balançavam no solo mais abaixo...

Mais um tempo e identificou uma menina esbranquiçada-transparente a flutuar entre as águas. O fantasma da menina de óculos também notou Alvo e aproximou-se, atravessando a parede.

— Você está chorando? — perguntou com a voz esganiçada.

— Não... — respondeu Alvo, limpando o rosto com a manga.

— Se estiver pode falar pra...

— Não, obrigado — disse ele. — eu quero ficar sozinho. Pode me deixar sozinho?

— Tá bom, então fica aí, seu moleque grosso!

E atravessou a parede, choramingando e desaparecendo novamente nas águas esverdeadas…

Música tema: Pensamentos naufragados

Alvo ficou sentado ali por mais um tempo, observando o fundo do lago e pensando no que tinha dito para o fantasma. É... No fim das contas, ele que tinha pedido para ficar só desde o início.


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Notas finais do capítulo

※ Curiosidade: essa música que o coral cantou é de minha autoria! Eu tenho ela na flauta, qualquer dia gravo e mostro pra vocês! ※
※ Obrigado por ler! ※
※ Se puderem dar uma força pra história, comentem e favoritem! ※
※ Quem comenta primeiro ganha estrelinha ★ ※
※ Me adicionem no Facebook para conversarmos melhor! ※
https://www.facebook.com/yomikles ※
※ Até o próximo e YO! ※