“I'm on pursuit of happiness
I realize that more means less
If I got a love, then I am blessed”

Chasing The Sun – Hilary Duff

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Era nossa viagem de formatura. Ao invés de ir viajar com todas as pessoas, nosso grupinho resolveu ir para a casa na praia da família de Christa e passar duas semanas das férias de julho lá. Estávamos sentados na praia, que ficava imediatamente na frente da casa, tocando violão e cantando em roda. Os casais namorando, os solteiros zoando, Marco ao meu lado enquanto eu acatava aos pedidos de música das pessoas.

Ficamos fazendo aquilo a tarde toda, foi muito bom. Estávamos felizes, afinal. Todos nós. Finalmente as coisas estavam bem de verdade. Nenhum de nós estava com problema de notas, nenhum de nós estava infeliz no geral e aquilo era ótimo. No fim da tarde passei o violão para Connie para poder dar atenção para meu namorado. Dei um selinho nele.

‘Eu adoro quando você toca.’ ele sorriu para mim e me deu um beijo de esquimó, esfregando nossos narizes delicadamente. Sorri de volta. ‘Vamos dar uma volta?’ assenti.

Saímos para andar, como de praxe. Estávamos na praia havia três dias e não houvera um dia dos três que não saímos para andar e explorar as redondezas. Todas as casas em frente à praia eram enormes. Aquela região era de gente com bastante grana, então era compreensível. Mas a maior parte delas estava desocupada, afinal: julho era inverno e, por mais que não fosse frio, as pessoas preferiam viajar para outros lugares que não o litoral.

‘Eu to tão aliviado que você não vai pegou nenhuma recuperação esse ano ainda, Jean! Fico feliz de estar conseguindo ajudar mais do que atrapalhar você.’ ele segurou uma de minhas mãos e entrelaçou nossos dedos. ‘E a gente tá com nossos amigos, você finalmente se acertou com o Jaeger, o que é ótimo...’

‘Me acertei naquelas, né, mas a gente tá dando uma trégua.’ sorri para ele, que me mostrou a língua. ‘Mas o melhor de tudo é estar com você.’ o puxei para perto e o beijei. Nos desequilibramos caímos na areia, mas eu não parei nosso beijo imediatamente. Foi Marco quem nos separou, após algum tempo. ‘Agora tem areia por toda parte, merda.’ reclamei, ele revirou os olhos.

‘Se for pra reclamar não me beija na areia.’ bufou.

‘Mas é romântico e meloso. Você gosta quando eu sou romântico e meloso.’ dei um beijo na ponta de seu nariz. Marco abriu um sorriso lindo. ‘Viu, você sempre sorri assim quando eu sou fofinho com você. Como resistir?’ acariciei sua bochecha esquerda. Seus olhos brilharam de um modo diferente. ‘O que houve?’ ele saiu de cima de mim e deitou ao meu lado.

‘Só to pensando como vai ser no ano que vem... Dá um pouco de medo, né. A gente nem quer mais o mesmo curso...’ ele pegou minhas duas mãos e ficou brincando com nossos dedos. ‘Eu sei que é cedo pra pensar nisso, que a gente ainda tem meio ano pela frente e muita coisa pode mudar, mas sei lá... Eu fico pensando nessas coisas às vezes.’

‘Vai ser a mesma coisa, Marco. A gente só, talvez, vá se ver um pouco menos. A gente não querer o mesmo curso não significa nada.’ sorri o mais sinceramente que pude. ‘Você devia deixar pra se preocupar com isso quando for inevitável, viu. Agora é hora da gente curtir, de aproveitar que a gente é novo e pode sair por aí, passar duas semanas na praia fazendo loucuras, fugindo a noite para se amar na praia...’ ele me olhava mais feliz, havia parado de mexer com minhas mãos. Marco me abraçou fortemente.

‘Você tá certo... Ainda falta tempo, eu não devia estar pensando nisso.’

Ficamos abraçados na areia até ficar tarde e Reiner vir nos procurar para avisar que Sasha estava preparando o jantar e, se não chegássemos logo, ela comeria tudo sem nós.

Naquela noite fizemos um lual, eu voltei a tocar e Marco a ficar ao meu lado. Tínhamos de aproveitar não só o nosso tempo, mas o tempo com nossos amigos também. Eu entendia o medo dele, eu também o sentia, mas é melhor não sofrer antecipadamente. O afastamento é natural, mas não precisa ser ruim e muito menos grande. E enquanto estivéssemos todos juntos estávamos bem.