" Hey, hey never look back, dumb struck boy, ego intact
Look boy, why you so mad
Second guessin, but shoulda hit that
Hey (Demi), you picked the wrong lover
Shoulda picked that one he's cuter than the other"

Really Don't Care - Demi Lovato

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O modo como eu me senti quando recebi a notícia é um dos motivos pelos quais eu nunca entendi o motivo pelo qual sempre me chamaram de santo. Eu não era um santo, nunca fui um. E saber que Mikasa havia terminado com ele me fazia feliz. Saber que ele estava sofrendo o que eu havia sofrido me fazia extremamente satisfeito.

Eu sei, é errado, mas se coloque na minha situação: você dá tudo o que tem pra um cara e ele, sem mais nem menos, termina contigo e, dois dias depois, sai desfilando por aí com outro alguém. Eu fiquei mal, eu fiquei com vontade de que ele se ferrasse o quanto eu me ferrei... Eu sei que não justifica, mas...

De qualquer maneira: eu me sentia tão feliz que até decidi sair com meus amigos Reiner e Bertoldt naquele dia. Fomos para uma balada LGBT que sempre íamos nós quatro quando eu ainda namorava. As chances de encontra-lo lá eram grandes, mas eu realmente não dava a mínima, eu estava finalmente bem. Eren Jaeger não ia conseguir me derrubar novamente.

O lugar era sempre lotado e naquele dia não estava diferente. Entramos com nossos RGs falsos e fomos direto para o bar. Eu queria beber e meter o louco, pegar geral, tirar o atraso do tempo que passei chorando pelos cantos com saudade de Eren.

'Vai com calma, cara. Não afoga as mágoas no álcool.' Bertholdt sorriu para mim, limpando um pouco de suor da testa. Ele suava muito. Qualquer lugar com um pouco mais de calor humano fazia Bert transpirar ao extremo.

'Não acho que sejam as mágoas que ele quer afogar essa noite.' Reiner deu um tapa em meu ombro, o que me fez rir.

'Você não consegue não fazer piadinhas sexuais, né?' revirei os olhos, virando meu copo de vodka.

'Nunca. É minha habilidade especial.' ele sorriu.

Continuamos ali, conversando e bebendo - eu bem mais do que eles - até tocar uma música mais animada e meus amigos saírem para dançar, me deixando sozinho para analisar o ambiente. Alguém sentou ao meu lado.

'Você vai entrar em coma alcoólico se continuar nesse ritmo até o fim da noite.' uma voz conhecida. Olhei para meu lado e vi Jean Kirschtein. Tínhamos sido muito próximos até o fim de nossa sétima série, quando eu comecei a gostar de Eren e, uma das condições que ele impôs para ficarmos juntos, era que eu me afastasse de Jean.

Eu deveria ter sacado naquela época que ele não valia nada. Ninguém que se preze pede que alguém escolha entre ele e outro amigo. De qualquer jeito, eu comecei a me afastar de Jean e, algumas semanas depois, ele acabou se declarando para mim e perdemos contato total depois disso.

'Se você disser que tá bebendo por causa do Jaeger eu vou embora porque você não vai merecer minha companhia.' sorriu deixando claro que era uma brincadeira, revirei os olhos, sorrindo também.

'Eu to bebendo pra criar coragem de chegar em alguém. Tava querendo tirar o atraso, sabe?' seus olhos brilharam e ele arqueou uma só sobrancelha. 'Mas ainda não to bêbado o suficiente pra dar em cima de alguém.' ri timidamente. Era verdade, eu só conseguia dar o primeiro passo quando estava alterado.

'E já viu alguém interessante por aí?' pediu um copo de vodka para o barman. Foi minha vez de arquear a sobrancelha.

'Talvez...' seu sorriso aumentou. 'E você?'

'Com certeza. Várias pessoas.' tomou tudo em um gole só e balançou a cabeça. 'E, ao contrário de você, não preciso estar louco pra dar ideia em alguém, então já inaugurei minha noite. Até porque eu sou extremamente interessante, então as pessoas chegam em mim naturalmente.' seu sorriso convencido se alargou ainda mais, revirei os olhos. 'Quer tomar um shot de tequila?' dei de ombros, ele pediu dois shots.

'O shot não é open.' o barman avisou. Ele assentiu. 'Cinco cada.' tirou a carteira do bolso e uma nota de dez dela. Me impediu de pegar a minha.

'Eu propus, eu pago.' tentei protestar. 'Sério, por favor, eu insisto. Se você aceitar isso eu nem cobro desculpas suas por ter sido um cuzão comigo.' abaixei a cabeça, concordando, e mordi meu lábio inferior. Ele provavelmente estava chateado comigo, eu realmente havia sido um idiota. Senti sua respiração quente perto de meu ouvido e ele sussurrou. 'Foi uma piada.' e deu um beijo no topo de minha cabeça.

Tomamos nosso shots com limão, o barman tirou os copos de perto de nós. Dessa vez não pedi nada.

'Quantas pessoas?' perguntei, ele arqueou a sobrancelha. 'Quantas pessoas você pegou hoje?'

'Ah. Uma só.' encarou a multidão e apontou para um cara completamente bêbado que beijava outros três caras em um canto. 'A gente é meio regular um do outro.' explicou, dando de ombros. 'Por quê?'

'Não, só pra saber...' meu olhar cruzou com o par de olhos tristes, que se iluminaram quando me viram. 'Merda.' virei de costas para a multidão. 'Eren me viu e eu acho que ele tá bêbado e vindo pra cá.'

'Quer que eu resolva isso?' Jean perguntou. Neguei.

'Não quero briga.' respondi passando a mão pelo cabelo, ele riu levemente. Estava mais perto de mim.

'Não foi essa minha proposta.' girou o banco no qual estava sentado para que eu o encarasse e chegou muito perto de mim, quase tocando nossos lábios. 'Quer que eu resolva isso?' assenti.

Jean sorriu e me puxou para mais perto, me dando um selinho demorado. Joguei meus braços em volta de seu pescoço, partindo meus lábios para que ele percebesse que podia aprofundar o beijo. Ele riu e o fez. Aquele garoto beijava muito bem, sua língua me fazia ter sensações que eu nunca havia tido. E eu já tinha ficado com um número considerável de pessoas, além de não ser mais virgem.

Suas mãos foram pra baixo de minha blusa e ele arranhou minhas costas com delicadeza, me dando um arrepio. Puxei seu cabelo com um pouco de força, ele gemeu baixo e quebrou nosso beijo para mordiscar meu pescoço. Senti ele me dando um chupão. Aquilo deixaria Eren extremamente puto porque eu nunca o deixava me marcar. Sorri com aquele pensamento. Abri os olhos e vi meu ex parado, nos encarando com raiva. Alarguei meu sorriso e arqueei minha sobrancelha, vi ele cerrando seus punhos com raiva, gargalhei.

'O que foi?' Jean perguntou rouco bem perto de minha orelha, senti um arrepio e fechei os olhos.

'Eren tá putíssimo.' ele riu baixinho.

'Fico feliz. Mas que tal você parar de prestar atenção nele e prestar mais atenção em mim?' mordiscou minha orelha, suspirei e mori meu lábio inferior. Puxei seu cabelo novamente. 'Melhor assim.'

Suas mãos saíram de minhas costas, ele me puxou para sentar em seu colo e elas foram para minha bunda, a apertando. Ficamos um bom tempo nos pegando e nos esfregando, até perdermos totalmente o fôlego e termos realmente que nos separarmos.

'Puta merda.' nossas testas encostadas uma na outra, estávamos ofegantes.

'Você não viu nada, Sardas.' me chamou como costumava. Ri baixinho, mas logo tossi um pouco. 'Meus pais não estão em casa. A gente podia sair daqui pra eu te mostrar o resto... Se quiser, claro.' propôs. Abri os olhos e me afastei um pouco para encara-lo. 'Você quem disse que queria tirar o atraso.' ri e assenti, me levantando. Ele pegou minha mão.

'Preciso avisar Reiner e Berth que to indo embora.' ele assentiu. Os encontramos no meio da multidão.

'Eu falei que ele ia afogar outra coisa hoje!' Reiner gritou, tri louco. Berth revirou os olhos. 'Grandessíssimo Kirschtein! Mandou bem, fera!' Jean riu.

'Grato.' saímos de lá e fomos para a entrada.

'Marco.' Eren me chamou. 'A gente pode conversar?' cambaleou um pouco.

'Ele tá acompanhado, Jaeger.' Jean levantou nossas mãos e com a outra apontou para a coleção de chupões em meu pescoço. Eren foi para cima dele, eu me coloquei no meio.

'Não, a gente não pode conversar. Some, Jaeger.' mostrei-lhe o dedo o meio e sorri, virando as costas e puxando Jean para fora da balada.

Chamamos um táxi e fomos para a casa dele. Chegando lá ele me carregou no colo, enquanto me beijava, até seu quarto. Nossas roupas foram parar no chão em tempo recorde. Se o beijo dele conseguia me deixar louco, creio não haver como descrever as sensações que tive na cama com Jean. Assim que terminamos ele tirou a camisinha e a jogou em uma lata de lixo que havia embaixo de sua cama.

'Você já tava preparado, é?' perguntei me arrumando melhor na cama. Ele negou.

'Eu nunca estaria preparado pra isso.' me deu um selinho e acariciou meu rosto com leveza. 'Mas sim, eu planejava trazer alguém pra cá hoje.' ele sorriu de canto.

'Hm.' fechei os olhos, apreciando aquelas carícias.

'O quão bêbado você tá?' abri meus olhos com a pergunta repentina. 'Tipo... Você vai lembrar de tudo?' sorri e dei um selinho nele.

'Vou.' ele sorriu também. 'Eu posso passar a noite?' seu sorriso se alargou.

'Quantas você quiser.' ri com seu comentário. Virei de costas para ele e me aconcheguei direito na cama, Jean me abraçou e ficamos de conchinha. Aquilo era confortável. 'Marco...' chamou meu nome bem baixinho. 'Eu não quero que isso seja só um caso de uma noite...' coloquei minhas mãos nas dele e entrelacei nossos dedos.

'Vamos das tempo ao tempo, ok?' ele suspirou. 'Eu não vim pra cá hoje só pra mostrar pra Eren que eu estou bem, se é isso que você tá pensando.'

'Não era...' ele me abraçou mais forte. 'Eu só não sabia se você lembrava de como eu me sentia.' assenti.

'Eu lembro. Eu não posso falar agora que eu sinto o mesmo, mas eu posso dizer que essa foi definitivamente a melhor noite que eu já tive. Não só o sexo, mas tudo.' ele riu atrás de mim.

'Eu disse que você não tinha visto nada.' ri também. 'A minha também...' fechei os olhos.

'Posso garantir que não vai ser uma única noite, mas vamos levando com calma, ok?' ele assentiu e eu sorri.

'Eu vou esperar o quanto for preciso pra gente ficar junto de verdade. Pode ser semanas, meses ou mais anos, eu realmente não me importo. Vou esperar. Com muita calma.' sua voz saia bem fraca, ele estava quase pegando no sono.

'Boa noite, Jean.' ele não respondeu, já havia adormecido.

Caí no sono com um sorriso no rosto e um calor no coração. Talvez eu realmente não me importasse nada em tentar ter algo com ele, afinal.