Acordei sentindo dores assustadoras na região da minha barriga. Passei a mão, massageando levemente a mesma.
– America? - Maxon disse sonolento.
– Estou aqui - disse tentando soar tranquila.
– O que faz acordada à essa hora, meu amor? - perguntou se sentando alarmado.
Levantei gradativamente e e caminhei pelo quarto passando a mão levemente pela minha barriga. Maxon me olhava assustado. Então sorri, tentando tranquiliza-lo, não obtendo muito sucesso.
– Quer que eu chame o doutro Ashlar? - perguntou já com o telefone à mão.
– Acho que não é necessário - disse sem muita certeza.
– É claro que é necessário - ele declarou enquanto teclava rapidamente os números.
Olhei para minha barriga e senti mais uma pontada. Não, aquilo não podia ser uma contração. Meu bebê não nasceria com sete meses. Ele nasceria com nove meses! Sentei-me na poltrona meio tonta, ainda com a mão pressionada à minha barriga.
– Vamos, America - Maxon disse enquanto me ajudava a levantar.
Ele me ajudou com o roupão e seguimos em passos curtos e rápidos até a ala hospitalar. Entramos e nos sentamos na espera do doutor, que após um longo tempo chegou. Não poderia o julgar, até por causa do horário, mas estava desesperada porque as dores só aumentavam.
– Majestades - disse fazendo uma breve reverencia. - O que você está sentindo, senhora? - perguntou, me ajudando a levantar.
– Minha barriga está doen.. Ai! - disse arregalando os olhos.
– Acalme-se, não é nada demais - Ashlar declarou, enquanto os dois me ajudavam a deitar.
– Não é nada demais? - sairia um grito se eu não estivesse sem forças.
Doutor Ashlar fez um breve ultrassom, colocou o estetoscópio sobre minha barriga e nada de falar alguma coisa. Conversou com Maxon alguns instantes e ele até pareceu mais aliviado. SERÁ QUE ALGUÉM AINDA LEMBRAVA QUE EU ESTAVA COM MUITA DOR?
– Minha querida - revirei os olhos. Até o doutor Ashlar? - Durante o sétimo mês da gravidez toda a área da bacia é gradativamente afrouxada, em virtude das alterações hormonais que ocorrem durante o período gestacional, para prepará-la para o parto. Além disso, podem ocorrer as primeiras contrações do útero. Elas podem ser sentidas pelo endurecimento da pele da barriga, às vezes com puxões leves. E, por isso, você deve descansar ao máximo durante esse tempo. Seu marido há de dar conta de Illéa sozinho nesse tempo. Evite sair demais, principalmente sozinha. Essas dores são bem normais, pois, como já havia dito, é a preparação do seu bebê para o parto que, se Deus quiser, é só daqui a dois meses - o doutor disse, distensionando todos os músculos do meu corpo.
Suspirei olhando para minha barriga. Olhei para Maxon e ele sorria parecendo aliviado.
– Não me esqueci de suas dores, aqui está o remédio. Você deverá tomar três vezes ao dia, ou seja, de oito em oito horas - doutor Ashlar me entregou o remédio, que tomei imediatamente.
A dor passou e logo eu estava na minha cama com o meu marido, que não troco nem por trezentas tortas de morangos.
***
Acordei sonolenta. Olhei para os lados e não encontrei Maxon. Levantei lentamente e dei de cara com Marlee.
– Quer me matar do coração, mulher? - perguntei com a mão no coração.
– Claro que não - Marlee disse divertida. - Vim passar o dia com você. Ordens do rei - disse levantando os braços em sinal de rendição, tentando disfarçar um sorriso sincero.
Marlee entrou no meu closet sem nem esperar pela minha resposta. Entrou dizendo que precisava de achar um vestido que eu só tinha usado uma vez.
– Marlee, qual a parte de que nada meu me entra mais você ainda não entendeu? - perguntei revirando os olhos enquanto calçava minhas pantufas.
– Já entendi, meu bem. Estou procurando um vestido que você usou na gravidez dos gêmeos. Vai ser bem últil nesse momento - disse mergulhada nas minhas roupas.
– Nem em sonho, querida. Hoje é sábado. Dia de calça - disse sorrindo dando por vencida.
– Ah, é mesmo. Mas esqueçamos esse dia - Marlee declarou pensativa. - O que acha de um dia na piscina? Só das mulheres? - perguntou batendo palmas, animada.
Sorri e assenti, já começando a procurar um biquíni que me coubesse. Eu estava meio que enorme, mas com aquele dia incrível do lado de fora da minha janela era impossível resistir ao gostinho de nadar.
Passamos o dia na piscina com as crianças. Amberly adora piscina, até parece um peixinho, já Cameron prefere mais a Charlote o paparicando vinte quatro horas por dia, mas sempre muito unidos. Até Carter passou para nos dar um 'olá'. Maxon passara o dia inteiro por conta da chegada da família italiana. Finalmente veria Nicoletta novamente, estava morrendo de saudades!
***
Saí do banho exausta e encontrei Maxon sem camisa, deitado, lendo. Parecia ainda mais lindo concentrado em seu trabalho. Fiquei algum tempo contemplando-o, antes que ele me reparasse e desse aquele sorriso torto que me enlouquecia.
Deite-me ao meu lado e ele largou o trabalho de lado e contemplou minha barriga. Passou a mão, deu um beijinho e até brincou com o bebê. Beijou-me carinhosamente e deitou meu rosto em seu peito.

– Eu te amo tanto, minha querida - disse suspirando. - Amo tanto vocês.
– Nós te amamos - sussurrei antes de ser dominada pelo mundo dos melhores sonhos.