Stay With Me escrita por Fenix


Capítulo 6
A Festa de Aniversário da Narayani




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Hoje é o aniversario da minha amiga de infância, Narayani Martins... Eu acho que é meio ridículo chamá-la de amiga, porque ela é muito mais que isso, talvez até mais que irmã, eu tenho um dos maiores carinhos por ela. Toda vez que eu estou triste, ou quando eu tenho alguns problemas, geralmente é ela que me ajuda a me reerguer e seguir em frente.

Fizemos o jardim de infância juntos e desde então nos tornamos inseparáveis, creio que ela é uma das únicas pessoas que eu realmente colocaria minha mão no fogo, tenho total confiança.

Cheguei de carro com Ana, o lual está acontecendo no meio da areia da praia, não está ventando, mas isso não deixou o clima quente. A mesa cercada por tochas está muito bonita, com frutas, bolos e salgainhos em cima. Um vilão encostado no canto da mesa já mostra que teremos música envolta da fogueira que não está muito longe.

Eu observo Joe e Carol conversando um pouco afastados, outros amigos da Narayani também estão espalhados pelo o lugar. Ela vem até a mim e Ana.

— Parabéns! - Eu digo abraçando-a, depois lhe entrego o presente.

— Obrigada! - Ela responde - Fico feliz que vocês vieram, fiquem a vontade!

Damos alguns passos para frente até que Narayani nos chama novamente, eu e Ana viramos tranquilos.

— Ah, e o menino que você convidou Ana, já chegou, ele estava conversando com a Carol, agora não sei onde foi parar - Ela diz e depois se afasta.

Eu olho para ela, no mesmo momento Ana da um sorriso de canto do tipo "Ops". A primeira coisa que veio em minha cabeça foi ele, a pessoa que eu vejo sempre em meus sonhos mais vívidos e belos.

— Não diga que... - Eu começo a falar.

— Desculpa, mas eu acho que vocês dois dariam super certo! - Ana me interrompe dizendo animada.

Abaixo minha cabeça coçando a testa, olho para o lado um pouco inquieto. Uma sensação estranha começa de repente, algo como meu estômago pegando fogo, minhas pernas ficando tremulas. Estou me sentindo desconfortável por estar aqui agora.

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Depois de algumas horas, Zac está sentado em frente a fogueira, eu estou do outro lado perto de Carol. Ela conversava comigo empolgada, sabia que tinha que olhar para ela, mas meus olhos parecem imãs que ficam grudados em Zac, eu não sei certamente o motivo, só que ele me atraia de uma forma que nem eu consigo controlar direito.

Não ouço uma vírgula do que Carol está dizendo, fico apenas observando Zac olhando o mar. Ele é tão lindo, seu cabelo é perfeito, essa camisa preta de gola "V" se tornou a minha favorita, e então me pego pensando assim e me sinto um verdadeiro idiota. Meu coração dizia: "Vai nessa!" enquanto minha mente pedia para eu aguentar mais um pouco. A luz da lua que reflete no rosto de Zac realça seus olhos verdes bem claros. Se você quiser saber onde seu coração está, basta saber por onde sua mente vagueia.

— Felipe...! - Carol me balança irritada.

— Oi?... Ai, desculpa, eu...

— Ouviu alguma coisa que eu disse?

— Carol, eu...

— Esquece! - Ela levanta-se irritada e afasta para perto das meninas que estavam na mesa.

Eu respiro fundo e olho para frente, e para minha surpresa ele estava me encarando, eu não sabia muito bem como reagir, dou apenas um sorriso de canto. Zac se levanta e vem sentar ao meu lado, eu o sigo com meus olhos e sorrio mais uma vez assim que ele o faz.

— Tudo bem? - Ele me pergunta.

— Sim! E você?

— Bem... Você brigou com sua namorada?

— O que? - Dou uma risada rápida - Não, ela não é minha namorada!

— Parece sua namorada!

— Não é minha namorada, okay?... - Eu não queria falar desse jeito, mas sempre me irrita quando pensam que eu e Carol somos namorados. Eu já tentei uma vez que isso fosse real, mas não é o que eu quero... Não é o que eu sinto!

— Ta legal, me desculpa! - Ele diz sorrindo, com o sorriso mais perfeito que eu já vi, tão branco e tão perfeito que eu nem consigo descrever.

— Não, tudo bem... - Eu digo.

— Então, do que você mais gostar de fazer durante o dia? - Ele pergunta tentando não deixar o assunto acabar.

— Eu... Faço faculdade... - Pensei em dizer sobre minhas histórias, mas ele não leria mesmo, então porque me iludir achando que ele me apoiaria nisso tudo?

— Olha, um universitário! - Rimos sobre esse pequeno comentário - Faz faculdade de que?

— Publicidade e propaganda!

— Parece ser bem legal.

— E é!

— Você gosta de praia?

— Um pouco - Na verdade eu queria responder que eu odeio praia, mas por algum motivo eu disse aquilo - E você?

— Eu surfo!

— Wow, sério? A minha irmã do meio é louca para aprender a surfar, na verdade ela tenta algumas vezes, e está pegando o jeito.

— Isso é legal...

Somos interrompidos com Joe se aproximando e contando que minha mãe tinha ligado para o celular dele já que o meu estava sem serviço, e dizendo que era para eu voltar pra casa, já era um pouco mais de duas horas da madrugada e eu ainda estava na rua. Me levanto depressa e bato na minha calça tirando a areia.

— Algum problema? - Zac me pergunta.

— Não, eu só preciso ir pra casa - Respondo-o.

— Eu posso te levar, estou de carro!

— Não, tudo bem, eu vou com a Ana, não precisa se incomodar - Falei, mas queria muito que ele me levasse, porém acabei de conhecê-lo, fiquei um pouco com medo.

— Não é incomodo, eu levo, também já está na minha hora, será uma honra.

— Eu vou falar com a Ana e depois volto aqui - Digo e me afasto, não consigo dizer "não" para as pessoas, eu sei que é estupidez, mas é algo que eu não consigo fazer, eu não posso ver a pessoa triste ou então falar um "não" bem na cara dela.

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— Tem certeza que não da pra me levar? - Estou praticamente implorando para Ana me levar pra casa.

—Jura? Ele é o maior gato...!

— Ana, é sério!

— É só algumas quadras, ele não vai te sequestrar, Felipe - Ela diz daquele jeitinho delicado que só a Ana tem.

— Eu não sei...

— Eu cansei desse assunto, faz o que você quiser - Então ela sai dali e me deixa parado sozinho na areia.

Me vejo obrigado a ir com ele agora. Eu não podia forçá-la a voltar comigo, porém tinha medo de ir pra casa com ele, e agora esse medo teria que ser enfrentado.

Próximo a ele eu dou um sorriso.

— Então, aquele convite ainda está de pé?

— Claro! - Ele diz animado, parece que eu lhe dei a notícia do dia. Isso de certa forma me animou também.

Nos despedimos dos outros, enquanto ele falava com Joe e a Ana, fui falar com a Narayani que estava na roda dos amigos da faculdade, aceno para todos e ela vem falar comigo.

— Você vai me contar agora? - Ela pergunta.

— Contar o que? - Me assusto.

— O que tem de errado com você... Não tem sido aquele Felipe brincalhão e comunicativo como de costume... Você fico quieto a noite toda, aconteceu alguma coisa grave?

Bem, de grave talvez sim, mas eu fiquei com medo de que ela não fosse entender. Queria poder compartilhar isso com a Narayani mais do que tudo no mundo, só que meu medo era ela me rejeitar depois, me ignorar e se afastar... Não posso ter a maior amiga da minha vida se afastando de mim nesse momento, tenho certeza que poderia estar enganado, mas não tive coragem, então eu me segurei e lhe respondi.

— Não é nada! Estou apenas com uma dor de cabeça.

— Está bem, quando chegar em casa toma alguma coisa e me avisa.

— Pode deixar! - Nos abraçamos, e foi o abraço mais reconfortante que eu poderia ter nesse momento, Narayani sempre foi tão boa comigo, eu não sei como dizer... Ela é única! As vezes a gente só precisa de um abraço, aquele que só um amigo sabe dar, e ela não sabe o quanto esse foi especial e bom pra mim, que eu jamais vou poder agradecer ao tamanho disto.

Então, fui com Zac em direção à rua. Minhas mãos estão suadas, a minha respiração já está totalmente descontrolada, nem respirar direito eu sei agora, meu Deus como uma pessoa pode mexer tanto comigo? Isso não é normal de mim, eu quero isso, mas como posso querer o que me dizem não ser o certo? Afinal, o que é o certo para eles?


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