Stay With Me escrita por Fenix


Capítulo 19
A Grande Mulher




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Acordei com os raios de sol aquecendo meu rosto enquanto o ar condicionado o deixava cada vez mais frio. Abro e fecho os olhos rapidamente, a luz arde meus olhos com o impacto. Sento-me na cama feita no chão e coço meus olhos devagar, abro-os com calma até me acostumar com a claridade.

Posso encontrar alguns pontos brilhantes e coloridos na minha visão. Caramba, certamente ele deveria ter fechado a cortina quando fomos dormir. Isso me fez notar que Zac não estava mais do meu lado. Levo meu olhar para a cama dele, supondo que poderia ter ido para lá durante a noite. No entanto não estava nem se quer bagunçada.

Pergunto-me aonde dele poderia estar? É a casa dele, mas não conheço seus pais. Sou um garoto tímido, não vou sair do quarto dele e ir tomar café da manhã sem que me chamem antes. Me diga, quem nunca foi dormir na casa de um amigo e não levantou da cama até que ele faça o mesmo? Acredito que isso seja uma forma natural do ser humano.

Avisto meu celular na mesa perto do pé da cama de Zac e o pego. Duas ligações não atendidas, meu coração acelera gradativamente enquanto desbloqueio a tela do iPhone. Logo me deparo com duas chamas não atendidas da minha mãe. Certamente me considero agora uma pessoa morta!

Levanto-me e retorno a ligação. Dirijo-me para a janela do quarto e observo o céu limpo, sem qualquer nuvem e o sol escaldante que iluminava totalmente o quarto, com alguns raios de luzes fortes que refletiam melhor no chão.

Alô!

– Oi mãe!

Felipe, que horas você vem pra casa? Vai ficar ai na Ana agora?

– Mãe, acabamos de acordar...

Você vai vir almoçar aqui em casa? Não posso ficar esperando você sem saber se vem ou não.

– Hm... E-eu vou almoçar ai... - Respiro fundo coçando a testa com as pontas dos dedos.

Então vem logo, já são meio-dia e meia.

– Ta bem, já to indo! - Finalizo a ligação. É, as coisas vão começar a voltar ao normal.

Sem nem querer, lembro as cenas da festa de ontem à noite que voltam em minha mente com tanta força que posso sentir exatamente como foi naquela hora. A raiva e o ódio que sinto cada vez mais por Leonardo. Não acredito que o deixei falar daquela forma comigo, também estou irritado comigo por não ter feito nada.

– Já acordou! - Ouço aquela voz suave e um pouco grossa. Levanto meu olhar para porta e o avisto entrando no quarto sem camisa e apenas com um short um pouco amassado. Com um pão em sua mão e um copo de nescau na outra. - Fiz pra você, espero que esteja com fome.

Não estou! E ainda disse para minha mãe que comeria em casa, mas ele fez de tão bom agrado que eu não podia recusar. Dou um sorriso assentindo e me aproximo pegando o pão e o copo.

– Dormiu bem? - Zac pergunta durante sua procura por uma blusa em seu armário bagunçado.

– Sim. E você?

– Também... Eu não consegui dormir direito porque você se mexe muito, mas...

– Ei... Mexo nada! - Ele vira-se para mim dando um sorriso.

– Como você sabe? Está dormindo.

– Dane-se - Digo dando um sorriso.

– Estou brincando... - Ele senta ao meu lado e me beija no rosto - Você se mexe um pouco, mas não tem problema. Eu consegui te conter.

– Nossa... - Uma risada involuntária sai de repente - Obrigado... Eu acho.

– Você vai amanhã? - Zac pergunta levantando e voltando a sua procura no armário.

Tomo um gole do nescau, que por sinal está perfeito. Até melhor do que aqueles industrializados de caixinha... Que eu amo!

– É amanhã a competição? - Pergunto.

– Sim. Eu espero te vê lá - Ele diz.

– Sabe onde vai ser?

Zac pega uma blusa branca que tirou no meio de outras que estão emboladas no canto do armário e a põe.

– Na praia de Ipanema. Quero muito que você esteja lá.

– É, hm... Sim, eu... Eu vou tentar ir - Respondo um pouco em dúvida. Amanhã é uma segunda-feira, não sei andar muito bem de ônibus no Rio de Janeiro. Desde criança fui acostumado a andar de carro e até hoje eu não costumo a sair de ônibus, então não faço muita ideia de qual eu deveria pegar.

Estou quase terminando o café quando a mãe de Zac entra no quarto para falar algo com ele. No momento que me avista sentado na cama, ela para de andar e me encara por alguns rápidos segundos.

– O que quer, mãe? - Zac pergunta.

– Ele dormiu aqui hoje? - Ela pergunta, como se eu não estivesse ali para ouvi-la.

– Sim, eu falei com você quando acordou - Zac a responde no mesmo tom seco e ríspido.

Evito encará-los por enquanto. Desço meu olhar para o chão, estou completamente desconfortável com a forma que ela falou. Mas eu entendo como ele deve estar se sentindo agora... Acredito que meu Pai faria o mesmo comigo.

– Oi... - Ela vira-se para mim e força um sorriso mal feito no rosto - Gostaria de comer alguma coisa?

– Oi... - Respondo-a. Minhas mãos estão unidas entre minhas pernas, olho para a Mãe dele dando um sorriso de canto.

– Eu já trouxe algo pra ele comer - Diz Zac, ele caminha para cama e senta ao meu lado.

Dou um pelo e discreto pulo para o lado, afastando-me.

– Ta bem... - Ela sai do quarto em seguida.

Espero-a bater a porta e levanto da cama já pegando minhas coisas na mesa do computador.

– Ei, onde você vai?

– Olha, eu entendo... Meus pais são exatamente assim, eu não quero te trazer problemas - Digo, retirando a blusa que ele me emprestou e pondo a minha.

– Você não vai me trazer problemas.

– Eu agradeço muito, muito mesmo... Você é incrível, e eu te... - Dou uma pausa repentina. O encaro e respiro fundo.

– Por favor, fica.

– Eu preciso mesmo ir, Zac.

Sua Mãe o chama aos berros do andar debaixo. Fico quieto enquanto dobro a sua blusa. Ele levanta e se aproxima de mim tocando em minhas costas e agachando um pouco para me encarar nos olhos.

– Eu não quero que você vá.

– A sua Mãe está te gritando... É melhor você ir! - Digo com meu tom um pouco entristecido.

Posso o sentir respirando fundo e saindo do quarto. Sento-me na cama novamente e inclino-me para frente com as mãos em meu rosto. A última coisa que eu queria nesse momento era causar problemas para alguém, e por ser ele a dor é ainda maior.

Droga... Sinto-me horrível agora. Essa sensação estranha chega a dar-me leves fisgadas no estômago. Minhas mãos estão um pouco tremulas. Sei que os pais dele não estão felizes de me ver aqui, principalmente em saber que dormir em seu quarto. Deus, eles devem me odiar!

Ouço um barulho vindo do andar debaixo. Olho para a porta e não noto nenhuma movimentação. Levanto-me e caminho até a porta, analiso o corredor vazio e já posso ouvir a conversa de Zac e seus Pais. Caminho cautelosamente para perto da escada e posso vê-los na sala de estar. Os Pais dele em pé e ele sentado no braço do sofá.

– Eu não acredito que fez isso com ele... Você está tentando convertê-lo agora? - Posso ouvir seu Pai dizer isso claramente - Deus, que tipo de filho eu fiz?

– Esse garoto tem que ir embora agora! - Sua Mãe diz gesticulando com a mão que segura o cigarro. Ela caminha inquieta pela sala.

– Você tem que respeitar esta casa... Quando eu digo que não é para trazer esses garotos para cá, não traga... Esta é a minha casa e são as minhas regras! - Diz seu Pai.

Se não tivesse ali agora, presenciando tudo isso, talvez não acreditaria se ele me contasse depois. Podia ver meu Pai ali, durante toda aquela conversa. Ele está tão nervoso que fiquei angustiado e com medo que ele agredisse Zac a qualquer momento. Volto para o quarto devagar.

O universo não te deixa respirar. Ele não te da uma pausa para que você seja feliz, você tem que aproveitar os breves intervalos entre uma tempestade e outra. Porque é disso que a vida é feita, de batalhas sem fim, até você não conseguir mais lutar. E saiba de uma coisa, a vida não é justa. Mas talvez seja isso que a torne tão especial! Eu queria poder ter um pouco mais de tempo antes de voltar para toda essa tensão.

Fico no quarto dele até que ele retorna alguns minutos depois, com um sorriso no rosto fingindo que estava tudo bem. Tentou fazer uma pequena piada, mas não deu muito certo. Eu realmente estou preocupado com ele, mas não poderia permanecer nem por mais um segundo aqui.

– Eu entendo que queira ir embora - Ele diz tristonho.

Aproximo-me dele e toco em seu rosto. Aliso delicadamente sua bochecha e fixo meu olhar em seus olhos verdes. Ele segura minha mão fechando os olhos.

– Desculpa, eu preciso ir - Murmuro.

– Eu te levo...

– Não! - Puxo minha mão devagar dando um passo para trás. Ele vai precisar de um tempo para conversar melhor com seus pais. Eu aqui estou apenas atrapalhando e piorando as coisas - Você já fez o bastante, obrigado!

– Felipe, eu...

– Sério, não precisa. Fica aqui e...

O Pai dele se aproxima da porta e me fuzila com o olhar. Posso sentir o ódio dele sendo jogado todo em cima de mim.

– Eu acho melhor eu ir - Digo cabisbaixo e sai do quarto de modo rápido e cauteloso.

Desço a escada rapidamente e olho para a Mãe dele na porta da sala, fumando e olhando para o céu. Respiro fundo, a tensão está cada vez maior. Apenas quero sair desse lugar o mais rápido possível. Ao terminar a escada, ouço Zac correndo atrás de mim e me alcançando no meio do trajeto até a porta da frente.

– Ao menos me deixe levá-lo até a porta - Ele diz.

Permaneço quieto, minha voz não saia de jeito algum, meus lábios parecem selados. Somente apresso-me para chegar a porta central da casa. Zac a abre e me leva até a calçada.

– Desculpa por qualquer coisa - Ele diz.

– Não... Tudo bem... Eu queria conversar com você depois.

– É algo sério?

– Um pouco! - Respondo.

– Podemos sair hoje e...

– Não... Eu já causei muitos problemas por hoje... Podemos conversar amanhã?... Depois da competição.

– Você vai?

– Eu vou tentar ir!

– Ta bem.

Ele se aproxima para beijar e afasto-me abaixando a cabeça. Ele assente e olha para trás, sua Mãe nos encara sem piscar os olhos.

– Tchau - Digo logo depois de um sorriso de canto e afasto-me caminhando.

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Entro em casa e ouço algumas vozes que podiam ser ouvidas da porta da frente. Solta a maçaneta e ponho um sorriso no rosto, tento por hora, tirar todos aqueles pensamentos da minha cabeça. Caminho para sala onde estão minhas irmãs e meus cunhados, junto com meu Pai e meu Padrinho sentados nas poltronas perto da janela, segurando duas latinhas de cerveja e um prato com salame cortado em cima da mesa central da sala.

A me ver, meu Pai se alegra um pouco e faz com que meu padrinho se levante e vá até a mim. Estou parado ao lado do sofá, com as mãos no bolso da calça e com um sorriso forçado no rosto.

– Caraca moleque, você ta lindo pra caralho - Diz meu padrinho ao me abraçar.

Ele se chama Cláudio, não é bem aquele padrinho presente. Na verdade eu estou esperando meus presentes de aniversário desde os meus quinze anos... Mas ele é uma boa pessoa. Gosto de quando ele vai à minha casa, está sempre divertido e falando bobagem.

– Oi Cláudio - Digo abraçando-o de volta.

– Hélio, seus filhos estão cada vez mais bonitos - Cláudio brinca.

– Eu sei, eu faço filhos bonitos.

No entanto nada poderia me deixar mais feliz do que ouvir uma voz de uma das pessoas que eu mais amo nesse mundo. Não pude conter minha alegria ao ouvi-la. Dirijo-me rapidamente à cozinha e ela está lá, uma das mulheres mais incríveis que eu conheço, minha Tia Rita. Cabelo curto acima dos ombros, loira, olhos cor de mel, seu corpo levemente conservado para uma pessoa de cinquenta e dois anos.

Ela está sentada de costas pra porta enquanto conversa com minha Mãe que fazia a comida.

– Oi Tia! - Digo felizardo.

– Oi meu flor! - Seu sorriso sempre me animou.

Rita é irmã da minha mãe e de longe é a Tia com quem mais tenho contato. Mora sozinha e não tem filhos, então nos "adotou" como filhos dela e sempre que vem aqui em casa traz algo para nos agradar. Não é grande coisa, mas é de coração, algo como uma bala ou um biscoito. Tenho mais um Tio, Júlio, por parte de mãe, porém só costumo vê-lo durante a ceia de Natal. Minhas outras Tias por parte de Pai são totalmente falsas e arrogantes, pessoas sem escrúpulos, invejosas e estão sempre querendo arranjar briga com minha Mãe, que por sinal não faz esforço para gostar delas.

Ou seja, minha Tia Rita é a melhor pessoa de todas. Ela me abraça quando vou até ela e se surpreende de como emagreci desde sua última visita. Acredito que não emagreci nada, mas os números não mentem, eu perdi 4kg desde que me assumi.

– Você precisa comer!

– Não Tia, eu to ótimo.

– Eu digo isso pra ele, mas ele não quer comer direito - Minha Mãe comenta enquanto colocava a lasanha no forno.

– Felipe os seus ombros estão com os ossos começando a aparecer. Não faz isso não, você vai ficar feio - Diz minha Tia.

– Eu to comendo normal, gente.

– Se estivesse não estaria emagrecendo - Ela responde - Falo isso porque quero seu bem!

– Ta beeeem... - Digo revirando os olhos e rindo - Vai dormir aqui hoje?

– Vou, e vou embora amanhã pela manhã.

– Tem um bom filme de Terror para assistirmos hoje - Minha Tia é a única companhia que tenho para assistir filmes de Terror em casa.

– Oba, é de espíritos?

– Sim!

– Temos que assistir de noite, que ai vamos deixar tudo escuro e comendo pipoca.

– É assim que se fala - Brinco com ela e a abraço novamente.

– Vai se trocar que já vou por o almoço! - Minha Mãe me avisa.

Saio da cozinha e vou para meu quarto. Fecho a porta, destravo meu celular e coloco suas músicas para tocar, mais precisamente Britney Spears. Cerca de 70% das músicas do meu celular são apenas da Britney Spears. Posso ouvir a mesma música mais de trinta vezes e não consigo enjoar. Ela é um grande espelho para mim, sua força e a volta por cima que deu, é de longe um tanto inspirador. Britney chegou ao fundo do poço e conseguiu sair dele, então eu penso, se ela conseguiu, eu também consigo!

Troco de roupa enquanto dublo a minha música favorita, I'm Slave 4 U. Não sei o que me deu, apenas estou feliz agora. Talvez eu esteja assim pelo beijo, por ter ele comigo ou sei lá. Eu só sei que agora eu estou bem, estou alegre e confortável comigo mesmo. Você se sente melhor quando ama e é amado, isso pode ter certeza!

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O dia vai passando enquanto rimos das palhaçadas do meu Padrinho. Minha Tia Rita fala sobre relacionamentos que nem sempre dão certo, mas que ela tem esperanças, mesmo com sua idade. E eu a apoio, afinal o amor não tem idade! Você não tem um limite certo para encontrar uma pessoa na vida.

Esse foi um dos poucos dias que eu me senti da família de novo, que eu pude conversar e brincar sem que meu Pai puxasse assunto de namoradas ou qualquer coisa do tipo. Nós continuávamos a conversar, essa cena de reunião em família está tão boa e divertida. Animado, eu sento no sofá enquanto converso com minha Tia e gesticulo um pouco com as minhas mãos, nesse instante posso notar os olhos de meu Pai fixados em mim, e paro de falar um pouco. Encosto no sofá e apenas sorrio de algumas coisas que eles diziam. Minha Mãe comentou que espera ser avó em breve e já recebeu um "Não" sem demora da Aline.

– Acho que o meu primeiro neto vai vir do Felipe - Minha Mãe comenta.

– De mim? - Me surpreendo um pouco - Ta louca?!

– Esse ai quando pegar uma mulher vai engravidar logo - Meu Pai diz.

– Nem pensar, existe camisinha pra que? - Retruco - Não to a fim de pegar uma DST.

– Você fala isso agora, quero vê quando tiver com a menininha na cama - Meu Pai continua.

– Prefiro não pensar!

E então todos ficaram quietos por alguns milésimos de segundos e voltaram a conversar normalmente. Levanto-me devagar e vou para meu quarto sem que eles notem.

Não estou triste ou zangado com isso. Só que não me sentia bem para continuar ali. Alguns podem até achar bobeira, mas com tudo isso que tem acontecido comigo, me deixou um pouco sentimental para tais coisas.

Entro em meu quarto e me fecho no meu mundo. Eu queria que as coisas pudessem ser fáceis assim, na qual você pudesse ter uma pausa de todos os problemas e só notar as coisas boas da vida. Eu gosto de ficar sozinho, porque assim eu me entendo melhor. Passei uma das fases mais difíceis da minha vida no escuro, sozinho e sem ninguém pra conversar... Então vejo a solidão como uma velha amiga.

Fico no meu quarto o resto do dia. Conversei um pouco com Michele e Narayani, apenas para tentar puxar algum assunto, algo que faça me sentir melhor. Depois que meu padrinho foi embora, minhas irmãs começaram a arrumar a sala. Sei disso por que posso ouvir os passos e algumas cadeiras sendo arrastadas.

Não demorou muito minha Tia abriu a porta do meu quarto me chamando para assistir ao filme com ela. Assenti e a acompanho até a sala, onde só estava minha mãe, sentada no sofá jogando seus joguinhos no celular. Preparo as coisas para o filme e começamos a assistir. Enquanto assistimos ao filme, não consegui parar de pensar na noite anterior. Leonardo sendo um completo babaca e Zac me acolhendo como ninguém jamais fez antes.

Não sei se é apenas comigo, mas sinto que minha vida tem sido uma grande montanha russa de emoções. Uma hora você está feliz e na hora seguinte já não está mais. Tudo muda tão de repente e você tenta ser forte, mas às vezes é demais! Só quero ser feliz, por pelo menos mais de 1 dia. Eu tento sempre olhar para o lado positivo da situação, mas confesso que muitas vezes eu não encontro nada... Cabe a mim fingir que existe e criar esperanças onde não tem!

Depois do filme, minha Mãe e minha Tia ficaram conversando enquanto eu continuei assistindo televisão na sala. Elas falaram sobre muitas coisas, até o assunto chegar em mim.

– Felipe tem me ajudado quando eu preciso dele - Minha Mãe comenta - Ele que sempre arruma a cozinha, lava a louça... Quando eu operei o pé, ele que fez a comida!

– Que isso, esse menino é explorado nessa casa - Minha Tia brinca e beija minha cabeça - Ele é um anjo!

– Eu falo para todo mundo, ele é meu anjo da guarda.

Meu Pai para na porta do corredor nos encarando.

– Anjo da guarda? Ele não vale nada - Meu Pai entra na brincadeira. Ele caminha para cozinha com um copo vazio na mão.

– Cala a boca, não se mete! - Minha Mãe o responde - Ele é meu filho.

– Nem namorada ele tem.

– Ih pronto, vai começar - Digo revirando os olhos e cruzando os braços.

– E dai? Eu o amo com ou sem namorada... - Minha Mãe me surpreende um pouco com sua resposta.

Dou um sorriso de canto olhando para ela.

– Namorada pra que? Ele é jovem ainda - Diz minha Tia.

– Ele que cismou com isso, Tia. Toda hora fica falando.

– Toda hora não - Ele diz, saindo da cozinha com o copo de água.

– Toda hora sim! - Retruco.

– Você não é o filho que eu pedi a Deus. Meu Deus, aonde foi que eu errei? Eu pedi um filho homem que fosse ser meu amigo, meu parceiro... E ele me manda isso!

– É, acho que não sou mesmo o filho que você pediu a Deus! - Digo.

– Não é mesmo não.

Ele entra no quarto e fecha a porta. Em seguida continuamos a conversar normalmente.

De madrugada, chamei Ana no chat. Precisava conversar e contar para ela tudo que aconteceu ontem. Sendo minha amiga e amiga de Leonardo, acredito que talvez ela pudesse ajudar ou ao menos ficar do meu lado.

– Eu disse pra ele não dar em cima de você! - Este é o único comentário que ela faz após tudo que contei. Talvez não fosse a reação que eu esperava, mas tudo bem. Acredito que ela vá conversar com ele ou algo assim. Não para me defender, mas seria uma coisa que eu faria por ela.


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Notas finais do capítulo

Então pessoal, estou de volta com Stay With Me e atualizando a fic todos os Domingos!
Queria muito pedir a ajuda de vocês para mais um projeto. Eu estou prestes a criar uma HQ online e já preparei tudo, o site oficial e a página do facebook. Bom, se estão se perguntando se Zac e Felipe estarão na HQ, sim, eles estarão o/ hahahahaha e espero muito contar com o apoio de vocês!

Por favor, curtem a página no facebook https://www.facebook.com/ContaminationSeries . Podem comentar e dizer o que esperam da HQ, as notícias vão saindo com frequência.
Obrigado! =)



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