Stay With Me escrita por Fenix


Capítulo 12
Seus Amigos




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Essas horas foram as melhores que eu já tive na minha vida até agora. Sinto como se o mundo estivesse em equilíbrio, e nada mais importa, porque você está com a pessoa que realmente quer estar com você.

De todos no mundo, ele me escolheu, posso dizer que sou o garoto mais sortudo do planeta e isso ainda seria pouco. A verdade é que eu não queria me apaixonar, não queria precisar de ninguém... Mas então ele apareceu, e eu nunca quis estar com alguém como eu queria estar cada segundo com ele.

– Você sabe o que mais gosto em você? - Diz Zac, depois de vários minutos sem dizer sequer uma palavra.

– O que? - Eu o encaro nos olhos.

– Você é tão... Puro... Tão amável e tão calmo... Gosto do seu jeito de encarar as coisas - Cada palavra que saia de sua boca, eu ficava ainda mais apaixonado por ele. Eu tento não chorar e respiro fundo.

– Zac... - Desvio o olhar para o lado.

– Parece que você saiu daqueles filmes de romance clichê - Ele da uma risada, que chega até tirar um sorriso meu.

– Estou mais pra um Drama!

– Não se engane por momentos difíceis, todo filme tem sua parte triste... Mas então você me encontrou!

– Que exibido... - Eu rio dizendo e o empurro levemente no ombro.

Meu celular toca de repente, retiro-o do bolso e vejo quatro ligações da minha mãe.

– Droga! - Digo sentando rápido no chão.

– Algum problema?

– Sim! Minha mãe me ligou várias vezes.

– É melhor irmos então - Ele sugere.

– É, acho melhor.

Levantamos e nos dirigimos em direção ao carro.

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A chuva começa a cair com intensidade, as gotas batem contra o vidro do carro e escorrem para o lado com o vento. Eu gosto da chuva, da calma que ela trás e do ambiente meio frio que deixa.

Eu me ajeito encolhendo no banco. Pude sentir Zac me olhando de rabo de olho, não demorou muito ele esticou o braço para o banco de trás e pegou seu casaco, ele me entregou.

– Aqui!

– Não precisa.

– Eu sei que está com frio, toma logo! - Eu ainda me surpreendo com o jeito que ele se preocupa comigo.

Pego o casaco de sua mão e o ponho. O cheiro de Zac está por ele todo, fechei os olhos e respirei fundo. É engraçado, mas senti vontade de me abraçar... Eu deito minha cabeça em meu braço que está esticado no vidro.

– Você está com fome? - Ele pergunta.

– Não muita, por quê?

– Quer passar em algum fast-food?

– Tanto faz...

Ele diminui o ar do carro e olha pra mim. Tudo parece funcionar certo nesse momento, uma música lenta está tocando no rádio, aquelas que você só ouve quando quer imitar alguma cena triste de algum filme que viu. A noite, a chuva... Talvez fosse pra ser, talvez seja um sinal.

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Compramos o lanche no drive-Thru e fomos comer no estacionamento do local. Zac preferiu fazer isso já que lá dentro estava cheio e com todas as mesas utilizadas.

– Você gosta de Cheddar... Agora já sei! - Zac comenta.

– Está me estudando? - Brinco com ele.

– Talvez... - Ele me encara sério, tirando um sorriso de mim.

Então me joga uma batata-fria, eu olho pra ele e lhe jogo outra, então Zac me joga outra. Ficamos nisso por um tempo, eu nunca me diverti tanto antes. No final, ele ficou sem suas batatas, eu olho pra ele e lhe entrego as minhas.

– Não, tudo bem - Ele diz.

– Toma Zac.

– Mas você adora batata-frita.

– Eu sei, mas você está sem!

– Está sendo romântico com batata-frita - Ele diz, para quebrar o clima e gargalharmos um pouco - Tenho uma ideia melhor! - Zac dividiu as batatas para os dois - Assim é mais justo!

– Bobo... - Eu digo rindo e totalmente sem jeito.

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Fico em frente a minha casa, olho pra ele e encosto a minha cabeça no banco.

– Obrigado por tudo. - Agradeço.

– Não... Obrigado você!

Ninguém sabe o quanto eu queria beijá-lo agora, poder realmente me entregar a isso, mas não posso, não ainda. Dou um sorriso de canto e saio do carro, corro para dentro de casa por causa da chuva e antes de fechar a porta, me viro e aceno para ele, que em seguida acelera com o carro.

Entro em casa e bato a porta, logo sou recebido por minha mãe saindo irritada da cozinha.

– Felipe, onde você estava?

– Eu sai com meu amigo mãe, eu disse!

– E ficou na rua até essa hora? Não atendeu as ligações.

– Eu não ouvi.

– Ai fica difícil, Felipe... Você nem conhece esse garoto muito tempo, se ele fosse um sequestrador? Depois você some e ai eu quero vê...! Para de andar com ele.

– Mãe, ele é meu amigo, a Ana conhece ele.

– Não interessa.

– Ta bom Mãe... - Me dirijo para meu quarto.

Retiro meu tênis e deito na cama, exausto, fecho os olhos só por alguns segundos.

– Você vai comer alguma coisa? - Minha mãe pergunta, entrando irritada no meu quarto.

– Não, eu já comi.

– Que casaco é esse?

Abro meus olhos e me dou conta que ainda estou com o casaco de Zac, eu dou um sorriso.

– De quem é esse casaco?

– Hm...? Ah, é do Zac, eu tinha esquecido o meu e ele me emprestou o dele.

– Ta bem... - Ela bate a porta.

Pode ser coisa da minha cabeça, mas eu notei que ela mudou totalmente seu jeito quando eu disse, ficou mais séria e áspera. Deito com isso em minha mente, talvez se eu mentisse poderia não ter piorado as coisas.

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Chego do meu último dia de trabalho, estou feliz por isso, eu odiava aquele lugar, rodeado de gente falsa que por qualquer oportunidade lhe apunhalaria pelas costas. O almoço já esta pronto e minha mãe me chama para pegar o prato.

– Vai fazer o que hoje à noite? - Ela me pergunta.

– Ainda não sei, provavelmente nada, porque?

– Eu vou na festa na casa da Liliane com suas irmãs, você não quer vir com a gente?

– Eu? Fazer o que na casa da Liliane? Prefiro ficar aqui mesmo, obrigado! - Saio da cozinha com meu prato pronto e me dirijo para sala.

– Vão ter algumas amigas da irmã dela lá - Minha mãe diz, seguindo-me até a sala.

– Mãe, eu prefiro ficar aqui em casa.

– Felipe, assim você não vai arranjar uma namorada nunca.

– Quem disse que eu queria arranjar uma namorada agora?

– Você já até passou da idade de namorar... Precisa sair, conhecer pessoas...

– Eu já saio com meus amigos mãe - Digo ficando irritado. Posso sentir que minha fome já diminuiu, a verdade é que eu nem queria mais comer.

– Felipe, você precisa olhar em sua volta... Você é um garoto bonito, tenho certeza que chama atenção das meninas.

– Okay, mãe...! - Me calo começando a comer.

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A tarde toda eu passei escrevendo um pouco das minhas histórias. Eu já estava pensando no final de semana que se aproximava, eu queria sair, fazer alguma coisa, me distrair de novo. Apesar de saber que nenhum outro final de semana iria superar o anterior. Pego meu celular e ligo para Ana enquanto fico deitado em minha cama. Ponho minha mão atrás da cabeça e fico olhando para o teto durante a chamada.

– Alô!

– Oi Ana...

– Ah, oi Felipe!

– Então... Tudo bem?... Pow, eu to te ligando porque eu não vou ter nada pra fazer esse final de semana, quer vir aqui em casa pra assistirmos um filme ou algo assim?

– Tudo sim! Poxa Felipe, eu to cheia de trabalhos da faculdade pra adiantar, eu não vou poder ir!

– Tem certeza? É que a gente não se vê faz mais de um mês, e...

– Não dá, eu tenho mesmo que fazer eles.

Respiro fundo, não podia forçá-la vir até minha casa só porque eu não quero ficar sozinho com meus pais. Fiquei irritado por ela nem tentar.

– Tudo bem... Deixamos para a próxima então - Apesar de saber que na próxima ela vai continuar tendo algo pra fazer - Tchau!

– Até!

Eu ponho meu celular no computador e deito novamente. Meus pais estão me deixando louco a cada dia que passa, são cobranças intermináveis por eu arranjar alguma namorada. Eles não parecem se importarem com a minha felicidade, até que eu os faça felizes.

Fecho meu notebook e o coloco do meu lado, as únicas coisas que eu conseguia pensar eram nos momentos que passei ao lado de Zac. As coisas que ele me disse, e o jeito perfeito que ele é e que provavelmente eu nunca mais vou encontrar em outra pessoa. A única coisa que passa pela minha cabeça é que queria estar com você agora, segurando sua mão e olhando seu sorriso.

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Vou à cozinha para beber um pouco de água. Chego na pia e pega o copo, enquanto bebo, meu celular recebe uma ligação. Ponho o copo na pia e vou para sala atendê-lo.

– Oi!

Oi Lipe!

– Oi Zac... - Ao dizer seu nome, atraio os olhos de meu pai para mim, logo me dirijo para meu quarto - Tudo bem?

Tudo sim, e você?

– To bem...

Eu tava lendo mais uma de suas histórias e precisei te ligar...

– Sério? - Eu digo entrando no meu quarto com o sorriso mais bobo que uma pessoa poderia ter. Deito em minha casa fico conversando - Qual história?

The Current...

– E o que achou dela?

– Eu precisava te ligar por isso... Você precisa saber que é a pessoa mais inteligente e criativa que eu já conheci, meu Deus... Felipe você tem noção do dom que tem?

– Nossa... - Digo rindo - Assim você me deixa até metido - Brinco no final.

Suas histórias passam uma paixão tão grande, eu amo isso em você... São muito boas.

– Obrigado - Eu sinceramente não sabia mais o que dizer, tal como se eu não soubesse mais falar.

Vai ter o dois, certo? Precisa ter o dois...

– Eu não sei... - Nunca ninguém conversou assim comigo, com tanta empolgação e vontade sobre as minhas histórias.

Você não pode terminar uma história daquele jeito!

Eu dou uma risada, no entanto é logo interrompida com a entrada de minha mãe no quarto.

– Já estamos indo - Ela avisa.

– Ta bem - Digo normal.

– Qualquer coisa me liga, estou com o celular.

– Ta!

Ela sai em seguida e fecha a porta.

Quem era?

– Minha mãe... O pessoal daqui de casa está indo para uma festa.

E você não vai por quê?

– Não to muito a fim de ir...

E você vai ficar sozinho?

– Sim! - Deito de costas na cama e olho o céu estrelado pela janela.

Eu posso ir ai?

– Oi?! - Sento rapidamente dizendo alto e surpreso.

Se eu não puder, tudo bem - Ele diz ao notar minha reação.

– Não, não... É que...

Tudo bem, não tem problema.

– Desculpa - Me jogo na cama e cubro meus olhos com o braço.

Não tem problema... Faz o seguinte, se quiser alguma companhia, eu vou ai... Levo um filme e podemos assistir juntos!

– Tudo bem...

Então até mais.

– Até!

Ele desliga e olho para o céu novamente, respiro fundo e fico sem reação por alguns momentos.

– Eu sou um idiota - Digo a mim mesmo.

O resto da minha noite se resume em ficar no notebook e pensando em como eu diria tudo isso para Narayani, era a única que eu ainda precisava contar sobre mim, talvez a mais difícil.

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A semana se passa, falei com Zac algumas vezes depois de Segunda-Feira. Ele não parece ter ficado chateado comigo por causa do que disse, isso me conforta um pouco. Durante a semana eu tentei arranjar algo para fazer, porém todos já tinham o que fazer... Michele ia sair com o namorado, Narayani não podia porque estava ocupada com as coisas da faculdade, Carol foi viajar com os pais e Joe não estava na cidade. Então me preparo psicologicamente para enfrentar mais um final de semana em família.

O sábado foi tranquilo, não me aborreci e nem chorei. Meus pais não tiveram muito contato comigo, fiquei preso no quarto praticamente o dia inteiro, então não tinham tempo de falar nada e principalmente meu pai não tinha tempo de jogar suas piadinhas irritantes e idiotas.

Antes que meu sábado terminasse, recebi uma mensagem de Zac, perguntando que eu sairia com ele amanhã. Iríamos à praia e ele iria me apresentar aos amigos dele. Supostamente já estamos parecendo um casal, o que me deixa feliz e me assusta um pouco. Aceito o convite!

Fico na minha cama e espero a noite passar, meus pensamentos não paravam, eu tentava infinitas vezes imaginar como seria o dia seguinte, até que ele finalmente chegou. Me arrumo assim que acordo e vou para sala, onde meu pai está sentado lendo jornal e Aline assistindo televisão.

– Vai aonde? - Aline pergunta.

– Vou sair!

– Com quem? - Ela insiste.

– Zac! - Respondo pegando meu celular no bolso.

– Você agora só sai com ele, porque não pede pra ele te apresentar algumas amigas? - Meu pai solta no ar.

Me mantenho quieto digitando no celular, posso sentir ele me encarando esperando minha resposta.

– Ta vendo? Ele me dá atenção - Ele comenta.

– Hm... - Aline diz olhando para a TV.

Finjo que não o ouvi e continuo a falar com Zac pelo celular. Ele avisa que já está na minha rua e que eu poderia sair de casa. Despeço-me de todos e saio de casa. Não vou deixar aquele comentário do meu Pai estragar meu dia, então paro na porta de casa, respiro fundo e caminho até o carro de Zac que estacionava em frente a minha casa.

– Cadê todos? - Pergunto quando entro no carro.

– Já estão lá - Zac responde. Ele está tão lindo hoje, usando um rayban preto, boné, uma blusa vermelha regata que deixava seus belos braços a mostra e um short bege. Me segurei ao máximo para não beijá-lo quando entrei no carro - Espero que goste deles.

Dou um sorriso de canto e volto minha visão para frente quando ele arranca com o carro dali. Não demorou muito e chegamos a praia, que por incrível que pareça, não está muito cheia. Descemos do carro e já podia avistá-los na areia. Posso sentir meu coração batendo forte. Eu tento controlar minha respiração, tal como se tivesse corrido kilometros. Sempre fico assim quando tento criar novas amizades, estou sempre querendo que alguém goste de mim e que me ache legal. Tenho quase certeza que esse é o meu grande defeito.

Chegamos na areia, eu e Zac andamos nos aproximando de seus amigos. As meninas que estão sentadas na areia, todas com uma blusa leve e a parte debaixo do biquine, já nos avistaram e acenaram para gente.

– Oi pessoal! - Zac diz acenando discretamente.

Eu mantenho a minha timidez presente a todo o momento. Nos aproximamos, os rapazes que jogavam futebol na areia ali perto, chegam correndo.

– Então, esse é o Felipe... Felipe, esses são Beatriz, Carla, Pablo, Gabriel e Vanessa - Zac os apresenta sucessivamente.

– Prazer! - Digo completamente tímido, minha voz luta para sair em alguns momentos.

– Quer jogar um pouco, Felipe? Podemos fazer duplas, você e Zac, eu e Gabriel - Fala Pablo.

– É que... - Começo a dizer. Como eu já iria falar que eu não gosto de futebol? Não quero começar logo dizendo um "Não".

– Ele não gosta de futebol - Zac termina minha frase. Seu tom parecia exato para o momento, eu olho para eles e espero as suas reações.

– Tem certeza? Ninguém aqui é profissional, todos somos realmente ruins - Diz Gabriel, de pele branca, olho azul, loiro e com um corpo que chama atenção de qualquer pessoa, não é muito forte, mas aparenta ir à academia todos os dias. Ele tem 20 anos e é realmente lindo.

– Acredite,Felipe... Eles são péssimos - Brinca Carla. Uma jovem de 19 anos aproximadamente, é a mais nova do grupo. Seu cabelo preto curto não tocava nem aos ombros, o corpo era perfeito, magra sem qualquer dieta ou malhação.

– Gente, ele... - Começa Zac.

– Não, tudo bem... Vamos tentar - Digo.

– Não precisa fazer isso, se não quiser, tudo bem - Zac fala baixo comigo.

– Eu quero - Digo com uma risada de leve - Custa nada tentar.

Ele da um sorriso para mim, um sorriso de agradecimento e que me deixou tão bem. Acabei de aceitar algo que eu odeio, só para poder vê esse sorriso. Ele sabe disso e por isso me abraçou em seguida. Me sinto desconfortável com seus amigos nos olhando, ele se afasta e nota meu olhar para eles.

– Não fica assim, Carla e Beatriz já ficaram juntas e estão namorando outras garotas agora, Gabriel é gay assumido para todos que perguntarem... Apenas Pablo e Vanessa são héteros, e totalmente sem preconceitos! Não precisa ficar assim, seja você mesmo, sei que eles vão gostar... Eu gosto!

E pela primeira vez, eu lhe dou um abraço. Sinto que ele ficou surpreso pela reação, demorou milésimos de segundos para tocar suas mãos em minhas costas. Fecho meus olhos, e o aperto com meus braços, como se eu tivesse segurando meu mundo e protegendo-o de tudo, algo que jamais poderiam tirar de mim agora.

Nos afastamos e eu nunca o tinha visto sem falas até agora. Dou uma risada com sua reação.

– Vamos jogar? - Pergunto.

Zac da uma risada e vamos correndo até os garotos.

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O dia passa rápido, ficamos jogando futebol por quase uma hora. Eu caí varias vezes, algumas por tropeçar no meu próprio pé. Uma vez eu caí de cara na areia e Zac se jogou ao meu lado, ele tira um pouco da areia do meu rosto e ficamos deitados nos olhando. Pablo joga a bola nas costa de Zac e o faz levantar, eu rio e sento no chão, olhando Zac atrás de Pablo na praia para derrubá-lo.

Ao entardecer, Beatriz e Vanessa ficam conversando na areia, eu e Zac vamos para beira do mar e ficamos assistindo os outros surfarem.

– Eu realmente acho surfar muito legal - Comento.

– Você devia tentar algum dia!

– Eu não sei, não levo jeito, já disse.

– Eu te ensino.

Dou uma risada negando a cabeça e levando meu olhar para o chão.

– É sério... Você sabe que eu surfo, eu te dou umas aulas particulares - Ele diz, no final com o tom de pessoa metida e brincalhona.

Eu olho para ele e confirmo com um sorriso de canto. Ele estica o braço para o meu ombro e me puxa delicadamente para perto de si, ficamos assim por um tempo. Eu levo minha mão para sua cintura e ficamos observando os outros surfando incrivelmente bem.

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A noite chega e estamos todos sentados na areia em volta da fogueira que Zac improvisou. Gabriel era bom no violão, ele toca algumas músicas brasileiras. Eu me atrevia a cantar algumas, apesar de não saber a letra de quase nenhuma. Estou sentado ao lado de Zac, ele continua me abraçando com seu braço esquerdo. Eu fico impressionado com os programas que faço com Zac, a cada um eu me sinto tão melhor, como se aos poucos eu estivesse me encontrando e achando o meu lugar no mundo.

– Vamos para a água - Diz Pablo, levantando rapidamente e tirando a blusa.

– O que? - Beatriz se assusta com a sua reação.

Zac me solta e olha para Pablo, que corre em direção ao mar gritando para todos segui-lo.

– Meu Deus, ele é louco - Comenta Vanessa.

Carla levanta retirando o chinelo e soltando o cabelo que estava preso em coque.

– O que? Você vai seguir ele? - Pergunta Vanessa.

– Vamos gente, vai ser divertido - Fala Carla.

– Está frio - Comenta Gabriel.

– E dai? Vamos... - Ela corre em direção a água.

Olho para Zac com um sorriso empolgado.

– Você não... - Zac começa.

– Vamos... - Digo animado.

Beatriz levanta e corre em direção ao mar. Gabriel retira a camisa resmungando por não acreditar o que estava prestes a fazer. Levanto e puxo Zac, ele retira a camisa, observo sua barriga malhada. Ele me encara e espera que eu faça o mesmo. Seus amigos correm em direção ao mar.

– O que foi? - Ele pergunta.

– É que... - Eu respiro fundo, levo minha mão à nunca e abaixo a cabeça.

– Não me diga que é neurótico com seu corpo!

– É fácil dizer quando você tem esse corpo... - Digo.

– Tira a camisa...

– Não!

– Tira a camisa...

– Não, eu já disse!

– Tira essa camisa ou eu mesmo vou tirar - Diz Zac, dando um passo a frente.

Eu me afasto com um passo e depois saio correndo, ele vem atrás de mim. Eu tento ir o mais rápido possível, mas meu fôlego já estava se acabando por eu rir sem parar. Olho para trás e tropeço no chão caindo, ele rapidamente sobe em mim e começa a fazer cócegas.

– Para... Para... - Eu dizia tentando segurar suas mãos e gargalhava sem parar.

– Tira... Ou então eu faço mais cócegas! - Ele diz, ainda em cima de mim.

– Ta bem... Ta bem...

Ele sai de cima e me ajuda a levantar. Completamente acanhado, retiro devagar a minha blusa, então, olho para ele esperando algum comentário maldoso, mesmo sabendo que ele mentiria para me fazer sentir melhor.

– Você é lindo - Ele diz, com um sorriso carinhoso.

Bufo desviando o olhar. Zac toca em meu rosto e me faz olhá-lo novamente.

– Você é lindo do jeito que você é... Não tem que ter vergonha... Não tem que ser como eu para ser feliz, basta ser você! - Ele diz - Agora vamos, estão esperando a gente.

Jogo minha camisa para onde estão as coisas do pessoal e corro com Zac para o mar. Ele segura minha mão enquanto corríamos e nos jogamos juntos na água. Todos gritam e jogam água na gente ao levantarmos. Ficamos conversando e mergulhando algumas vezes. Carla sobe em meus ombros e Beatriz nos ombros de Zac, as duas ficaram tentando derrubar uma a outra, no final eu e Zac derrubamos as duas para trás. Eu já não sabia mais como era bom sorrir com vontade, ser feliz de novo e estar bem comigo mesmo. Zac me fez pensar hoje que não importa como você é, se alguém gosta de você, não importa se é gordo, magro, branco ou negro... Ele vai te amar de qualquer jeito, porque nada é perfeito a não ser você mesmo!


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Notas finais do capítulo

Desculpem a demora =)
Eu estou tentando preparar o melhor para vocês!
Espero que estejam gostando o/



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