Um ano e alguns meses depois

O dia da formatura sempre é muito esperado, principalmente quando você é aluno de Hogwarts. Mistura-se aquela sensação de dor por deixar aquele lugar que por anos fora nossa casa com a sensação de liberdade e dever cumprido.

Estava uma bagunça, Dorcas e Marlenne loucas arrumando-se enquanto eu as observava. Estavam todos empolgados, até mesmo os marotos - o que é óbvio, já que aquela era a chance perfeita para sua cartada final. Eles sairiam de Hogwarts, mas seriam lembrados.

Desci até o salão comunal, encarando aquilo tudo pela ultima vez. Lágrimas solitárias rolaram meu rosto, sorte que a maquiagem podia ser facilmente retocada, já que chorar horrores era uma certeza aquela noite. Senti alguém abraçar-me pelas costas e pelo perfume já tinha plena certeza de quem era. Virei-me de forma que poderia encará-lo e sorri, enquanto James Potter me beijava carinhosamente.

– Você está linda - sussurrou, causando-me arrepios.

– Você também.

– Eu sei - levantei uma sobrancelha, incrédula. Enquanto James sorria de forma magnífica.

– Muito modesto, diga-se de passagem - bradei, mas não pude conter o riso.

***

– Agora, Dorcas Meadowes fará o discurso tão esperado - o diretor Dumbledore anunciou, sorrindo para todos nós. Dorcas me encarou, nervosa. Sorri para ela, encorajando-a. Dorcas sempre se preparou para esse discurso, acho que era um sonho seu. Não sei. Foi exatamente por isso que abri mão do mesmo por minha amiga. E tinha certeza que não me arrependeria.

Dorcas caminhou mais a frente, ficando ao lado de Dumbledore que lançou-lhe um sorriso. Atrás dela, nossos professores estavam reunidos na mesa de sempre. O Grande Salão agora estava mais bonito que nunca, isso me fez sentir orgulho de todos os presentes ali. Até mesmo da vaca da Vance.

– Passei um bom tempo me perguntando sobre o que deveria falar aqui - Dorcas sorriu, timidamente - O que dizer sobre tudo que passamos? Aqui conhecemos pessoas maravilhosas que com certeza serão levadas por toda a vida. Por essas paredes, corredores e salas crescemos como pessoas, vivenciamos momentos dignos de serem sempre lembrados. Não importa se você é de Gryffindor, onde estão os corajosos e nobres - sorriu, encarando os grifinórios que aplaudiram na mesma hora - ou de Ravenclaw, onde a inteligência habita - desta vez encarou os corvinais, que sorriram e bateram palmas - ou se você é de Slytherin, onde estão os astutos que visam colimar seus objetivos - encarou os sonserino, que aplaudiram elegantemente - ou quem sabe se você é Hufflepuff, aqueles justos e generosos - encarou a todos - No fim, acabamos sendo um só. Por que assim é a vida, aqui conhecemos pessoas não só das nossas casas, que nos ensinaram o valor de algo chamado amizade. Todos nós temos nossa coragem, inteligência, generosidade, justiça, astúcia, persistência. E, não é isso que vai te definir. Tenho certeza que cada canto desse castelo ficará gravado em nossas memórias. Cada jogo de quadribol, cada disputa da taça das casas, cada jantar no salão comunal, cada aula, cada pessoa. Tudo isso levaremos adiante, e sei que, Hogwarts sempre estará lá por nós. Acredito que Hogwarts nunca poderá ser superada, sempre haverá as lembranças nos invadindo. Aquela nostalgia interna, mas no fim só há uma coisa a ser dita: Valeu à pena! Obrigada a todos e acima de tudo, a Hogwarts e todos que nela vivem - sorriu novamente - nunca se esqueçam deste lugar, pois este lugar não esquecerá vocês.

Não preciso dizer que chorei horrores... Ou preciso? Com certeza, esse discurso foi perfeito. Assim que Dorcas terminou, todos aplaudiram, gritaram, assobiaram, levantaram e aplaudiram mais. Sem dúvida, Hogwarts nunca seria superada. Mas, manteríamos as melhores lembranças desse lugar. Aliás, aqui conheci meus melhores e mais leais amigos e, por uma droga, o amor da minha vida.

***

Bom, não sei ao certo como chegamos aquele ponto, Dorcas estava bêbada, lúcida em partes, devo dizer. Mas parecia uma hiena de tanto que mostrava os dentes. Dorcas era extremamente fraca quando o assunto era beber, aliás eu também. E sim, eu estava bêbada.

Marlenne e Sirius estavam tão loucos que se despiam em cima de uma mini balcão de bebidas. Sim, um show particular.

Nota: No dia da sua formatura, não beba tanto. Inclusive se for Firewhisky, isso pode te matar ou fazer com que pague o mico do século.

Remus tentava acalmar Dorcas, mas acabava rindo também. Acho que não tinha um ser humano completamente sóbrio ali.

Nota: Independente que quem a pessoa tem sido nos últimos anos, no dia de sua formatura ela vai beber até cair ou se soltar. Também tem aqueles que serão os mesmo de sempre. O que não é o nosso caso. Já que REMUS LUPIN ESTAVA, DE CERTA FORMA, BÊBADO.

James e eu dançávamos loucamente como dois malucos. Não estávamos tão bêbados como os outros, mas já estávamos um pouco alegres.

James me deu um beijo de tirar o fôlego. E bom, eu entendi suas intenções. Rimos e saímos do salão, que aquela altura já estava um caos de braços, pernas, Firewhisky - do qual tenho toda a certeza de ter sido contrabandeado, mas não estou nem ai.

Me guiou até um canto do castelo, onde não estava ninguém. Parei para pensar em tudo que passamos, até onde chegamos... E quem diria que eu estaria aqui agora? Completamente apaixonada por James Potter?

Nota: A vida sempre dará revira voltas incríveis, então nunca tenha total certeza em odiar alguém.

– Como ficam as coisas agora? - perguntei, sem pensar. Arrependi-me um pouco depois, com medo de soar um tanto desesperada. James me beijou profundamente, enquanto acariciava meus cabelos que em algum ponto da noite teve seu penteado desfeito. O beijei intensamente, abraçando-o com toda minha força. Sorri, quem diria que o destino nos traria até aqui? Eu, Evans, beijando o não tão estúpido Potter. Minhas mãos percorrem cada parte de seu corpo, e fixam-se em seus cabelos negros, puxando-os levemente. James suspira, beijando-me com mais intensidade ainda. Seu beijo é calmo e doce, mas ao mesmo tempo consegue ser voraz e delicioso.

– Lily? - me chama, com a voz arrastada, interrompendo nosso beijo. Solto um gemido em protesto, James solta uma risada gostosa, enquanto um sorriso brinca em meus lábios agora um tanto inchados.

– Sim?

– Posso te pedir uma coisa? - pergunta, um pouco mais sério agora.

O observo, estranhando em partes sua atitudes. Mas, sorri para ele.

– O que, Potter?

– Um casaco - James deve ter bebido, é a explicação mais plausível para essa conversa sem nexo.

– Um casaco? - perguntei, estupefata - O que você vai fazer com um casaco, James?

James me olhou de forma que uma incógnita se formasse em minha mente.

– Vou te fazer a pessoa mais feliz do mundo - ãnh? Definitivamente, James bebeu muito, essa é a única explicação para o rumo que nossa conversa maluca estava tomando.

– Com um casaco? - soltei uma risada de escárnio, involuntária, ok? Acho que devo ter parecido mais um porco engasgado.

Então, James retirou de um de seus bolsos uma pequena caixinha de veludo preta e dourada ajoelhando-se logo em seguida. Aquilo me atingiu como um soco na cara e imediatamente percebi o rumo que aquilo iria tomar. Fiquei tão em choque que não soube esboçar nenhuma reação. Mal percebi as lágrimas que se antecipavam em meu rosto. Eu. Não. Acredito.

Nota: Se o seu namorado te pedir um casaco, se prepare, eles pode estar querendo te pedir em casamento. Na verdade, essa nota não faz sentido algum.

– Com um casacomigo - sorriu, orgulhoso de sua pequena piada. Eu ainda estava sem reação alguma quando o mesmo pegou minha mão direita e a segurou sob a sua, encarando-me - Quando eu te vi pela primeira vez, Lily, acho que não entendi por que me senti tão diferente. Mas agora eu entendo. Eu me apaixonei por você - sorriu, uma verdadeira cachoeira saia de meus olhos, enquanto eu tremia de nervosismo - Gosto do teu jeito esquentado, do jeito que se irrita quando não gosta de algo que faço, da sua forma única de pronunciar o meu nome carregado de sarcasmo sem deixar de ser carinhosa, dos inúmeros jeitos de me ofender - ri dessa pequena observação - Gosto da forma em que sussurra no meu ouvido quando está louca por mim - sorriu, convencido de merda. Lhe dei um pequeno tapa em seus ombros - As palavras bailam em minha mente, em cada parte da minh’alma, aconchegando em meu coração. Do seus olhos verdes tão intensos que envolve-me, hipnotiza-me de tamanha beleza parece que sorri por eles, que sorriso lindo por sinal! - sorri amplamente, enquanto James abria a caixinha um pouco mais - Gosto da forma que entrelaça as suas mãos nas minhas. Como brincas com os meus dedos, gosto quando inclui-me no seu presente e em todos os seus planos futuros. Das suas ações, manifestações, gestos, trejeitos. Gosto-te por inteiro, até os seus defeitos que são muitos, por sinal - rolei os olhos, ainda emocionada - Gosto da forma que tornas-me único aos teus olhos. Gosto do que tornaste-me, da pessoa que me fez ser - Suspirou, puxando-me um pouco para limpar minhas lágrimas - Te amo de todas as formas possíveis e de todos os ângulos. E, por isso Lily Evans - abriu a caixinha revelando uma aliança delicada, com contornos dourados e prata - Casa comigo?

AH MEU MERLIN! JAMES ME PEDIU EM CASAMENTO. É ISSO MESMO? Sim, essa foi minha reação no momento. Comecei a rir, chorar. Parecia uma louca, mas uma louca feliz.

Pulei em cima dele, derrubando-nos nos chão do castelo.

– É claro que eu caso.

E eu beijei o idiota. Como eu amo esse idiota. O meu idiota.

Sra. Potter, até que soa bem.

Nota: Porque por mais que eu tente negar, James Potter sempre será minha lembrança mais feliz.