– Eu pensei que você não viria - era ele, o idiota que roubou meu coração, que, aliás, só podia usar drogas, a única explicação plausível para minha pessoa estar apaixonada pela pessoa inútil do Potter. Ele sentou ao meu lado, bem próximo. Não sei por que, mas não consegui me afastar. Minhas malditas pernas me prendiam ali.

– Eu vim - falei, aleatoriamente.

– Precisamos conversar.

– Já estamos conversando, James - o nome dele saiu tão naturalmente que chega a me assustar. Lógico que ele percebeu.

– Você me chamou de James - sorriu abobalhado.

– Prefere Potter?

– Por favor Lily, abaixa a guarda um pouco - suspirou - Será que você não entende que eu te amo?

Sim, eu entendia. Mas eu tinha medo. Medo de ser apenas mais uma, medo de sofrer. Eu, Lílian Evans, tinha medo. E muito orgulho.

– Lily, eu jamais faria você sofrer. Você não é só mais uma, como vive me dizendo. Você é a única, entre todas as outras, que faz meu coração acelerar. Porque seu sorriso é meu nascer do sol, seu olhar é meu mundo, sua presença me faz feliz e você me faz te amar - ele estava quase chorando, James Potter estava à beira das lágrimas por mim? - E sempre que você me trata mal, machuca, sabia? Por quê? Por que você não entende que eu preciso de você de uma vez? Eu te amo Lílian.

Mas que merda, eu estava chorando. Não era para isso acontecer. Aquele idiota mais lindo do mundo tinha que falar aquelas coisas lindas. Caramba, por que ele é tão fofo assim?

– Tá vendo isso aqui? - James segurava um buquê de lírios, uma droga de um lírio. Só porque lírios eram minhas flores preferidas - Eu passei o dia todo tentando conseguir - sorriu - Logo depois que vi seu patrono me senti a pessoa mais feliz do mundo, mesmo que não assuma ruiva, no fundo você sente algo por mim - seu sorriso se alargou mais ainda - E é por isso que eu te trouxe elas, suas flores preferias - colocou uma mecha do meu cabelo para trás, eu ainda estava paralisada - flores para a minha flor.

Apesar de soar completamente gay, foi à coisa mais linda que já me disseram. Talvez James Potter não fosse todos aqueles adjetivos ruins que eu achava, talvez ele fosse a pessoa certa para mim. Só talvez. O encarei e sorri.

Chega de orgulho, chega de medo. Por que continuar negando algo que já era mais do que concreto? Decidi seguir meu coração, e como minhas amigas dizem, me entregar ao amor.

Se há um mês me dissessem que eu beijaria James Potter por livre e espontânea vontade, eu me rolaria no chão de rir. Mas foi exatamente isso que eu fiz, o beijei.

James Potter era um idiota, mas apesar de tudo, era meu idiota.

E quer saber? Nunca me senti tão bem em toda minha vida, ao meu redor o mundo deixou de existir e na minha cabeça fogos de artificio estouravam. Uma imensa onda de felicidade me invadiu. E naquele beijo eu tive certeza que amava James Potter.

Claro que precisou de um empurrãozinho de certo feitiço.

– Qual é a sua lembrança, Potter? - perguntei, por pura curiosidade. Estávamos sentados nos sofá do salão comunal, eu estava apoiada no peito de James enquanto sorria internamente.

– James - corrigiu.

– Seis anos de Potter’s repetidos incessantemente não acabaram em uma noite - ri - É o costume, James - sorri– Agora diga-me, qual é a sua lembrança mais feliz?

– Você - sorriu - quando te vi pela primeira vez e quando nos beijamos no quarto ano, o momento mais feliz da minha vida.

Sorri bobamente.

– Porque está sorrindo assim?

– A minha lembrança é exatamente a mesma que a sua. Só que eu demorei um pouquinho mais pra aceitar - rimos.