Patronum escrita por Camila


Capítulo 2
Revelações bombásticas


Notas iniciais do capítulo

Olá, ai está o segundo capítulo. Perdoem alguns erros, escrevi isso faz um tempo. Por isso, nada é perfeito haha
Boa leitura!



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Assim que a aula acabou, Dorcas ficava o tempo inteiro enchendo-me a paciência dizendo que tinha razão, Lene sequer ousava falar algo, afinal estava tão estupefata quanto eu: seu patrono era uma cadela. A fêmea do patrono de Sirius, um cachorro. Isso mesmo, minha melhor amiga estava compartilhando os mesmos sentimentos irreais por seu inimigo que eu. Dorcas por outro lado, ficava enchendo nosso saco constantemente. E o que mais me chocava era a lembrança que usei, a lembrança com ele. A minha lembrança mais forte era com o Potter.

Lene quase caiu para trás quando Black apareceu no fim do corredor, caminhando em nossa direção. Provavelmente, ela queria cavar um buraco no chão e se enterrar, assim como eu. Suspirei aliviada quando vi que ele estava sozinho, ao mesmo tempo achando estranho o Jam... Potter não ter vindo me encher ainda.

– Posso falar com você, Marlenne? - seu semblante estava estranhamente sério. A morena olhou pra mim cheia de dúvida. Balancei a cabeça, afirmando que ela deveria ir.

– É o amooooor - Dorcas cantarolou. Rolei os olhos.

– Vamos Lunática, para a próxima aula.

...

Após o término de todas as aulas, fomos para o salão comunal antes do jantar. Ainda achava estranho James não ter vindo falar comigo, aliás ele havia sumido o restante do dia. Peraí, eu disse mesmo James?

Marlenne havia desparecido desde que sairá com Sirius para conversar mais cedo. Algo me dizia que eles haviam se acertado. Dorcas não parava de tagarelar ao meu lado.

Eu ainda estava completamente confusa com toda aquela coisa que aconteceu mais cedo, a confirmação pública de que eu gostava do Potter para todo mundo ver. Se aquelas éguas não tivessem me acordado com um copo d’água, talvez eu tivesse perdido a droga da aula de feitiços e tudo estaria normal. Tudo ainda me parecia completamente irreal, irreal demais. Há algumas horas eu jurava odiá-lo e agora descubro que aquele ódio todo era no fundo, paixão. Grande merda.

– Lil’s, você está bem?

– Estou Dorc’s, por quê?

– ‘Tá encarando a lareira furtivamente a mais de dez minutos.

Decidi me abrir com ela, afinal, éramos amigas a tantos verões, não é?

– É estranho - falei.

– O que?

– Tudo... tudo isso - era muito, mais muito difícil falar em voz alta - digo, descobrir, perceber, sei lá, que eu... que eu gosto do Potter - bufei - Eu deveria odiá-lo, não é?

– Ora Evans, você sempre gostou do James - abri minha boca para falar, mas fui interrompida - Não, não me interrompa - continuou - Só era orgulhosa demais pra admitir que aquele "ódio" todo havia se tornado amor.

Odiava ter que admitir, mas Dorcas estava certa. Aquela rixa toda, aquele orgulho todo haviam me cegado e eu não percebi quando as coisas começaram a mudar, antes eu sequer olhava o Potter, mas agora quando discutíamos fazia questão de reparar em cada traço dele. Em cada movimento, em cada expressão. Mais que droga, era muito difícil admitir.

– Vamos jantar Dorcas.

...

Estávamos na mesa da Grifinória, como sempre. Mal conseguia me concentrar na coxa de frango super suculenta a minha frente, meus olhos pairavam por todo o grande salão involuntariamente procurando uma certa cabeleira morena.

– Procurando por alguém, Lily? - peraí, essa era a voz de Lene. A encarei.

– Onde é que a senhora estava esse tempo todo? - perguntei.

– Parece que alguém se rendeu ao amor - Dorcas falou, sorrindo sugestivamente para Lene - Vamos, conte-nos tudo.

Lene nos contou que Sirius disse que amava ela, o que nos deixou completamente boquiabertas, Black amando alguém? Isso a gente não vê todo dia. E ainda que passou uma adorável tarde com ele no armário de vassouras e no salão comunal. Mais que vaca. Rimos.

– Nossa Lene, já?

– Não, acalmem-se, muito cedo pra isso - sorriu marota - mas digamos que Sirius é muito... quente.

É, alguns não perdem tempo mesmo. Porém, o que mais me surpreendeu foi à revelação mais que bombástica de Dorcas.

– Ei, eu também tenho algo pra contar - sussurrou. Lene e eu chegamos mais perto para ouvir. O rosto da minha amiga estava em um tom escarlate - Eu e Rem, ér, tivemosnossaprimeiravez.

Lene riu. E apesar de ter entendido certinho, falou:

– Dorcas, fala mais devagar.

Dorcas ficou mais vermelha ainda.

– Eu tive minha primeira vez com Rem.

Soltamos gritinhos histéricos, o que atraiu a atenção de quase todo mundo. A loira riu sem graça.

– Parece que alguém se entregou ao amor - Lene brincou, usando a mesma frase que Dorc’s. E para alegria geral da nação, Remus sentou a nossa frente, mandando um beijo no ar para Dorcas, que ainda estava vermelha.

– Isso aê Remus, finalmente - falei. Remus franziu o cenho e logo depois corou até a raiz dos cabelos, provavelmente entenderá do que estávamos falando.

Um bilhete pousou sobre meu prato. Quem foi o idiota que não viu que tinha uma coxa de frango ao molho nele? O papel estava todo melecado. As meninas estavam distraídas e aproveitando a deixa, abri, pelo menos ainda dava pra ler alguma coisa.

"Que tal deixar o orgulho de lado? Encontre-me no salão comunal as três da manhã.

P."

Olhei em volta pra ver se Potter estava lá e encontrei seu olhar do outro lado da mesa, ele sorriu o sorriso mais lindo do mundo. É, meu coração é um gay.

Até guardaria o bilhete se ele não estivesse completamente sujo de frango ao molho. Será? Será que era a decisão correta a tomar? Balancei a cabeça, voltando a me concentrar na conversa das meninas com Remus que estava assim: Remus sem saber aonde enfiar a cabeça de tanta vergonha, Dorcas igualmente vermelha e Marlenne falando sobre posições sexuais com ambos. Não pude deixar de rir, Marlenne Mckinnon era a pessoa mais louca que já conheci. Logo Sirius chegou de não sei aonde e fez questão de se agarrar com Lene, sem se importar se alguém estava vendo ou não. Esses dois são iguaizinhos. Safados, depravados e sem vergonha nenhuma na cara.

Depois do que foi muita agarração, Remus completamente vermelho, Dorcas pior ainda e muita conversa sobre posições sexuais, fomos para o salão comunal. Estava me sentindo um castiçal, os dois casais esbanjando melosidade - no caso de Lene e Sirius, acrescente muita safadeza - e eu de sobra. Fiquei por muito tempo pensando sobre aquele bilhete maldito até que decidi que o melhor era não ir.

Mas quem disse que eu aguentei? Fui a primeira a subir para meu quarto e logo depois as meninas vieram, achei melhor não falar nada sobre o bilhete, por hora.

Acontece que eu simplesmente não consegui pegar no sono.

Uma hora da madrugada e nada de sono. Duas horas. Duas e meia. Bufei. Maldito Potter, maldito patrono, maldito amor, maldito coração. Levantei da cama xingando todos os palavrões que conhecia, até inventei alguns. E sorrateiramente, desci até o salão comunal. Ainda havia algumas chamas na lareira e estava completamente deserto.

O que eu estava fazendo, hein?

Sentei na minha poltrona preferida e fiquei admirando os resquícios de lenha na lareira até que uma voz me despertou.


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Notas finais do capítulo

Ai está... Sei que o patrono da Lene não é o mesmo que do Sirius, mas acho que assim ficou realmente fofo. Enfim, até a próxima.