O cheiro dele era quente e, estava por todo o meu corpo. Cada centímetro meu era dele. E não era só o cheiro, ELE estava por toda a parte, seus braços me envolviam forte, eu sabia , mas eu queria que estivessem mais apertados. Nossas pernas estavam tão misturadas que eu já nem sabia o que era meu e o que era dele. Não olhar para o seu rosto estava me deixando nervosa, mesmo sua respiração quente e constante no meu pescoço, fazendo minha pele arder, mesmo seu peito largo e seguro em minhas costas, me provando que ele estava ali...não era o bastante, eu queria vê-lo. Tentei me mexer um pouco, virando um pouco meu quadril para, enfim, encará-lo, mas ele se mexeu também e eu parei. Não queria acordá-lo. Mais uma tentativa...e ele se mexeu de novo, seus braços instintivamente ficaram mais apertados, eu gostei disso. Mas eu queria olhar diretamente para ele, acariciar seu corpo e, envolvê-lo eu, em meus braços.

- Não saia...- Oh! Acordei o. Sua voz era sonolenta e carinhosa, suplicante. Uma das mãos pousou em minha cabeça e acariciou compassadamente meu cabelo.
- Quero olhar pra você – Minha voz soou estranhamente infantil.
- Humm...- Sua mão voltou a me envolver e ele beijou minhas costas.

Arrepio.

- Vou pensar no seu caso – Ele beijou meu ombro e continuou até o meu pescoço – Como se sente?

Como eu me sentia? Eram tantas coisas juntas...Eu estava feliz e com calor, estava agitada a cada intervalo sem ouvir sua voz e , tranqüila a cada beijo, cada marca dele, em mim. E um medo que eu deixava de lado, por que aprendi nos livros de estórias, que o amor é o maior dos medos. Como explicar a ele como eu me sentia? Meu vocabulário não era suficientemente extenso.

Sorri.
Ele sorriu também atrás de mim. Relaxou os braços um pouco. Era o suficiente, eu me virei. Ele era tão bonito, seu sorriso espantava todo o medo e só deixava as coisas boas em mim. Eu o beijei, desejando que ele pudesse se sentir como eu, feliz. Ele me beijou com carinho, lenta e deliciosamente. Seu gosto em minha boca me deixava ainda mais feliz a cada segundo. Não havia essa proporção em física não é mesmo? Felicidade/segundo? Deveria...

- Você é linda, sabia?! – Ele falou entre meus lábios.

Não respondi apenas o beijei mais intensamente.

- Eu amo tanto você...- Ele se afastou de mim e me encarou sério. Por que sério? E por que se afastou? – Lilo, eu- amo- você
- Eu também amo você, Marco – Ele sorriu. Bem melhor assim. Beijei seu peito nu e abracei seu corpo até sentir seu coração pulsando em minha bochecha – Não me deixe nunca...
- Nunca – Ele repetiu seguro. Virou de barriga para cima, ainda comigo em seu peito, acariciou minhas costas com sua mão. Com a outra mão entrelaçou nossos dedos e beijou a palma da minha mão que estava unida a dele.

- No dia que eu deixar você Lilo – Ele falou com os lábios ainda repousados na minha mão – No dia que eu não estiver mais aqui, com você....Eu não vou mais poder respirar. E nem assim, eu vou deixar de amar você...Eu vou estar do seu lado Lilo, de onde eu estiver...No céu ou no inferno...Meu coração e minha alma continuaram a ser seus....
Soava tão bonito...Tão intenso...Por que eu não gostei? E como assim no dia que ele não estiver aqui? Um mundo sem Marco....?

Impossível!