A Coisa escrita por Liz03


Capítulo 3
Cobaia




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/54087/chapter/3

Ao chegar no laboratório a “alegria” dos cientistas foi tanta que assustou a criatura.


 


- Magnífico! – Gritou um estudioso.


-Deixe me ver...- O cientista chefe se aproximou querendo topar na “coisa”, que imediatamente recuou, e se já estava do lado  de Marco, agora ela estava atrás dele. – Oh, venha cá – O estudioso mor podia ter jeito para lidar com várias pesquisas mas, para se aproximar desse novo ser, ele era péssimo – Traga a até aqui! – Ordenou ele a Marco.


- Não recebo ordens suas . – O agente não esquecera a quem o estudioso culpara pela fuga da criatura, e, pressentia que ao lado dos cientistas, o destino da “coisa’ era incerto.


- Ora seu... – antes que o cientista concluísse Grael o interrompeu.


- Marco – Grael pôs a mão sobre o ombro do companheiro.- Entregue a.


- Mas Grael....- O agente só queria um bom motivo para deixar a “coisa” a mercê da vontade dos estudiosos.


- É uma ordem  Marco – O comandante se impôs.


 


Sem alternativa, o jovem agente segurou o braço da “coisa” e a puxou para frente. Mas ela resistia. Balançou a cabeça confusa.


 


- Você tem que ir – Ela não entendia o que ele falava, mas ele continuou a puxar e ela continuou parada balançando a cabeça. – Vamos... – Mas ela era muito mais forte que o jovem agente.


 


Disparo.


 


O cientista chefe cansou de esperar e acertou um tiro tranqüilizante contra a criatura.


 


- O que está fazendo? –Marco gritava – O que você pensa que está fazendo?


 


A “ coisa” nem piscou, então uma sucessão de disparos foi feita. Os tranqüilizantes atingiam todo o corpo da coisa  que saltou para escapar do tiroteio a queima roupa. Marco quis ajudá-la, e com sua honra de agente pôs se a frente da coisa antes de seu salto. Um dos dardos tranqüilizantes o atingiu no braço, isso foi o suficiente para o rapaz perder a consciência imediatamente. Os companheiros de Marco se aproximaram para ajudá-lo, mas a “coisa’ chegou primeiro. Agora era ela quem o protegia, ficou a frente. O  cientista mirou e se preparou para atirar, um chute certeiro não só atingiu a arma como também a partiu no meio, a criatura se balançou para que os dardos pendurados em sua pele saíssem.


 


- Ele não está respirando! – Grael já socorria o agente


- Essa substância é muito forte para ele – O cientista respondeu – Ele vai precisar de muita sorte para não morrer.


 


A “coisa” olhou para Marco caído, se abaixou e retirou o dardo do braço do rapaz. Ele continuava inconsciente, claro. Então ela olhou para a própria barriga, e viu o curativo que Marco fizera para estancar seu sangue. Arrancou o curativo, puxou a camisa do agente e colou a atadura sobre sua barriga. Ele continuou imóvel, então a criatura olhou para Grael com desespero, ela melhorara com o curativo, ele tinha que melhorar também. Uma névoa foi se formando em sua visão, mas a criatura estava preocupada de mais com o agente para se dar conta de que também estava perdendo a consciência.


 


Assim, a “coisa” adormeceu.


 


Branco. Era só isso que havia onde a criatura acordara. Ela estava dentro de um cubo branco. Um pouco tonta ela se levantou, olhou ao seu redor, nada se via. A sala não possuía janelas ou portas, somente paredes brancas. Rosnado. Ela sairia dali, por bem ou por mal. Presas. A criatura estava enfurecida. Marco. Todo o semblante de fera desaparecera, onde ele estava? Estava bem? Raiva. Foram esses seres estranhos que fizeram isso com ele. A “coisa” correu e acertou uma parede para tentar escapar, em vão, uma forte descarga elétrica foi liberada, uma descarga tão forte que mataria centenas de pessoas de uma só vez. A criatura caiu, mas se levantou rapidamente.


 


Tontura. O agente mal conseguia abrir os olhos. Seu braço poderia ter sido arrancado, dava no mesmo. Dor. Sua cabeça parecia estar sendo comprimida. Queimação. Sua garganta ardia, não poderia ser muito diferente engolir fogo.Tentou se levantar, em vão. Conseguiu ficar sentado de maneira torta sobre a cama Com o braço que ainda respondia a seus comandos ele passou a mão sobre o corpo para amenizar a dor. Seu peito doía, sua barriga...estava com um curativo melado de azul? O agente arrancou o curativo, ele reconheceu a atadura, e melhor ainda aquele líquido azulado.A “coisa”.A dor infernal parecia algo secundário agora, onde ela estava? Estava bem? Raiva. Cientistas cheios de si, o que acham que são? Deus?. Ele precisava encontrar a criatura, imediatamente.


 


- Já acordou? – Grael entrou no dormitório, e estendeu uma xícara de café para o amigo.


- Onde ela está? – Marco recusou o café – O que fizeram com ela?


- Ei! Calma – Grael obrigou o amigo a tomar a bebida quente – Ela não é problema seu Marco, não queira bancar o herói, cara


- Não quero ser droga de herói nenhum. Mas não é justo isso que estão fazendo com ela, não é


- Quem disse que não Marco? – Grael sentou em outra cama – Ela não é como nós, ela não é humana.


- Mas ela existe! Ela está triste ta bem? – Marco abaixou a cabeça, e lembrou do olhar da criatura na campina.


- Ah ela está triste – Grael riu – Quer saber cara, problema dela e desses engomadinhos.


 


Pausa. Grael percebeu que o amigo estava realmente se importando com a criatura.


 


- Já devem ter começado as experiências com ela – Grael falou, agora em tom sério – Sabe o que um deles me disse? – Olhou pra o amigo – Que agora que já recolheram o material genético dela, podem muito bem fazer outros como ela. Nessas experiências,Marco, eles vão ver até onde ela agüenta...


 


De pé. Não ouve tempo para mais nada. A ambição e crueldade humana não permitiram. Após inúmeras tentativas de golpear a parede e escapar, como sempre a mesma resposta, descargas elétricas. A coisa caiu e ficou d pé. Depois disso toda a sala liberou uma grande descarga elétrica. Gritos. Tanta dor e uma descoberta, o que mais machuca a criatura é a eletricidade. Levaram a criatura para um recinto todo fechado, também sem janelas e portas. Mas neste havia uma grande cápsula ao centro. Jogaram a “coisa” lá e a trancaram. Quando a criatura acordou todo o seu corpo tremia, como uma convulsão constante. Descargas elétricas eram liberadas dentro da cápsula. A criatura tentou escapar, esmurrando o metal. Mas  cada vez que mantinha contato com o recipiente, a descarga elétrica aumentava.


 


E assim foi por uma semana. Vários testes, dor e pontos pra a ciência. Agora olhar da criatura estava petrificado, sem qualquer expressão. Usava roupas, uma farda na verdade, uma calça folgada de moletom, azul marinho, e uma camisa branca com a sigla do centro de pesquisa, em sua camisa também estava o nome de seu projeto, Lictoperanina Injetada Le Over. .


 


 A “coisa” não era mais colocada em uma cápsula para dormir, o fazia na sala branca. Comia apenas restos de alimentos, ou seja, lavagem para porcos. Mas ela não sentia fome, não sentia mais nada. Já era de noite e lá foi a criatura jogada na sala branca, descargas elétricas sempre a acompanhavam, para lembrá-la que ela tinha que sofrer por segundo. A “coisa” se encostou num canto e sentou com a cabeça baixa. Algo se mexia próximo dali, e estava se aproximando. Mas ela nada fez, não se importava com nada. Alguma coisa se aproximava, e ela nada fazia.


 


- Oi? – Aquela voz, ela reconhecia. Um sentimento bom tomou conta do corpo da criatura – Vamos sair daqui?  


 


A “coisa” levantou a cabeça, mal podia acreditar, mas era ele mesmo. Ela sorriu, e tocou no peito dele. O coração  estava ali, batendo como o dela, não tão rápido, mas batendo. Ele estava bem.


 


- Ah – Ela abriu a boca – Ma- Marco – Marco


- Sabe meu nome? – Ele pôs a mão sobre a dela que ainda estava em seu peito.


- Ei! Vamos sair daqui ou não? – Grael estava lá.


- Vamos – Marco ficou de pé – Venha – Não foi preciso muita explicação e nem muita força para tirar a coisa dali, ela se levantou e correu com os dois agentes naturalmente.


 


Era uma fuga. Deram a criatura uma roupa de agente, os seguranças do laboratório não perceberam, eles saíram despercebidos. Chegaram à floresta, lá já estava um carro, que eles haviam deixado ali mais cedo. Grael foi na frente dirigindo a toda velocidade pela mata. Marco e  Lictoperanina Injetada Le Over foram atrás. A “coisa” sorria.


 


- Mar- co – Ela olhou para seu salvador.


- Esse é seu nome? – O agente olhou para a camisa da criatura- Lictoperanina...Er...meio complicado..


 


Ela olhou para o agente confusa.


 


-Hum...Lictoperanina...L...Injetada...IN – Marco inclinou a cabeça- Deixa só “I” né? – A “coisa” não respondeu – Le...Daí fica só o “L”...Over...O –  L—I—L—O –Marco sorriu – Lilo! Esse vai ser seu nome o que acha? – A criatura sorriu – Lilo!


- Li-Lo – A “coisa” falou – Lilo! – Apontou para o próprio peito


- Muito bom! Você é esperta – Marco estava contente.


- Marco – Ela apontou para o agente – Lilo – Apontou para si mesma e sorriu.


- E Grael, nem isso eu mereço?! – Falou o comandante que acelerava ao máximo.


- Gra – A criatura falou em resposta – el – Sorriu – Grael!


 


Todos riram. Só pararam o carro, quando já estavam em uma cidade e precisavam abastecer. Marco foi comprar alguma coisa e levou Lilo consigo.Já era tardezinha  do dia seguinte. Lilo achou muito engraçado o som que as rufles fazem na boca. Mastigava com a boca bem aberta para poder ouvir as batatinhas se quebrando.


- Tome um gole disso – Grael deu a Lilo uma lata de refrigerante – Beba! – O comandante incentivou.


 


Lilo colocou a lata na boca e engoliu, depois cuspiu tudo o que havia tomado, com a língua para fora, ela saltitava. Marco e Grael riram. Ela olhou para os agentes desconfiada e depois para a latinha. Mais um gole, e dessa vez engoliu mesmo. Arroto. Assustada com o barulho ela colocou uma mão na boca e outra na barriga.


 


- Ei tudo bem – Marco colocou sua mão sobre o ombro dela –Acontece com toda a gente – Lilo encarou o rapaz.


- Lilo gente? – Ela o encarou ansiosa pela resposta


- É, Lilo gente – Ele olhou gentil.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

***Oi, e aê como tá ficando? Quem tiver acompanhando dá um "oi" , se quiserem que poste mais é só pedir ,OK? Beijin