Apenas amor escrita por Michely Maia


Capítulo 24
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

Obrigada por todos os comentários referentes ao último capítulo, vocês são sempre demais e me colocam lá pra cima.

Então, acabou que este capítulo ficou gigante e resolvi dividi-lo em dois, deixando o mais esperado para a próxima semana.

Raissa, vc é uma fofa e muito obrigada pelo carinho de sempre...vc foi a única que acertou quanto a Henry e Cora rsrsrsrs os dois meio que me surgiram do nada, vamos ver no que dá kkk

Este capítulo 24 seria o último, mas claro que com alguns acontecimentos a mais, mas comentando com alguém que eu amo muito e sempre me deu a maior força e melhores conselhos, ViviFiori, resolvi que não e dividi eles, para dar continuidade a fic.

Mais um capítulo de transição e vamos lá!



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Ele só tem tempo de a encarar surpreso, quando ela coloca um dedo sobre os lábios, pedindo silêncio e logo abre a porta do carro.

Enquanto os dois embarcam novamente, o senhor Swan diz ao neto:

— Esse seu celular começou a vibrar assim que saiu e só parou quase agora.

Ele já se senta pegando o aparelho no bolso lateral da mochila e antes mesmo que veja algo, Regina chama sua atenção:

— Primeiro o cinto!

— Tá bem, já vou colocar.

Cora ri da interação dos dois e arranca com o carro.

Regina coloca o próprio cinto e fica perdida em seus pensamentos enquanto bebe um pouco de sua água, com os olhos fixos no embrulho em seu colo: a camisa de Ruby.

— É a mamãe!- Henry diz enquanto lê as mensagens.- Ela está sem bateria e mandou do telefone da tia Milah. Tá me desejando boa sorte e ah não!

— O que foi, Henry?- O avô pergunta.

— Ela tá indo agora pra fazenda ver a Ruby e depois vem pra casa.

— Droga! Ruby está aqui.- Regina murmura.- Henry, ligue para a amiga da sua mãe e diga isso.

O garoto então trata de fazer isso.

 

Milah já estava dirigindo quando o telefone toca, então o atende pelo bluetooth do carro:

— Oi, Henry.

— Tia Milah, minha mãe ainda está com você?

— Sim e não, querido.- Ela ri.- Estou seguindo o carro dela agora, vamos metade do caminho assim e aí eu vou para casa e ela...

— A Ruby está aqui.- O garoto a corta.

— Como assim?

— Eu não vi ela ainda, mas Regina viu e disse que ela vai na minha troca de faixa.

— Merda, hein!- Milah pragueja.

— Também acho.

— Ai, Jesus!- Ela dá uma risadinha.- Então eu vou alcançar a sua mãe e falar com ela, ok!?

— Ok!

— Mas ainda assim ela não vai estar na sua troca de faixa, Henry.

— Eu sei.

— Está certo então e boa sorte, lindo! Pega eles.

— Não é uma luta, tia. Só uma demonstração.

— Mas mesmo assim. Vá até lá e arrase!

— Ok então, obrigado!- O garoto ri e desliga, dizendo aos outros três no carro:- Tia Milah vai falar com ela e elas vão voltar.

 

Assim que desliga, Milah buzina três vezes e coloca a mão para fora da janela, fazendo sinal para que Emma pare, o que a loira faz assim que consegue e a parceira para logo atrás, com Emma já desembarcando e indo até sua janela:

— O que houve? Está tudo bem?

— Henry me ligou e disse que Ruby está em casa, até esteve com Regina.

— Merda!

— É, foi o que eu disse.

— Então, vamos para casa, né!

— Vamos nessa!- Milah sorri.

Emma volta para seu carro e as duas seguem viagem.

 

 

No ginásio, Henry já estava ao lado dos companheiros de treino e Regina estava com a mãe e o senhor Swan na área destinada aos pais e familiares, ao redor do tatame. Cerca de uns dez adolescentes estariam fazendo aquele exame.

De repente Regina nota o senhor Swan acenar e comete a burrice de olhar. Seu estado de humor muda na hora e Cora percebe o semblante alegre da filha murchar ao avistar uma moça alta e de cabelos castanhos acenando e andando rumo a eles.

Nem precisava perguntar quem era, pois, a reação da filha já dizia tudo.

Regina só sente a mãe apertar sua mão e então sorri para ela, a jovem empresária sorri de volta e agradece apenas movimentando os lábios.

— Cheguei a tempo, espero.- A moça diz sorridente.

— Sim.- O senhor Swan sorri de volta.- Os garotos ainda estão se preparando.

— Muito bom.- Ela o cumprimenta com um beijo no rosto.- É bom vê-lo.

— Digo o mesmo.- Ele, aos olhos de Regina, também não parecia muito confortável com Ruby; e ela se sentia culpada por isso também.- Quero te apresentar a uma pessoa.- Ele sorri e coloca um dos braços em torno da cintura de Cora.- Esta é Cora Mills, a...

— Sua mãe!?- Ruby sorri e olha rapidamente para Regina.

— A própria!- A morena sorri.- Mamãe e o senhor Swan estão namorando.

Cora olha surpresa para a filha, mas não diz nada, apenas analisa Ruby, que acha muito bonita por sinal e diz estendendo a mão para a moça:

— Senhorita Luccas, muito bom dar um rosto ao nome. Obrigada pela ajuda de hoje cedo.

— Imagina, aquilo não foi nada.- Ruby a cumprimenta.- Estava no lugar certo, na hora certa.

Vendo que o evento logo começaria, o senhor Swan diz indicando as cadeiras logo atrás delas:

— Vamos nos sentar, senhoras!?

Elas tomam os lugares, com Regina em uma ponta, Cora ao lado da filha, Henry e depois Ruby, na outra ponta.

— Então, Ruby.- O senhor Swan diz tocando o joelho dela.- Fez uma viagem tranquila?

— A viagem em si até que foi tranquila sim, mas trabalhei feito louca esses últimos dias e finalizei tudo ainda essa madrugada.- Ela responde sorrindo.- Descansei umas três horinhas e já peguei a estrada. Então pode imaginar que estou daquele jeito. Mas depois daqui eu vou para casa e dormir até não poder mais.

— Nada como um justo descanso.

— Nem me fale!- Ela ri mais uma vez. Estava feliz por estar em casa, rodeada de pessoas de quem gostava.

Alguns adultos e crianças sobem no tatame e então o ginásio se silencia, sendo preenchido agora por palavras de motivação e encorajamento aos pequenos e um breve resumo aos pais e outras pessoas presentes de como o exame funcionaria.

 

Ao lado da filha e fingindo prestar atenção ao que era explicado no centro do ginásio, Cora só conseguia notar Regina. Nunca a vira ou sentira tão tensa em toda a sua vida. Gostaria de poder dizer algo a ela; que embora não tenha demonstrado mais cedo, estava do seu lado, em toda e qualquer decisão.

— Querida.- Cora diz baixo pegando a mão dela.- Você está bem? Quer dar uma volta?

— Não precisa, eu estou bem.- Mais uma vez ela aperta carinhosamente a mão da mãe.

Cora sorri, leva a mão da filha aos lábios e a beija, pousando sobre seu colo em seguida e soprando um “Eu amo você” para ela.

Segurando a outra mão de Cora, o senhor Swan a aperta, chamando a atenção da namorada.

— Regina está bem?- Pergunta quando ela o olha.

— Meio tensa com alguns assuntos do haras.- Cora finge sussurrar, pois sabia que Ruby prestava atenção. Havia notado a moça de olho nela e na filha.

— Troque de lugar comigo.- Ele pede se levantando.- Regina e eu temos que ter uma conversa, não temos, Regina!?

— Nós temos mesmo.- A jovem confirma.- Mas não acho que vá ser uma boa hora para o senhor, senhor Swan.

— Já disse para esquecer o senhor, Regina.- Ele pede sorrindo ao trocar de lugar com Cora.

— Isso eu só vou decidir depois de saber suas reais intenções com a minha mãe.- Ela sorri, com um olhar perverso, que faz Ruby e Cora gargalharem, mas não o senhor Swan, ele não acreditava muito que ela estivesse brincando.

Ele então se inclina e cochicha no ouvido de Regina:

— Aguente só mais um pouco, em uma hora isso aqui já terá terminado.

Ele volta a se sentar de forma ereta ao lado dela e consegue ver os dentes serrados, o maxilar dela até trincando de tensão, na intenção de esconder sua raiva. E os olhos, os olhos sempre tão lindos e cheios de vida, estavam distantes e marejados. Com certeza fazia muita força para conter o choro, então não aguentando mais, o senhor Swan diz se levantando:

— Vem comigo!

Regina o olha sem entender e Cora faz um pedido de silêncio aos dois, colocando o dedo na frente dos lábios.

— Já vai começar.- Ruby sussurra para eles.

— Henry será o quinto.- O senhor Swan não tirava os olhos dela.- Anda, vamos. Me conta o que está havendo e de quebra me interroga sobre sua mãe.

A isso Regina o olha intrigada e resolve atender ao seu pedido. Ela se levanta, deixa a faixa sobre a cadeira e o segue para fora do ginásio.

— O que está havendo com ela?- Ruby pergunta a Cora quando os dois saem.

— Não sei ao certo. Regina é bem fechada às vezes e não tenho certeza se isso é apenas pelo meu relacionamento com Henry.- Cora mente, pois claro que não era isso.- Além do mais, é uma época do ano meio difícil para ela e ainda mais com toda essa coisa do Henry.- Aponta para o tatame.- Owen...- Cora ia mentir usando o neto, mas se interrompe e diz algo que não era mentira.- Há alguns anos, nessa época, ela perdeu o filho e o marido em um acidente e hoje não está sendo um bom dia.

— Eu não sabia.- O semblante de Ruby muda para tristeza e Cora percebe que aquilo era verdadeiro.- Eu sinto muito, de verdade.

— Obrigada. Mas bom, só não comente nada, ela não gosta de falar sobre isso.

— Imagino mesmo.- A moça concorda com um aceno de cabeça.

 

 

Assim que deixam o ginásio, Regina desabafa de uma vez:

— Eu me sinto horrível, horrível! Caramba, eu sei que daqui a algumas horas Emma vai acabar com toda a animação dela e a culpa é minha e eu ainda estou aqui sentada e toda falsa com ela.

— Regina, não pense assim. Ninguém tem culpa de...

— Eu quero que Emma termine com ela, não vou ser hipócrita, ela é bem grandinha pra saber que alguns relacionamentos não são para a vida toda, mas eu odeio ter que fazer isso. Odeio fingir estar tudo bem e intimamente querer ela bem longe, porque ela...ela...Droga! Ela é uma boa pessoa, ela é legal e eu estou...estou...Ai meu Deus! Estou roubando a mulher dela.

— Regina!- O senhor Swan segura o rosto dela entre as mãos.- Sei que este foi um dia atípico pra você, tenso, mas você precisa se acalmar, pois não está fazendo nada de errado e nem fez.- Ele sorri para ela.- Ruby é uma pessoa maravilhosa sim, por quem tenho um carinho enorme, mas nem por isso vou deixar de ver que Emma e ela não tem mais futuro. Eu não queria isso, não queria que elas terminassem, Ruby está nas nossas vidas a anos, mas minha filha está apaixonada por você e você por ela, eu sei disso antes de vocês duas, então acredite em mim quando digo que sei também que as coisas vão terminar bem.

A morena dá uma longa suspirada e ele continua:

— Vocês não fizeram nada de errado e nem queria passar por essa situação com a Ruby agora, mas já está acabando.

Regina afirma com a cabeça e realmente entendia, mas ainda assim se sentia horrível. Mas se sentia melhor por ter colocado aquilo para fora e então diz:

— Obrigada, Henry!- Ela sorri e ele também.- Vamos entrar e depois quero mesmo aquela conversa sobre a minha mãe.

Ele ri e a segue de volta para dentro do ginásio.

 

Depois que o exame termina, os responsáveis pela troca simbólica das faixas das crianças são chamados e Ruby sente uma coisa estranha ao ver Regina se levantando e se encaminhando para o tatame com alguns pais e mães. Meio que se sentia traída, trocada e um pouco revoltada com Henry por nunca ter permitido que ela se aproximasse tanto quanto Regina agora. A mulher era uma constante na vida o garoto.

 

Regina se dirige ao tatame, é orientada a tirar os saltos, deixa-los de lado e seguir até Henry.

O senhor Swan, como bom avô coruja que era, vai mais para a lateral do tatame tirar fotos.

A jovem empresária, após encontrar Henry, o cumprimenta como se deve, cumprimento este que o garoto responde e depois sorri; e como fora rapidamente orientada, ela tira a faixa laranja dele, a coloca sobre seu próprio ombro e passa a verde pela cintura dele.

Estava tão orgulhosa dele.

Ela então amarra a faixa após duas voltas, o cumprimenta novamente e depois o abraça apertado.

— Parabéns, Super. Você arrasou.

— Obrigado!- Ele não parava de sorrir.- Eu fiz todos os exercícios pra você, pra ter orgulho de me ver.

— E eu tive, menino lindo. Demais.- Ela o abraça mais forte e beija os cabelos dele.- Eu amo muito você, Henry.

— Eu também amo muito você.

 

 

Enquanto dirige para casa, Emma não conseguia parar de pensar em Regina e no que poderia ter levado Ruby e ela a se encontrarem. Sabia que estava tudo bem, ou Henry teria falado, mas ainda assim não deixava de estar apreensiva. O que mais queria agora era voltar logo para casa, resolver as coisas com Ruby e enfim poder começar algo com Regina. Só em pensar no nome dela Emma fica mais leve.

— Regina.- Ela diz para si mesma no carro. Saboreando cada sílaba.

 

 

Henry já havia desistido do minigolfe quando a mãe precisou viajar, ficaram de sair algum outro dia para comemorar e agora estavam próximos ao carro se despedindo de Ruby.

— Mais uma vez, campeão.- Ela se dirige a ele.- Parabéns, você foi ótimo!

— Obrigado!- Ele agradece mais uma vez. Não gostava dela, mas a mãe sempre pediu para que fosse gentil.- E obrigado pelo jogo também.- Ruby havia dado um jogo a ele logo no final no exame. Ela sempre acertava nos gostos dele e disso ele não podia reclamar. Ela não jogava, mas conhecia todos os bons jogos e sempre o presenteava.

Regina abre a porta de trás do carro e diz pegando o embrulho que havia deixado lá:

— Não vamos nos esquecer disso.- Ela o estende para a moça.

— Posso devolver a sua depois?- Ruby pega o embrulho.- Não tive tempo de ir em casa após o haras, mas o ponto positivo é que já consegui um trabalho.

— Desse jeito compensa então.- É o senhor Swan quem responde.

— Sem problemas.- Regina diz logo em seguida.

Todos se despedem e entram no carro, enquanto Ruby se dirige para seu próprio veículo.

Quando Cora arranca, o senhor Swan pergunta:

— Certeza que querem mesmo ir para casa?

Henry olha para Regina e ela diz amorosamente a ele:

— Tudo bem mesmo, Super?

— Sim, está.- Ele sorri.- A gente sai quando minha mãe voltar.

— Ok!- Ela concorda.- Para casa então, mamãe. Vou aproveitar o resto do dia para dormir um pouco.

 

Quando Cora estaciona na frente da casa de Regina, ela decide acompanhar Henry e o avô em um sorvete, enquanto a morena dispensa, afirmando precisar descansar, pois sua cabeça doía muito.

Assim que entra ela sobe direto para o quarto, tira as botas, fecha as cortinas e se enfia embaixo de suas cobertas, na cama ainda por fazer. Queria e precisava ficar sozinha um pouco, tentar relaxar e realmente dormir.

E é o que ela faz. Apaga de tal forma que só acorda com batidas na porta de seu quarto e a mãe a chamando em um tom mais alto que o normal.

— Entra!- A morena diz enquanto se senta na cama. Encostando-se na cabeceira e acendendo o abajur no ciado mudo.

Cora abre a porta e já vai logo perguntando:

— Querida, você está bem?

— Estou sim, mãe.- Ela sorri enquanto tenta ajeitar o cabelo bagunçado.- Só precisava dormir mesmo.

— Que bom então.

— E que horas são?

— Umas sete horas ou quase isso.

— Nossa, eu dormi mesmo.- Regina sorri se espreguiçando e arreda as cobertas para o lado.- Eu quero pedir alguma coisa para comer. Está com fome?

— Na verdade não. Acabei comendo umas besteiras com aqueles dois. Eu perdi a hora lá e cabei de chegar.

— Eles são divertidos, não são!?- A morena se levanta e calça os chinelos que sempre ficavam ao lado da cama.

— São sim e eu só vim agora porque uma loira muito ansiosa estava querendo falar com você.

— Emma está aqui?

— Sim. Literalmente ela está aqui.

Ao olhar curioso da filha, Cora completa:

— Ela está lá na porta. Não quis entrar.

A morena vai até a janela e afasta um pouco a cortina, vendo Emma logo á entrada de sua casa, distraída ao celular.

— Ok!- Ela diz se afastando.- Já estou descendo e insista para ela entrar, está frio.

— Está bem, querida.

Assim que a mãe deixa o quarto, Regina vai para seu banheiro, ajeita os cabelos se olhando no espelho, lava o rosto e escova os dentes. Então para e se olha novamente no espelho, estava mesmo precisando tirar uns dias de férias. Sua expressão estava muito abatida.


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Notas finais do capítulo

Ótimo fim de semana e que eu tenha consegui distrair um pouco as senhoras.
Bjus.