Apenas amor escrita por Michely Maia


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo pra gente hoje.



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Por volta das seis da tarde, enquanto Henry jogava vídeo game e as duas conversavam distraídas no sofá, Regina comenta:

— Acho que já é hora de eu ir. Você me dá uma carona até o haras?

— Com certeza.- Ela toca o ombro do filho, que estava sentado no chão próximo ás duas.- Pausa aí.

Assim que o garoto o faz, ela prossegue:

— Vou levar Regina embora. Você vai ficar bem sozinho?

— Vou sim. - Ele olha para Regina.- Mas acho que você não deveria ir.

— Garoto, eu praticamente morei aqui este fim de semana. - Ela se levanta se espreguiçando.

— E eu gostei disso. - Ele confessa com um sorriso enorme.

— Eu também, mas tenho mesmo que ir.

Neste momento o telefone de casa toca e Emma, que estava próxima a mesa ao lado do sofá, o atende:

— Alô!?

— Já era hora, senhorita Swan.

— Ruby!?- A loira diz surpresa ao perceber que nem tentara falar com a namorada nos últimos dois dias.

Á menção do nome dela, o corpo de Regina fica tenso e a expressão se anuvia.

— O que houve com seu celular?- Ruby pergunta á namorada. - Tentei falar com você ontem.

— Pra ser sincera nem sei por onde este meu telefone anda. - Ela ri.- Como você está?

— Com saudade e com vontade de voltar para casa.

— Também estou!

— O que fizeram este fim de semana?

— Fomos ao haras e convidamos Regina para alguns filmes.

— É, eu vi algumas fotos no face.

— E você, o que fez?

— Nada. Fiquei a toa no meu quarto mesmo. Esta semana volto para casa.

— Já era hora, hein.- Emma diz rindo.

— Eu que o diga, meu amor!

— Posso te ligar depois? Estava indo levar Regina embora.

— Claro e manda um abraço.

— Com certeza! Beijos e até daqui a pouco.

— Até, meu amor.

Assim que desliga, Emma diz se pondo de pé:

— Podemos ir, só vou pegar os capacetes. Importa-se em irmos de moto?

— De forma alguma.

A loira se retira então para ir atrás dos mesmos e deixa na sala uma morena pensativa.

Regina chega à conclusão de que não podia fazer isso, não podia se meter assim num relacionamento já formado. Por mais que houvesse terminado com Robin, ela não tinha esperança alguma de algo com Emma e nem sabia se era isso mesmo que queria. Ela tinha que manter distância.

Estava agindo de forma meio imprudente nestes últimos dias e seu término com Robin por mensagem provava isso. Está certo que ele não conseguia nem tempo para falar com ela e isso o faria voar até a cidade, mas Robin é um cara bom, descente e não merecia isso. Trataria de se desculpar com ele por causa disso, não que fosse diminuir a raiva dele, mas ainda assim o faria.

Regina se despede de Henry enquanto Emma some pela casa e quando a loira volta com os capacetes, ela dá algumas recomendações ao filho e junto com Regina vai para a garagem.

— Está pronta!?- Ela pergunta á morena, ligando a moto.

— Estou sim, pode ir.- Ela responde, com a mão direita apoiada ao ombro da loira e a esquerda na cintura dela, nada que excedesse ao normal.

Emma então arranca com a moto.

As duas ficam por um tempo em silêncio, até que Emma o quebra ao perguntar:

— Está tudo bem aí?

— O quê?- Regina pergunta se aproximando mais dela.

— Perguntei se está tudo bem aí.- A loira aumenta o tom de voz, ao mesmo tempo em que levanta a viseira do seu capacete.- Você está muito quieta, calada.

— Está sim.- Ela responde.- Só estou pensando em umas coisas.

— Ok, então!

Dito isto, o silêncio volta mais uma vez e rapidamente chegam ao haras. Que não era tão perto assim da casa da loira, mas de moto era mais rápido e o fluxo de veículos era bem mais tranquilo em um sábado à noite.

Regina desce da moto e retira o capacete, o entregando á Emma assim que a loira a segue.

— Obrigada pela carona e pelo fim de semana também. - Ela sorri.- Eu adorei.

— Obrigada a você também. - Emma sorri retirando seu capacete.- Nós nos divertimos muito.

— Sempre que quiserem podemos repetir.

— Com certeza.

Elas se olham em silêncio por alguns segundos, até que Regina diz indicando seu carro entre os outros dois que estavam ali:

— É melhor nós irmos, está bem frio já.

— É sim.- Emma concorda.- Quer que eu te siga até em casa?

— Não precisa, hoje está bem tranquilo.- Ela sorri e se aproxima, a beijando rapidamente no rosto.- Obrigada e boa noite.

— Boa noite!- Emma retribui o sorriso.- E me avise quando chegar em casa.

— Com certeza!

A morena acena com a cabeça e segue para seu carro. Enquanto isso Emma coloca seu capacete, passa o braço pelo que Regina usou e monta na moto, a ligando.

Regina arranca com seu carro e diz baixando o vidro ao passar por Emma:

— Direto para casa, hein detetive e nada de correr. Dentro dos limites de velocidade.

— O mesmo serve para a senhora, ok!?

— Ok!- Regina ri e sai com o carro do estacionamento, com Emma fazendo o mesmo com a moto e seguindo o sentido oposto.

O que Regina mais queria era chegar logo em casa, tomar um banho e pular em sua cama, então aproveita a tranquilidade do trânsito e pisa fundo, chegando em menos de quinze minutos.

Com Emma não é muito diferente e assim que fecha a garagem, recebe um whats de Regina.

Oi, Emma...estou em casa.

Só tomar um banho agora e dormir...kkkkkk

Boa noite e durma bem. Ah, e obrigada pelo fim de semana.

Só mais uma coisa, não estou encontrando meu carregador, ficou por aí?

 

Regina deixa a bolsa no aparador ao entrar em casa e após mexer com Emma no WhatsApp, ela desliga o telefone. Por isso havia tocado no assunto do carregador, para que pudesse desligar seu celular sem que a loira questionasse o porquê no próximo encontro e ela pensa muito nisso enquanto sobe para o quarto e depois durante o banho.

Resolve que tentaria evitar Emma ao máximo, mas não de forma descarada a ponto de a loira perceber. Evitaria vê-la quando fosse buscar ou levar Henry e ao telefone só falaria quando ela a procurasse. As coisas estavam saindo do controle e ela sentia que no final das contas ela acabaria saindo machucada, por isso resolve pular fora de uma vez.

Ela adormece em um frenesi de pensamentos lhe passando pela cabeça, ao tempo em que Emma procura pelo carregador do telefone dela por todos os cantos da casa em que Regina estivera. E ao não encontrá-lo ela envia uma mensagem e como não obtém resposta, julga que de fato estava sem bateria.



Regina acorda com insistentes batidas em sua porta e com a campainha tocando ao mesmo tempo.

Só poderia ser Robin e embora na noite anterior tenha se decidido por desculpar-se com ele, não queria uma conversa agora e ignora também o telefone de casa tocando repetidamente.

— Idiota!- Ela diz a si mesma.- Tempo para vir me ver e conversar não tinha, mas foi só o assunto ficar sério e veio rapidinho.

Seu carro estava na garagem e a mesma fechada, então não havia como ele saber se ela estava ou não em casa. Ainda bem que se recusou a uma troca de chaves quando ele propôs isso. Não aceitaria perder sua privacidade por nada neste mundo.

Ela fica pensando na futura conversa com ele que nem nota quando as batidas na porta e o toque da campainha param, apenas corre para a janela e vê o carro dele virando a esquina.

Então volta para a cama e novamente pega no sono.

Passa o domingo ignorando o telefone de casa e sem nem olhar para seu celular. Ela realmente tira o dia para si. Assiste a uns três ou quatro episódios de Law & Order: SVU e depois termina de ler Domitila, de Paulo Rezzutti, que estava a muito precisando finalizar, pois o escritor e historiador brasileiro era seu amigo e não perdia uma oportunidade de perguntar sua opinião sobre a obra.

No fim da tarde, algo a puxa para o quarto que pertencia a Owen e uma a uma ela começa a encaixotar as coisas do filho e entre lágrimas e sorrisos ela enfim se despede dele.

 - Vá com Deus, meu amor. - Ela diz ao colocar o pijama favorito dela na última das caixas que trouxera do porão.- Descanse em paz.- Ela fecha a caixa.- Mamãe sempre vai amar você.

Ela iria descer com as caixas e colocá-las na rua para o caminhão do lixo levar, mas lembra de uma coisa e vai para o quarto, onde pega o telefone ao lado da cama e liga para a secretária.

— Senhora Mills!?- A pobre garota demonstra preocupação ao ver o número da casa da chefe no identificador.

— Ashley, boa noite e me desculpe pelo horário. - Ela deduz que o tom preocupado que notou na voz da jovem se devia ao avançado da hora.

— Boa noite! Está tudo bem?

— Está sim. Ashley, você ainda recolhe doações para o pessoal da sua igreja?

— Sim, recolho.- Ela responde, mesmo estranhando a pergunta.

— Você pode passar aqui em casa amanhã? Tenho algumas coisas que acho que vocês podem encaminhar para as pessoas certas.

— Claro, posso sim. E muito obrigada!- Ela fica animada. - Ao sair do trabalho eu passo na sua casa.

— Ashley, pensando bem é muita coisa, acho melhor você tirar a manhã de folga e cuidar disso.

— Nossa, tanta coisa assim!?- Ela brinca rindo. - Vai ficar bem sem mim logo cedo assim no haras?

— Vou sofrer, mas vou ter que dar um jeito de sobreviver.

— Está certo então!

— Ok!

— Até...

— Me esqueci de algo. - Regina a interrompe.- Vai ter brinquedos, jogos, roupas, móveis e mais uma infinidade de coisas e se me lembro bem, você tem dois sobrinhos, não tem!?

— Tenho sim.

— Deixe-os escolher algumas coisas também. Owen era muito cuidadoso com seus brinquedos, então estão em ótimo estad...

— Regina, você tem certeza?- A assistente pergunta de forma mais íntima, pois sabia o quanto a chefe relutava em abrir mão das coisas do filho.

— Tenho sim, Ashley e já estava na hora. - Ela suspira. - Vou deixar você dormir agora. E amanhã, se conseguir, traga alguém com você, algumas coisas são bem pesadas.

— Está bem.

— A senhora da casa em frente a minha tem a cópia das chaves, vou avisá-la que você virá. Granny. É a do jardim com a casa de pássaros.

— Ok, então! Mais uma vez, obrigada.

— Eu que agradeço. Boa noite.

— Boa noite!

As duas mulheres desligam e Regina lança um último olhar ao quarto do filho, pois no dia seguinte, quando voltasse para casa, aquele seria apenas mais um cômodo.

A morena então faz um rápido lanche, toma um banho e liga a tevê do quarto, adormecendo enquanto assiste á quarta temporada de Law & Order.


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Notas finais do capítulo

É, o fim de noite de Emma e Regina merecia ter terminado nem que fosse com um beijo acidental na metade da boca ou algo mais quente né...mas aquele telefonema de Ruby broxou nossa morena gata.

E bom, pessoal acertou quando disse que ela tinha terminado com Robin por mensagem. Feio demais isso, mas o idiota mereceu, já que nem falar com ela ele tinha tempo.

Ah, super recomendo o livro que Regina acabou de ler na fic. Domitila , do Paulo Rezzutti. Domitila foi uma mulher incrível e é impossível não se apaixonar por ela nas tão bem escritas linhas do Paulo.

Obrigada por acompanhar a fic e até o próximo capítulo, onde as coisas vão esquentar um pouco.
Bjus.



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