Skyfall. escrita por


Capítulo 3
Capitulo 3




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Já de volta ao quarto do hotel em que estava hospedada, Stella se joga na cama e tira seus sapatos para ficar mais a vontade, retira de dentro da sua bolsa a carta que o advogado lhe deu e jogou a bolsa em uma poltrona ao lado da cama, arrumou alguns travesseiros e se recostou para ler o que dizia aquela carta.

“Querida Stella,

Se no momento você esta lendo essa carta é porque o pior comigo aconteceu, não fique chateada por eu não ter contado a você a gravidade da minha doença mas eu não queria de forma alguma que me visse desse jeito mas o que tenho que te revelar é muito serio.

Logo de cara te peço perdão por ter sido tão covarde, essa é a verdade eu fui um covarde.

Eu sei toda a verdade sobre sua mãe, sobre sua família, e eu preciso de contar finalmente.

Conheci sua mãe quando eu era apenas um iniciante na universidade, eu tinha uma bolsa de estudos da faculdade e tive que ir a uma exposição de artes pra poder levar uns documentos para o meu tutor assinar quando eu me deparei com aquela bela mulher admirando um quadro que confesso não entendi nada mas eu disse a primeira coisa que veio a minha cabeça, que era uma arte abstrata mas com um olhar mais aguçado se encontra uma beleza naquelas linhas, naqueles traços que chegavam a ser um ato sexual. Eu certamente consegui a atenção dela, ela me olhou com aqueles olhos grandes que mais pareciam duas esmeraldas de tão verdes assim como os seus, nossa os seus olhos são iguais aos dela. Então ela se virou pra mim e perguntou como eu vi tudo isso naquele quadro e eu na minha burrice sobre artes nem lembro mais o que respondi quando ela soltou uma alta e bela gargalhada que eu fique corado. Ela simplesmente me olhou e disse que aquele quadro era um óleo sobre tela chamado de Le Rêve de Pablo Picasso e disse mais alguma coisa sobre o jeito dele de pintar seus quadros. Então confessei que não sabia nada do que ela estava falando mas estava mais do que feliz por aquela bela dona ter tido um tempo para mim naquela noite. E ela me sorriu, aquele sorriso que você tem quando esta meio envergonhada.

E desde então começamos um relacionamento, e um certo dia ela me levou para conhecer seus pais mas creio que não foi na melhor hora, se é que tem hora certa para conhecer os sogros mas naquele bendito dia o pai dela sofrera um terrível golpe, ele era um viciado em jogo, em cassinos e gastou toda a fortuna da família nesse meio e naquela madrugada em uma mesa de jogo ele apostou mais do que dinheiro e nada me tira da cabeça que isso foi mais que propositadamente.

Um certo senhor de atividades duvidosas para não dizer um velho mafioso fugido da Itália que instalava seus cassinos na cidade e seu avô não se deu conta disso pois tinha aquele cara como seu melhor amigo, facilitava a entrada dele nos jogos, pagava as dividas dele e em um certo momento ele foi colocado contra a parede por isso e se viu obrigado a colocar a própria filha na aposta mas porque ele se viu entusiasmado com seus valetes mas de alguma forma obscura aquele senhor possua três as na mãos.

E sua mãe teve que fugir para Nova York, porque ela carregava uma coisa muito, muito importante para nós dois, você minha filha. É isso mesmo Stella, você é minha filha, nossa filha tão amada. Eu não pude ir com vocês por causa da minha família, da faculdade e fiquei muito tempo sem noticias dela, foi então que resolvi ir procura-la em Nova York e fiquei nessa ponte área por um tempo, as coisas pra mim começavam a melhorar economicamente mas uma certa vez eu tive que voltar as pressas para Grécia pois meu pai já um senhor de idade estava muito doente e minha mãe não podia cuidar dele sozinha, foi quando as cartas que eu escrevi para sua mãe não tiveram mais respostas, naquela época diferente de hoje não havia e-mail, celular, internet e toda a comunicação eram as cartas, depois de me angustiar por muito tempo voltei a Nova York e soube do acidente e encontrei você em um hospital internada, sem nome, sem documento, sem ninguém. Aquele homem jurou se vingar por sua mãe ter fugido do que ter que casar com ele e nada me tira da cabeça que aquele acidente de carro foi proposital mas eu tinha que fazê-lo acreditar que você também havia morrido ou ele viria terminar o serviço, foi por esse motivo que deixei você naquele orfanato. Com uma dor imensa no coração, mas era preciso para sua segurança, se eu chegasse aqui com você no colo eu estaria assinando sua sentença de morte então preferi não ter seu amor mas viva do que morta sem nem ter a chance de conhecer qualquer tipo de amor.

Seus avós fugiram na época para uma cidadezinha espanhola onde tinha alguns familiares e eu nunca mais ouvi falar deles, dizem que seu avô morreu de desgosto por não saber de sua mãe e sua avó aos poucos foi definhando.

Desculpe se sua historia de vida não é tão bonita como merecia, mas essa é toda a verdade de sua vida o que eu devia ter te contado há tanto tempo mas tive medo.

Novamente peço seu perdão para que eu possa descansar em paz.

Um grande beijo minha filha, do seu pai

Professor Papakota.”

...

Depois de ler tudo aquilo, Stella estava mais do que atordoada, ela agora sabia toda a verdade sobre sua vida, ela termina de ler aos prantos, as folhas que segurava nas mãos pareciam queimar, ardia em apenas segurar, naquelas singelas folhas estava toda a sua historia de vida que lhe era totalmente desconhecida, Stella joga os papeis em cima da cama e andava pelo quarto de um lado para o outro, era um misto de sentimentos dentro de si, tristeza, alegria, raiva, frustração não sabia qual se sobressaía, as lagrimas escorriam pelo seu rosto desesperadas, ela tinha vontade de gritar, de correr, não conseguia mais pensar mas tinha que organizar sua cabeça. Stella passa por uma mesa onde havia um vaso e ela o joga contra a parede soltando um grito e assim liberando um pouco da raiva que sentia e se joga ajoelhada ao lado da cama, uma parte do seu tronco estava apoiado na cama, ela passa as unhas pela colcha a trazendo para si e apertando com força. Nesse momento uma camareira passava pelo corredor e bate na porta e pergunta se esta tudo bem, Stell responde do quarto que apenas esbarrou na mesa e quebrou o vaso.

Ela chorava e chorava, seu corpo se contorcia pelas dores da alma, Stell apoia a cabeça na cama e aos poucos seu corpo cansado vai sentando no chão e ainda apoiada na cama, ela não soube precisar quando dormiu ou se dormiu e por quanto tempo, sabe apenas que apagou e que quando se deu conta seu quarto estava escuro denunciando a noite que chegara e que nem ao menos se deu conta. Ela ouve uma musica tocando e então se da conta de que era seu celular tocando, Stella tenta levantar mas suas pernas estavam dormentes e não consegue, a musica para, mas novamente ela tenta levantar e sentia todo o seu corpo doer. Novamente a musica recomeçava a tocar e Stella sabia muito bem de quem se tratava, era Mac, não precisava nem olhar seu celular para saber que era ele, que ele com certeza já havia ligado várias vezes.

A música que tocava era Skyfall – Adele.


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