Aquele dia tinha começado difícil para Mac Taylor depois de mais uma noite de insônia, estava com orelhas profundas e visivelmente cansando, ao chegar no laboratório como sempre o primeiro ligou a tv da sala de reunião pois tinha ouvido no som do carro no caminho sobre alguma noticia do 11 de setembro e não para sua surpresa em todos os canais se falavam do novo acontecimento. Fora descoberto depois 12 anos uma parte da fuselagem de um dos aviões que colidiram com as torres gêmeas escondida num vão entre dois prédios. Mac não sabia ao certo o que sentia, todos os acontecimentos daquele fatídico dia ainda o atormentavam até hoje e com o noticiário ele relembrava cada passo que dera. Ele foi do céu ao inferno em questão de horas, tinha acordado com a sua bela esposa naquela manhã e antes de levantarem para começar mais um dia de trabalho tiveram uma bela manhã de amor sem saber que seria a ultima vez que a teria em seus braços e logo depois estava desesperado em busca de noticias, tomado pelo desespero ele se enfiou embaixo dos escombros a sua procura e tudo o que achou foram cinzas.

Ali ele não tinha mais chão, mais racionalidade, mais coerência em falar, pensar, agir, entrou num mundo de escuridão e até hoje se perguntava se ainda continuava nesse mundo. Não havia mais lagrimas para chorar pois já haviam esgotado depois de tantos anos, tinha apenas uma tristeza infinita que não saia mais do seu olhar. Seus belos olhos azuis eram tristes, sem vida, sem brilho, eles apenas vagavam pela sala relembrando da ultima vez que Claire esteve no laboratório o chamando para almoçar. Vozes são ouvidas pelos corredores, era o sinal de que o laboratório começava a ter vida, os funcionários do turno começavam a chegar ele então acorda da sua tristeza, desliga a tv e vira-se para sair da sala mas se depara com Stella o olhando.

Mac – Esta ai há muito tempo?

Stella – Não, só vi te avisar que Flack ligou.

Mac – Parece que o dia hoje resolveu começar mais cedo.

Stella – É parece que sim. – Mac sai acompanhado por Stella até a cena do crime já que o restante da equipe ainda não havia chegado.

Stella sabia muito bem o porque do amigo estar daquele jeito, ela ouviu o noticiário então se apressou para chegar ao laboratório pois sabia que Mac não estaria bem mas dessa vez resolveu não falar nada e esperar que seu velho amigo resolva falar. Sempre que se tocava no assunto ele fora muito discreto, as vezes Stella insistia um pouco pra ver se ele conseguia desabafar pois ela sentia o quanto as palavras e lagrimas estavam presas na garganta dele mas como sempre ele dava um jeito de fugir, desconversar ou mesmo ser bem direto e dizer que não queria falar sobre o assunto e ela respeitava.

...

O dia havia terminado mas para Mac ainda tinha uma baita noite pela frente acordado, ele sai do laboratório e vai para o marco zero da cidade, onde ficava as antigas torres gêmeas, ele olha o monumento para homenagear as vitimas a procura de um nome, volta sua atenção para além as grades, seu olhos correm por qualquer lugar encostando sua testa entre as grades, apesar da noite fria outras pessoas também estavam caminhando por lá, talvez depois do noticiário resolveram visitar mas Mac não estava interessado nelas, em nenhum momento ele procurou seus rostos para olhar. Mas ao longe uma pessoa encostada nas grades chama sua atenção, usava um casaco vermelho, em suas mãos tinha um copo de café e permanecia ali imóvel, o olhando, ele então se aproxima.

Mac – Há quanto tempo esta ai?

Stella – Resolveu me cumprimentar assim o dia todo? – com um sorriso tímido. Ele retribui o sorriso da mesma forma pois acabara lembrando que naquela manhã foi a primeira coisa que falou com ela.

Mac – Desculpe.

Stella – Tempo o suficiente pra saber que precisa disso. – entregando pra ele um copo de café. – Eu vi o noticiário. – ele acena com a cabeça pegando seu copo das mãos de sua parceira.

Mac – Eu sei que viu ou não estaria me dando esse olhar de pena. – ele respira fundo.

Stella – Não é pena, Mac. É ... cuidado ... é preocupação com o meu amigo. Estou te retribuindo o olhar que me da quando por algum motivo a conversa cai no Frankie. – ele a encara surpreso pois não imaginava que fosse aquele olhar que ele lhe dera.

Mac – Acho que hoje não é um bom dia para conversarmos. – dando um gole da sua bebida.

Stella – Você tem razão. – e novamente Mac se surpreende com a atitude de Stella, ela aceitar acabar com uma conversa que nem começou era no mínimo estranha.

Mac – Você não vai protestar?

Stella – Não. – ela começava a caminha e Mac a acompanha.

Mac – Não vai me dizer que é bom falar sobre o que me atormenta?

Stella – Não.

Mac – Não vai me dizer que esta frio de mais para estar aqui?

Stella – Não. – ela para e vira-se para ele. – Se você já sabe tudo isso não precisa eu estar me repetindo o tempo todo, né? – ele arregala os olhos surpreso, Stella definitivamente não estava bem. – Eu já estava indo pra casa só passei por aqui porque sabia que estava aqui e vim te trazer esse café porque sei que não comeu nada o dia inteiro apesar de saber que um café não vai resolver nada mas talvez isso você consiga tomar. – o vendo dar mais um gole na bebida. – Mas eu tenho que ir. Se cuida Mac. – ela sai apressadamente e logo entra em um taxi. Mac continuava la parado não tinha entendido o que aconteceu, aquela não era Stella Bonascera. Mas sua mente novamente é invadida por lembranças de Claire e daquele maldito dia e um tempo depois Mac vai pra casa e como de costume ele não consegue dormir, são apenas minutos de cochilos intercalados com sonhos e pesadelos.

...

Cedo Mac esta no laboratório de novo, naquele dia era folga de Stella o que não passou despercebido por Mac que o tempo não passava sem ela por perto para conversar e então ele liga para ela mas seu celular só da desligado. Ele estranha um pouco mas resolve deixar para ligar mais tarde, ela devia estar dormindo até mais tarde ou teria saído, logo apareceu um caso e Mac junto com Danny foram analisar a cena e assim seus pensamentos em relação a Claire e Stella estavam tomados por trabalho.

Mac agora se pegou pensando em quanto Stella tinha tomado seus pensamentos o único lugar onde Claire ainda residia mas agora até isso Stella estava tomando e sem perceber.

Danny – Tudo bem Mac?

Mac – Já terminou aqui?

Danny – Terminei sim.

Mac – Então leve para o laboratório eu vou passar no hospital pra ver a segunda vitima.

Danny – Ok. – saindo.

...

Ao sair do hospital já na hora do almoço Mac tenta novamente ligar para Stella mas sem sucesso, seu celular continua desligado, tentou o telefone de casa e ela não atendeu, ele começa a se preocupar com ela e segue para o laboratório. Ao chegar a sua sala e ver aquele monte de papel em sua mesa sabia que a sua tarde seria bastante tediosa e ainda mais sem o sorriso dela...”O que esta pensando Mac?? Vá trabalhar, com certeza ela deve estar se distraindo” – ele pensava enquanto pegava os papeis.