Impossibilidades Perina escrita por Lilith


Capítulo 9
Capítulo VIII


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo, eu particularmente gostei bastante desse.



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–Ouvi na televisão que está caindo o maior temporal no Sul. - comentou Dandara.

–Acho melhor deixarmos essa viagem pra lá, vai que dá problema por causa do tempo. - Karina tentou.

–Bela tentativa mocinha. Mas hoje voamos de qualquer jeito! - respondeu Gael.

–Estou tão feliz que estamos todos juntos! - alegrou-se Dandara.

–Eu também oh, explodindo de felicidade. - João comentou daquele jeitinho dele. Nem Karina resistiu e começou a rir.

Tá quase na hora, acho melhor ficarmos perto do portão de embarque. - comentou Gael.

–Também acho, portão 7. Vamos. - falou Bianca, estava apreensiva. Podia ser agora que eles descobririam sua estripulia.

–Não sua tapada, é portão 8! - falou Karina.

Nisso começaram a discutir, até que Gael deu um basta e falou:

–Sinto informar Karina, mas é portão 7. Veja. - e mostrou o cupom para ela.

–Ué mas aqui no meu tá escrito portão 8, olha. - mostrou Pedro.

–Epa, tem alguma coisa errada. Todo mundo olhando, qual portão está aí?

Todos responderam e somente Pedro e Karina estavam em um vôo diferente.

–Putz! Acho que eu sei o que aconteceu...é que o vôo é quase no mesmo horário, devo ter confundido na hora de comprar!

–Sua sonsa, você fez isso de propósito! Pai!

–Karina não começa, claro que sua irmã errou sem querer. Parem de brigar que eu preciso pensar.

–O vôo também é para Porto Alegre? - perguntou Dandara, sempre calma.

–É, mas o horário é às 20h43. -respondeu Pedro.

–O nosso é as 20hrs. Gael acho que não tem erro, vamos chegar um pouquinho antes, mas esperamos eles lá no aeroporto.

–De jeito nenhum minha filha vai viajar sozinha! Vou tentar trocar a passagem.

–Mas pai, já fizemos o checkin e a fila tá enorme. Acho difícil você conseguir trocar agora...– comentou Bianca.

–Você me paga! Eu vou quebrar a sua cara!

–Yo! Se controla Karina. Não to gostando nada dessa história, mas elas tem razão. Vai ser impossível trocar agora.

–Eu não quero viajar com esse moleque!

–E acha que eu quero viajar com você, Esquentadinha?

–Meninos, parem por favor. Não tem outro jeito. - comentou Dandara.

Bianca e João só se divertiam com a cena:

–Eu percebi o que você fez, danada!

–Shiu, eles não podem saber ou tô frita.

–Pedro, posso contar contigo para não provocar a Karina, até vocês pousarem em POA? Do contrário não posso garantir que você permaneça inteiro.

–Relaxa seu Gael, tenho amor a minha vida!

–Então assunto encerrado. Karina e Pedro, assim que chegarmos estaremos esperando vocês ok? Filha não precisa ficar com medo, qualquer coisa estarei com o celular apostos assim que sair do avião. E tente não matar o Pedro. Decorou?

–Já que não tem outro jeito né. - respondeu emburrada.

Eles se despediram e embarcaram, Karina e Pedro teriam que esperar um pouco mais para abrir o seu portão.

–É esquentadinha, agora somos só nós dois!

–É um pesadelo!

Pedro sorriu e aguardaram.

Já no avião:

–Chega pra lá moleque, cê tá invadindo meu espaço!

–Não tenho culpa se sou grande. Tá apertado aqui.

–Se encostar em mim de novo, vou te dar um soco!

–Uma vez Esquentadinha, sempre Esquentadinha!

Depois de um tempo:

–Você já voou antes? - perguntou Pedro.

–Já e você?

–Já. Cê tem medo?

–Eu? Claro que não! A-DO-RO.

Mas o tempo realmente não estava bom, tiveram vários pontos de turbulência e Karina estava se sentindo mal. Até que o piloto avisou que iriam desviar de uma tempestade e a turbulência aumentou.

–Ei, você tá bem? - Pedro perguntou, percebendo a garota pálida e suando, parecia enjoada.

–Não, me deixa.

–Pensei ouvir que você A-DO-RA avião.

–Para Pedro. Sério.

–Desculpe. Vem cá. - ele então a puxou para seu peito e a abraçou. Karina fechou os olhos e aos poucos foi se acalmando.

–Melhor?

–Estou, pode me soltar agora.

Ela se endireitou em seu lugar e falou baixinho:

–Obrigada. - ele sorriu em resposta.

Perto de pousar o piloto informou que estavam descendo no aeroporto de Curitiba, pois pelo mau tempo estavam sem condições de continuar.

–Curitiba? Pedro, Curitiba não é PORTO ALEGRE!

–Eu sei!

–Faz alguma coisa! O que iremos fazer?

–Não sei, calma K. Talvez só precisaremos esperar algumas horas até eles disponibilizarem um novo vôo.

–Ai meu Deus, eu MATO aquela patricinha!

Ao desembarcarem, Karina ligou para o pai que estava quase enfartando de preocupação, afinal já era quase meia-noite. Disse que pegaria mais informações e logo ligava para ele novamente.

Dirigiram-se até o balcão de informações onde disseram que não teriam um novo vôo até a manhã seguinte. Karina se exaltou:

–Não, a sra. não está entendendo! Meu pai está em Porto Alegre, estamos aqui SOZINHOS! Precisamos de outro vôo AGORA!

–Claro! Marcela liga para o aeroporto Salgado Filho e diz para eles abrirem uma pista só para essa mocinha pousar!

Elas riram e Karina saiu furiosa.

–Pedro e agora?

–Agora não tem outro jeito, vamos ter que passar a noite aqui!

–Não, não, não! Isso só pode ser um pesadelo!

–Fica tranquila. Pelo menos eu tô aqui com você!

–ISSO é um pesadelo!

Ligarem novamente para Gael que quase teve um troço. Como assim sua filhinha iria passar a noite sozinha em outro estado. Se acontecesse algo com eles, ele não saberia o que fazer. Mas Dandara conseguiu acalmá-lo e orientou que eles passassem a noite em um hotel, seria mais seguro. Como são menores de idade, seu pai lembrou que tem um amigo da época das lutas, que trabalha em um hotel próximo dali e ligou para ele para pedir que disponibilizasse um quarto. O amigo aceitou prontamente e recusou que Gael pagasse a estadia, afinal era uma honra ter a filha do mestre Gael lá. O pai passou então o endereço e pediu que eles pegassem um táxi e não se separassem em circunstância nenhuma.

Pedro e Karina jantaram MC Donalds, ali no aeroporto mesmo e depois se dirigiram para o hotel. O próximo vôo estava previsto para às 9h da manhã, ao menos chegariam a tempo para o torneio, que seria depois do almoço.

No hotel o amigo do pai foi os receber e informou que ficariam em um quarto duplo. Karina não gostara muito da idéia, mas foi um pedido de seu pai, para que não ficassem sozinhos. O amigo do pai também fez questão de avisar que Gael avisara para Pedro manter o respeito com a filha, ou ia se ver com ele. Gael achava Pedro um bom garoto, mas não podia vacilar.

–Quarto legal! - Pedro comentou.

–Que lindo, além de tudo serei obrigada a ouvir seus roncos!

–Aposto que você que ronca, Esquentadinha! Mas eu durmo pesado, nem me importo.

–Pode tomar banho primeiro, que vou separar a roupa de amanhã e pegar meu pijama enquanto isso.

Pedro saiu do banho somente com um short de dormir, Karina não pode evitar olhar, mas logo lembrou-se daquele dia no quarto dele e foi correndo para o banho. O garoto estava gostando de passar esse tempo com ela, precisaria se lembrar de agradecer Bianca, afinal. Pra ficar mais perfeito só se dormisse abraçadinho com ela, mas tratando-se da Esquentadinha, taí algo que seria apenas ilusão. Karina saiu vestindo seu pijama, uma blusa cinza de botões e um shortinho rosa. Pedro nunca pensou em vê-la de rosa, mas ela sempre o surpreendia.

–Tá olhando o que?

–Belo figurino! - respondeu "Que bundinha!" -pensou

–Não força, ninguém fica bem de pijama!

–Você fica.

A lutadora corou e desconversou.

A chuva caia lá fora e se ajeitaram cada um em sua cama, Karina estava na cama próxima da janela.

–Pedro, já dormiu?

–Não. Que foi? -ele virou de frente para ela.

–Queria me desculpar por ser uma idiota hoje, não sei como seria se você não estivesse comigo.

–Tá tranquilo Esquentadinha. Já estou acostumado com esse seu jeito.

–Estou feliz que você está aqui. -abriu um meio sorriso.

–Acho que eu mereço um abraço, para selar as desculpas.

–Não exagera moleque!

–Sério, só um abraço.

Karina acabou cedendo, ela também sentia que precisava de um abraço. Foi até a cama dele, sentou na borda e o abraçou. Pedro a envolveu com seus braços, ele estava tão quentinho que a lutadora sentiu vontade de se aninhar e dormir ali mesmo. Pedro deu um beijo demorado em sua bochecha.

–Tão gostoso, fica aqui comigo?

Karina voltou a si: - Vai sonhando!

Voltou a deitar em sua cama, mas não conseguia dormir. Sua cabeça estava em Pedro.

–Pedro?

–Oi?

–Essa chuva tá forte né?

–Estamos seguros aqui. = respondeu meio sonolento.

–Canta uma música?

–Cantar? Pensei que minha voz fosse horrível.

=E era. Mas acho que as aulas de canto estão surtindo efeito, não estava tão ruim da última vez.

–Que última vez?

–Lá em casa.

–Ah...o que você quer que eu cante?

–hum...pode ser uma do Nx?

–Pode...se tiver ruim você me avisa que eu paro.

Pedro pensou em uma música que fazia se lembrar dela e ela por sua vez, imaginou que ele estivesse falando sobre ela.

Ele então começou a cantar, baixo e suavemente e tentando não desafinar:

Porque toda vez que você sai
Parte de mim também se vai
Isso não é normal

Saiba que um dia sem você
É uma eternidade para mim

Então você me disse
Nunca vai dar certo é, eu te respondo
Tem que confiar em mim
Mais uma vez, sei que errei
Não jogue fora, algo assim tão bom
Prometo que essa é a última promessa
E se depender de mim você nunca mais vai sofrer
Não quero te perder, mais uma vez

Por que toda vez que você sai
Parte de mim também se vai
Isso não é normal
Saiba que um dia sem você
É uma eternidade para mim

O tempo todo, o tempo todo é tempo demais
Não é pra sempre, o pra sempre, sempre se vai
Nem tudo que acaba, tem final

Lembra, você me disse nunca vai dar certo, ok
Mas pense nisso, o que é certo para mim,
Pode não ser pra você
Deixe o futuro pra depois
Não vai ser como recomeçar do nada, pois
Nada pode mudar o que já começou
Então faça agora, tudo isso valer a pena

Por que toda vez que você sai
Parte de mim também se vai
Isso não é normal

Saiba que um dia sem você
É uma eternidade para mim
O tempo todo, o tempo todo é tempo demais
Não é pra sempre, o pra sempre sempre se vai

Nem tudo que acaba tem final.

Por que toda vez que você sai
Parte de mim também se vai
Isso não é normal.

E assim adormeceram.

Karina acordou era 3h30 da manhã, o temporal estava feio e com muitos raios que iluminavam a janela. Ela nunca confessou, mas morria de medo de raios desde pequena. Tentou voltar a dormir, mas não conseguia por conta da chuva. Lembrou que adormecera com Pedro cantando...queria tanto que fosse fácil assumir o que sentia. Mas o medo de ele rejeitá-la como fez Duca, ou pior, ficar com ela só para curtir com sua cara era grande.

Olhou para ele que dormia totalmente relaxado e de boca aberta e pensou no abraço que deram mais cedo. Estava tão bom...e se ela deitasse ali com ele? Era só ela acordar mais cedo que ele no dia seguinte e talvez ele nem perceberia. Em um impulso, levantou e foi até a cama dele. Deitou-se na beirinha e o abraçou pelas costas, ajeitando o edredom. Deitou sua cabeça nas costas dele e assim conseguiu relaxar e dormir.

Amanheceu e Pedro foi tentar se mexer, mas estava difícil, sentiu um peso...quando abriu os olhos se deparou com Karina aninhada em seu peito e ele abraçando-a. Levou alguns minutos para acreditar que aquilo estava realmente acontecendo. Seria um sonho? Mas ele parecia bem acordado. Resolveu por fim que era verdade, mas optou por continuar fingindo que estava dormindo e aproveitar para curtir o aconchego. Acabou pegando no sono novamente.

Karina acordou e saiu lentamente da cama, para não acordá-lo e foi direto para o banho. Pedro acordou com ela saindo do banheiro.

–Bom dia, dorminhoco!

–Bom dia! Que horas são?

–Quase 8. Vai tomar banho que ainda temos que tomar café e voltar para o aeroporto.

No caminho para o banheiro, ele passou por ela que secava os cabelos com a toalha e roubou um beijo em sua bochecha e depois a girou pela cintura.

–Nossa, quanta felicidade logo cedo! - comentou Karina.

–É que eu tive um sonho MUITO bom.

A lutadora ficou sem entender e o garoto foi para o banho.

Após o café agradeceram o amigo de Gael e pegaram outro táxi até o aeroporto. Tudo certo, fizeram checkin e um pouco depois embarcaram novamente rumo à Porto Alegre. Ainda chovia, mas o vôo foi mais tranquilo, sem grandes turbulências. Pouco mais de uma hora depois estavam encontrando Gael no aeroporto de Porto Alegre, que deu um abraço de urso na filha, examinando depois para ver se ela tinha qualquer arranhãozinho.

Deixaram as malas no hotel, para depois almoçar e ir para o torneio.

Foram super bem recebidos pelos realizadores do torneio, enquanto Dandara, Bianca, João e Pedro acomodavam-se na platéia, Karina recebeu um lugar ao lado de seu pai, num local especial para o homenageado. Ficou toda orgulhosa por isso. Taí algo que Bianca nunca poderia tirar dela.


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Notas finais do capítulo

E aí, me contem o que acharam!
Não sei se consigo postar outro antes da meia-noite, pois tenho médico hoje.
Beijos e até.



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