Impossibilidades Perina escrita por Lilith


Capítulo 8
Capítulo VII


Notas iniciais do capítulo

Oi galera!
Desculpem não ter postado ontem, mas quem consegue escrever depois daquele beijo Perina?! Fiquei jogada!



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Era sexta à noite e Karina estava esperando Cobra para irem jogar boliche com Zé, Marcão, Wallace e Thawik. Parada na calçada de sua casa, observava o movimento da rua enquanto o amigo não chegava. Ou ele estava atrasado, ou ela se arrumou muito cedo.

Pedro tinha ensaio com a banda na casa da baterista e resolveu ir de skate. Quando passou em frente a casa de Gael, viu Karina ali parada. Foi implicar com a menina, fazendo careta, que respondeu mostrando a língua e por isso não viu o buraco bem em sua frente. O skate travou no buraco e Pedro caiu. Ao presenciar a cena, a lutadora soltou uma gargalhada:

–Tá vendo moleque, fica me irritando, Deus castiga!

Mas Pedro não respondeu, se moveu com dificuldade para a guia e sentou-se meio confuso por causa do tombo. Karina preocupou-se que talvez o garoto tenha machucado para valer.

–Cê tá bem?

–Estou ótimo, pode continuar a rir.

–Desculpa, mas você levou o maior capote! –e quase começa a rir novamente

–Queria saber o que eu fiz pra você me odiar tanto! Ai...

Karina ía responder, mas ao ver o menino com dor reparou que o joelho e o braço dele estavam bem ralados.

–Pedro você está sangrando!

–O que seria de mim sem você para constatar isso?!– respondeu ironicamente.

–Será que você consegue andar? Vamos em casa pra eu ver melhor isso!

–Você? Eu preferia ser cuidado pelo Mike Thyson!

–Eu tenho curso de primeiros socorros tá? Meu pai exigiu que eu fizesse, por causa da academia.

–Sei não...ai caramba tá doendo.

–Vem, deixa eu te ajudar a levantar.

Karina passou o braço pelo seu ombro e foram mancando até a casa dela. Eles o sentaram no sofá, quando a campainha toca.

–Vish, deve ser o Cobra. Calma aí...

–Vocês vão sair? - Pedro pergunta tentando disfarçar o ciúmes.

–É, vamos jogar boliche. Mas vou falar pra ele ir na frente.

Pedro pensou em dizer que não precisava e ir para casa, mas ele não ia entregá-la de bandeja assim para o lutador. Se dependesse dele, Karina não ia a lugar algum.

–Pronto. Ele não ficou muito feliz, mas os meninos já estão esperando então teve que ir.

–Ah vai mais gente? Pensei que era um encontro.

–Encontro de amigos. Pera que vou pegar algo pra limpar isso aí.

Karina limpou os ralados de Pedro que estavam bem feios, o garoto reclamou que estava doendo. Ela foi o mais suave que conseguia.

–Quem diria, a Esquentadinha sabe ser delicada! - a lutadora prensou os lábios em uma cara feia e apertou a gase com antiséptico no ralado do garoto.

–Ai, ai, ai, ai calma! É brincadeira Esquentadinha!

–Você não cansa de me chamar disso né?

–Eu sei que bem lá no fundo você gosta! - e deu uma piscadinha.

–Já tá limpo! Não posso colocar curativo porque vai grudar, agora tem que esperar formar casquinha.

–Poxa nem dá para mexer meu braço sem doer, como vou tocar?

–Tava indo ensaiar?

–Aham...mas acho que não vai rolar né.

–Hoje é melhor não...seu pé tá um pouco inchado, tá doendo?

–Quando o apoio no chão dói, mas só um pouco. Será que quebrou?

–Se tivesse quebrado você nem conseguiria colocá-lo no chão, eu acho. Mas seria bom ir no hospital fazer um exame.

–Poxa, vou ligar para os meus pais.

O skatista ía ligar, mas lembrou que eles tinham ido ao teatro e ficou meio sem graça de atrapalhar, afinal eles nunca saiam e nem era tão sério. Podia esperar. Karina disse que até poderia pedir para o pai levá-lo, mas ele tinha saído com Dandara.

–Será que você consegue ir para casa?

–Não sei, vamos tentar. - Na verdade o garoto conseguia andar, a dor era bem leve, mas para ficar mais tempo com a lutadora, resolveu mentir.

–Ai, ai, não dá! Dói demais...

–O jeito então é esperar os seus pais chegarem ou o meu. Tudo bem você ficar aqui?

–Aqui com você?

–Tem que ser né, também não vou sair e te deixar aqui sozinho. Liga para o pessoal da sua banda para avisar que não vai, que vou ligar para o Cobra.

–Ok.

O garoto não pode evitar sorrir, no fim o tombo nem foi tão ruim assim. Depois de ligarem, Karina perguntou se ele estava com fome, foi colocar uma lasanha congelada no microondas e pegar gelo para colocar no pé dele.

–Até que você não é uma enfermeira ruim.

–Te falei. Você que é muito manhoso.

Eles jantaram e Karina subiu para escovar os dentes. Pedro ficou admirando a vista, enquanto ela saia.

–Ah Esquentadinha! Ainda vou te roubar pra mim. -falou pensativo.

Karina voltou e sentou-se no sofá também. O garoto ficava olhando para ela, que começou a se incomodar com isso.

–Porque não pergunta logo o que tá pensando, ao invés de ficar me olhando com essa cara?

–Se tem algo que aprendi contigo é que não devo falar tudo o que penso!

–E mesmo assim você fala, só para me irritar né?

Seguiram alguns minutos em silêncio, até que Pedro comenta:

–Você deveria ir ver um ensaio da minha banda qualquer dia.

–É você quem canta?

–Você sabe que é a Sol.

–Aí pode até ser, porque você cantando não dá pra aturar não. Hahahaha

–Há há você é tão engraçada.

–Aprendi com você. – mostrou a língua.

–Enfim, vai ou não?

–Pra ver você se agarrando com a musa da vez?

–Como sabe das minhas musas?

–Tomtom comentou outro dia.

–Isso te incomoda?

–Por que você é tão galinha?

–Não sou galinha...só estou procurando a musa certa, não tenho culpa se é difícil. – respondeu sorrindo.

–Não sei o que elas vêem em você.

–Acho que sabe hein, só não quer assumir.

–Tá doido? O que te faz pensar isso?

–Desculpe, acho que estou te confundindo com uma lutadora que me agarrou em meu quarto outro dia.

–Não sei do que cê tá falando....espera! EU NÃO AGARREI VOCÊ!

–Viu? Você se entrega Esquentadinha! - falou meio rindo e passando a mão pela bochecha da lutadora, que bateu a mão dele para longe.

–Eu.não.agarrei.você. Pedro!

–Sem ressentimentos, eu até curti.

–Aquilo foi um momento de insanidade, um erro!

–Um erro? Então por que foi tão bom?!

Karina ficou em silêncio, essa conversa que ela tanto tentou evitar, a pegou de surpresa.

–A culpa é sua, me irrita e aí acabo agindo por impulso!

–Culpa minha, diz a garota que praticamente pulou em cima de mim!

–Por que você é sempre um idiota? Não me importa se não consegue andar, vai embora!

–Por que é tão difícil pra você assumir que me quer tanto quanto eu te quero?

–Você...me quer? - Karina perguntou surpresa com a confissão.

–Tanto, é tanto...se ao menos você soubesse. Te quero tanto... - Pedro cantarolou e até que não desafinou.

Nesse momento Gael e Dandara entraram.

–Filha? O que esse moleque faz aqui?

–Ele tomou o maior capote de skate aqui na frente pai, socorri ele.

–Tá tudo bem Pedrinho? - perguntou Dandara

–Tá tia, a Esquentadinha cuidou de mim.

–Ele está com o pé inchado e doendo! – comentou Karina.

–Meus pais não estavam em casa, por isso estamos esperando aqui.

–Deixa eu ver...está inchado mesmo. Acho melhor tirar uma chapa, vamos, eu levo você. – comentou Gael.

–Eu posso buscar meu carro e o levo Gael.– falou Dandara.

–Imagina, eu vou com vocês, sem problemas. Quer ir filha?

–Eu? Já foi difícil aguentar ele até agora. Vou subir.

–Foi um prazer também Esquentadinha. – respondeu provocando-a.

Gael e Dandara tiveram que rir, esses dois estavam sempre se implicando. Gael o levou ao médico que informou que foi apenas uma torção. Um anti inflamatório e gelo e amanhã já estaria novinho em folha. Depois Gael o deixou em casa e foi levar Dandara.

Karina adormeceu ouvindo a música do Skank, Tanto:

Coveiros gemem tristes ais
E realejos ancestrais juram que
Eu não devia mais querer você
Os sinos e os clarins rachados
Zombando tão desafinados
Querem,eu sei,mas é pecado
Eu te perder

É tanto,é tanto
Se ao menos você soubesse
Te quero tanto

Políticos embriagados
Dançando em guetos arruinados
E os profetas desacordados
A te ouvir
Eu sei que eles vem tomar meu
Drinque em meu copo a trincar
E me pedir pra te deixar partir

É tanto,é tanto
Se ao menos você soubesse
Te quero tanto

Todos meus pais querem me dar
Amor que há tempos não está lá
E suas filhas vão me deixar
Por isso não me preocupar
Eu voltei pra minha sina
Contei pra uma menina
Meu medo só termina estando ali
Ela é suave assim
E sabe quase tudo de mim
Ela sabe onde eu
Queria estar enfim

É tanto, é tanto
Se ao menos você soubesse
Te quero tanto

Mas seu dândi vai
De paletó chinês
Falou comigo mais de uma vez
Não, eu sei, não fui muito cortês
Com ele,não
Isso, porque ele mentiu, porque
Te ganhou e partiu
Porque o tempo consentiu
Ou se não porque

É tanto, é tanto
Se ao menos você soubesse
Te quero tanto
É tanto
Se ao menos você soubesse
Te quero tanto.

*****

Na segunda-feira Bianca estava checando a correspondência da academia, quando visualizou um envelope diferente. Era um convite para Gael, de um torneio de Muay Thai em Porto Alegre, onde seria homenageado. Bianca foi correndo mostrar para o seu pai, que ficou todo feliz com o convite.

–Poxa, mas já é sábado agora.

–Não se preocupe pai, eu vejo ainda hoje as passagens e hospedagens para nós.

–Estou pensando em chamar a Dandara e o João para ir conosco, o que acha? Aí aproveitamos o resto do fim de semana para conhecer a cidade e voltamos na segunda, já que é feriado.

–Ótima idéia pai! Posso convidar o Duca também?

–Você sabe que por mim não tem problema filha, mas a dona Dalva não está muito bem esses dias. Acho que ele não vai querer deixá-la sozinha.

–Ah mas eu vou ficar o fds todo sem ele? A Sol pode ficar com ela!

–Bianca, pense um pouco mais nos outros. Se fosse eu doente, você iria viajar e me deixar com outra pessoa?

–Claro que não paizinho...

–Então!

–Tá certo. Depois que falar com a Dandara, me avise. Para eu saber quantas passagens e reservas devo fazer. Pode ser no seu cartão de crédito?

–Pode, hoje mesmo falo com ela.

Bianca ficou toda animada com a viagem e foi logo contar para Karina que ficou muito feliz por seu pai e empolgada para conhecer a cidade. Sempre ouviu falar bem de Porto Alegre, além disso lá deveria estar frio e ela adora frio!

*****

–Filho, o Gael nos convidou para passar o fim de semana em Porto Alegre, o que você acha?

–Porto Alegre?

–É, ele vai receber uma homenagem em um torneio! As meninas também vão com a gente.

–Ah tá que eu vou atravessar o país pra ver o professor de briga ser homenageado.

–Deixa de ser exagerado, são menos de três horas de vôo. Vamos filho? Por favor!

–O Pedro pode ir com a gente?

–O Pedrinho? Acho que pode, eu pago a passagem dele. Vou falar com minha irmã, mas acho que eles deixam. Aí você vai né?

–Posso pensar em ir.

Dandara foi falar com a irmã e o cunhado que autorizaram a ída de Pedro, que por sua vez, ficou todo animado com a viagem.

Na terça Dandara confirmou que iriam.

Bianca tinha escutado sem querer a conversa de Karina e Pedro na sexta a noite, e agora tinha certeza que eles se gostavam. Mas o jeito marrento de sua irmã a prejudicava, portanto na hora de comprar as passagens teve uma idéia para dar um empurrãozinho.

O resto da semana passara tranquilamente, todos animados pela viagem. Pedro e Karina tiveram semana de provas, então mal tiveram tempo de se falar.

Enfim chegou sexta, dia que viajariam. Depois que Karina fizera a última prova, foi para casa se preparar para a viagem. Bianca se despediu de Duca e foram em um táxi para o aeroporto do Galeão - Gael e as duas filhas. Dandara pegara outro táxi direto de sua casa para lá, com João e Pedro.

–Ah não! O que esse moleque tá fazendo aqui? - assustou-se Karina que até então não sabia que ele também iria.

–Ué Karina, o Pedrinho vai com a gente pra fazer cia. pro João. –Pedro abriu seu sorriso radiante.

–Eu não tô acreditando! Prefiro pular do Corcovado sem paraquedas a ir nessa viagem!

–To contigo irmãzinha, mas não temos saída. Para de choramingar e bora fazer o checkin - João falou empurrando a menina.

–Poxa João, eu faço cia. pra você, precisava chamar esse mala?

–Já era maninha. Vamos.

Bianca estava apreensiva, quando a irmã descobrisse o que ela fez.


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Notas finais do capítulo

O que será que vai acontecer nessa viagem heim?!

Estou super feliz pois tem várias pessoas acompanhando a fic e quero agradecer quem sempre comenta e quem favoritou! Vocês me incentivam a continuar escrevendo.
Beijos e até o próximo.



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