Impossibilidades Perina escrita por Lilith


Capítulo 76
Mas se você quiser alguém pra ser só seu, eu estarei aqui


Notas iniciais do capítulo

Olha eu aqui de novo, acabei demorando um pouco mais do que pensei, mas vim!

Não vou demorar nas notas iniciais porque sei que geral tá querendo saber o que aconteceu com a K, mas por favor, leiam as notas finais!!

Beijos



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Na areia João e Pri separavam-se de um beijo quando o garoto lembrando da recomendação da mãe para ficar de olho na irmã, a procurou no mar enxergando a movimentação estranha.

–Afogando! A Karina tá se afogando! – Gritou, atraindo a atenção de todos em volta, inclusive de Pedro que ao ouvir o nome da namorada, largou as colegas falando sozinhas e correu desesperadamente para o mar. Chegou pouco antes do professor e de um salva vidas que chegava de bug.

Pedro nadou desesperadamente alcançando facilmente Karina. Pelo surf, ele tinha experiência em nadar em locais profundos. Ela se agarrou a ele fortemente, tremendo em seus braços. Logo o salva-vidas os alcançou e o ajudou a traze-la de volta à areia em segurança.

A maioria dos alunos aguardavam na areia, Pri chorava e João tentava acalmá-la. Samuel e a professora tentavam acalmar os demais enquanto Pedro a depositava na areia. Felizmente Karina estava consciente, o pior fora evitado, mas mesmo assim o salva-vidas insistiu em leva-la ao posto médico para examinarem. Foi quando ela contou do ombro que parecia contundido.

Samuel insistiu que levaria a aluna ao posto, mas o professor preferiu acompanhar ele mesmo, afinal os adolescentes estavam sob sua responsabilidade. Deixando os demais alunos com o instrutor e a outra professora, Karina, Pedro, João e Pri embarcaram junto com o professor em um táxi-barco.

*****

–Eles estão demorando. – Pedro reclamou andando de um lado a outro na sala de espera do posto médico.

–Ela deve ter ido fazer um raio-x, essas coisas. – Pri tentou tranquiliza-lo.

–Sossega Pedroso se não vai abrir um buraco aí no chão.

A porta do consultório se abriu e Karina apareceu com o braço em uma tipoia. Pri correu para abraça-la.

–E então?

–Só uma luxação.

–Deixar o braço em repouso e tomar algumas medicações. – O professor concluiu enquanto saiam.

–Meu pai vai me matar quando ver.

–Você não vai ligar para ele e contar? – Pedro quis saber.

–Tá maluco?

–Capaz dele vir para cá na hora busca-la. – João concordou.

–Ele vai ficar mais bravo quando te ver.

Karina deu de ombros. Segurando-a mais atrás, Pedro perguntou seriamente:

–O seu braço já estava machucado antes de vir, não estava?

–Machuquei treinando, mas na real? Pensei que não fosse nada.

–Você não pode fazer essas coisas Karina! Não pode me dar um susto desses!

–Desculpa. Eu realmente achei que não fosse nada.

Compreensão inundou os olhos de Pedro ao se dar conta:– Por isso o Felipe estava te fazendo massagem ontem?!

Karina o olhou confusa, mas recordou-se. – Sim, mas como? Você viu?

–Eu fui te encontrar para ver se queria ir comigo à festa. – Tentando controlar a raiva que sentia de si mesmo, fechou os olhos e segurou a ponte do nariz. – Como eu sou idiota!

–Você ia me convidar? – A lutadora devolveu o olhar aborrecido para ele e xingou-se mentalmente por não ter percebido a confusão antes.

–Eu também te vi chegando de moto com aquele cara. – Acrescentou com uma carranca, não gostava nem de lembrar da cena.

Eles se encararam enquanto todas as outras peças se encaixavam em suas cabeças, mas o professor interrompeu a conversa os chamando para o táxi que acabara de parar. Karina demorou o olhar um pouco mais e por fim entrou no carro com ele a seguindo.

Encontraram os demais estudantes em um restaurante flutuante de mariscos que era muito bem recomendado. Almoçaram calmamente e embora não tenham trocado mais nenhuma palavra sobre o assunto, não paravam de se olhar.

Após o almoço foram para o curso de mergulho, de volta ao local onde desembarcaram no início. Apesar da tipoia, Karina foi assistir às aulas pois em uma próxima vez não precisaria repetir o curso.

Vários colegas foram perguntar se a garota estava bem e apesar de responder educadamente, estava desconfortável recebendo tanta atenção.

Durante a aula Pedro estava com o pensamento disperso, não conseguia parar de pensar em sua Esquentadinha. Só de lembrar o que acontecera seus olhos ardiam com lágrimas lutando para sair. Ele tinha percebido que tinha algo de errado com o ombro dela, como pôde se distrair tanto ao ponto de deixa-la se perder no mar? Ela podia ter morr...não, se recusava a pensar nisso. O importante é que ela estava bem e não tinha sido nada grave no fim. Involuntariamente repassou os acontecimentos do dia anterior, sua raiva pela briga com os pais. Aliás essa briga dos pais estava o desestruturando totalmente, foi super mal nas provas finais. Sua sorte foi ter levado o restante do ano com boas notas, ou ficaria de recuperação. Embora tenha passado raspando em Matemática e Física, conseguiu. Tocar todos os dias naquela semana também o deixara cansado, por mais gostoso que fosse não tinha como negar. Talvez por deixar a raiva domina-lo não tenha visto com clareza a situação que encontrou sua namorada e o projeto de Minotauro. Só de lembrar do lutador massageando-a, tocando-a, seu sangue subia novamente e quando percebeu estava com as mãos cerradas em punho. Ver Samuel orientando a Karina um pouco à sua frente não ajudava também, ele a tocava a todo momento e Pedro queria as mãos dele longe de sua Esquentadinha. Nunca antes tinha se percebido ciumento, esse era apenas um dos inúmeros sentimentos que a sua musa despertava nele. Precisava conseguir seu perdão, comparado ao início da viagem já tinham progredido bastante, mas ele sabia melhor. A magoou propositalmente na festa, falando coisas apenas para afastá-la e provocando-a com a outra garota. Ela não merecia isso, mesmo tendo o magoado primeiro. Ele não costumava ser assim, tão explosivo. Penteou o cabelo para trás com as mãos e pensou: Quando foi que eu me perdi assim? Nem consigo mais me entender.

Anunciaram uma pausa e ele sabia exatamente o que precisava fazer: pegar seu caderninho em sua mochila e escrever para ver se assim conseguia compreender seus sentimentos. Isolado em um canto escreveu:

Confusão

Tento organizar meus pensamentos

Tento entender minha reação

Como conseguir o seu perdão?

Perdão

Perd – ido

Me sinto perdido

Agora sem você, nada faz sentido

Talvez eu esteja arrependido

Minhas ações foram impensadas

Insensatas

Estava confuso

Estou confuso

E incomodado com aquele intruso

Milhões de pensamentos

Milhões de sensações

Jamais senti raiva

Com tamanha proporção

Quero te falar

Preciso desabafar

Me perder no seu olhar

Pra você me equilibrar

Ajudar a me reencontrar

Me encontrar no teu amar

E na sua proteção

Pra acabar com essa confusão

Que está meu coração.”

Poucas palavras, mas o suficiente para se sentir um pouco mais leve. Voltou ao curso.

*****

Mais tarde naquele mesmo dia...

–Turma, seguinte. Conversei com os outros instrutores e com os professores de vocês e resolvemos encerrar o curso por aqui hoje. Amanhã vocês farão o mergulho e remanejamos essa uma hora que faltaria para amanhã. Tudo isso porque queremos levar vocês até o Pontal do Atalaia para ver o pôr do Sol.

A turma comemorou e logo depois partiram para a praia, a fim de subir no tal mirante.

Ao chegarem no local, Karina se acomodou em uma das pedras e ao ver Samuel indo em sua direção Pedro se adiantou e sentou ao lado dela, encarando-o por sobre o ombro. Exatamente às 17:19 o sol começou a descer. Todos assistiam o espetáculo fascinados. Uma imagem diz mais que mil palavras, então:

Enquanto o Sol desaparecia no horizonte, eles aplaudiam o show. Apenas mais umas das maravilhas que a natureza proporciona, natureza essa que é bem presente naquele local.

Foram orientados a voltar para a escola de mergulho para tomarem banho e se prepararem para surpresa que estava por vir.

–O que será que é essa surpresa? – Pedro comentou.

–O Samuca me contou mais ou menos, disse que é uma festinha.

–Legal. – O garoto olhou em volta e aproveitando que já estavam quase sozinhos, pediu:– Podemos conversar agora?

Virando-se para ficar sentada de frente para ele, concordou com a cabeça.

–Eu começo ou você começa? – Pedro perguntou um pouco nervoso, seu estômago dava voltas, não sabia como a namorada encararia suas palavras.

–Quero ouvir o que você tem a dizer. – Ela respondeu calmamente.

–Que eu te amo muito K. E por isso quero te pedir perdão porque você não merecia as coisas que eu falei. Sei que eu te machuquei e na real, a intenção era essa mesmo. Acabei descontando tudo em você e pode até achar que não existe justificativa, mas eu quero explicar mesmo assim. Você sabe que eu estou enfrentando a maior barra lá em casa, é briga atrás de briga, a Tomtom que está começando a sentir o efeito dessa crise entre meus pais. A pressão das provas finais, o cansaço por ter tocado a semana toda.

–Você não precisava lidar sozinho com tudo isso Pê. Por que não se abriu comigo antes?

–Você também estava em semana de provas, eu não queria te preocupar e acabar prejudicando. Teve prova que eu nem consegui fazer direito.

–Bem que eu tava te achando esquisito.

–Ontem eu saí super mal de casa e tudo que eu precisava era de um abraço seu. Aí quando chego na academia, te encontro com aquele projeto de Minotauro fazendo massagem.

–O que? O que você disse?

–O que?

–Eu ouvi! Não se faz de bobo, projeto de quê?

–De Minotauro.

–É assim que você chama o Felipe?

Pedro confirmou com a cabeça e Karina gargalhou do namorado.

–É sério K. Eu não suporto ver ele perto de ti, te tocando ainda? Para não fazer nenhuma besteira fui embora.

–E eu pensando que você não me queria na festa e por isso não falou nada.

–Alguma vez eu já não quis você perto de mim? Eu só estava muito mal e acabei descontando em você. Te ver chegando com aquele cara não ajudou.

–Eu precisava chegar rápido onde você estava, vi ele saindo e aproveitei. Desculpe se isso te incomodou.

–Muito. Não sabia que você gostava de motos.

–Tanto faz.

–Enfim, o que eu disse lá na festa...fiquei muito magoado com o que você me falou sobre estar me vendendo.

–Desculpe por isso, eu fico com ciúmes, nervosa e acabo falando o que não devo.

–Você realmente pensa isso? Que estou me vendendo?

–Não Pê! Claro que não! É muito legal da sua parte querer ajudar os seus pais.

–Esse ramo da música não é fácil sabe? E eu sei de muitas bandas que precisa mudar o tipo de som ou mesmo gravar músicas que não gostam a mando do produtor. Fiquei pensando no que você falou e fico com medo de me perder no meio disso. Eu não quero me vender.

–Não é assim Pê. Alguns sacrifícios são necessários até vocês conquistarem espaço. Veja a Fresno o quanto evoluiu e como o som deles está bem diferente agora que romperam com a gravadora. Quantos anos demorou para eles poderem se dar esse luxo? Acho válido.

–Mesmo?

–Você sempre vai ter meu apoio. Mesmo quando não merecer. – Respondeu pegando a mão dele. – Eu entendo o que você está passando e sei que acabou sendo um mal-entendido das duas partes. Mas algo realmente me incomodou naquela festa.

–Se for sobre a Ingrid, nós estávamos apenas conversando e eu meio que usei ela para te provocar. – Admitiu envergonhado.

–Não é isso, você falou da forma como eu me visto. Esse é um assunto delicado para mim. Eu não me importo com o que o mundo pensa sobre mim, não me importo se pensam que pareço um garoto ou que uso pouca maquiagem ou que visto roupas confortáveis. Mas eu sempre tive a insegurança de você não me enxergar por trás disso. Não quero parecer feia para você. – Admitiu essa última frase totalmente envergonhada, olhando para baixo enquanto sentia os olhos marejarem. – Eu amo você Pê e eu sei que tem muitas meninas lindas e interessantes só esperando você descobrir que eu não valho a pena.

–Olha para mim, Esquentadinha. – Pediu levantando o queixo dela e limpando algumas lágrimas que escorreram com o polegar. – Você é linda! De qualquer jeito! Maquiagem, roupa, essas coisas não importam para mim! Você é a flor mais linda que eu já vi! Pode vestir um saco de batatas que eu ainda assim vou querer morrer por um beijo seu. Não faz ideia de como ficar longe de você me machuca. – Também se emocionou ao admitir essa última parte.

–Não chora.

–Então não fica mais longe de mim. – Puxou ela para seu colo e a abraçou forte. – Se algo acontecesse com você hoje eu não sei o que eu faria.

–Eu tô aqui, eu tô bem.

–Você não precisa usar sua armadura o tempo todo K, não comigo.

–Eu sei.

–Acha que pode me perdoar?

–Só se você me perdoar também.

Selaram a reconciliação com um beijo e partiram de volta à escola de mergulho, afinal a noite tinha caído e poderia ser perigoso ficar por ali.

*****

Todas as garotas se arrumavam juntas no vestiário, inclusive a professora. Estavam ansiosas para a surpresa. Como a noite ventava bastante, Karina vestiu um cropped de manga comprida cinza e escrito “Take it easy” e um short branco para dar uma quebrada. Todas as garotas receberam pequenas coroas de flores para colocar na cabeça. A maioria das meninas vestia branco.

–Todas prontas meninas? Vamos nos atrasar. Seguinte, a equipe aqui da escola achou que seria mais divertido acomodá-los em barracas na praia, para não dormirem todos amontoados nos beliches. Então ficaremos em duplas de meninas, não se animem! Estaremos de olho!

Caminharam para a porta dos fundos, que saia em uma área quase privada da praia, cercada por rochas. E ficaram encantadas com o que viram. Era um luau! Tinha uma mesa com diversas frutas e bebidas tropicais, salgadinhos e bolos. Uma fogueira no meio os manteria aquecidos e em uma meia lua no fundo tinham diversas barracas, marcadas com uma fita rosa e azul diferenciando o lado das garotas e dos garotos.

Os meninos já estavam por lá, atacando a mesa. Karina e Pri juntaram-se a Pedro e João.

–Linda. – Pedro constatou, ele usava uma camiseta azul clara e bermuda branca.

–Mesmo com esse negócio esquisito no braço?

–O que? Esse é o charme.

–Incomoda pra caramba.

–Mas precisa, né?

–Só disse que incomoda, não que vou tirar.

–Te conheço, Esquentadinha.

Os amigos festejaram e quando cansaram de comer, a galera reuniu-se em volta da fogueira com dois violões. Um Pedro tocava, revezando com um colega. Cantaram muitas músicas legais, entre elas Mulher de Fases do Raimundos. Pedro pediu a atenção antes de tocar uma canção.

–Como vocês podem perceber a Esquentadinha me desculpou. Então eu quero dedicar essa música para ela, porque é exatamente da forma que eu a enxergo.

Exatamente como você é

“Oh os olhos dela, os olhos dela

Fazem as estrelas parecerem que não têm brilho

O cabelo dela, o cabelo dela

Recai perfeitamente sem ela precisar fazer nada

Ela é tão linda

E eu digo isso pra ela todo dia

Sim eu sei, sei

Quando eu a elogio

Ela não acredita

E é tão, é tão

Triste saber que ela não vê o que eu vejo

Mas sempre que ela me pergunta se está bonita

Eu digo

Quando eu vejo o seu rosto

Não há nada que eu mudaria

Pois você é incrível

Exatamente como você é

E quando você sorri

O mundo inteiro para e fica olhando por um tempo

Pois, garota, você é incrível

Exatamente como você é

Os lábios dela, os lábios dela

Eu poderia beijá-los o dia todo se ela me permitisse

A risada dela, a risada dela

Ela odeia, mas eu acho tão sexy

Ela é tão linda

E eu digo isso pra ela todo dia

Oh você sabe, você sabe, você sabe

Eu jamais pediria para você mudar alguma coisa

Se a perfeição é o que você busca

Então continue assim

Então nem se preocupe em perguntar

Se você está bonita

Você sabe que eu vou dizer

Quando eu vejo o seu rosto

Não há nada que eu mudaria

Pois você é incrível

Exatamente como você é

E quando você sorri

O mundo inteiro para e fica olhando por um tempo

Pois, garota, você é incrível

Exatamente como você é

Como você é

Como você é

Garota, você é incrível

Exatamente como você é

Quando eu vejo o seu rosto

Não há nada que eu mudaria

Pois você é incrível

Exatamente como você é

E quando você sorri

O mundo inteiro para e fica olhando por um tempo

Pois, garota, você é incrível

Exatamente como você é”

Karina beijou o namorado apaixonadamente. Tinha como não amá-lo? Aproveitaram o resto da noite abraçadinhos, cantando com seus colegas.

Após a meia-noite todos começaram a ficar cansados, afinal tiveram um longo dia e começaram a se ajeitar nas barracas. Os amigos combinaram e quando tudo estava quieto, Pedro trocou de barraca com Pri com todo cuidado possível para não serem pegos.

Karina estava feliz por poder tirar a tipoia, não aguentava mais o braço preso daquela forma. Ao menos para dormir podia tirar sossegada. Pedro entrou na barraca todo desajeitado e iluminando com o celular se acomodou no chão ao lado dela, que estava deitada em cima do saco de dormir.

–Apaga essa luz, chama a atenção!

–Foi mal. Tava fazendo o que?

–Te esperando.

Sem mais palavras eles se beijaram por longos minutos, Pedro percebeu o quanto sentia falta desses beijos, de cada toque de suas línguas. Montando no quadril dele, Karina puxou a camiseta azul clara que ele vestia, tirando-a. Percorreu todo o abdômen calmamente com a mão boa, substituindo-a por seus lábios. Ainda inclinada tomou-lhe a boca em outro beijo intenso. O músico a puxava para mais perto, apertando o bumbum dela junto a ele.

Lábios urgentes percorreram o pescoço e ombro da garota, enviando-lhe arrepios por todo o corpo. Invadindo a blusa que ela vestia, ele também a tirou, encontrando a garota sem top. Suas mãos estavam frias pela brisa da noite e o contato a arrepiou imediatamente. Beijaram-se novamente, as mãos e bocas tocando todos os lugares possíveis do corpo um do outro, eliminando qualquer saudade que restava. Karina tirou o short de dormir e Pedro aproveitou para livrar-se também do dele, ficando somente de cueca. A urgência que sentiam por ficar tanto tempo separados falava mais alto sem serem necessários muito tempo de preliminares. Ambos já estavam necessitados de sentir um ao outro em sua plenitude. Os toques eram agressivos, mas não doloridos. Apertões, mordidas os excitavam e logo Pedro se protegia, preparado para posicionar-se sobre ela. Foi surpreendido com ela empurrando-o novamente de costas no chão e voltando a posição anterior, montada sobre ele.

–Eu quero tentar. – Falou tímida.

Ok, mas se estiver desconfortável me avisa e a gente inverte.

Todo esse cuidado e atenção que Pedro tinha sobre as necessidades dela só a encorajava a querer experimentar mais com ele. Sabia que ainda tinha muito a aprender, mas estava disposta a experimentar novidades aos poucos. Essa sempre foi uma vontade dela, ter o controle dos movimentos. Karina adorava se sentir no controle.

Abusou desse poder para provoca-lo um pouco.

–Você tá me deixando louco. – Sussurrou e a lutadora agradeceu mentalmente por estar escuro e assim ele não notar o quanto ela estava envergonhada.

Colocou-o na posição certa e desceu lentamente, envolvendo-o completamente, a mão boa apoiada no abdômen de Pedro. Ele acariciava as coxas dela, apertando-a e puxando-a para ele e assim Karina foi ditando o ritmo, cada vez mais rápido. Foi ficando ofegante – não sabia que exigia tanto – e passou a rebolar em movimentos circulares para diminuir um pouco o ritmo.

Pedro estava com seu cérebro tipo gelatina, não sabia se era pelo tanto que desejou estar novamente assim com ela, ou pelas coisas que ela estava fazendo diferentes do habitual, mas ele mal conseguia respirar.

Karina não sabia explicar, mas parecia “sentir” muito mais nessa posição, o suor umedecia seu corpo e logo sentiu contrair-se e em seguida vieram os espasmos, aquela sensação que era deliciosamente só dela.

Sentindo que o corpo dela havia relaxado e que estava tendo um pouco de dificuldade em continuar se mexendo, Pedro agarrou a cintura dela e pegando-a no colo rolou para o lado, colocando-se sobre ela e recuperando o ritmo até atingir o próprio ápice.

Ficaram um tempo imóveis, recuperando a respiração. Depois Pedro caçou as roupas e vestiram-se novamente, aconchegando-se para dormir.

Ao menos esse era o plano, mas o músico não conseguia silenciar seus pensamentos. Acariciou os cabelos de Karina até ela dormir, embora para ele o sono não chegara.

Colocou-se a pensar sobre todas as coisas que aconteceram nos últimos dias, ele não estava feliz com sua maneira de reagir as coisas. Sempre teve como qualidade sua maneira leve de levar a vida e sua calma e otimismo mesmo diante das dificuldades, mas ultimamente tinha deixado se contaminar traindo a ele mesmo. Pensou muito sobre uma maneira de se reencontrar e retomar o controle sobre suas atitudes. Agora estava com sua Esquentadinha em seus braços, entretanto tinha em mente que o desfecho poderia ter sido bem diferente. Abraçou-a mais forte e agradeceu mentalmente à Força Superior por tê-la protegido no mar.

Logo chegou a hora de voltar para sua barraca e ele se desvencilhou do abraço com cuidado para não a acordar. Por sorte Karina tinha um sono pesado. A vontade era continuar ali com ela, a vendo dormir naquele sono tranquilo. Mas tinha que partir ou seriam pegos.

No horário combinado chegou à sua barraca, de onde Pri saiu sonolenta. Para sua surpresa não demorou a pegar no sono, embora lhe restasse poucas horas até precisarem levantar.

“Pedro acordou em uma cama de casal com um edredom branco e fofinho, ao seu lado uma grande porta de correr permitia os raios de sol penetrarem o cômodo. Ao virar-se deparou com dois lindos olhos azuis o observando e aquele sorriso de lado que ele tanto amava.

–Bom dia preguiçoso!

Sua esquentadinha estava de camisola branca sentada sobre os joelhos na cama e com os cabelos loiros compridos invadindo o seu rosto. Nunca a tinha visto de cabelos compridos, ela ficava tão diferente. Mas linda, sempre linda.

–Você é um anjo?

–Um ano de casados e você ainda me paquera todas as manhãs. Como lidar com você?

–Não tenho culpa se casei com a mulher mais incrível do mundo.

–Te amo! – A loirinha anunciou mergulhando sobre ele para beijá-lo.

Com um sorriso nos lábios ele devolveu: - Te amo mais!

–Isso é porque eu sou muito amável mesmo.

–E convencida!

–Fiz seu café da manhã! – A lutadora puxou uma bandeja que estava ao lado, depositando em seu colo.

–Eu mereço tudo isso? Obrigado Força Superior!

Roubando uma torrada com creme de avelã, Karina comentou:

–Então, consegui fazer a Nat me cobrir nas aulas hoje então o mestre não vai reclamar por eu deixar meus alunos na mão. Vou poder viajar com vocês para o show em Porto Alegre! – Anunciou animada.

–Você sabe o quanto eu queria isso! – Pedro declarou imensamente feliz.

–Quem diria né? Que um dia você iria tocar no Planeta Atlântida.

–Festival onde ficamos pela primeira vez, sem você me bater é claro!

–E agora você vai estar no palco! Yey! – Comemorou jogando as mãos para cima.

–Isso tudo é empolgação? Só porque seu marido é o rockstar mais sexy do Brasil?

–Só porque eu posso acordar e te olhar todos os dias! – Declarou roubando um selinho.

–Ei, essa fala é minha!

–Eu não podia ser mais feliz, Pê.

–Nem eu esquentadinha. Nem eu.”

Despertou com a claridade, ao seu lado João roncava alto. E sentiu uma necessidade urgente de escrever algumas palavras. Alcançando seu caderninho, saiu da barraca e escreveu:

“Amar me lembra você

Te olhar me lembra nós

Nós

Eu – você

Você

Minha maior conquista

Meu melhor presente

Que quero transformar em futuro

Futuro

Só o vejo se for com você

Só o desejo se eu tiver você

Se tiver nós

Enfim sós...”

Recordou-se do sonho, com certeza a inspiração viera de lá. Não era a primeira vez que sentia essa sensação de querer tê-la ao seu lado todos os dias, dormindo, acordando. Será que um dia conseguiria realizar?


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo, meu Deus, tem todo meu coração. Sério, o que vocês acharam? Eu li ele umas três vezes gente, sério. Finalmente meus bichinhos juntos de novo, ai meu coração!!

Mas então, tenho alguns recados da Lilinda pra vocês.

Primeiro, ela fez uma playlist das músicas do Luau! Fez com todo carinho pra vocês e disse que gostaria que vocês ouvissem. Ela fez no Spotify e no Youtube, então vocês podem até escolher. Olha que chiqueza!

Aqui os links:

https://www.youtube.com/playlist?list=PLzbjwFc1UP8v-DUuOt-b8lllj697dDr8R

https://open.spotify.com/user/12148523557/playlist/2tBzgrzsTwb1v5RDUKAyfq

Ah, e ela pediu pra avisar que o próximo capítulo está pronto já e está maravilhoso! Mas que ela quer muitos comentários nesse pra ficar bem feliz e liberar o próximo :D
Vamos combinar umas coisinhas: ela merece ficar feliz né? Porque olha esses capítulos maras.. Então vamos trabalhando esses dedinhos porque não custa nada gente, comentem e deixem a Lili feliz porque aí eu fico feliz e aí fico enchendo o saco dela e ela escreve mais e posta logo :D. Façam um esforcinho, vai!!!

E terceira coisa, os dois poemas que o Pê escreve nesse capítulo são de minha autoria. Eu não ia falar nada mas a Lili disse que tinha que falar, e a fic é dela, ela que manda...

Pois é, acho que é isso!!

Comentem muito!! E sintam o amor desse capítulo. Eu ainda estou sentindo.


PS: como propaganda é a alma do negócio, vou fazer propaganda da minha OneShot Perina porque sim porque quero porque sou dessas. Se a Lili ficar brava eu me resolvo com ela depois hahaha

https://fanfiction.com.br/historia/609617/Como_Tudo_Deve_Ser_-_Perina/

Eu ia ficar muito feliz se vocês lessem!!

É isso agora, juro!!

Beijos galera :*