Impossibilidades Perina escrita por Lilith


Capítulo 74
Mesmo se o mundo te pedir para não ficar, esteja aqui.


Notas iniciais do capítulo

Preparem-se, eu me diverti muito escrevendo esse capítulo e espero surtir o mesmo efeito em vocês!

E quero saber, vocês participaram do fanfic Malhação? Eu enviei três cenas, que vocês podem conferir aqui:

http://fanfiction.com.br/historia/609257/Unexpected_Future_-_Perina/
http://fanfiction.com.br/historia/609263/E_So_O_Tempo_La_Fora_-_Perina/
http://fanfiction.com.br/historia/609259/As_Flores_Que_Me_Levam_A_Voce_-_Perina/

Adoraria que vocês lessem e comentassem por lá!



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Uma manhã comum na casa da família Duarte se iniciava e tão cedo Gael já esbravejava com a filha:

–Karina levanta dessa cama agora!

–Me deixa! Eu não quero ir em nenhuma viagem idiota!

–Devo ter cara de palhaço para você jogar meu dinheiro fora assim! Levanta Karina, eu não vou falar de novo!

–Eu trabalho de graça na academia pelo resto da minha vida, mas por favor me deixa aqui quietinha! – Pediu afundando o rosto no travesseiro e rezando para que seu pedido fosse aceito.

–Karina eu já perdi a paciência! Levanta agora ou eu vou te levar a força para o banheiro e te colocar embaixo do chuveiro frio!

–Gael calma, assim também não adianta. – Dandara apareceu na porta ao ouvir os gritos. Bianca queria ajudar, mas não sabia como e só fazia olhar para o pai que agora estava vermelho de raiva e com as veias do pescoço saltadas. Qualquer dia ele teria um infarto por esse gênio.–K meu amor, porque você não quer mais ir nessa viagem? Você estava tão empolgada! – Dandara tentava entender essa mudança súbita.

–Me encheu o saco por dias até eu pagar e agora não quer ir? Eu tenho cara de idiota?

–Gael! – A esposa chamou-lhe novamente a atenção.

–Desculpa pai, mas eu não estou com um pingo de vontade de ir.

–Explica para nós meu amor, o que aconteceu para você mudar de ideia?

–Nada aconteceu, eu só mudei de ideia!

–Já basta!

Gael puxa a filha da cama e coloca-a sobre o ombro em meio a protestos, se dirigindo ao banheiro enquanto a menina tenta soca-lo, mas o pai é duro com uma rocha e nem se abala. Dandara e Bianca tentam impedir até que é tarde demais, ele liga o chuveiro frio sem ao menos se importar em se molhar no processo.

Enquanto isso na casa da família Ramos...

–Pedro você ainda está na cama? – Estranhou João ao entrar no quarto do primo. -Levanta leque, meu pai já está nos esperando no carro.

–Pode ir Johnny, eu não vou mais.

–Sem chance! O que está acontecendo com todo mundo? A Karina também desistiu de ir...ah! Agora estou sacando tudo, vocês brigaram? – O primo divaga, atraindo a atenção de Pedro.

–Ela não vai?

–Não, o Gael ficou lá brigando com ela, mas aquela ali quando coloca uma ideia na cabeça é difícil tirar. Duvido muito que ele consiga.

–Então ela também não quer me ver. – Pedro não sabia exatamente como se sentia em relação a isso, ainda estava magoado pelas ofensas da noite anterior e chateado por ter presenciado ela próxima demais do Projeto de Minotauro. Mas pensar que ela poderia estar também magoada com ele não era algo que conseguia ignorar.

João atraiu novamente sua atenção, puxando-o dos pensamentos sobre a namorada.

–Olha só, eu não sei o que rolou, mas não acha que é uma boa viajar? Arejar um pouco essa cabeça oca?

Tomtom que estava entrando no quarto naquele momento, opinou:

–Melhor do que ficar na cama que nem um chorão! Hashtag só acho!

–Quem é chorão?

–Você! Até ontem estava doido para pegar onda e agora fica aí que nem um bundão. – Johny ajudou.

–Pegar onda! O Thiago sempre vai para Cabo Frio, já pegou altas ondas por lá!

–O Garcia?

–O próprio. Vou só jogar uma água no rosto, vai pegando minha mochila? – Pedro pediu, levantando da cama em um pulo.

Pouco depois estavam em frente à escola, onde o ônibus já estava estacionado e vários pais despediam-se de seus filhos.

–Pedro porque você disse que a K não vem mesmo? – Pri quis saber, recebendo a resposta do namorado.

–Eles brigaram.

–Desculpa, mas custo a acreditar que ela evitaria um lugar por causa de homem.

–É melhor que ela não venha mesmo. – Pedro resmungou.

–Deixa de ser insensível, seu idiota! Eu vou ligar para a minha amiga.

–Não precisa Pri. – Uma voz os surpreendeu.

–K! Disseram que você tinha desistido! – Pri correu para abraçar a amiga.

–E tinha, mas esse tirano me obrigou! – Indicou com a cabeça.

–Também te amo filhinha. Vou dar algumas recomendações para o professor. E você Capiroto...- Atraiu a atenção do guitarrista que permanecia sério e fez o sinal oficial para “tô de olho”.

–Agora sim essa viagem vai ser do jeitinho que imaginei! Nós quatro juntos, mergulhando com os golfinhos e nos divertindo como nunca! – Pri comentou dando pulinhos de animação.

–Lá não tem golfinhos. – K observou, ganhando um bico da amiga.

–Uma garota não pode nem sonhar.

–Resta saber se esses dois conseguirão ficar a viagem toda sem se matar. – Johny brincou.

–Por mim tá tranquilo, agora se a minha presença incomoda o seu primo não posso fazer nada.

–Não era eu que estava choramingando na cama porque não queria vir. – Pedro retrucou à namorada.

–Tecnicamente você tamb...

–Cala boca Johny!

A lutadora e o guitarrista ficaram se encarando mortalmente quando Gael voltou para onde estavam.

–K estava quase esquecendo, aqui sua mochila!

–Já pensou viajar sem as suas coisas? – Dandara tentou descontrair, notando um clima tenso no ar.

–Há a Karina consegue sobreviver apenas com um canivete, está levando o seu? – Gabou-se Gael, completamente alheio.

–Claro pai, está aqui. – Bateu em um dos bolsos laterais da mochila.

–Você está carregando uma arma? – João perguntou incrédulo.

–Não é uma arma, é um instrumento de sobrevivência. – Explicou.

–Ah claro, como um canivete pode te ajudar? Não estamos indo para uma floresta! – Pedro zombou.

–E se sofrermos um ataque zumbi? Eu posso matar todos apenas com minha faquinha e você, vai fazer o que? Cantar até eles arrancarem os próprios ouvidos?

Karina conseguiu arrancar risos de todos, exceto o guitarrista que mostrou a língua em desdém.

–Vocês viajam demais! – Pri riu.

–Bom, meninos agora vamos indo! João meu filho, não se esqueça de cuidar da sua irmã. –Dandara deu um beijo em cada uma das testas para se despedir.

–Já sabem, qualquer coisa mantenham a calma e busquem ajuda com o professor ok?

–Sim pai, você já falou isso milhões de vezes.

–Tadinho K, ele só se preocupa contigo. Quem dera meu pai se importasse assim comigo. – Pri defendeu.

–Você fala isso porque não mora com ele.

–Ô pequena, eu me importo contigo viu? – João falou abraçando a namorada que lhe sorriu radiante.

–I know!

Pri e João se beijam, deixando-os desconfortáveis e olhando para todos os lugares possíveis, menos nos olhos um do outro. Com uma expressão de dor Karina faz movimentos circulares com o ombro, o que não passa despercebido por Pedro.

–Está pesada? Quer que eu carregue? – Oferece estendendo a mão para pegar a mochila, mas ela a bate para longe.

–Eu posso carregar minhas coisas!

–Parece que nem todos sabem fazer massagem. – Pedro murmura.

–Por que diz isso?

–Não se faz de inocente.

–Por que não respondeu minha mensagem?

–Eu não tinha nada para te falar.

–Não sei, quem sabe você iria querer me contar como foi o resto da sua noite com a Linda?

–Não teve rest...

–Vamos lá galerinha, todos entrando no ônibus! – Professor interrompeu todas as conversas paralelas e os alunos começaram a entrar animadamente no veículo.

Karina voltou sua atenção ao guitarrista esperando que ele continuasse de onde parou, teve a impressão de que era algo importante ao invés de mais provocação. Ele a encarou de volta e falou alto, embora sem desviar o olhar dela:

–Meu primo querido, parceiro, vai sentar comigo, não é Johny?

João olhou para a namorada buscando uma saída, tinham planejado ir juntinhos durante a viagem e não pôde evitar se decepcionar ao ver seus planos frustrados.

Esses dois estavam sempre atrapalhando, mesmo sem querer. Mas se ele se importasse com isso não seria um bom primo, certo? Ou um bom amigo. Foi Karina quem trouxe a solução em poucos segundos:

–Pensei que você não estivesse incomodado com minha presença!

–Tão incomodado quanto você está, esquentadinha!

–Então não terá problema em viajar comigo. A viagem é rápida de qualquer forma. – Trocou um olhar com a amiga que sorriu para ela em agradecimento. Pri estava sempre se sacrificando pela amiga, o que custaria ela fazer o mesmo? Isso que amigos fazem, certo?

–Tanto faz. – Pedro deu de ombros e subiu rapidamente no ônibus. Pri e João o seguiram e acabaram escolhendo as poltronas atrás dele, todos do lado esquerdo do ônibus. Karina subiu um pouco depois e parou ao ver o músico sentado ao lado da janela.

–Com licença?

–Está livre, pode sentar.

–Pedro a janela é minha!

–Sério? Engraçado seu nome não está escrito aqui.

–Nós combinamos moleque!

–Que peninha mudei de ideia.

Karina estreitou os olhos e lhe deu seu olhar mais ameaçador, mas ele parecia alheio a sua fúria com aquele sorriso debochado. Ela mudou de ideia, ele sabia exatamente o quanto ela estava brava e se divertia com isso.

–Babaca. – Murmurou ao se dar por vencida e sentar ao lado dele.

O ônibus mal partiu e Pedro já procurou algo em sua mochila, retirando um pacote de batatinhas as quais passou a mastigar ruidosamente.

Crunch, crunch, crunch. Normalmente nem notaria, mas por estar irritada o barulho incomodou a lutadora que lhe dirigiu um olhar com uma expressão cética, recebendo um olhar desconfiado de volta.

–Quer? – Ele ofereceu quase enfiando o pote de batatas no rosto dela que empurrou sua mão para longe.

–Não! Valeu. – Mas seu estômago resmungou parecendo não concordar com a resposta. Atrasada para sair de casa por conta da briga com o pai, ela acabou não tendo tempo de se alimentar. A manhã definitivamente não começou bem, mas apesar de tudo sabia que gostaria dessa viagem. Ela adorava o mar, o que a lembrava de outro amante da praia...Pedro.

Crunch, crunch, crunch... e o barulho continuou, a tirando do sério. Procurando em sua bolsa pelo seu inseparável fone de ouvido, acabou encontrando um lanchinho. Só podia ser obra de Dandara, sempre atenciosa e complementando as ações de seu pai. A madrasta era assim, tê-la em casa pareceu preencher um espaço que sempre permanecera vazio. No início Karina pensou que estranharia, afinal nunca teve uma mãe por perto. Aliás o mais próximo que ela já tivera de uma mãe sempre foi Beth, embora ela estivesse mais para avó pelo cuidado que sempre teve, de cuidar dos machucados e fazer suas comidas prediletas para animá-la. Com Dandara era diferente, ela estava experimentando uma relação que jamais tivera e o mais engraçado é que sentia vontade de se abrir com ela, de contar o que estava acontecendo em sua vida. Ainda tinha vivo na memória o dia que a madrasta a levou para dar um up no visual e assim descobriu uma Karina mais vaidosa. Sem falar do chazinho e da compressa quente que ela a levava quando sofria de cólicas. Ou o suco de laranja quando afirmava estar sem fome. Sempre buscando uma forma de lhe cuidar. Embora sem dúvida o melhor de tudo era a felicidade estampada no rosto do pai. Pensar nisso lhe gerou sentimentos engraçados e um sorriso tímido espreitou seus lábios. O famoso sorriso de lado.

Após comer, Karina voltou à busca por seus fones, mas não os encontrou. Lembrou que estava ouvindo música antes de adormecer e não lembrava de ter guardado novamente na mochila.

–Era só o que me faltava. – Reclamou.

–Falou comigo?

–Não! – Ajoelhou-se no banco para conversar com seus amigos, já que não poderia ouvir música durante a viagem.

Quando o ônibus entrou por fim na rodovia e ganhou velocidade, Pedro começou a se preocupar.

–K é melhor você sentar. – Advertiu, mas a loira nem lhe deu bola. Preocupado, ele tentou novamente – Esquentadinha você pode cair e se machucar.

–Não sou tapada como você!

–Turrona! – Murmurou, não passando despercebido pela lutadora.

–Você me chamou de quê? – Perguntou soltando as mãos do encosto para olhar para ele. Nesse instante o ônibus fez uma curva fechada para a direita e Karina se desequilibrou caindo desajeitadamente sobre Pedro e batendo a cabeça contra o vidro da janela. –Ai! – Reclamou e ao reabrir os olhos, encontrou o rosto dele próximo demais ao seu.

Pedro se viu mais uma vez mergulhado na imensidão daquele azul se privando até mesmo de respirar com medo de que esse instante chegasse ao fim. E então estariam novamente bravos e trocando provocações com o único intuito de chamar a atenção do outro. Por que fazer assim se era bem mais fácil conversar e esclarecer as coisas? Agora mesmo, tudo o que ele queria era eliminar a pouca distância entre seus lábios e por fim àquela briga estúpida. Por trás da raiva, Pedro sabia que seu coração pertencia unicamente a ela. Mas ela o tinha machucado e ele estava cansado de sempre ceder. Dessa vez ele exigia um pedido de desculpas, o que até o momento não tinha vindo.

Ele recordava-se da última briga que tiveram e o tempo que permaneceram sem se falar, Karina podia ser muito orgulhosa quando queria. Mas dessa vez ele não permitiria, decidido a estar presente nos pensamentos dela, mesmo que para isso precisasse irritá-la até o limite. E tinha que admitir, provocá-la sempre lhe deu satisfação. Amava a maneira como ela estreitava os olhos ou como suas sobrancelhas se juntavam ao franzir a testa. Ou a forma como ela projetava levemente o queixo para a frente ao travar os dentes. A loira provavelmente não sabia quão linda ficava quando estava brava, nem que foi esse lado esquentado dela que lhe chamou a atenção. Não que ele não tenha se interessado por ela de cara, mas assim que a viu esbravejando naquele corredor do colégio teve certeza que ela valeria o esforço.

FLASHBACK ON

O sinal toca e K. sai ainda chateada por Duca, quando o garoto novo a segura pelo braço. Ela já vira pronta para desferir um golpe, mas ele se assusta e a solta.

–Tá maluco moleque?

–Poxa gatinha, estou te chamando e você não responde. Não sabia que é proibido usar fones durante a aula? - Diz ele debochando.

–Gatinha não, meu nome é Karina. O que você quer? – Ela responde irritada.

–Você sabe onde fica o laboratório de Química? Minha próxima aula...

–Estou indo para lá, é só me seguir.

E Karina sai andando rápido, fazendo o garoto quase correr para alcançá-la.

–Faz tempo que você estuda aqui? Eu mudei faz pouco tempo para essa cidade, meus pais estão abrindo um restaurante...

–Falei para me seguir e não para falar comigo!

–Uau quanta gentileza! Você é sempre legal assim? - Pedro abre um sorriso irônico.

–E você é sempre debochado?

Pedro ri:

–Esquentadinha hein?!

–Não, peraí. Cê me chamou de que?

–Esquentadinha! – E Pedro abre um sorriso maior ainda.

–Quer morrer moleque? – Avança e segura a cabeça de Pedro.

–Calma gatinha, assim eu me apaixono.

FLASHBACK OFF

Karina nem percebeu que mantinha uma mão agarrada a camiseta do garoto, aliás, ela não conseguia perceber nada naquele momento além daqueles olhos grandes e presos ao seus. Apenas uma respiração e seus lábios estariam nos dele. E suas mãos estariam percorrendo aquele cabelo bagunçado. E ela sentiria o toque da língua que sempre a fazia perder a linha. Como ela podia pensar em beijá-lo estando tão brava?

Gostar de seu guitarrista maluco sempre foi essa confusão de sentimentos, ele tinha um talento nato para tira-la do sério e se aproveitava disso. Mas ela gostava tanto do sorriso convencido dele. Aliás, ela gostava de qualquer sorriso dele, quando ele sorri e os olhos quase se fecham e o sorriso revela os dentes dele do meio levemente separados, parece aquece-la por dentro. Apenas com um sorriso.

Os olhos dela moveram-se para os lábios dele, cheios, macios. Mandando a coerência para escanteio, ela avançou esmagando a boca dele com a sua. Sentiu a língua dele invadir sua boca, explorando-a totalmente enquanto ele a puxava mais para si. Karina soltou a camiseta e mergulhou a mão nos cabelos dele, trazendo-o mais para perto. Pedro desceu a mão esquerda da cintura lentamente, apertando sua bunda macia e ela não conseguiu frear uma mordida.

O beijo vai ganhando maior intensidade e eles parecem alheios aos outros alunos dentro do ônibus, embora cada um esteja concentrado demais em seu próprio mundo para notar o casal se amassando. Sentindo o sorriso dele em meio ao beijo e ainda com os lábios colados ela murmurou:

–O que foi?

–Quem é o tapado agora? – Ele respondeu. Perplexa, ela quebrou o beijo e finalmente abriu os olhos não escondendo o desgosto pelo momento desfeito.

Frustrada, Karina empurrou-o e levantou-se sem nada dizer e foi até o banheiro no final do corredor. Uma vez dentro, ela bateu a cabeça repetidas vezes contra a porta enquanto se xingava mentalmente: - Burra! Idiota! Estúpida! Tapada... após dissipar a raiva, voltou ao seu lugar decidida a ignorá-lo pelo resto da viagem.

A loira fechou os olhos e recostou a cabeça no banco, tentando esvaziar a mente e assim adormecer pelo resto do percurso. Cochilou apenas por alguns minutos, pois um zumbido distante a despertou. Tentou ignorar o barulho, mas tal quando estamos com dor de cabeça, esse ruído ficava martelando a cabeça dela. Irritada, abriu os olhos em busca da fonte do barulho. Ah Pedro! O garoto estava com fones de ouvido, balançando a cabeça ao ritmo da música que era audível mesmo de onde ela estava. Como ele não ficava surdo? Tocou no joelho dele, atraindo sua atenção.

–Ei moleque, dá para abaixar isso?

–Não estou te ouvindo! – Ignorou falando alto.

–Abaixa esse volume! Estou tentando dormir aqui.

Ele deu de ombros. – Não estou impedindo ninguém.

–Por favor, será que você pode abaixar esse som? Tô falando sério!

–Não tenho culpa se você tem sono leve.

–Por que você tem que ser tão idiota?

–E você tão afetada?

–Afetada? Você vai ver a afetada! – Levantando rapidamente, Karina puxou os fones da cabeça dele e atirou pela janela, quase o celular foi junto, mas ele conseguiu salvar os dois segurando o fio do fone no último segundo.

Com o coração batendo rápido ele a olhou furiosamente. – Você é maluca? Jogar o meu Beats pela janela? Sabe quanto essa porra custou? Faz ideia de quantas louças eu precisei lavar para ganhar ele de presente?

–Que pena seria se eu não me importasse.

–Você às vezes passa dos limites Karina. – Sentou-se novamente com a cara fechada e guardou o fone e o celular de volta na mochila. Depois do susto, sem chances de deixar qualquer um deles ao alcance dela.

Pensou que talvez ela só tenha agido dessa forma porque ELE passou dos limites, também precisava dar uma maneirada com sua esquentadinha. Pensando nisso acabou adormecendo, com as costas na janela. Como ele tinha pernas longas era desconfortável ficar na posição correta por muito tempo, o banco da frente ficava colado em seus joelhos. Mas assim de lado conseguia se sentir mais livre. Para ser melhor só se estivesse sozinho e pudesse estica-las, embora ele não trocasse a companhia da sua lutadora nem mesmo por isso.

Depois de um tempo Karina também conseguiu adormecer novamente.

Estranhando o silêncio ao pararem de se beijar, Pri e João debruçaram-se sobre os bancos da frente, trocando um olhar travesso ao se depararem com a cena inesperada.


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Notas finais do capítulo

Ai, ai, ai, o que será que está por vir nessa viagem maluca? O que será que Pri e João irão aprontar ou que eles virão nos bancos da frente? Algum palpite?
Bom, o próximo capítulo sairá amanhã, enquanto isso que tal vocês comentarem muito?
Quem mais estava com saudade do nosso casal?

Se quiserem conversar mais, já sabem onde me encontrar:
Ask> http://ask.fm/ImpossibilidadesPerina
Twitter> @vittinspirar