Impossibilidades Perina escrita por Lilith


Capítulo 71
A tempestade que chega é da cor dos seus olhos castanhos


Notas iniciais do capítulo

Sim, estou atrasada. Sim, estava com saudades! Sim, tem um motivo para o meu sumiço. Infelizmente meu avô não está nada bem, foi para a Uti e eu fiquei muito triste nesses últimos dias. Sem cabeça para escrever. Peço que me perdoem e vamos retomar de onde paramos ok?
O agradecimento desse capítulo vai para a Cá, se não fosse pelo apoio e ajuda que ela me deu, provavelmente não teria saído e nem ficado tão perfeito.
Espero que gostem, eu me diverti escrevendo este.



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Pedro estava sentado em seu skate na praça e observando sua casa do outro lado da rua. Tinha acabado de despedir-se da Esquentadinha e estava criando coragem para entrar.

Era tão ruim essa sensação, essa situação. Não querer entrar na própria casa? Mas como ele poderia sentir-se diferente se ultimamente eram só brigas dos pais, seguidas de mais brigas?

–Quando foi que as coisas ficaram tão complicadas? – perguntou-se.

–Pedro? O que faz aí sozinho?

–Bom dia Dona Velh...quer dizer, Dona Dalva.

–Está tudo bem menino?

–Está sim. Na verdade eu já estava entrando. Bom domingo para a senhora.

–Obrigada meu filho, para você também.

–Vamos lá Pedro, coragem. A Tomtom está lá de qualquer maneira, não pode deixa-la sozinha no fogo cruzado.

Respirou fundo e atravessou a rua.

O domingo passou, Pedro aproveitou para distrair a irmã, já que com os pais em casa era briga certa. Depois convocou a banda para uma reunião. Teve uma ideia e precisava da ajuda deles para a execução. Todos se comprometeram a ajudar e foram atrás dos contatos necessários. O restante do dia aproveitou para estudar para as provas, afinal graças à essa ideia não poderia fazê-lo nas noites da semana.

A segunda-feira começou normal, Pedro na Ribalta e Karina na academia, depois colégio. Combinaram de estudar à noite.

Quando voltou da aula, Karina tomou um banho e vestiu um short preto folgadinho e blusa de alcinha branca. Virou para a irmã que se arrumava em frente ao espelho:

–Bi você viu minha mochila?

–Acho que você deixou na sala K.

–Jurava que tinha trazido para cá. Valeu.

Desceu correndo as escadas e encontrou a mochila no sofá. Na cozinha Dandara preparava o jantar, enquanto Gael conversa de pé ao lado da mesa, com João que assistia TV jogado no sofá.

–Pai vou estudar no Pedro.

–Estudar?

–Hello, semana de provas.

–Felizmente a última semana! Depois férias! – comentou João

–Ei você não vai estudar também não?

–Ótima ideia! Por que você não estuda com eles? –Gael aproveitou-se.

–Eu tenho um cérebro super desenvolvido e sou um cara muito observador. Já assisti às aulas, não preciso estudar. Não é mãe?

–-Que foi João? – perguntou a mãe distraída.

–Não é verdade que eu nunca estudei para uma prova?

–João sempre teve facilidade para pegar as matérias, desde pequenino. Quando ele presta a atenção!

–Que calúnia, eu sempre presto a atenção!

–Agora sem videogame, sem celular, presta mesmo.

–Não boto fé nessa. –Karina comentou desconfiada.

–Nem eu filha, por que você não faz um teste?

–Vamos ver. Hum essa aqui é boa: Um corpo de massa m está sujeito à ação de uma força F que o desloca segundo um eixo vertical em sentido contrário ao da gravidade. Se esse corpo se move com velocidade constante é porque:

a) A força F é maior do que a da gravidade.

b) A força resultante sobre o corpo é nula.

c) A força F é menor do que a da gravidade.

d) A diferença entre os módulos das duas forças é diferente de zero.

e) A afirmação da questão está errada, pois qualquer que seja F o corpo estará acelerado porque sempre existe a aceleração da gravidade.

–A força resultante sobre o corpo é nula. – João respondeu com cara de tédio.

–No way!

–Tá certo isso filha? Deixa eu ver?! – Gael implicou pegando o caderno de Karina.

–Sou um gênio, pode falar!

A campainha tocou e Karina foi atender.

–Oi Esquentadinha, vim estudar. – beijou a bochecha da namorada e sem esperar convite, entrou. –Mestre sogrão que saudade do senhor! Tia Dandara!

–Ai meu saco.

–Oi Pedrinho!

–Pensei que o combinado era estudar na sua casa, como sempre fazemos. – K perguntou sem entender.

–Era, mas...

–Não tem comida na sua casa e você veio aqui filar a boia, pode assumir Capirotinho.

–Gael! – Dandara repreendeu ao ver o sorriso amarelo do menino – Você é sempre bem vindo aqui viu Pedrinho?

–O que?! Sem resposta engraçadinha hoje? Você sabe que eu estou brincando, né Capi?

–O pai será que dá para deixar a gente estudar? – a lutadora interrompeu a zoeira do pai.

–Claro minha filha, mas vocês vão ficar bem no meio do fluxo aqui.

–Acho que seria bom vocês irem estudar lá no quarto que é mais tranquilo. – Dandara sugeriu.

–Isso. – Gael levou alguns segundos para perceber com o que tinha concordado – Quer dizer, não! Esses dois sozinhos no quarto nem pensar!

–Gael, eles só vão estudar.

–Só vamos estudar. – Pedro confirmou.

–Eu já tive a sua idade menestrel, sei muito bem que tipo de estudo.

–Estudo do corpo humano. – João comentou, de olho na TV, mas sem perder a conversa.

–João! – Dandara advertiu.

–Está vendo? No quarto nem pensar. – Gael permaneceu firme.

–No quarto sim! Maneira Gael, a Bianca está lá também.

–A Bianca está indo jantar fora com o Duca. – a filha mais velha surgiuna escada, indo em direção à porta. – Tchauzinho e não esperem por mim.

–Que abuso é esse? Bianca! Olha aí, já foi. Viu isso Dandara? Eu não posso dar moleza que já se acha gente. – Gael estressou-se.

–Se eu falasse algo assim, ficava sem os dentes. – Karina comentou e João concordou:

–Ficava mesmo.

–Quieto João.

–Não manda o meu filho ficar quieto.

–Nosso filho.

–Nem vem que eu já tenho pai.

–Estamos indo estudar no quarto. – a lutadora cansou do drama e puxou o namorado em direção às escadas.

–Eu não disse...

–Gael! Gael? Alivia. - Dandara pediu.

–Nem adianta olhar para mim. –João defendeu-se ao ver o padrasto com alguma ideia em mente.

–Vou falar com meus bonsais, pelo menos eles me entendem.

*****

Estudaram até Dandara chama-los para o jantar, que foi a mesma loucura diária da família Duarte. Pedro permaneceu quieto, não cedendo às provocações do sogro e também não comeu tanto quanto de costume. Karina só observava a mudança no comportamento do namorado, algo estava aborrecendo-o e ela queria descobrir o que era.

Depois do jantar, como ainda eram 20:00, voltaram ao quarto para estudar mais um pouco.

Uma hora depois, Pedro já não conseguia prender a atenção e a namorada percebeu:

–O sistema de propulsão a jato funciona baseado no princípio da ação e reação...Pedro?! Você não está ouvindo nada do que eu estou falando né?! – ele não respondeu, encarava um ponto abaixo do pescoço dela com cara de bobo. – O que? O que você está olhando? – perguntou olhando para a baixo, quando ele solta:

–Você não está usando sutiã?

Karina sentiu as bochechas queimarem, abriu a boca para responder, mas fechou novamente sem saber o que dizer. Ela ali estudando e ele...

–Tarado! – resmungou batendo com a almofada nele. –Vou sentar do seu lado, assim você não fica olhando para os meus...os meus...as minhas coisas. – ainda sem jeito, ela rastejou até o lado dele.

–Desculpa, mas estudar Física hoje está pior que Matemática!

–Está tudo bem Pedro?

–Por que não estaria?

–Você recusando comida, não implicando com o meu pai...isso não é seu normal.

–Claro que é.

–Não. Pensei que talvez por causa dos seus pais... – ele a cortou antes que terminasse.

–Vamos voltar aos estudos? Onde é que estávamos mesmo?

–Questão 29. Eu vou ler as alternativas de novo e você me diz qual é a correta.

–Manda ver.

Pouco tempo passou até Pedro distrair-se novamente, dessa vez com o pescoço da namorada. Ele fungou, absorvendo o cheiro dela que por sua vez se arrepiou mesmo involuntariamente. Roçou o nariz para frente e para trás.

–O que aconteceu com o “vamos voltar aos estudos”?

–Seu cheiro me desconcentra. Tipo abelha atraída pelo pólen, saca?! – finalmente desceu a boca para o pescoço, beijando com vontade e fazendo-a estremecer.

–Pedro, meu pai...

–Seu pai está lá embaixo Esquentadinha, Se ele subir escutaremos, ele pisa forte como um Minotauro.

–E se não escutarmos?

–Vai dizer que você não gosta de um pouco de adrenalina?

–Se você não tem medo de morrer...

–Não mesmo, eu namoro a garota mais perigosa desse Catete.

Pedro voltou a beijar o pescoço dela, subindo para a mandíbula e chegando até a boca. Karina não percebeu o quanto estava desesperada por um beijo dele até aquele momento. Perderam-se nos lábios um do outro e quando perceberam, Karina estava sentada no colo do namorado, com uma perna encaixada de cada lado.

Ela bagunçava o cabelo do guitarrista enquanto saboreava os lábios dele. Ele não hesitou em subir as mãos pelas coxas da garota, chegando à sua parte favorita: a bundinha. Com as mãos firmes ele apertou, arrancando um gemido baixo dela, que capturou o lábio inferior dele com os dentes.

O medo de serem pegos parecia estar temperando mais aquele amasso, deixando-os completamente excitados. Pedro acariciou o seio da garota por cima da regata, constatando por fim que ela não usava um sutiã. Isso deu um prazer inexplicável para ele, que foi surpreendido ao senti-la acariciar seu membro por sobre a calça. Estava ficando cada vez melhor.

Quando a lutadora tentou abrir o botão da calça, Pedro – com algum esforço diga-se – levantou com a namorada que entrelaçou as pernas na cintura dele e foi em direção à cama.

–Vocês deviam tomar mais cuidado!

–Pqp João! – Pedro pulou assustado, soltando abruptamente a namorada que pelo susto nem teve o reflexo de se segurar, caindo de bunda no chão.

–Deram sorte que sou eu, imagina se fosse o cover do Chuck Norris?

–Ai! Valeu irmãozinho, agora você já pode sair. – Karina resmungou, incapaz de olha-lo nos olhos e massageando o traseiro.

–Se eu fosse você dava um tempo até descer, porque suas bochechas tão bem rosinhas. Os adultos podem pensar que vocês estavam praticando algum tipo de exercício...

–Johnny! Já entendemos... – Pedro advertiu.

–Eu estou vermelha?

–Um pouquinho.

–Bastante.

–Não tema Esquentadinha, com Pedro não há problema!

–O que você vai aprontar?

–Pedro foi ao computador e procurou uma música, colocando no volume máximo. Começou a soar “Where is the love?” e o guitarrista puxou a namorada para dançar. De início ela ficou apenas o observando, mas acabou se rendendo as gracinhas e dançando junto daquela forma peculiar deles. João se empolgou e acabou entrando na dança.

Lá embaixo...

–Uma coisa, apenas uma coisa eu peço para o João e o que ele faz? Acaba ficando lá com eles.

–Relaxa Gael, eles são jovens. Devem estar conversando.

Uma música começou a soar alto, fazendo-o olhar imediatamente em direção às escadas.

–O que é essa música?

Resolveram subir para conferir e se depararam com os três fazendo uma dança esquisita.

Dandara também entrou na dança e Gael apenas ria da cena. Quando acabou a música ele se adiantou:

–Já estudaram, já se divertiram, agora está ficando tarde e é melhor o Capirotinho ir para casa.

–Boa noite namorada.

–Boa noite namorado.

Deram um selinho e Pedro foi se despedir do primo. Tocaram as mãos e João sussurrou:

–Reis do disfarce.

–Aprendeu? – respondeu com uma piscadinha e um sorriso maroto.

Por fim o guitarrista foi para casa e Karina preparou-se para dormir. No dia seguinte as provas iniciariam e a semana seria longa.

*****

A semana foi passando e com ela as provas finais. Pedro tentava se concentrar ao máximo, mas por estar chateado não conseguia. Acabou indo mal na maioria das provas, a de matemática quase deixou em branco. Os pensamentos longes daquele papel, deu sorte que a professora notou algo de errado no comportamento do garoto e deixou ele ficar durante o intervalo resolvendo.

Mas quando a namorada perguntava, ele dizia estar tudo bem. Ele sabia que poderia se abrir com ela, só não queria preocupa-la justo naquela semana que era de grande pressão para os alunos.

O cansaço também não ajudava, a Galera da Ribalta tocou todos os dias em eventos, ajudando o guitarrista a juntar uma graninha.

Os pais podiam não deixar ele trabalhar no restaurante, mas ele encontrou seu próprio meio de ajudar com as contas.

Rolou um desentendimento entre Perina por conta desse trabalho, Karina achava irresponsável da parte dele trabalhar justo na semana de provas. Depois de discutirem, Pedro explicou que não conseguiria fazer as provas sossegado, sabendo que não estava fazendo nada para ajudar na crise dos pais.

Karina repensou em tudo o que ele lhe disse naquele dia no shopping e também no comportamento dele dos últimos dias e entendeu o desespero do namorado. Acabaram se acertando, mas ela não poderia acompanha-lo, Gael não permitiria. Ela precisava estudar.

A semana cansativa chegava ao fim e após a última prova na sexta-feira, foram todos tomar um Milk-shake.

No dia seguinte seria a viagem com a turma da escola. Quais surpresas os aguardavam nesse final de semana?


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Notas finais do capítulo

Achei que no último capítulo tiveram muitos poucos coments e isso me leva a pensar que ele não ficou tão bom. Gostaria que vocês me contassem quando for assim. É muito ruim quando poucas pessoas comentam, prefiro uma crítica construtiva.
Por favor, façam um esforcinho e comentem nesse?
Beijos e sim, hoje tem mais um capítulo! Go go go