Impossibilidades Perina escrita por Lilith


Capítulo 67
Capítulo LXVI


Notas iniciais do capítulo

Quem ainda não passou na one shot Santovitti da @ins_pirando_ser, não perca tempo! Ela atualizou e o capítulo está sensacional:

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Pedro já estava no Perfeitão com a Galera da Ribalta preparando os instrumentos. Era dia de casa cheia e como fazia um tempo que não tocavam lá, tinha até uma turma da escola.

Karina convidou Gael e Dandara, mas eles preferiram ficar em casa vendo um filme. A lutadora vestia uma calça jeans preta e uma blusa de meia manga branca, com o desenho de dois corações e escrito AMOUR. Como fazia tempo que não se arrumava, delineou os olhos e penteou o cabelo de lado.

Ao chegar no Perfeitão, tinha uma mesa com todos os seus amigos lutadores. Considerou não sentar com eles já que Felipe estava lá também, mas assim que pisou, lhe chamaram.

–K! Chega aí.

–E aí gente.

–Senta, só faltava você.

–Eu vou dar um oi para a Tomtom e já venho.

Pedro quando viu sua Esquentadinha abriu logo um sorriso e percorreu com os olhos toda a extensão do corpo dela.

–Oi namorado! Oi galera!

–Oi K! – responderam em uníssono.

–Oi namorada! Tá gata hein?! – analisou cruzando um braço e apoiando o queixo com a mão.

Ela agarrou a camiseta dele e torceu, puxando-o para perto. Alcançou sua orelha e falou:

–Sabia que eu adoro você de preto? – roçou o nariz levemente no pescoço dele e mordeu com delicadeza o lóbulo da orelha. –Fica sexy. – ele apertou a cintura dela em resposta ao estímulo e buscou os olhos dela.

–Mais uma palavra e eu esqueço o show e te levo para o meu quarto.

Ela deu um selinho nos lábios e sorriu maliciosa. –Depois. – saindo em seguida.

Pedro estreitou os olhos, vendo-a ir até o balcão e admirando aquela bundinha que sempre mexia tanto com ele.

–Pedro! Acorda cara, já tá quase na hora. – Rominho reclamou.

O guitarrista voltou a atenção para a banda.

–Oi Tomtom!

–K! – a garotinha correu, abraçando a amiga pela cintura. –Você quase nem me dá mais atenção.

–Desculpa linda, as coisas andam meio corridas. Por que você não vai lá em casa amanhã? Podemos passar um tempo juntas.

–Posso mesmo?

–Claro!

–O Pedro me deu o dvd de Divergente, vou levar pra gente assistir.

–Tem luta?

–Tem! A protagonista é durona que nem você.

–Então vou gostar.

–Seus amigos estão te chamando. – Tomtom comentou apontando para a mesa.

–É, não vou ter como fugir. Pede para o Lincoln fazer um suco de mamão com laranja pra mim? Por favor?

–É pra já!

–Obrigada linda.

Karina voltou a mesa dos amigos e considerou pedir espaço ao lado de Cobra - que estava do outro lado da mesa. Mas ficaria de costas para a banda, então teve que sentar entre Wallace e Felipe, que sorriu para ela.

O suco da lutadora chegou e ela aproveitou as porções que os meninos já tinham pedido.

Em um dado momento, ela e Felipe foram pegar uma batata ao mesmo tempo e as mãos se esbarraram. Ele se desculpou com um sorriso, a deixando sem graça.

A lutadora não queria se sentir desconfortável com a presença do lutador, mas ela sentia. Por mais que ele não tenha feito nenhuma investida real após aquela ameaça na academia, percebia que ele a queria. E estava sempre na expectativa de quando ele faria algo que pudesse irritar Pedro.

Felipe não era um cara ruim, um pouco insistente talvez. Mas ele lutava bem e ela não pode deixar de observar o quanto ele aprendia rápido. Também não podia negar que ele era bonito, ainda mais com esse falso cavanhaque. E apesar do olhar intenso dele causar-lhe uma sensação estranha, ela jamais consideraria um envolvimento. Karina era completamente apaixonada por Pedro e isso não ia mudar.

O show começou e então ela não teve olhos para mais nada além de seu guitarrista que sempre arranjava uma forma de lhe devolver o olhar, sorrir, jogar um beijo fazendo-a sorrir.

Tocaram algumas músicas de seus ídolos para depois tocarem composições próprias. Sol tinha levado uma canção sua e aquela era a primeira vez que a tocavam em público. A aceitação foi boa e renderam muitos aplausos.

–Para encerrar eu quero dedicar esta canção para a menina dos olhos azuis mais lindos que eu já vi.

Pedro declarou e o pessoal vibrou. Karina sorriu de volta para ele quando a música começou, suave.

Só tinha de ser com você

“É,
Só eu sei
Quanto amor
Eu guardei
Sem saber
Que era só
Pra você.

É, só tinha de ser com você,
Havia de ser pra você,
Senão era mais uma dor,
Senão não seria o amor,
Aquele que a gente não vê,
O amor que chegou para dar
O que ninguém deu pra você.
O amor que chegou para dar
O que ninguém deu pra você.

É, você que é feito de azul,
Me deixa morar nesse azul,
Me deixa encontrar minha paz,
Você que é bonito demais,
Se ao menos pudesse saber
Que eu sempre fui só de você,
Você sempre foi só de mim.

É, você que é feito de azul,
Me deixa morar nesse azul,
Me deixa encontrar minha paz,
Você que é bonito demais,
Se ao menos pudesse saber
Que eu sempre fui só de você,
Você sempre foi só de mim.
Eu sempre fui só de você,
Você sempre foi só de mim.
Eu sempre fui só de você,
Você sempre foi só de mim.
Eu sempre fui só de você,
Você sempre foi só de mim.”

Karina ficou em êxtase ao ouvir a música. Era talvez uma das únicas “recordações” que tinha da mãe. Uma vez mexendo em algumas caixas encontrou um CD de Elis, com o nome da mãe rabiscado no encarte. Ficou dias só ouvindo aquelas músicas, repetidamente. Até que decorasse cada palavra, até que absorvesse cada nota. E era como um segredo o qual ela nunca revelou a ninguém. Guardou fundo no coração, como se fosse algo que somente a mãe e ela partilharam. Sentiu algo pingar na palma de sua mão e só então percebeu que estava chorando.

Aparentemente ninguém reparara, então ela secou rapidamente as lágrimas e tentou se recompor.

A Galera da Ribalta agradeceu ao público e concentram-se em desmontar o equipamento.

Na mesa em que a loirinha estava, muitas conversas aconteciam ao mesmo tempo, entretanto a cabeça dela estava em outro lugar.

Pedro reparou do momento em que Felipe se inclinou para falar algo a Karina e ela caiu na risada. Só ele podia arrancar uma risada gostosa daquelas, o fato de ser outro a fazê-lo o incomodou. Por sorte já tinha terminado sua parte e não hesitou em ir até a mesa. Parando atrás da namorada e colocando as mãos em seus ombros, perguntou:

–O que é tão engraçado?

Karina não conseguia parar de rir para responder e o único na mesa que não estava da mesma forma, não parecia disposto a lhe contar.

–O Felipe acabou de dizer que a cabeça do Cobra parece uma coxinha! – Karina contou e caiu novamente na gargalhada. Nem Pedro conseguiu não rir, o pior é que realmente tinha o formato de uma coxinha.

–Vai guitarrista, puxa uma cadeira e senta para rir um pouco mais da minha cara.

–Na verdade eu vim roubar a Karina. – ela inclinou a cabeça para olhá-lo. – Vamos?

–Vamos.

Despediu-se dos amigos da academia e foram para a casa do Pedro. Dessa vez entraram pela porta da rua mesmo, pois se entrassem pelo restaurante chamariam atenção. Subiram para o quarto do garoto e fecharam a porta. Karina sentou na cama e tirou as botas para colocar os pés para cima, Pedro sentou de frente para ela.

A lutadora inclinou-se e beijaram-se calmamente por alguns minutos.

–Quer me contar o que estava te incomodando de manhã?

–Você não vai esquecer isso não é?

–Nope.

Pedro deixou-se cair de costas na cama e suspirou olhando para o teto. Karina rastejou até deitar com a cabeça na barriga dele, que passou a acariciar os cabelos dela.

–Eu tive um sonho ruim com você.

Como ele não deu indícios de que explicaria, ela perguntou:– E o que acontecia nesse sonho ruim?

Ele respondeu calmamente, pausando entre as palavras, parecia recordar-se. –Estávamos em uma praia, o lugar era lindo. Você sumiu no mar e quando reapareceu estava beijando um outro cara.

–E esse cara era alguém que conhecemos?

Pedro hesitou em responder, mas acabou falando:–Felipe.

Ela subiu até que os rostos estivessem na mesma altura e perguntou:–É sério isso? – o garoto confirmou com a cabeça e desviou o olhar, que estava marejado pela lembrança. –Pedro, olha pra mim. – Pediu, pousando a mão na bochecha dele. Uma lágrima escorreu e ela limpou com o dedão. Deu um selinho nele e explicou: - Pê isso foi só um sonho, não vai acontecer. Não tem chance de acontecer porque eu sou louca por você.

–Ele tem bem mais a ver contigo do que eu.

–Isso não importa. Não quero alguém do meu lado que goste das mesmas coisas que eu, quero alguém que me possa mostrar coisas que ainda não conheço. Alguém que me ame de volta. E você é a pessoa perfeita para isso.

Ele deu um meio sorriso. –Você é tão incrível.

–Eu te amo Pê. Te amo. Te amo!

Beijaram-se ternamente.

–A música que você tocou para mim hoje? Ela tem um significado todo especial. E eu nunca contei isso para ninguém, mas estou contando para você. Sabe porquê? Porque com você eu consigo me abrir pelas coisas mais bobas. Você não me julga. – respirou fundo e contou a história sobre o CD da mãe.

–Essa manhã eu não estava angustiado só pelo sonho. – Pedro comentou.

–Aconteceu mais alguma coisa?

–Encontrei meus pais conversando sobre problemas financeiros.

–Você está preocupado.

–Estou com medo K.

–É normal sentir medo amor. Mas eles são adultos e tenho certeza que sabem o que estão fazendo.

–Eu não tenho. Não quero falar disso.

Ficaram em silêncio e Karina pediu, deitando a cabeça no peito dele:–Então me deixa cantar uma música para você agora? Não ri.

Calmamente e com voz tímida, ela cantou.

A melhor parte de mim
Leva o meu caminho até você
Isso é o que me deixa mais forte
Me faz tão bem, me faz tão bem
Que perco o medo

E me sinto melhor
Já posso enfrentar
Todos os meus problemas

Pois agora sei
Que quando acabar você vai estar aqui
Eu posso ver, posso sentir
Quando tudo acabar será você e eu
Mais uma vez, posso sentir
A melhor parte de mim

E no momento certo
Meu lado bom vai aparecer
Me mostra a coisa certa a fazer
Me faz tão bem, me faz tão bem

Que perco o medo
E me sinto melhor,
Já posso enfrentar
Todos os meus problemas

Pois agora sei
Que quando acabar você vai estar aqui
Eu posso ver, posso sentir
Quando tudo acabar será você e eu
Mais uma vez, posso sentir
A melhor parte de mim
A melhor parte de mim

A sua presença já me faz tão bem
Eu não vejo a hora de te ver sorrir
Quando tudo acabar você vai estar aqui
Quando tudo acabar você vai estar aqui

Pedro a abraçou forte, já tinha desistido de lutar contra as lágrimas, deixando-as rolar livremente.

–Estou feliz que você está aqui. Eu preciso tanto de você, seu amor é o que me faz crescer.

–Eu estou do seu lado. Para o que precisar.

Capturando cada lágrima com um beijo até que ele parasse de chorar, Karina ficou ali, confortando-o. Até que adormeceram.


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Notas finais do capítulo

Quero ver vocês comentarem muito! Prometo responder todos vocês.

Gostaram das músicas? O que será que irá acontecer quando eles despertarem?

Beijos e quem quiser conversar:

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Ask - http://ask.fm/ImpossibilidadesPerina