Impossibilidades Perina escrita por Lilith


Capítulo 66
Capítulo LXV


Notas iniciais do capítulo

Oi galerinha, tudo bem? Ficarão tão revoltados com o resumo quanto eu?
Esse capítulo demorou a ficar pronto, mas isso porque é um capítulo especial. E para compensar vocês estou postando dois capítulos hoje!

Eu sei que muitos de vocês ficarão felizes ao ver o que tem nesse capítulo, então aproveitem!

E quero dedicá-lo a uma amiga que fez aniversário ontem e é muito especial para mim! Cá espero que você goste e desculpe por entregar o presente com esse atraso. Saiba que fiz de todo coração



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Karina entrou na sala de aula e encontrou Pri esperando por ela.

–Oi amiga!

–Oi Pri! Que cara de acabada. – colocou a mochila em cima da mesa e se sentou.

–Seu pai, estou começando a concordar quando o Pedro chama ele de mestre Cruel. Pegou pesado hoje.

–Tá falando isso pra mim? Viu como ele me castigou?

–O que você aprontou para merecer aquilo? E outra nem dá para comparar a gente né amiga. Eu sofro com qualquer exercício, já você, faz tudo com um sorriso no rosto.

–Não exagera, até eu tenho meu limite. – inclinou-se para trás a fim de olhar melhor para Pri e comentou – Você se pesou? Estou te achando mais magra.

–Até parece, o que tu tá querendo com isso hein?

–Iiii não me confunde com essas tuas amigas que vem de falsidade ok? Se estou falando é porque eu realmente acho. Pode mais nem elogiar a pessoa. – resmungou.

–Ai será K? Eu bem que tento, mas esse meu vício por doces não ajuda.

–Eu me ofereci para te controlar, você não quis.

–E nem quero, já pensou eu precisada de um sundae e você vem com sermão? Mega broxante.

–Acho que acabaríamos brigando também.

–Principalmente quando você estivesse irritada né K? Olha eu mereço um prêmio por aguentar tua TPM constante.

–Exageraaada.

–Estou sacando a sua, tentando desviar do assunto! Vai desembucha.

–Cheguei atrasada porque estava com o Pê e inventei para o meu pai que era por causa de cólica.

–E ele caiu nessa? Precisando ter uma conversa com o mestre.

–Nem brinca. Cadê o João, não vieram juntos hoje? – estranhou.

–E nem você com o Pedro. Às vezes acho que somos meio idiotas, porque saímos todos do mesmo lugar e acabamos vindo separados. Pior ainda você e o João que moram na mesma casa.

–O Pedro tinha que levar a Tomtom antes de vir para a aula e o João sempre se atrasa. Mas vocês estão bem?

–O Johnny e eu? Aham, na medida do possível.

–Na medida do possível?

–Sabe como é o João, para conseguir a atenção dele só eu jogando vídeo game junto. Estou meio cansada disso.

–Manda a real pra ele.

–Pra ele quem? - João chegou acompanhado de Pedro.

–Meu lugar Prirralha. – brincando o nome dela com pirralha.

–Fala assim com a minha namorada não!

–Já estou levantando, você é tão possessivo!

–Boa tarde galera, todos para os seus lugares. Precisamos encerrar sobre os órgãos de sentido e como na semana que vem teremos as tão temidas provas finais, pensei em algo para facilitar a vida de vocês.

–Lá vem.

–Calma, vocês vão gostar. Vamos fazer uma aula prática e assim vocês conseguem relacionar melhor o conteúdo. Na aula passada eu expliquei sobre os receptores de contato, receptores de distância, quem sabe os outros?

–Receptores de luz, receptores auditivos.

–Isso Larissa. E também falamos sobre as drogas e como elas bagunçam nossos sentidos. O experimento que vamos fazer vai lhes ajudar a perceber que tudo está interligado no nosso corpo e como na falta de um dos sentidos os outros tendem a se desenvolver mais. Vamos começar?

Entregou uma folha de exercícios para distribuírem enquanto terminava de explicar.

–Cada um de vocês vai receber um kit e trabalhando em duplas quero que respondam as questões. Na primeira etapa, um de vocês será vendado e terá que identificar qual é o alimento que está provando. Anotem na folha de respostas e respondam quais dos sistemas foram utilizados.

Na segunda etapa e também vendados terão que identificar pelo cheiro.

Na terceira etapa o aluno que não estiver vendado deverá passar um objeto do kit no antebraço do amigo vendado. Se não conseguirem, podem pegar o objeto com as mãos e tentar descobrir.

E na quarta e última, quero que identifiquem qual é o líquido nesses vidros que dispus na lousa. Viram que os vidros estão enumerados? Na folha de respostas tem os nomes, é só vocês colocarem o número correspondente na frente.

Em cada uma das etapas usem os kits de número correspondente. Ah e se quiserem podem alternar quem será vendado. Não se esqueçam de responder as perguntas sobre cada descoberta. Alguma dúvida?

–Professor, mas um de nós vai estar vendo qual é o alimento ou o objeto.

–Sim Pri, mas se reparar nas perguntas sobre cada etapa, vai ver que mais importante do que identificar é descrever como fizeram isso.

–Ah tá.

–Venham buscar os kits e comecem. Qualquer coisa podem me chamar.

–Pega você. – Karina pediu para Pedro.

–Preguiçosa. – mostrou a língua e levantou-se para buscar.

–Aqui. – colocou as coisas na mesa e pegou uma venda preta. -Vira, deixa eu colocar.

–Por que eu?

–Porque eu busquei o kit, então eu escolho.

–Nada a ver.

–Você começa e depois a gente troca, pode ser? Eu sou meio tapado, vou errar tudo.

–Tá bom vai. Mas nada de gracinha Pedro.

–Gracinha eu? Sou um anjo.

–Do inferno só se for.

–Sortudo você que vai dar comidinha na boca da sua namorada e eu que vou ter que fazer isso com o Alex? – resmungou João da mesa de trás, fazendo os amigos rirem.

–João fica de olho nele, se ele me zoar você me conta. – pediu a irmã recém adquirida.

–O Pedro te zoar? Tipo fazendo careta que nem ele tá fazendo agora?

–Ah nem! – Karina fez menção de tirar a venda, mas o namorado segurou as mãos dela.

–Parei, parei! Vamos começar logo essa bagaça.

Pedro pegou o primeiro alimento e com o auxílio de um garfo descartável colocou na boca da lutadora. – Lá vai, olha o aviãozinho.

–Isso é rúcula? – Karina respondeu incerta.

–Caraca acertou de primeira. De novo.

Pedro levou o alimento até ela, que dessa vez ficou um pouco mais de tempo saboreando. Ele ficou hipnotizado pela forma como ela movimentava os lábios ao degustar o alimento.

–É cenoura? Pedro? – estranhou o silêncio do namorado.

–Aham. – levou o próximo alimento e antes que alcançasse a boca, ela prontamente respondeu.

Chocolate!

–Como você sabe? – espantou-se, já que ela nem tinha experimentado.

–Pelo cheiro! Mesmo assim eu quero, manda ver.

A expressão de Karina modificou-se assim que o doce entrou em contato com sua língua. Juntou os lábios demonstrando o quão prazeroso era e Pedro não conseguia parar de olhá-la.

–Eu amo chocolate, mas meu pai não me deixa comer sempre. – sorriu ao falar.

–Eu também amo chocolate, e como!

–Você está estranho.

Ele penteou o cabelo para trás e respirou fundo tentando retomar o foco.– Já sei qual será seu próximo presente então, uma caixa de chocolates.

–Te beijo até o próximo milênio com um presente desses. – Karina brincou.

Ele riu e preparou o próximo alimento. Este era meio líquido e ao depositar na boca, um pouco escorreu e ela limpou o lábio com a língua.

–Hum é maracujá. Pedro?

Ele apoiou a mão na coxa dela e se aproximou, falando em seu ouvido: – O quão errado seria eu ficar excitado com isso?

Karina arrepiou-se e sentiu as bochechas queimarem. – O que tem de provocante nisso? – sussurrou em resposta.

–Você. – ele riu e ela se arrepiou novamente. Talvez por sentir a respiração no seu pescoço ou talvez por estar com os olhos vendados e ouvir aquela voz meio rouca. Ela virou o rosto buscando o do namorado. Roçou o nariz no dele e os lábios se encontraram.

–Pedro! – chamou o professor. – A sua boca não é um dos itens que a Karina tem que experimentar nessa aula!

A sala inteira voltou a atenção para eles e agora sim Karina estava corada. Apesar de vendada, parecia sentir os olhares sobre ela. Pedro endireitou-se na cadeira e coçou a nuca, envergonhado.

–Sabe o que é prof., eu estava tentando proporcionar uma experiência mais completa. Com a visão privada, ela se concentra mais na sensação da minha boca e no meu cheiro.

–Pedro! – Karina repreendeu baixinho enquanto todos os alunos riam da desculpa esfarrapada.

–Muito engraçado. Então me explica, quais os sentidos que ela usa nesse beijo?

–Tato porque ela sente a minha boca, paladar porque sente o meu gosto e olfato porque sente meu cheiro?

Karina abaixou a cabeça na mesa, sua vontade era de sair correndo dali.

– Correto. Mas não quero ver mais ninguém imitando o beijoqueiro! Concentrem-se na tarefa! E aproveitando, Pedro você sabe me dizer por que não sentimos o sabor do remédio quando tapamos o nariz?

–Não? – respondeu.

–Eu sei professor, pesquisei isso. É porque nós só conseguimos sentir cinco ou seis gostos diferentes. O restante deles o cérebro cria a partir do cheiro do alimento.

–Muito bem Gabi, mas não é só o cheiro que auxilia na criação do que conhecemos como sabores, a textura do alimento também conta. Podemos concluir que o sabor origina-se de uma combinação entre paladar, olfato e tato. Com o paladar sabemos se o alimento é doce, amargo, salgado, azedo, ácido ou adstringente. Agora voltem ao trabalho!!

–Nem adianta ficar Esquentadinha porque foi você que me beijou. – Pedro justificou.

–Você me provocou Pedro!

–Eu? Você que fica me provocando com essa sua boca.

–Precisava responder aquilo? Que vergonha!

–Ingrata, foi minha resposta que nos livrou de ir para a Diretoria.

–Cansei, coloca essa venda você.

–Só falta um Karina!

–Vish chamou de Karina. – João se intrometeu.

–Fica na sua João!

–Só mais esse e trocamos.

Karina cedeu. Provou e adivinhou que era maçã. Eles responderam às perguntas dessa etapa e partiram para a próxima, dessa vez com Pedro vendado.

Querendo vingar-se do namorado, ela tirou o All Star do pé e fez sinal de silêncio para João e o companheiro que estavam segurando para não rir. Aproximou o tênis do nariz de Pedro.

–Que cheiro é esse Pê?

O garoto estava com uma cara engraçada quando respondeu – É... queijo?

–Queijo? – Karina segurava para não rir, mas João não aguentou.

–Chulé! É chulé! – quase gritou, arrancando a venda.

Karina, João e Alex caíram na gargalhada e o professor olhava tudo de longe. Chegou ao lado da mesa deles.

–Karina e Pedro vocês estão impossíveis hoje! Vou ter que separá-los?

–Desculpa professor, juro que não vamos mais aprontar. – Karina respondeu tentando se recompor.

–Estou de olho em vocês.

Conforme ele virou as costas ela desatou a rir novamente e Pedro cruzou os braços.

–Mancada K.

–Você precisava ver sua cara!

–Eu não estou achando graça.

–Desculpa amor. – abraçou-o pelo pescoço e começou a dar vários beijos na bochecha.

–Cê vai achar o que? Cê vai achar que me dando beijinho assim eu vou te desculpar?

–Não, eu tenho que dar outro beijinho. Mas se eu fizer isso o prof. coloca a gente pra fora.

–Vamos voltar para a tarefa que ainda tem muito a fazer.

–Então me desculpa?

–Vou pensar no teu caso. – recolocou a venda nos olhos.

Karina levou os alimentos corretos para o namorado cheirar, que apesar de ter demorado um pouco em alguns, acertou todos. Limão, banana, lavanda, álcool e pimenta. Depois responderam às perguntas e a namorada topou fazer a próxima etapa.

Nessa etapa não tinha kit e eles precisavam utilizar objetos deles. Após Karina vendar-se, Pedro pegou o antebraço da namorada e percorreu os dedos na parte interior.

–Um objeto Pê e não carinho.

–Só estava checando sua sensibilidade. Vou colocar o objeto, pronta?

–Aham.

Ele percorreu uma chave e apesar da sensação fria, ela não conseguiu decifrar sem tocar com a mão. Depois testaram outros objetos da mesma forma. Uma caneta, uma moeda e por aí vai.

Finalizaram com a última etapa poucos minutos antes do sinal soar.


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Notas finais do capítulo

Finalmente um capítulo em aula! Gostaram?
Muito obrigada à todos que favoritaram e colocaram para acompanhar a fic!
Não foram muitos comentários no capítulo passado e isso me deixou bem chateada. Mas os poucos comentários que recebi foram lindos, então muito obrigada por isso.
Vamos para o próximo?

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