Impossibilidades Perina escrita por Lilith


Capítulo 65
Capítulo LXIV


Notas iniciais do capítulo

OI galerinha, como vocês estão? Gostei muito das reviews do último capítulo, vocês podiam comentar assim sempre né? Adoro ver vocês interagindo! Logo eu respondo todos ok?

Aproveitem a leitura!



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O dia estava ótimo, o Sol brilhava alto, iluminando o horizonte. O barulho do mar quebrando nas rochas era relaxante.

Sentia a areia clarinha embaixo dos seus pés. E a sua Esquentadinha corria, provocando-o paraa persegui-la. Risos ao vento.

Karina correu em direção ao mar e Pedro a seguiu, as ondas a engolindo por completo. Apesar do calor, a água estava fria. Ele olhou a sua volta, procurando-a naquela imensidão azul.

Onde ela estava?

Caminhando para dentro da água, com as ondas batendo acima de sua cintura. Onde Karina estava?

De repente algo puxou-o fazendo com que submergisse. Em sua volta tudo era escuridão.

Incrível como um lugar de tamanha imensidão e repleto de vida poderia ser tão silencioso.

Assustado, ele conseguiu voltar à superfície. Correndo para a beira da praia, ouviu o riso de sua Esquentadinha.

Um movimento à esquerda captou sua atenção e quando conferiu, lá estava ela: Sentada em uma prancha e beijando um garoto de cabelos negros. Felipe.

Petrificado, sentiu como se o chão debaixo de seus pés tivesse sumido. Isso não podia ser verdade, ela não faria isso com ele. Agora, permanecer naquela imensidão escura parecia melhor alternativa do que presenciar essa cena. Ele não deveria ter voltado. Como ela pôde?

–Karina! – chamou, incrédulo ao que os olhos teimavam em ver.

Ela o olhou de volta e gargalhou. Tudo começou a girar e ele só via a sua namorada beijando outro, o som da gargalhada ao fundo. Ela ria do seu sofrimento.

OooOoOOoooOo

–Que música é essa? – uma música que começara a soar, ficando cada vez mais alta.

“I'm waking up to ash and dust
I wipe my brow and I sweat my rust
I'm breathing in the chemicals”

–Pedro? Pedro! Pedro!

O garoto despertou, encontrando a irmã olhando diretamente para ele.

–Até que enfim acordou, o despertador já estava tocando pela terceira vez.

Ele ainda estava desorientado, a dor no peito ainda permanecia. Então fora tudo um sonho? Parecera tão real.

–Bom dia maninha. – respondeu, sentando-se na cama.

–Bom dia. O sonho devia estar bom, para você não querer acordar. – Tomtom comentou a caminho da porta.

Pedro esfregou os olhos. Sonho? Tava mais pra pesadelo.

–Huuum banho. – resmungou.

Após o banho e já desperto, ele se arrumou para ir à Ribalta e desceu para tomar café da manhã. Quando chegou ao topo das escadas, involuntariamente ouviu os pais conversando.

–Você precisa dar um jeito nisso Marcelo.

–Também não faço milagre Delma, não depende de mim.

–Você disse que tínhamos o suficiente, eu não entendo isso agora.

–E tínhamos, mas os gastos só aumentaram. É a Ribalta, a natação da Tomtom, as contas da casa. O Perfeitão, estamos gastando demais.

–Pelo tempo que abrimos já era para termos algum lucro, não?

–Essas coisas são assim mesmo amor, demoram a trazer algum retorno. Investimos pesado e apesar do bom movimento, tudo ainda está sendo para cobrir os gastos.

–Ainda precisamos de mais um funcionário, está muito pesado só para o Lincoln.

–Eu sei, mas agora realmente não tem como. Vamos ter que dar um jeito de segurar as pontas.

–Sempre damos, amor.

–Podemos vender o carro. – O marido sugeriu.

–Não podemos ficar sem o carro, Marcelo.

–Seria uma solução, Quando as coisas melhorarem, compramos outro.

Intrigado, Pedro resolveu descer.

–Bom dia!

–Bom dia filho! Fiz o suco que você gosta. – Delma entregou a jarra para ele.

–Valeu. Estavam falando sobre vender o carro? – perguntou pegando um pão do cesto.

–Ah! Bobeira. – desdenhou o pai. – Só estava conversando com sua mãe.

–Estamos precisando de dinheiro? – Pedro insistiu.

–Você não precisa se preocupar com isso filho. – Delma respondeu.

–Não sou mais criança. Vocês podem ser sinceros comigo?

–É só alguns probleminhas financeiros filho. Mas vamos dar um jeito. – Marcelo tentou tranquiliza-lo.

–Pai eu tenho algumas economias, se ajudar.

–Aquele dinheiro é seu Pedro. Não precisa se preocupar.

–Eu vou desistir da viagem então.

–Não faz isso meu filho, você vai aprender várias coisas legais nessa viagem. –Delma pediu.

–Não quero gastar com bobeira mãe.

–Você vai na viagem Pedro. Sem discussão.

–Então eu pago por ela.

–Filho, qual a necessidade disso? – Marcelo indignou-se.

–Como eu disse, tenho minhas economias. Quero ajudar.

–Se você quer ajudar, então estude menino. É só isso que exigimos de você agora. –Delma explicou.

–Eu posso ajudar no Perfeitão também.

–De jeito nenhum. – o pai recusou,

–Qual o problema? Eu sei que vocês estão precisando de ajuda e não precisam me pagar pra isso. Posso dar uma mão.

–Meu filho você precisa se dedicar apenas aos estudos agora. Tudo que sua mãe e eu fazemos é por vocês, para que possam se formar e entrar em uma faculdade.

–Faculdade? Pra quê? Quero ser músico.

–Pedro, você sabe que apoiamos sua carreira. A única exigência é essa. – retrucou Delma.

–Você pode fazer Música. Tem muito o que aprender ainda. – sugeriu Marcelo.

–Ao menos considerem a minha ajuda no Perfeitão? Eu dou conta.

–Claro porque a Ribalta, o colégio, a banda e o namoro não consomem todo o seu tempo. Você não é o Superman filho. Deixe que resolvemos o restante. – Delma ironizou.

Pedro terminou o café ainda preocupado com os pais. Eles impedirem-no de ajuda-los não melhorou as coisas. Parecia sério. Pegou o skate e rumou à Ribalta.

Ao contornar a praça o eixo do skate soltou e o garoto rolou pelo asfalto. Por sorte não quebrou nada, apenas um ralado no cotovelo. Sentou no meio-fio analisando o skate, agora quebrado.

–Mas que porra! Qual a chance disso acontecer cara? – respirou fundo, tentando aliviar a irritação. – O que falar desse dia que mal começou e eu já odeio pakas?

Mãos tamparam seus olhos.

–Esquentadinha? – adivinhou. E seu dia começou a melhorar.

–Bom dia namorado! – abraçou-o pelas costas e beijou a bochecha. Pedro prontamente virou-se, agarrando-a e trazendo para seu colo em um abraço forte. Fechou os olhos e enterrou o rosto no pescoço dela, inalando seu cheiro. Sentiu o coração comprimir-se ao recordar do pesadelo. Perdê-la não era uma opção.

–Eu te amo tanto! – falou, com a voz embargada.

Karina puxou seu rosto para olhá-lo.

–O quê... – ele tomou seus lábios interrompendo-a.

Foi um beijo desesperado, intenso. Pedro saboreou deliciosamente cada segundo, empurrando toda a angustia do pesadelo para fora. Ela estava ali, com ele. Ela ainda era sua namorada. Ela o amava e ele podia sentir isso em cada toque de suas línguas. Como se o amor fosse algum tipo de magnetismo - não sentindo apenas com o coração, mas com todo o seu corpo. Ela estava ali, completamente entregue.

João passava com o Cobra e não perdeu a oportunidade:

–Encontrem um quarto!

Precisaram interromper o beijo, mas não queriam quebrar aquele momento. Encostaram as testas, enquanto recuperavam o fôlego.

–Uau! – a lutadora deixou escapar.

–Eu queria passar o resto do dia só sentindo o gosto dos teus lábios. – Pedro acariciava a bochecha dela.

–Aconteceu alguma coisa? – perguntou ternamente, encarando profundamente aqueles olhos castanhos.

–Só um dia que começou ruim.

–Vem comigo! – levantou puxando-o pela mão. Pedro prendeu o skate na mochila e permitiu que ela o guiasse.

Entraram na Fábrica e subiram rapidamente as escadas para a Ribalta, tentando não serem notados. Chegaram em uma porta familiar para ambos e a lutadora a abriu.

–Nós temos aula. – Pedro comentou, incerto.

–Temos. E vamos nos atrasar. – puxou-o fechando a porta.

–Faz tempo que a gente não vem aqui. – comentou observando o local.

–Estamos aqui agora. – Karina rodeou a nuca dele com os braços. - O que você me falou antes de te trazer para cá?

–Que eu queria passar o resto do dia sentindo o gosto dos teus lábios?

–Então me beija!

E eles se beijaram. Por quase uma hora inteira, parando apenas para recuperar o fôlego. Beijaram-se até os lábios incharem. Beijaram-se até que nenhum medo ou insegurança estivesse presente. Beijaram-se sem segundas intenções, apenas pelo prazer de estarem conectados.

Pedro estava sentado no sofá, com Karina recostada em seu peito, ele acariciando os cabelos dela. Beijou a testa da namorada e reparou:

–E esse sorriso bobo?

–É tão bom ficar aqui assim, com você. – o abraçou mais forte. - Dá para esquecer que existe um mundo lá fora, parece que entro em outro mundo quando estou com você.

–Eu poderia ficar aqui para sempre. – Pedro declarou.

–Eu não, aqui não tem comida.

–Só pensa em comida? – riu e ela deu de ombros.

Onde exista um sentimento bom, eu quero ficar. No espaço ou numa canção que você está. – Karina cantou e ele continuou:

Penso em você, vejo o amor. E posso sentir que você chegou.

–Infelizmente, precisamos voltar ao mundo real. – ela lembrou.

–Já estamos beeem atrasados.

–Meu pai vai me matar.

–O que vai dizer? – Pedro preocupou-se.

–Não sei, improviso qualquer coisa na hora.

–Vai rolar a troca de aulas agora, precisamos mesmo ir?

–Precisamos.

–Mais um beijo então.

Despediram-se e Karina desceu para a academia, não tão desapercebidamente quanto queria.

–Karina isso são horas? O que você estava pensando? – Gael esbravejou ao ver a filha chegar ao tatame.

–Mestre. Eu estava...procurando a Bianca!

–Na Ribalta? Mas eu estou aqui. – Bianca saiu do escritório e entrou em seu campo de visão.

–Eu percebi, nossa eu te procurei em cada canto daquela Ribalta! – Karina respondia empolgada, nervosa com a possibilidade de seu pai descobrir a verdade.

–E posso saber o que tanto você quer com a sua irmã?

–Sabe o que é, eu acordei com uma cólica muito forte e eu sei que a Bi tem um remedinho ótimo, mas eu não consegui achar em casa e aí eu lembrei que ela sempre tem um na bolsa e estava procurando ela para pedir.

–Respira menina, falando tudo atropelado. –implicou Gael.

–Você tem o remédio né Bi? Diz que sim.

–Remédio pra cólica? Sei. Tenho sim.

–O quê? – Gael estranhou.

–O que o quê?

–Não se faz de boba, o que foi esse “sei”?

–Quem falou sei? Eu não falei. – Bi disfarçou.

–O remédio por favor. – Karina atraiu a atenção deles.

–Ok, resolvam isso. Se quiser pode tirar o resto da manhã para descansar filha.

–Tenho certeza que assim que eu tomar o remédio a dor passa, pai. Não se preocupe.

–Remédio bom esse, hein.

–É pai, muito bom. – Bianca confirmou.

Gael voltou a atenção para seus alunos, deixando as irmãs sozinhas.

–Que história é essa K? O que você estava aprontando?

–Matando aula para ficar com o Pê. Mas se você contar eu nunca mais olho na sua cara.

–Ai, não vou falar nada. Deixa eu pegar o tal remédio para o pai não desconfiar.

–Obrigada.

Após fingir tomar o remédio, Karina assumiu sua posição no treino, Cobra estava ao seu lado e Felipe mais atrás, prestando atenção em tudo.

–Não sei o que você falou para o mestre, mas tenho certeza que a verdade não foi.

–Tá de bobeira?

–Acho que você resolveu seguir a sugestão do Johnny.

–Nada a ver, me erra Cobreloa.

–Karina! Chega atrasada e ainda fica de conversa? Pro chão! Cem abdominais para deixar de bobeira!

–Isso porque eu falei que estava com dor, imagina se não tivesse. –resmungou.

–Ai meu saco! Pro chão Karina e de boca fechada.

Ela fez um sinal de “fechando o zíper” na boca e partiu para os exercícios.

*****

Depois do treino, Karina tomou uma ducha e se trocou para a escola. Quando estava guardando suas coisas de volta no armário, resolveu mandar uma mensagem para o namorado.

“Como está seu bad day?”

“Que bad day? Td q consigo lembrar é de uma loira linda de olhos azuis me beijando.”

“Hj vamos andar de sk8 depois da aula?”

“Não vai rolar, tem show da Galera no Perfeitão. Te recompenso depois?”

“Hj mesmo com uma música.”

“Claro.”

“Beijo, nos vemos.”

“Nos vemos. Te amo”

“Love u2”

“Que vc gosta do U2 eu sei.”

“Besta, LOVE YOU TO”

“ ^.^ “


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Notas finais do capítulo

Me contem o que acharam do capítulo, gostaram do sonho? Por aqui, na ask> http://ask.fm/ImpossibilidadesPerina ou no twitter> @vittinspirar.
Favoritem, recomendem...tá valendo!

Eu tenho uma Oneshot super especial para recomendar para vocês que gostam de uma coisa bem escrita. Se for com Santovitti melhora ainda mais né? Leiam, vocês não vão se arrepender:
http://fanfiction.com.br/historia/588724/Logo_mais_a_manha_ja_vem/

Beijos e até o próximo.