Impossibilidades Perina escrita por Lilith


Capítulo 64
Capítulo LXIII


Notas iniciais do capítulo

Oi galerinha! Demorei para postar, mas o capítulo está grande para compensar!
Espero que estejam vivos para ler, depois dos tiroteios da madrugada de ontem. hahaha

Boa leitura!



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The trooper soava do alto-falante embalando a raiva que a garota de cabelo curto sentia.

Jogava pinball do lado oposto de onde estava a mesa com os garotos, disputando quem era o mais retardado. Não sabia se estava com mais raiva de Cobra por não avisá-la sobre o lutador e ainda por propor algo tão estúpido ou de Pedro por aceitar. Ou de Felipe por vir de outro estado só para complicar sua vida.

Detestava sentir-se como uma mercadoria e olha que não se achava bonita para ter dois caras disputando por ela. Com tanta menina bem arrumada por aí, realmente não sabia o que viam nela. O Pedro ela até entendia, ele não batia bem. O pensamento a fez sorrir.

A máquina engoliu a bolinha e ela bateu com força na lateral.

Karina aproveitou para olhar em volta, não conhecia ainda aquele bar, mas sempre ouvia falar de lá. O pessoal da sua escola frequentava, mas Gael não gostava que ela frequentasse esse tipo de local.

Pelo seu pai ela viveria em uma bolha, não namoraria, jamais se arriscaria em nada. Seria só casa e academia. Já Bianca podia frequentar qualquer lugar sem que ele implicasse.

Será que quando ela fizesse dezoito poderia agir da mesma forma que a irmã mais velha? Ir para a balada e chegar de manhã, sair com o namorado sem precisar de permissão. Será que o problema realmente era a idade ou o pai confiava mais na filha mais velha? Injusto. Bronco, injusto e ditador. Mas ela o amava tanto!

Ele sempre desafiou todas as impossibilidades para fazê-las felizes. E foi ele que a introduziu no mundo da luta, Karina não conseguia imaginar uma vida diferente da que levava. Sem Muai Thay? Loucura.

O lugar era bem legal, na parede em que estava tinham cinco máquinas de pinball, além da que estava usando. Tinha um bar à esquerda com um cara todo tatuado e com cara de mau atendendo. E todo o restante do espaço era preenchido por mesas de sinuca, com mesinhas próximas com cadeiras.

Eles estavam quase lotados e reparou ao chegar que tinha um barzinho chamado Brooklyn ao lado. O pessoal da escola sempre falava da esfiha aberta de lá, diziam ser a melhor da cidade. Fome. Ela estava com fome.

Começou a tocar Pedro de Raul Seixas e ela não pode evitar olhar para o namorado. Ele a olhava de longe e quando os olhares se encontraram ele sorriu e jogou um beijo. Irritada ela virou-se e colocou outra ficha na máquina.

Na mesa os garotos jogavam, quem começou a partida foi Felipe e ficou com as bolas lisas. Logo no início ele já encaçapou quatro. Mas Pedro jogava com o pai desde pequeno.

Antes de se mudarem eles costumavam ter uma mesa em casa e ali ele perdeu horas jogando ao longo da vida. Felipe precisaria de mais do que isso para impressioná-lo, embora tivesse que concordar que o lutador jogava bem.

Cobra estava se divertindo, ele não queria irritar a amiga, mas sabia que sua sugestão era melhor do que ter que separar briga. Sem falar que o dono do bar não gostaria nada da confusão. Agora eles estavam se divertindo e ao mesmo tempo disputando. Isso podia ficar melhor?

Na verdade podia, se sua morena estivesse ali. O que ele não contou para Karina é que o motivo de ter pedido companhia, era estar chateado.

Seu relacionamento com Jade nunca foi fácil, sempre envolto em joguinhos, sempre uma disputa de poder. Mas hoje quando ele a chamou para viajar com ele, somente os dois - sem as preocupações externas e só eles curtindo um ao outro - ela recusou. E isso doeu.

Ele estava vigiando a Karina de longe. Logo a irritação dela passava, mas precisava se certificar de que estava bem.

O lutador já tinha reparado no grupo de garotas os secando. Não eram de se jogar fora. E mesmo com roupas justas, curtas e decotadas, não chegavam aos pés da sua morena. Jade era dona de uma beleza singular e de um corpo escultural.

As garotas se aproximaram da mesa deles, interrompendo seus pensamentos.

–Oi meninos.

–Oi. – responderam.

–Estávamos observando vocês de longe, parecem jogar bem.

–Eu sou a Babi, ela é a Mariana, ela a Andréia e a ruiva é a Lorena.

–Tudo bem? Sou o Felipe.

–Pedro. – respondeu sem prestar muita atenção, pois estava fazendo sua jogada.

–Cobra.

–Cobra? Interessante. – Mariana comentou.

–Podemos ficar e ver a partida? – pediu Lorena.

–Acho que eu já te vi em um torneio, Cobra. Estava meio em dúvida, mas agora tenho certeza. – Babi comentou.

–É, eu luto Muai Thay. – respondeu Cobra.

–Todos vocês lutam? – Andréia quis saber, secando o Pedro.

–Eu luto jiu-jitsu, comecei agora no Muai Thay. – respondeu Felipe, abrindo um sorriso para Lorena.

–Eu não luto, mas aquela loirinha linda ali é minha namorada e ela luta muito bem. – Pedro respondeu, apontando para Karina, que jogava alheia ao que acontecia a poucos metros.

–Loirinha? Onde?

–Jogando ali, de blusa vinho. – Pedro esclareceu.

–Pensei que fosse um menino. – Comentou Andréia e as meninas riram.

–Se fosse um menino eu seria gay, porque sou louco por ela. – declarou sorrindo para as meninas.

–Que pena. Mas então podemos ficar? – Mariana pediu.

–Claro, com plateia é mais emocionante. – Felipe respondeu.

Pedro errou, só conseguiu encaçapar duas. A conversa meio que o distraiu. Decidiu ignorar as garotas e focar em ganhar, era importante para ele. Afinal precisava fazer valer a pena a DR que com certeza teria mais tarde com a Esquentadinha.

A loirinha estava focada em seu jogo, irritada porque a bolinha travava toda hora, ela estava meio que lutando com a máquina. Era bom, pois estava ajudando com sua raiva. Será que o jogo idiota já tinha acabado?

–O que ela fez para você? – Karina ignorou a voz masculina que a interrompia. – Estou falando da máquina, você tá acabando com ela.

Mais silêncio.

–Por que não conversamos um pouco? Assim você se acalma. – o garoto insistiu.

–Por que você não procura outra garota para conversar?

–Posso ao menos saber seu nome?

Silêncio. Ele se debruçou sobre a máquina e com isso bloqueou a visão dela. A bolinha desceu e ela perdeu o jogo.

Qual é o seu problema?!!!!esbravejou batendo na máquina para evitar de descontar sua raiva no babaca.

–Uma garota linda que prefere pinball a conversar comigo. – o garoto loiro abriu um sorriso para ela.

–Eu não estou aqui sozinha, estou com meu namorado. Entendeu?

–Não estou vendo ninguém contigo.

–Ele está jogando bem ali... – virou-se para apontar a direção da mesa e viu pela primeira vez as garotas que estavam assistindo à partida.

–Tem certeza? Ele parece ocupado. – o garoto zombou.

Karina olhou feio para o garoto e partiu em direção da mesa. Chegou colocando os braços em volta do pescoço do namorado e ficando na ponta dos pés, puxou-o para um beijo.

O guitarrista não esperava, afinal ela estava brava com ele. Mas prontamente a envolveu pela cintura.

Quando se separaram, Pedro estava sem ar.

–Exibida. – balbuciou no ouvido da namorada.

–Não reclama.

–Er...meninas essa é a Karina, minha namorada como eu falei. – Pedro apresentou.

A lutadora as encarou de sobrancelha erguida e elas a cumprimentaram. Olhou para a mesa e Felipe que estava inclinado fez sua jogada e piscou para ela.

Abraçou o namorado e perguntou:–Você está ganhando?

–Não. Ainda. Pensei que estava brava comigo.

–Estou e vou ficar mais ainda se você não ganhar. – a lutadora respondeu.

–Com você aqui para me inspirar, eu viro fácil esse jogo. – Pedro afirmou com um sorriso.

Ficaram abraçados até Felipe errar e Pedro precisar jogar.

–Estou com fome, tem nada para pedir aqui não? – Karina resmungou.

–Tem umas porções. – respondeu Cobra, mostrando o cardápio para ela.

–Queria esfiha.

–Do Brooklin? Posso falar com o Roger, ele é o dono de lá também. – Cobra propôs, deixando-a feliz.

–Vou com você. – foi com o amigo até o homem com cara de mau no balcão.

–Acho que sua namorada não curtiu muito a gente aqui. – Babi constatou.

–Ela é meio esquentadinha, mas é gente boa. – brincou Pedro.

–Vamos tomar algo. Você lutador, pode nos fazer companhia depois. – Mariana convidou.

–Claro, deixa só eu ganhar essa aqui linda.

–Vamos meninas. – Chamou Babi e as meninas se afastaram.

–Ótimo! Ocupado com elas, você deixa a minha namorada em paz.

–Não estou fazendo nada Pedro. Você fala demais, joga de menos.

–É isso que você pensa? – perguntou cruzando os braços.

–Pensei estarmos jogando por algo que vale a pena. Mas até agora você não jogou a sério.

–Como pode ter tanta certeza?

–Eu sei quando um cara sabe jogar. – Felipe colocou as mãos entrelaçadas na nuca. - Você tem medo de mim.

Do outro lado da mesa, Pedro gargalhou. –Eu sei o que você está tentando fazer. Só tenho uma coisa pra te falar: Fica quietinho e só olha. – com certeza saber que sua Esquentadinha torcia por ele, fez com que o guitarrista jogasse melhor.

No balcão Cobra conversava com Roger que prometeu pedir ao bar para entregar as esfihas ali. Karina ficou toda feliz.

–Cara, eu sei como lidar com você! – brincou Cobra.

–Como?

–Com comida! Tava toda bravinha e agora olha esse sorriso.

–Me deixa. Mas me conta, por que você tava bolado? – Karina quis saber enquanto andavam de volta para a mesa.

–Deixa quieto.

–Você me fez vir até aqui.

–Para você distrair e não me fazer pensar no que eu quero esquecer.

–E o que você quer esquecer? A naja não é?

–É a Jade sim.

–Naja. Qual é, eu sei que ela me chama de sapahetero pra você.

–Não sei o que fazer com vocês duas. Queria que fossem amigas.

–Igual você é com o Pedro? – a lutadora perguntou com um sorriso de lado.

–Eu não fico implicando com ele mais.

–Preciso mesmo falar?

–Desculpe.

Puxaram uma cadeira e sentaram na mesinha perto de onde os garotos jogavam. A cada tacada dentro, Pedro ia dar um beijo na Esquentadinha. Já que Felipe queria provocar, ele devolveria a provocação como podia. Logo as esfihas chegaram e Cobra e Karina conversavam enquanto comiam.

–Me fala o que está te incomodando Cobreloa. Se não conversar comigo, vai conversar com quem?

–Da última vez que falei contigo, você me fez começar a namorar.

–Fala sério, vocês praticamente namoravam antes. Só não tinha rótulo.

–Algumas coisas só se tornam reais depois que falamos sobre elas. – respondeu encarando a esfiha.

–O Cobra que eu conheço não sente medo. – a amiga provocou.

–Você é chata hein pirralha?!

–E mesmo assim você me adora. – sorriu, mordendo outra esfiha em seguida.

–Tá certo. Chamei a Jade para viajar.

–Legal, para onde vocês vão?

–Para onde não vamos.

–Ela não topou?

–Não. Diz que não quer enganar a mãe.

–Saquei.

–É só que...eu não entendo sabe? Há dias que eu falava sobre a viagem e planejávamos juntos. E quando temos a possibilidade, ela me chuta assim?

–Ela te chutou? – olhou incrédula.

–Modo de falar Karina.

–Dramático. Você sabe que a general não gosta de você.

–General?

–É assim que o Pê chama a Lucrécia.

–Eu tenho feito tudo K, tudo para fazer ela feliz. Você mesmo me disse que estou diferente. Eu estou tentando ser um cara melhor por ela. Mas eu não a vejo fazendo o mesmo esforço. É tudo sobre ela.

–E isso te incomoda?

–E se fosse contigo? – ele jogou de volta.

–É. Cara isso aqui é muito bom!

–Já comeu a de queijo?

–É a melhor.

–Fala de boca cheia. Karina você é uma princesa!

–Me erra. – distraiu-se com a esfiha.

–Estou cansado desses joguinhos. Queria poder curtir sem ter que me preocupar com o horário que a Lucrécia chega em casa, sem pensar no que esse pessoal da Ribalta pensa. Queria poder agir como se ela fosse realmente minha namorada.

–Por que você não pede ela em namoro para a mãe?

–Ela nunca aceitaria.

–Você nunca tentou Cobra. Mostra para ela que você é um cara legal. Chama ela para jantar.

–No QG?

–Não né. Vai em um restaurante.

–Acha que ela vai aceitar? Para ela eu sou um marginal Karina. Não tem jeito.

–Então você tem que se perguntar se realmente vale a pena.

–Ei vocês dois! Estão perdendo o melhor do jogo! – Pedro chamou.

–Quem está ganhando? – Karina perguntou se levantando e Cobra a seguiu.

–Empate. Mas o Pedro está com a vantagem. – Felipe comentou.

–Olha só amor, essa é para você.

Restavam duas bolas de cada lado, além da bola 8. E Pedro conseguiu encaçapar cada uma delas. Feliz Karina pulou e o beijou. Felipe jogou o taco na mesa, irritado.

–Sem mais apelidos. – Pedro falou com um sorriso, estendendo a mão para o lutador que demorou, mas cedeu.

–Vamos lá com as garotas Cobra? – Felipe chamou.

–Eu estou mesmo precisando de uma distração.

–Cobra! Não faz isso! – Karina pediu.

O lutador a olhou por um segundo, mas resolveu seguir Felipe à mesa que as garotas estavam.

–Pensei que ele estivesse com a Jade. – Pedro comentou.

Karina deu um sorriso de lado e foi surpreendida por um abraço.

–Nada de apelidos idiotas! Só eu posso dar apelido pra minha esquentadinha. – comemorou.

–Melhor assim. Gostei de te ver jogar.

–Você nem prestou atenção, vai.

–Claro que prestei. Você é o melhor.

Cobra e Felipe iniciaram uma partida contra duas das garotas. Se elas ganhassem poderiam escolher qualquer coisa e se eles ganhassem elas sairiam com eles dali.

–Quer jogar?

–Eu sou péssima Pê.

–Não ligo, vamos só brincar.

–Então me explica como é.

–Ok, vamos jogar com quinze bolas, a bola 8 sempre fica por último.

–Isso eu sei. Se ela cair antes, quem derrubou perde né?

–Isso. Você começa, estoura.

Pedro riu da forma como Karina segurava o taco, toda sem jeito, mas não comentou nada. Queria ver até onde ela ia. Logo de primeira Karina conseguiu encaçapar uma bola e pulou comemorando.

–Joga muito hein. Parabéns minha linda.

–Não tira onda comigo.

–Sua vez de novo.

–Ok. – sofreu para tentar ajeitar o taco e quando bateu na bola, a bola branca pulou para fora da mesa, arrancando uma gargalhada do namorado.

Karina ficou vermelha, pois atraiu a atenção de vários outros jogadores por ali.

–Vamos embora? – pediu correndo para esconder o rosto no peito dele.

–Desculpa, eu sabia que isso ia acontecer.

–Malvado. Paguei maior King Kong.

–Fica assim não, vou te ensinar o jeito certo. – beijou a testa dela e acariciou os braços antes de puxá-la novamente para a mesa. – Aqui amor, você precisa lembrar de passar o giz para o taco não escorregar e atrapalhar sua jogada. Agora você coloca essa mão aqui. Se você segurar na ponta, não consegue sustentar o peso. – Ele posicionou-se atrás da namorada e reposicionou a mão dela. Ela sentiu a respiração dele quando a curvou para posicionar a outra mão na mesa. – Agora você utiliza essa mão como apoio e mira. – Ela virou o rosto de lado para olhar para ele, os rostos estavam perto demais e a boca dele lhe chamou à atenção. Queria beijá-lo e ele percebeu o que a namorada estava pensando. –Se você acertar uma das próximas três tacadas, eu te beijo.

–Fechado. – ela voltou-se para a frente e tentou mirar. Mas não conseguiu encaçapar mais nenhuma, mesmo com ele ajeitando as mãos dela a todo momento. – Cadê minha sorte de principiante?

Ele não resistiu e a beijou ternamente, ela estava com as costas colada no peito dele, que estava com as mãos cruzadas na barriga dela.

–Errei e ganhei beijo? – Karina estranhou.

–Um incentivo. Vai, não desiste não. Tenta sozinha.

–Ah não Pê! E se a bola voar de novo?

–Não vai amor.

E realmente a bola não pulou. Ficaram brincando entre beijos, até que Cobra os interrompeu.

–Estamos indo. Já paguei a conta.

–Quanto foi? – Pedro perguntou, pegando sua carteira.

–Relaxa, eu que trouxe vocês para cá. Querem carona?

–Você vai sair com aquelas meninas Cobra? – Karina perguntou séria.

–Não me olha assim K. Você sabe.

–Isso não é certo. – Karina insistiu.

–Sem sermão. Querem carona ou não? Já está tarde.

–Tranquilo, vamos de táxi.

–Nos vemos. – Cobra despediu-se e voltou para encontrar Babi e Andréia, que iriam embora com eles.

–E realmente precisamos ir, já são nove e prometi que chegaria nove e meia. – a namorada explicou para Pedro, olhando no relógio dele.

–Última semana antes das provas, temos que aproveitar.

–E depois vem férias!

–E a viagem? Falou com o mestre sogrão?

–Não. Tenho quase certeza que ele não vai deixar.

–Quero tanto ir. Se o Johnny for, não tem porque ele recusar. Vocês são irmãos agora.

–Boa, vou usar isso ao meu favor. Vamos?

–Vamos.

Quando chegaram na praça, em frente à casa da lutadora, Pedro a puxou até um banco.

–Estamos bem? Você não está mais brava comigo?

–Não. Mas eu não gosto quando você age daquela forma.

–Que forma?

–Você cai na pilha do Felipe e parece um animal lutando por um pedaço de carne.

–Você é um pedaço de Filé Mignon, bem suculento. – ele brincou, tocando o nariz dela com a ponta do dedo indicador.

–Não fala assim! – ela tampou a boca dele com as mãos.

–Desculpa.

–E Filé Mignon não tem graça, eu sou picanha.

Ele riu com ela entrando na brincadeira.

–Desculpa minha linda. Você sabe como esse cara me tira do sério e aí eu ajo sem pensar.

–E é aí que você me machuca.

–Não quero te machucar. Eu vou trabalhar esse meu lado, prometo. – beijou as mãos dela.

–Obrigada. Agora eu preciso subir.

Despediram-se e o garoto ainda ficou alguns minutos ali, admirando a lua.

De volta em seu quarto, ele alcançou o violão e passou a tocar e cantar, pensando em sua Esquentadinha.

Tendo a lua

Eu hoje joguei tanta coisa fora
Eu vi o meu passado passar por mim
Cartas e fotografias, gente que foi embora
A casa fica bem melhor assim

O céu de Ícaro tem mais poesia que o de Galileu
E lendo teus bilhetes, eu lembro do que fiz
Querendo ver o mais distante sem saber voar
Desprezando as asas que você me deu

Tendo a lua aquela gravidade aonde o homem flutua
Merecia a visita não de militares
Mas de bailarinos
E de você e eu...
Você e eu...

Eu hoje joguei tanta coisa fora
E lendo teus bilhetes, eu lembro do que fiz
Cartas e fotografias, gente que foi embora
A casa fica bem melhor assim

Tendo a lua aquela gravidade aonde o homem flutua
Merecia a visita não de militares
Mas de bailarinos
E de você e eu...

Tendo a lua aquela gravidade aonde o homem flutua
Merecia a visita não de militares
Mas de bailarinos
E de você e eu...
E de você e eu...
Você, você e eu...
Você e eu...


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Notas finais do capítulo

Acertou quem disse que o Pedrinho ganhava! Nem eu aguentava mais o carinha chamando ela de Blue.
Por favor comentem o capítulo! Só assim para eu saber se estão gostando.
Favoritem, recomendem, vocês quem sabe.
Amanhã tem mais.

Beijooooos

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