Impossibilidades Perina escrita por Lilith


Capítulo 61
Capítulo LX


Notas iniciais do capítulo

Oi galerinha! Um pouco atrasada, mas esse capítulo não estava fácil de sair. Não estava fluindo, não estava me agradando e demorou para conseguir deixar ele aceitável.
Espero que o esforço tenha valido a pena.
Jainara, conforme prometido, chegou o capítulo que tanto queria! uhuhauahuahuaha Pra você minha linda!
Boa leitura!



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Karina já terminara de equipar e estava ansiosa para começar.

–E então Pê? Quero andar!

–Calma Esquentadinha, o segredo agora é ficar tranquila. Você é destra certo?

–Sou.

–Quem é destro normalmente se posiciona com a esquerda na frente, porque aí tem mais força pra bater com a direita.

–Bater? Opa disso eu entendo.

–Bater pra fazer manobra engraçadinha. Saca só, tá vendo que essa parte é menor que a outra?

–Aham.

–A maior chama Nose e a pequena Tail. Procura deixar a maior pra frente, que assim você tem mais estabilidade.

–Ok. Mas tipo...como eu subo?

–Vou te ajudar, apoia no meu ombro e confia, não vou te deixar cair. Pronta?

–Sempre.

–Coloca os pés mais ou menos em cima dos parafusos. Isso, tá indo bem. Agora sente o balanço, tenta encontrar o ponto de equilíbrio. Flexiona um pouco o joelho que é melhor.

–Isso é meio frouxo, parece que eu vou cair.

–Não vai não, é só manter o equilíbrio. Agora eu vou te empurrar um pouquinho pra você sentir como é.

–Me empurrar? Eu vou sozinha? Como eu breco?

Pedro riu.– Você não breca, se sentir que vai cair, você pula.

–Então vou pular agora.

–Mudou de ideia? Quer desistir?

–Eu não desisto de nada. Empurra, vai.

–Devagarzinho amor. Tenta manter o seu peso pra frente tá?

Pedro empurrou ela lentamente, mas ela não quis largar sua mão e acabou perdendo o equilíbrio antes da hora.

–Fica tranquila K, se você já tá com medo de cair agora, imagina andando mesmo.

–Quem disse que eu tô com medo? Eu só não estava preparada. Agora eu estou, vamos de novo.

Ele a empurrou novamente que conseguiu andar alguns metros antes de pular.

–Aew você leva jeito! De novo.

Repetiram o exercício mais algumas vezes, até que ela, como sempre ansiosa, reclamou.

–Vai ficar só nisso?

–Não, agora vou te ensinar a remar. Coloca o pé esquerdo reto.

–Na direção do parafuso?

–Isso garota. Coloca a força nele e impulsiona com o outro. Quer que eu te seguro?

–Não, acho que eu consigo. Assim?

–Show. De novo, aí quando você subir o outro pé, endireita na base. To aqui do seu lado amor.

–Assim?

–Você tá bem de equilíbrio. Vamos treinar o impulso um pouquinho mais, daí te ensino a virar.

–Você é muito devagar.

–EU? Você que é muito estressada, eu hein. Vai então, já que você é fodona, quero ver ir mais rápido.

–Você acha que eu não consigo? Saca só. - remou um pouco mais forte e conseguiu se endireitar.

–Dobra um pouquinho o joelho. Não é que você leva jeito? Daqui duas semanas já tá andando melhor que eu.

–A gente pode vir andar depois da aula?

–Se o mestre sogrão deixar.

Repetiram mais algumas vezes e ele lhe ensinou a virar.

–Não tem muito segredo, é só colocar a pressão para o lado que quer virar, quer tentar?

–Quero. - Karina sorria conforme conseguia avançar. Pedro começou a brincar com o seu skate também e a lutadora resolveu arriscar, abaixando-se com o skate em movimento.

–Tirando onda?! Essa minha namorada aprende rápido!

Cobra e Tomtom aproximaram-se.

–O que vocês estão fazendo?

–Vendo a K arrasar.

–Quantos tombos até agora loirinha?

–Nenhum, sou foda.

–Desculpa aí.

–Vamos ver se é foda mesmo, vou te ensinar a bater agora.

Tomtom sentou para assistir e Cobra ficou observando.

–Observa o meu movimento, tu coloca o pé no tail, o outro você pode trazer um pouco mais para o meio. Aí dá a batida, saca só.

–Agora eu quero ver. - Cobra falou.

–Você tá aqui pra dar apoio moral ou pra torcer contra? - Karina implicou.

–Na verdade eu estou aqui de babá dos bebês.

–Ô babá será que dá pra ficar quietinho? Tá atrapalhando a concentração da minha aluna.

–Moleque chato.

–Eu ouvi.

Karina segurou na mão do namorado para tentar a manobra, mas não deu outra, assim que ela tentou dar a batida, o skate escorregou e ela foi direto para o chão.

Ela caiu na risada e todos riram juntos aliviados.

–De novo vai.

–Segura direito em mim. Faz assim ó, coloca todo peso no pé direito, aí você bate. Isso bate com força, pro shape bater no chão mesmo.

–Tipo isso?

–É, só que aí quando você bater, tem que tirar o pé esquerdo. Olha aqui. - fez o movimento e ela tentou copiar. Testaram mais algumas vezes.

–Esse que é o tal do ollie?

–Então o ollie é assim, mas você tem que bater e pular. Tipo, quando você bate, desliza o pé direito pra cima.

Karina foi tentar sem segurar nele e acabou no chão de novo.

–Droga.

–Machucou?

–Tô legal.

–Loirinha, sabe o pulo do Chapolin Colorado? Não contavam com minha astúcia? – Cobra tentou.

–Sei.

–É basicamente isso que você tem que fazer.

–O professor aqui sou eu, então faz um favor e fica na sua.

–Uuuuuui professor. Só queria ajudar.

–Pode deixar que eu sei o que estou fazendo.

–Mas acho que agora eu entendi. A intenção foi boa Pê. Obrigada Cobra.

–Disponha.

No que a Karina pulou, foi ela e o Pedro para o chão.

–É assim que você segura ela? - Cobra implicou.

–Ela me arrastou cara, nem tive chance!

–Que saco, vocês vão ficar brigando? - Tomtom chamou a atenção.

–Tem razão, vamos dar mais um role baixinha?

–Me ensina aquela manobra?

–Vou tentar, não prometo nada.

–Desculpa Pê, acho que eu não sirvo pra isso. – lamentou sentando no skate.

–O quê? Cadê aquela Esquentadinha que não desiste? K você tá começando agora, leva um tempo pra pegar o jeito mesmo. Achou mesmo que já conseguiria bater um ollie no primeiro dia?

–É. Meu bumbum tá doendo.

–Quer uma massagem?

–Para.

–Ah eu trouxe um negocinho aqui para gente brincar. - foi até a mochila e tirou quatro guarrafinhas de água.

Colocou-as em uma linha, com alguns metros de distância entre elas e pegou o seu skate passando em zigue-zague.

–Sua vez. - chamou, tentando animar a namorada.

Karina acabou se empolgando, as suas curvas eram quase "retas" mas ela conseguiu fazer o percurso sem derrubar as garrafas.

Pedro estava na ponta inicial, esperando ela fazer a volta, quando ela se desequilibrou, saindo do skate. E duas mãos lhe apararam.

–Cuidado Karina. Você não quer se machucar.

–Lobão?!

–Aprendendo a andar de skate? Já sendo influenciada pelo namorado?

–Eu não sou influenciada por ninguém.

–Certo.

–O que você quer aqui? - perguntou Pedro, chegando até eles e posicionando quase a frente da namorada.

–Calminha garoto, vim apenas conversar.

–Não tenho nada pra conversar contigo.

–Na verdade tem, filha. Eu estou montando um quarto para você, tenho certeza que vai gostar. Pintaria de rosa, mas não é o seu estilo, certo?!

–Não gasta o seu tempo e nem o seu dinheiro.

–É errado querer agradar minha filha?

–Eu sou filha do meu pai! Do Gael!

–Tem certeza? Eu pensaria melhor se fosse você. Comigo você pode ter uma carreira, pode crescer como lutadora. Jamais eu lhe diria não para algo assim. Não sou como o Gael, que vive desperdiçando talentos.

–É só nisso que você pensa né? Carreira, dinheiro? Você está armando tudo isso, só para me usar!

–Não seja ridícula. Luta feminina não dá grana.

–Então qual é a sua?

–Eu só quero ter uma ligação contigo, por que é tão difícil de acreditar?

–Porque você não se importa com ninguém além de si mesmo, Lobão. - respondeu Cobra, nas suas costas.

–Cobreloa. Claro que você também estaria aqui.

–Estou e acho melhor você ir embora.

–Tranquilo. Eu só queria avisar do quarto mesmo. Em breve estaremos juntos.

–Isso não vai acontecer! –Karina replicou.

–Veremos. - enfim Lobão retirou-se, mas o silêncio e o clima de tensão permaneceu.

Pedro beijou a testa da namorada e a abraçou.

Resolveram voltar para casa, já estava ficando tarde e no outro dia teriam aula. Logo Dandara e Gael chegariam da viagem e Karina, Bianca e João precisariam estar à espera.

–Você vai ficar bem?

–Vou. Fica tranquilo.

–Ficou estranha depois que aquele cara apareceu. Queria ficar contigo, mas minha mãe ligou mandando ir para casa.

–Eu sei Pê. Só não queria ter visto aquele cara, mas vai passar.

–Qualquer coisa me liga, eu dou um jeito de vir.

–Tá bom meu lindo. Boa noite.

–Boa noite.

*****

No outro dia todos da família Duarte acordaram cedo, animados com a reabertura da academia. Finalmente suas rotinas voltariam ao normal. Na noite passada o chefe da casa tinha voltado de lua de mel com sua esposa - Dandara. Apesar do cansaço pela viagem, estavam felizes e contaram como foi tudo para os filhos.

João como o habitual, não demonstrava estar feliz. Mas já era esperado que ele iria estranhar a casa, embora tenha gostado do seu quarto.

O café da manhã Dandara fizera questão de preparar. A partir daquele dia o horário de Beth entrar seria mais tarde por conta disso, assim ela também poderia passar mais tempo com a filha, Sol.

Karina contava sobre a tentativa de aprender skate do dia anterior, mas deixara de lado a parte que o rival de seu pai aparecera.

Em poucos minutos todos dirigiram-se para a Fábrica e seus respectivos afazeres.

Quando Gael chegou, a academia estava lotada por seus alunos. Todos contaram os dias até aquele momento, onde poderiam retornar ao treino e suas rotinas.

–Gostou Mestre? - perguntou Duca, ao reparar que ele observava as mudanças que eles fizeram.

–Ficou muito bom! A parede de troféus quem fez?

–A Karina, o Cobra e o Duca, mestre. - respondeu Zé.

–Ficou bem além das minhas expectativas. Meus parabéns. Agora chega de moleza cambada, VAMBORA QUE O ÚLTIMO DIA FÁCIL FOI ONTEM!

Todos gritaram em resposta e por um momento ele sentiu-se o rei de Esparta.

No final da manhã, o mestre foi interrompido por um desconhecido.

–Mestre Gael. - chamou, realizando o comprimento típico dos lutadores.

–Eu mesmo. E você, quem é?

–O mestre Gracie entrou em contato sobre mim.

–Claro! Ele falou muito bem de você.

–É uma honra poder treinar contigo, Mestre. Tenho grande admiração por sua carreira.

–Conhecendo o Gracie, não preciso dizer que aqui não terá moleza. Já está instalado?

–Sim, já falei com a Dona Dalva como me foi recomendado. Ela me recebeu muito bem.

–Acredito, a Dona Dalva é uma pessoa ímpar. Bom, junte-se aos demais então. Pessoal, quero que dêem as boas vindas ao novo aluno. Ele é faixa marrom em jiu jitsu e treinava com um grande amigo meu, o Gracie.

O pessoal o saudou, alguns impressionados com o "currículo" do lutador. Karina e Duca que treinavam juntos, viraram-se para olhar e surpreenderam-se.

–Você?!


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Notas finais do capítulo

Uh quais as expectativas de vocês para os próximos capítulos? Contem-me!
Quem será que veio de outra cidade para lutar com eles?

Em breve vou liberar o quiz sobre a fanfic que eu tinha combinado.
Beijos!

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