Impossibilidades Perina escrita por Lilith


Capítulo 47
Capítulo XLVI


Notas iniciais do capítulo

Oi seus lindos! Tudo bem?
Capítulo novinho para vocês



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Realmente a garota não esperava pelo que encontrou. Surpreendeu-se, mas não de uma maneira ruim.

Dentro da caixinha tinham vários cartõezinhos escritos coisas como:

Vale beijo; vale abraço; vale cafuné; vale cinema; vale uma dança; vale uma música; vale meus pensamentos; vale pedido de desculpas; vale um verso; vale amasso; vale contemplar estrelas; vale abraço de urso; vale mordidinhas; vale beijo no pescoço; vale filme com pipoca; vale massagem. vale me desconcentrar; vale sorvete; vale apertar; vale uma foto e muitos outros.

Karina sorriu em silêncio, admirando os cartõezinhos.

–Fala alguma coisa. Não curtiu?

–Então você é o verdadeiro tesouro? - Karina riu.

–Pensei que seria divertido. Mas parece que você está pensando que não valeu todo o esforço. - respondeu envergonhado.

–Agora eu estou pensando que meu namorado não existe! De onde você tira essas ideias?

Pedro deu de ombros.

–Se eu soubesse que o tesouro era esse, teria movido céus e terras por ele. E se esses "vale-Pedro" caem na mão de outra garota?

–Por isso que você tem que cuidar muito bem desse tesouro, viu Esquentadinha?

–Vou cuidar. - deu um selinho nele. – Pê, gostei muito de toda essa brincadeira. Obrigada.

–Então que tal usarmos algumas fichas?

–Ótima ideia. Deixa eu ver...eu quero... - escolheu um cartãozinho e entregou para ele. (beijo com pegada)

Pedro estava de cabeça baixa, lendo o papel e Karina percebeu um sorriso em seus lábios. Quando ergueu o rosto, olhou de forma tão intensa para ela que a fez sentir um arrepio na nuca. Se aproximou um pouco mais e a puxou pela cintura, como ela ainda estava sentada sobre os calcanhares, ficou meio por cima dele. Levou a outra mão para a mandíbula da garota e desceu sua boca na dela. O beijo era uma carícia quente, forte. Pedro a segurava com firmeza, o que fez o corpo de Karina arder em cada centímetro. Por alguns minutos esqueceu tudo o que estava a sua volta e se concentrou apenas nele.

Aqueles lábios cheios que a beijavam com tanta vontade, a mão que apertava sua cintura, o cabelo espesso e castanho ao qual ela emaranhava seus dedos, acariciando-o. Seu cheiro que em momentos assim a inundava. A língua que agora acariciava a sua tão lentamente.

Pedro meio que foi perdendo a linha e ao tentar descer sua mão da cintura da garota, ela a segurou, interrompendo o beijo.

–Pedro a gente está em público!

–Ninguém está olhando. - passou a beijar seu pescoço.

–Pê, não faz assim.

–Assim como? - provocou, passando o nariz pelo pescoço dela, sugando levemente o ponto atrás da orelha, o que a fez fechar os olhos. -Assim? - sussurrou em seu ouvido, mordiscando o lóbulo e provocando um arrepio que foi visível.

Ele riu e a abraçou. -Com frio, linda?

–Frio seu cretino?! - brincou.

–Ok, o que podemos fazer então? Já que não posso te beijar...

–Não disse que você não pode me beijar. Só que aqui tem gente demais para isso.

–É que anda meio difícil da gente ter um momento assim, só nosso. Sem irmãs, lutadores ou pais por perto.

–Vem, me ajuda a guardar as coisas. - K levantou-se e tentou puxá-lo.

–Você não tem que ir para casa só no fim da tarde? Não quero ir embora agora.

–Quem falou em ir embora? Só quero procurar um lugar mais tranquilo.

–Ah, entendi. Acho que eu conheço o lugar perfeito!

–Então vem me ajudar.

Guardaram as coisas do piquenique dentro da cesta e também o prêmio de Karina dentro da mochila do garoto, que pegou seu violão, a manta e partiu para mais fundo dentre as árvores.

–Ficou quieta por quê?

–Apenas pensando.

–Sobre?

–Você conhece o lugar perfeito? Quer dizer que já trouxe outras garotas para cá?

–Preciso mesmo responder? Não quero que brigue comigo.

–Agora nem precisa, já sei a resposta. Mas eu não vou brigar não, só estou curiosa.

–Eu nunca fiz um piquenique com outra garota. Exceto minha mãe, a Tomtom e a tia Dandara.

–Mas trouxe outras garotas para cá?

–Trouxe não é bem a palavra...desde que me mudei que venho andar de skate aqui quase todos os dias.

–Ah, então foi uma de suas fãs? Não sei por que vocês dão bola pra essas paga-paus.

–Por que não daria? Algumas são gente boa e mina gost...bonita é o que não falta.

–É só isso que importa para vocês não é? Se a menina é gostosa?

–Não...mas se você vai ficar com uma pessoa só uma vez, não precisa se preocupar com outros aspectos.

–Nossa...que legal saber que você não tem muitos critérios.

–Ei, também não é o que eu estou querendo dizer. Eu não ficava com qualquer uma.

–Mas ficava com várias.

–Falou certinho linda, ficava.

Karina ficou em silêncio, mas aceitou bem a resposta do namorado. Parece que ele sempre sabia o que dizer e ela realmente não queria brigar, ficar pensando em quem ele já trouxe ali e o que ele já fez só estragaria sua tarde. Ele estava com ela agora.

Pela postura dele, parecia incomodado com a conversa. Era difícil ver Pedro irritado.

–Ei, não fica bravo. - pediu pegando a mão dele, que nada respondeu.–Pê?

–Eu não gosto disso.

–Disso o quê?

–Essas conversas. Eu sempre fui tranquilo nessa questão de ficar com várias garotas porque eu era solteiro e estava aproveitando, não vejo nada de mal nisso. Mas você sempre faz parecer que é uma coisa para eu me envergonhar.

–Eu não queria...

Interrompeu-a: –Seria lindo se eu te dissesse que se pudesse escolher não faria tudo de novo e também seria uma mentira. Não seria justo comigo e nem com elas.

–Já entendi. - respondeu meio emburrada, não querendo ouvir mais.

–Acho que não. Estou dizendo que nós dois temos um passado e quanto antes aceitarmos isso, melhor. Evita todo esse mimimi.

–É mesmo? Então você vai aceitar a minha amizade com o Cobra e parar de mimimi também?

–É diferente.

–Não vejo como! - irritou-se.

–Falo de passado, esse cara está bem presente em sua vida.

–Como amigo! Ele é meu brother e quanto antes você aceitar isso, melhor para você.

–Eu me pergunto se você ficaria confortável se eu tivesse uma bff menina.

–Ficaria ué, não tem nada demais. Não combinamos que não íamos brigar?

–Eu só queria que você parasse com essa insegurança em relação as outras garotas. Estou totalmente na sua.

–Se você diz.

–Chegamos. - falou puxando-a para uma árvore com o tronco bem grande.

Essa árvore era bem larga e ficava praticamente ao lado da pedreira. Realmente era um lugar tranquilo e seria difícil alguém passar por ali.

–Nossa é praticamente no limite do parque.

–Aham, acho que podemos ficar mais sossegados aqui.

Pedro apoiou as coisas e esticou a manta no chão novamente, sentando-se e procurando água para beber na cesta.

–Quer água? - perguntou para a namorada que sentou ao seu lado.

–Valeu. Sabe o que cairia bem agora? Aqueles brigadeiros!

–Boa! – pegou o pote com os brigadeiros e passaram a comer. –Agora é você quem está quieta.

–Não sei lidar com esse seu lado estúpido.

–Eu fui estúpido? - perguntou de boca cheia.

–Um pouco.

–Desculpa, não fiz de propósito.

–A gente vive entre tapas e beijos né?

–É mas eu prefiro a parte dos beijos! Vem aqui que eu vou apagar esses últimos minutos da sua mente.

–Agora é MIB? - ela brincou.

–Ia ser louco! Já pensou ter um neutralizador?

–Ia usar direto no meu pai hahahahahahahaha.

–Cê é louca! Não duvido o mestre ser imune a essas coisas da mente.

–Aí doido, você acha que existem ETs?

–Sinceramente? Eu acredito sim. A gente é pequeno demais, para a imensidão do universo. Muita pretensão pensar que estamos sozinhos.

–Eu também acho! Quando acampava com meu pai e os alunos dele, eu demorava para conseguir dormir, então meu pai deitava comigo do lado de fora da barraca e ficávamos observando as estrelas. Várias vezes vimos pontinhos luminosos que não andavam em linha reta, ou que sumiam do nada. Sei lá, eu acredito.

–Shakespeare, ETs...estou gostando de descobrir essas coisas sobre você. Me conta mais alguma coisa que eu ainda não saiba?

–Putz, sei lá. Hum...eu adoro pisar em folhas secas!

–Ah isso eu percebi!

–Percebeu como?

–Vou mostrar. - Pedro levantou-se - Karina andando na grama normal. -caminhou imitando ela, meio rebolando.– Karina andando sobre folhas secas. - começou a andar meio empolgado e saltitante, imitando a atitude da garota de quando entraram na mata, que provavelmente fora inconsciente.

–Eu não ando assim! - não pode evitar rir da imitação.

–Anda sim, linda! Fica meio óbvio que você gosta né? Criança. - mostrou a língua.

–Pareço criança para você, Pedro Ramos? - provocou apoiando uma mão na árvore.

–Nope. Parece uma dríade¹.

Karina corou levemente diante do elogio.

–K tem algo que ainda não te contei da última flor. - comentou se aproximando dela.

–O quê? Conta!

–Os europeus costumavam presentear suas amadas com amor perfeito, antes de viajarem. Como uma garantia de que seu amor não seria esquecido e que elas permaneceriam em seus pensamentos.

–Eita, por acaso você vai viajar?

–Não, mas queria que você soubesse que sempre estará no meu pensamento. - apoiou o braço esquerdo na árvore, ao lado da cabeça dela.

–Bom, porque eu não vou permitir mesmo que você me esqueça! – fechou a mão na camiseta dele, e ergueu-se nas pontas dos pés, buscando seus lábios.

Pedro repousou a outra mão também na árvore e curvou-se para beijá-la, prendendo-a contra o tronco com seu corpo.

Foi um beijo intenso, porém calmo. Nenhum dos dois estava com pressa para interromper aquele momento. Separaram-se somente quando faltou o ar.

–Por que você está rindo? - perguntou sem entender.

–Não sei porque, mas lembrei agora do nosso primeiro beijo. Você lembra?

–Óbvio, me realizei te batendo naquele dia!

–Eu me realizei te beijando...cara você era muito Esquentadinha!

–Você me provocava! Eu estava com tanta raiva de você...é até engraçado lembrar.

–Até que eu te beijei e você caiu de amores por mim.

–Cai nada, fiquei com mais raiva, isso sim!

–Aposto que você não conseguiu dormir e ficou pensando no beijo.

–Vai sonhando, tá para nascer homem que vai me fazer perder o sono!

–Olha quem está de volta, a Esquentadinha! – brincou.

–Três coisas para mim são sagradas moleque: comer, dormir e lutar. Se algum dia eu perder a vontade delas por causa de alguém é porque a coisa está feia meeesmo.

–Você nunca perdeu a fome por minha causa? Duvido!

–Mas é muito convencido mesmo.

–Você mesma que falou que meu beijo é o melhor.

–Só para te deixar feliz.

–Apelona.

–Pedro, você lembra daquele nosso beijo no seu quarto, antes da gente namorar?

–Qual?

–Que você estava só de toalha...

–E como lembro! Nunca esperei um beijo daqueles vindo de você.

–Por que?

–Ué, toda tímida e do nada me agarra seminu. Não que eu esteja reclamando.

–Tanta coisa aconteceu né. Quanto tempo será que faz que estamos juntos?

–Você não marcou a data?

–Não. Você sabe?

–Sei. Mas não vou te contar. Não agora.

–Chato.

–Boba.

–Louco.

–Louco por você! - brincou, abraçando-a.

Karina deslizou as mãos das costas dele e apertou o bumbum do garoto, fazendo-o rir.

–Só abusa de mim!

–Você gosta! Ainda tem brigadeiro?

–Tem! Minha mãe manda muito bem nos doces né?!

–Uhum, está delicioso! - sentou-se na manta, de frente para ele e comeu um docinho.– Se bem que pode ficar melhor. - pegou um brigadeiro e colocou na boca do namorado, beijando-o em seguida.

–Isso é bom! - Pedro pegou outro brigadeiro e repetiu os movimentos da namorada.

Repetiram a brincadeira até os doces acabarem.

Karina pegou o celular e resolveu colocar uma musiquinha para escutarem enquanto namoravam. Tinham menos de duas horas antes de ir embora.

–Sobre o que você quer conversar agora? – perguntou deitando-se na manta, com a cabeça apoiada na mochila.

–Conversar? Acho que eu tenho uma ideia melhor... - Karina engatinhou sobre o namorado e ele abriu um sorriso safado, beijando-a em seguida.


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Notas finais do capítulo

¹A dríade ou dríada, na mitologia grega, era uma ninfa associada aos carvalhos. De acordo com uma antiga lenda, cada dríade nascia junto com uma determinada árvore, da qual ela exalava.

A dríade vivia na árvore ou próxima a ela. Quando a sua árvore era cortada ou morta, a divindade também morria. Os deuses freqüentemente puniam quem destruía uma árvore. A palavra dríade era também usada num sentido geral para as ninfas que viviam na floresta.

Gente essa foto é muito perfeita né? Esse olhar do Rafa...ai ai
Doida para ver o Pedrinho sofrendo hoje na novela! Quero ele pra miiiiiiim
Agora vamos combinar que o Gael está empata demais, acho que já deu né? É coerente com o personagem dele, mas poxa, nossos divos não podem dar nenhum beijinho direito!
E Santovitti nos deixando de castigo, só observo.
Tenho tanta coisa que quero falar com vocês, mas vamos colocando aos poucos né.
Fiquei feliz por ver várias de vocês nos coments, só que alguém me explica cadê o resto dos meus leitores? Ler eu sei que leram pq as views ontem foram quase 4.000. Por que não comentam? Estou carente :(