Impossibilidades Perina escrita por Lilith


Capítulo 43
Capítulo XLII


Notas iniciais do capítulo

Estão ouvindo os fogos de artifício? É isso mesmo, Impossibilidades está de volta, com pelo menos um capítulo por dia!
E agora para compensar vocês vamos ao combinado e a sequência tão esperada por vocês.
Espero que aproveitem!
Ahhhh estamos comemorando mais de 50.000 acessos, bem que vocês podiam fazer um esforcinho e favoritar a fic né? Please? (carinha do gato de botas)



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–Karina? - Pedro chamou parando próximo dos amigos na calçada. - Posso falar contigo?

–Aí moleque, não está vendo que estamos ocupados?

–Fica na sua, que meu papo é com ela.

–Cobra, deixa que eu resolvo isso, valeu?– Karina pediu, direcionando o olhar para o namorado.

Mas o amigo não lhe deu ouvidos, quando ficava irritado não conseguia se controlar: - Folgado você. Ignorou ela a semana toda e agora que ela está tranquila com a gente vem querendo conversar?

–Não fala o que você não sabe. – o músico respondeu calmo, controlado.

–Ela não vai falar contigo agora. A Karina não é dessas que está disponível a hora que você quer.

–Cobra! Eu já falei... – foi interrompida.

–Vai embora daqui guitarrista, antes que eu resolva fazer você ir. – ameaçou indo para cima do músico.

–Eu não quero briga. – Pedro deu alguns passos para trás e falou para a namorada – A hora que você estiver disponível para mim, me procura.

–Pedro, espera! - mas o garoto já tinha ido.– Cobra por que você fez isso?

–E você ainda pergunta?

–Eu detesto que se metam em meus assuntos!

–Eu só quero o seu bem!

–Isso não te dá o direito de responder por mim!

–Ah então você ia correndo conversar com ele? Você é idiota Karina? – irritou-se.

Você sabia que eu estava esperando ele vir falar comigo! Ele vem e você estraga tudo?

–Eu estrago? Esse cara só veio te procurar porque ficou com ciúmes.

–Você não sabe!

–Ei na boa, vocês não vão brigar não é? – Zé interrompeu.

–É gente, vocês são amigos. - Ajudou Max.

–K, o Cobra só quis ajudar, não fica brava com ele.– Zé continuou.

–Uma coisa é você brincar comigo, me fazer companhia, me animar quando estou mal. Outra bem diferente é você achar que pode fazer escolhas por mim!

–Eu só não gostei desse cara te fazendo de boba.

–Você devia me conhecer melhor. - ela o enfrentou e após encararem-se por alguns segundos, deu meia volta e começou a atravessar a rua.

–Ei, aonde você vai?

–Ouvir o que ele tem a dizer. - ela respondeu sem virar-se.

Cobra suspirou, cansado. Essa amiga dele era difícil, mas o que ele poderia fazer? A adorava!–Te espero aqui. - respondeu contrariado.

–Não. Meninos, valeu pela companhia. Eu vou ficar bem, podem ir embora. - dessa vez resolveu olhar para os amigos ao falar.

–E se vocês brigarem novamente? - Cobra perguntou.

–Eu vou ficar bem.

–Teimosa.

–Sem batata para você da próxima vez, Cobreloa! - ela brincou enquanto desaparecia pela porta do Perfeitão.

–Relaxa Cobra, a K sabe o que está fazendo.

–Viu? Já até te desculpou. Bora jogar sinuca?

–Bora. – respondeu, embora tenha demorado a seguir os amigos.

*****

Karina não localizou Pedro no Perfeitão e resolveu verificar com Delma.

–Oi Delma!

–Oi K, esqueceu alguma coisa?

–Na verdade eu vim falar com o Pedro, mas ele não está aqui.

–Ele acabou de entrar, se quiser pode ir conversar com ele.

–Posso mesmo?

–Claro minha filha, entra lá.

–Obrigada.

A garota entrou pela porta que dá acesso à casa. Procurou pela cozinha e sala e nada.

Subiu para o andar superior, a porta do quarto do guitarrista estava fechada e uma música soava baixinho, provavelmente do computador. Respirou fundo e pesou suas possibilidades: tinha 50% de chance de ele se desculpar, 50% de ele terminar com ela. Percebeu que embora esperasse tanto por essa conversa, ao chegar a hora não sabia se estava pronta.

Segurava a maçaneta com tanta força que os nós de seus dedos estavam brancos. Por fim a soltou e encostou as costas na porta, enquanto criava coragem para entrar e ouvir o que ele tinha a dizer-lhe.

Pedro foi na janela para tentar ver se sua namorada ainda estava com os amigos na praça, entretanto não tinha mais ninguém por lá. Ele demorou muito para procurá-la e a Karina deveria estar chateada com ele, claro que não aceitaria conversar assim de cara, orgulhosa como era. Ele teria que pensar em uma forma de prender sua atenção.

–Minha Nossa Senhora da Guitarra Elétrica me dá uma ajuda para falar com a Esquentadinha, por favor! – juntou as mãos em uma prece.

A noite estava muito quente e ele resolveu tomar um copo de água, quando abriu a porta do quarto...bam!

–Ahhhhh! Estúpido! – Karina caiu para dentro, surpreendida quando o garoto abriu a porta a qual ela estava encostada.

–Esquentadinha? – perguntou bobo, descrente por sua prece ser atendida tão rapidamente– Funcionou? Muito obrigado!

–Obrigado o quê, doido? Me solta, não preciso de ajuda. – falou se levantando.– Vai ficar me olhando com essa cara ou vai responder?

–É que...esquece, se eu falar ninguém vai acreditar.

–Pedro, você estava bebendo? - perguntou passando a procurar por algum indício de álcool no quarto.

–Claro que não. – recuperando-se do susto, resolveu provocá-la – Cadê seu cão de guarda?

–Olha aqui moleque, eu vim porque pensei que tinha algo importante para me falar, mas se você for ficar me provocando me avisa que eu vou embora! - esbravejou.

Pedro respondeu dando as costas para ela enquanto cutucava o cantinho de um pôster: - Quem diria, nós dois de volta ao início. Provocações, brigas...agora só falta você me bater.

–Pois é, até no chão você me derrubou! Como consegue ser tão atrapalhado?

–Ah agora você acha que eu fiz de propósito? Como eu ia saber que a Esquentadinha estaria na minha porta? - lembrando da discussão com o Cobra minutos antes, enciumou-se–Pensei que você não tinha mais tempo para perder comigo, só com os seus amiguinhos. Afinal o que é um guitarrista, poeta e maluco no meio daqueles lutadores fortões né?

Meu guitarrista, poeta e maluco, você quer dizer. - o garoto a olhou por sobre o ombro, surpreendido com a resposta e ela continuou, fazendo com que ele virasse de frente para olha-la diretamente nos olhos.– e eu te digo o que: é o cara por quem eu me apaixonei. No meio de todos aqueles fortões...foi logo esse maluco que eu quis.

–Quis?

–Quero.

Eles se encararam por um longo tempo, para ele era fácil se perder na imensidão daqueles olhos azuis.

–Eu sou um idiota mesmo.

Karina deu um meio sorriso. -Finalmente alguma coisa que a gente concorda.

–Eu sei de outra coisa em que concordamos muito bem.

–Ah é? Qual?

–Essa. - enlaçou-a pela cintura, colando seus corpos e colocou a outra mão na lateral do rosto, guiando os lábios da garota até os seus em um beijo ardente.

Karina depositou toda a saudade que sentiu naquela semana neste beijo. Desde que tinha permitido a entrada do garoto em sua vida já não sentia mais o costumeiro vazio em seu coração, mas nos últimos dias esse espaçozinho em seu peito voltara a doer. Conforme os lábios dele encostaram nos seus, sentiu um calor que percorreu suas veias e preencheu seu coração deliciosamente. Como não sentir falta dessa boca tão gostosa e firme, do coração batendo erraticamente, a respiração faltando e essa sensação de êxtase, que só eram provocadas quando eles se tocavam?

Pedro pode constatar com aquele beijo de que já não haviam dúvidas, por mais impossibilidades que a vida lhe apresentasse, ele lutaria por essa Esquentadinha.

Naquele momento não existiam brigas, não existiam problemas ou sequer qualquer desafio que eles não enfrentassem para ficar juntos.

Separaram-se somente quando ficou difícil respirar. Após alguns segundos se recuperando, com as testas ainda coladas, Pedro falou:

–Preciso te falar uma coisa.

–Eu sei, foi para isso que vim aqui. Pedro, eu juro que se eu soubesse que tinha qualquer chance do Felipe fazer o que fez, eu não teria ficado tão tranquila com ele. Eu realmente não imaginava... – o músico a interrompeu.

–K, sou eu quem precisa se desculpar aqui.

–Deixa eu terminar. Eu cresci no meio de meninos, mas não é a mesma coisa sabe? Nunca precisei me preocupar muito porque eles sempre me viram como um garoto também, esse ano que parece que as coisas mudaram e eu nem sei explicar o por quê. Além do mais eles sempre respeitaram muito o meu pai e nunca se meteram a besta comigo...você entende? Eu não imaginava uma atitude ousada daquela, quer dizer, até agora estou tentando entender o que ele esperava com aquilo, afinal, estava bem claro que eu sou sua namorada.

–Ele queria te ganhar. Ele mesmo falou, te mostrar o que você estava perdendo, não foi?

–Para ser sincera eu nem prestei muita atenção no beijo...

–Ah então quer dizer que a boca dele não é mais gostosa que a do Pedroso aqui?

–Sério que você estava preocupado com isso? Sem chance de qualquer boca superar essa daqui... - contornou a boca dele com o dedo lentamente e acabou não resistindo, o beijando novamente.

–Foco Esquentadinha.

–Desculpe. Mas antes de qualquer coisa eu preciso puxar a sua orelha, moleque.

–I lá vem.

–É, você me faz prometer que vou me esforçar para me abrir mais contigo e quando é a sua vez o que você faz? Me dá um gelo de uma semana! Cadê coerência?

–Desculpe...é que eu estava... com vergonha.

–Vergonha Pê?

–Nem vem com essa, você viu tudo o que aconteceu. Depois daquilo eu mal conseguia te encarar...é que você é tão forte Esquentadinha e não é só fisicamente, sabe? Eu me senti um nada.

–Isso não é verdade Pedro. Eu tenho muitas fraquezas e você também é forte, à sua maneira. Sua força está nas suas músicas, no seu senso de humor. Olha só, se alguém fica bravo contigo e você responde espirituoso, você desarma a pessoa. Não agindo dessa forma como tem agido, isso não é você. E eu preciso que você seja exatamente quem você é, porque assim a gente se equilibra, entende?

O músico acariciou a bochecha da garota com o polegar.– Você me fala essas coisas e eu só consigo pensar em como fui idiota. Eu sei que devia ter conversado contigo antes, mas eu simplesmente não conseguia, estava muito confuso.

–Você considerou terminar comigo?

–Sou idiota, não burro Esquentadinha! Terminar e perder uma gata dessa?

–Então você só está interessado em meus dotes físicos?

–Claro que não, também me interesso pelo seu intelecto. Vish, falei bonito agora hein?

–Bobo. Mas me fala uma coisa, o que te fez querer falar comigo agora? Ciúmes?

–Eu estava com ciúmes sim, não vou negar. Mas não foi isso, foi isso. - pegou o celular e colocou para ela ouvir a gravação do mestre Gael.

–Isso é meu pai?

–Exatamente, sabedoria do mestre Gael.

–Meu pai veio falar contigo? Quando?

–Ontem, mas não fica braba com ele.

–Não estou, só surpresa. Então ajudou?

–É, me ajudou bastante. Acha que pode me perdoar por ter agido como um idiota completo nessa semana?

–Posso, seu bobo ciumento!

–Eu não tenho culpa se tenho a namorada mais gata do Rio!

Abraçaram-se e Pedro percebeu que a garota ficou séria de repente.

–O que foi? Falei algo errado?

–É só que...deixa.

–Não senhorita, acabamos de nos resolver por deixar de falar. Vamos, me conta!

–Quando vai ser a próxima vez em que você terá dúvidas sobre nós? – Pedro começou a negar, mas ela o cortou - Deixa eu terminar. Eu não sou como as outras garotas, hoje você até gosta disso, mas será que um dia não vai cansar e passar a brigar comigo para usar vestidos e salto?

–Ok eu só faria isso se eu estivesse querendo apanhar, não vai rolar.

–Estou falando sério.

–Desculpa. Olha K, não dá para a gente de viver de certezas. Eu fiquei meio abalado sim essa semana, não posso te dizer que isso nunca mais vai acontecer. Mas eu gosto de você exatamente desse jeito esquentadinho e o que eu posso prometer é que vamos lutar contra qualquer dúvida que possa surgir. Fechou?

–Fechou.

Selaram o trato com um beijo e o celular de Karina informou que a bateria estava acabando, atentando-a para o horário.

–Vish já é meia noite!

–O mestre está em casa?

–Espero que ele ainda não tenha chegado, saiu com a sua tia. De qualquer forma eu tenho que ir.

–Essa hora? Acho que você devia dormir aqui.

–Claro e meu pai estaria totalmente de acordo. Melhor não forçar, acabamos de nos reconciliar.

–Ok, mas posso te ver amanhã?

–Pode, namorado.

–Então vamos, eu te acompanho até em casa.

–Não precisa, eu sei me cuidar.

–Não tenho dúvidas, mas quero aproveitar mais alguns minutinhos contigo.

O garoto a acompanhou pelo caminho, se despedindo quando chegaram na porta do sobrado.

Quando Pedro voltou para seu quarto, foi colocar o celular na mesa do computador quando avistou algo muito importante.


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Notas finais do capítulo

E então, estou perdoada? Deu para matar um pouquinho a saudade?
Para quem me pediu o link e pensou: Nossa, aquela chata da Lilith não me mandou, uma dica: dá uma olhadinha na barra superior da página, no canto direito. Está escrito Mensagens. É por aí que eu mandei, se mesmo assim não tiver recebido, pode pedir novamente que eu devo ter me enrolado.
E Malhação gente, adorei os últimos capítulos. Andava meio chatinho para mim, mas parece que a trama está se recuperando. E fiquei com uma dózinha do Pedro hoje, não dava para ele amarrar a Karina para ela não lutar, se ele recusasse emprestar o documento, acho que ela nunca mais falava com ele. Mesmo assim ela mandou bem, queria ver ela lutando contra as meninas, embora acho que seria difícil ela ganhar da Naty.
A Mary nem apareceu né e achei fofo a Jade indo torcer pelo Cobra, acho que a Bi mesmo terminada tbm deveria ter ido. E no momento estou com raiva da Sol, não acho errado ela aproveitar a oportunidade, mas achei ela muito deslumbrada e inconsequente. E vocês, o que pensam?



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