Impossibilidades Perina escrita por Lilith


Capítulo 41
Capítulo XL


Notas iniciais do capítulo

Tenho tanta coisa para comentar com vocês, que nem lembro direito!
Beijos e boa leitura!



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–Sem moral hein primo? O cara beija a sua namorada na sua frente?

–Pra você ver. Aqui, você acha que eu tenho cara de pamonha?

–Não....não. O problema é que você tem esse jeito aí de ser legal com todo mundo, tem gente que abusa. Cara de bom moço, saca?

–O Duca também tem cara de bom moço e mesmo assim todo mundo respeita ele.

–É diferente, ele é bombado né.

–E eu um fracote. – comentou desanimado.

–Relaxa que já foi. O cara mora em outro estado, você nem vai trombar com ele mais.

–Não consigo. Me sinto o cocô do cavalo do bandido.

–Bobagem Pedro, a maioria das pessoas não sabe lutar. Tu brigou com um lutador de Jiu-jitsu, queria o quê? Para com esse complexo de herói.

–Pode ser, mas eu nunca parei para pensar que ela me protegeria e não o contrário. Sério, isso não entra na minha cabeça.

–Se isso te incomoda tanto, por que não treina Muay Thai? Certeza que rola um desconto com o professor de briga.

–Eu pensei nisso, mas eu não gosto sabe? Sou músico, meu negócio não é ficar socando um saco por horas a fio.

–Então relaxa e aceita que a Esquentadinha pode defender os dois.

–Isso é constrangedor. Que espécie de homem eu sou?

–Do tipo que é contra a violência. Para mim violência só no videogame. Isso não faz da gente menos homem pô.

–Claro que não. Mas ser defendido pela namorada faz.

–Não viaja, a Pri também luta e confesso que não me importo se ela quiser me defender. Só mostra que ela se importa contigo. Além disso a K sempre foi esquentada, quando você se envolveu com ela já sabia disso. Tu tem sorte de ter uma gata dessa, agora vai ficar aí chorando?

–Não estou chorando.

–Que isso, só está parecendo uma velhinha de tanto que resmunga. Olha, a gente pode fazer umas coisas de macho se isso te fizer sentir melhor.

–Tipo o quê?

–Sei lá, tipo assistir filmes do Chuck Norris, conversar sobre carros, assistir futebol, ver site de mulher pelada, beber água da torneira... está rindo do quê?

–Jonny, tu até tava indo bem. Mas o quê beber água da torneira tem a ver? – explicou rindo.

–Ah sei lá, tem que ser muito macho para não ligar para todas as bactérias, sujeira...

–Comédia! Bora que já tocou o sinal! – falou enquanto dava um pescotapa no primo.

*****

–Cheguei. – Pri anunciou ao sentar-se do lado de Karina e puxar os fones de ouvido que ela usava.–Ei. Pensei que ia ficar com o João.

–E deixar minha melhor amiga sozinha? Não viaja né.

–Por isso que eu te adoro!

–Mas então me diz, o que foi aquela ceninha na sala?

–Você viu?

–Eu estava sentada bem atrás, óbvio que vi. E mais um monte de gente né.

–Eu nunca pensei que namorar seria tão complicado.

–Qual é a crise?

–Não sei, o Pedro não quer me falar o que está sentindo. Não sei se ele está chateado pelo beijo, ou porque eu defendi ele do Felipe. Depois dizem que as mulheres que são complicadas. Acredita que ele disse que perdeu a dignidade por eu ter defendido ele?

–Não sabia que o Pedro era machista.

–No começo a gente brigou muito por questão de quem pagava a conta, acabei cedendo. Mas sério, se for isso mesmo, eu não vou aceitar tranquilo não.

–Os meninos são cheios desse negócio de orgulho né? Ainda bem que meu João não é assim.

–Desculpa amiga, mas o João não conta né?

–Por que não? Pelo menos não é o meu namorado que está transbordando testosterona. Sério amiga, ficaram o fim de semana todinho sozinhos e você não deu um jeito nisso?

–Só umas brincadeiras, estamos indo com calma. Mas também vai dizer que você o João já...cê sabe.

–Claro que já.

–Estou até vendo, você deve ter amarrado ele na cama para não fugir.

–Tá tirando? O João é nerd, mas é bem espertinho para essas coisas viu?

–Ok. Não está mais aqui quem falou.

–Fica tranquila amiga, qualquer um vê que o Pedrinho é louco por ti. Talvez ele só precise pensar mesmo.

–Eu sei, mas é tão ruim ele ficar seco comigo. Não estou acostumada.

–Pelo tanto que esse garoto já apanhou de você na vida, acho que você merece isso. Além do mais está esquecendo o primordial: outro cara te beijou na frente dele! Acha que isso não o machucou?

–Tem razão. Hoje vamos jantar na casa dele, aproveito e tento conversar com ele novamente.

–Eu também fui convidada, mas amiga se eu fosse você esperava que ele viesse conversar.

–E se ele não vier?

–Ele virá quando estiver pronto. Pensa nisso tá? Preciso passar na biblioteca, mas nos vemos à noite.

–Ok. Beijo.

*****

A família Duarte chegou no horário combinado para o jantar. As três famílias se acomodaram:

Delma Pri João Dandara

Marcelo[ ]Gael

Tomtom Karina Bianca Duca

–Eu mesma cozinhei, espero que gostem! – Delma comentou.

–E o Pedro? – Karina perguntou.

–Ué K, ele não te avisou? Foi ensaiar com a banda, disse que esse ensaio era super importante e pediu para me desculpar pela sua ausência.

–Ele deve ter esquecido de me falar. - Karina respondeu desanimada, ganhando um olhar da irmã e do pai.

–Então Gael, você tem algo para anunciar? Estamos ansiosos! - perguntou Marcelo.

–Temos, na verdade. Eu falo ou você? - perguntou para a namorada.

–Fala você. - ela respondeu com um sorriso radiante.

–Bom, conversamos bastante por esses dias e resolvemos que não temos mais motivos para adiar. Vamos nos casar!

Quase todos os presentes comemoraram, exceto Karina e João.

–Estou comovido com a consideração de vocês, nem pediram nossa opinião. - resmungou João.

–Concordo com o João, considerando que vai afetar diretamente nossas vidas. - Karina completou.

–O João eu até entendo, ele é muito ciumento. Mas você Karina? Pensei que fosse gostar. – comentou Dandara.

–Eu gostei, não é isso. Só acho que poderiam ter nos preparado, eu não quero ter que mudar de casa.

–E quem falou em mudar? Vamos morar todos lá em casa. - interviu Gael.

–E o João vai dormir onde? No nosso quarto?

–Agora eu tenho que concordar, isso não tem o menor cabimento. - comentou Bianca.

–Vocês nem esperam eu terminar de falar. Vou desfazer meu escritório e montamos o quarto do João lá.

–E suas medalhas?– a filha mais nova quis saber.

–Levo todas para a academia. Satisfeitos?

–Não diria satisfeito, mas melhorou.– comentou João.

–Ah! Minha irmã, eu fico tão feliz por vocês! – Delma tentou retomar o clima de comemoração.

–Já escolheram a data? – Marcelo ajudou.

–Dia 27 deste mês.

–Tão rápido?

–É porque faremos uma cerimônia pequena, então é fácil de organizar. – Dandara explicou.

–Além do mais vamos aproveitar que estou com a academia fechada esse mês, para viajar um final de semana.

–Ai que romântico! Eu quero ajudar com os preparativos! -Bianca comentou.

–Vão casar na igreja?

–Vamos sim Tomtom! Como eu nunca me casei e o Gael é viúvo, podemos.

–Eba! Tia, sempre quis ser daminha!

–Você vai ficar linda de daminha!

Continuaram o jantar em ritmo de alegria, Pedro não apareceu até a hora que foram embora.

Karina se preparava para dormir, quando a irmã saiu do banho.

–Maninha, você ficou desanimada assim por causa do casamento do papai?

–Não Bi, eu gosto da Dandara e o pai fica muito melhor com ela do que sozinho.

–Então por que essa cara? É o Pedro?

–É. Mas não quero falar disso não. Boa noite.

–Você não muda mesmo. Boa noite né.

*****

A sexta-feira chegou sem que o casal se falasse. Mesmo na escola, o músico sempre dava um jeito de evitar encontrar a namorada.

Karina tinha passado de triste para com raiva, afinal ninguém gosta de ser ignorado. Para ajudar ainda não podia treinar para extravasar, pois a academia permanecia fechada. Poderia ir treinar com o pessoal no parque, entretanto não achava justo com seu pai.

A semana da família Duarte foi corrida, já haviam iniciado os preparativos para o casamento. As meninas foram com Dandara escolher os convites, marcar a data na igreja e no cartório, ver o vestido de noiva e o que usariam. Delma e Tomtom também as acompanharam em alguns locais.

Naquela noite Gael e Dandara tinham saído para ir ao cinema e jantar, Bianca estava em sua casa com Duca. Karina estava enjoada de ficar em seu quarto e tão pouco estava com vontade de ver a felicidade alheia - vulgo Duanca- então decidiu dar uma volta no bairro.

Conferiu o look no espelho e saiu.

O QG fechado e todo apagado, provavelmente Cobra estava com a namorada. Nada mais de interessante por ali, acabou deitando-se no banco da praça para observar o céu.

Cobra foi até a vitrine observar o movimento da rua e acabou percebendo sua presença. Resolveu ir conversar com a amiga, que cantarolava baixinho:

"Chega simples como um temporal
Parecia que ia durar
Tantas placas e tantos sinais
Já não sei por onde caminhar

E quando olhei no espelho
Eu vi meu rosto e já não reconheci
E então vi minha história
Tão clara em cada marca que tava ali

Se o tempo hoje vai depressa
Não tá em minhas mãos
Cada minuto me interessa
Me resolvendo ou não
Quero uma fermata que possa fazer
Agora o tempo me obedecer
E só então eu deixo
Os medos e as armas."

–Eu deixo, os medos e as armas pra trás. – cantarolou juntou com ela, enquanto se debruçava por trás no encosto do banco, olhando-a de cima.

–Ei! Não tinha te percebido aí. Pensei que estava com a Jade.

–Eu estava. Pelo menos até a louca da mãe dela aparecer e fazer um escândalo pela filhinha dela estar com um zé ninguém como eu.

–Você não é um zé ninguém, Ricardo Cobreloa. Você é um lutador em crescimento e é meu melhor amigo.

–Ah é? Então vou falar para a madame Lucrécia que sou seu melhor amigo e tudo estarÁ resolvido! – brincou enquanto levantava as pernas da amiga para sentar-se, colocando-as em seu colo.

–Ela não aprova vocês juntos?

–Eu me pergunto se existe alguém dentro do padrão de perfeição que ela impõe. Para ela eu sou só um vagabundo.

–E a Jade?

–Fica do lado da mãe, diz que só quer o que é melhor para ela. - respondeu dando de ombros– K, o que fazia aqui sozinha? Aquele moleque ainda não se acertou contigo?

–Não. Para ser sincera, nem sei mais se vai.

–Já jantou?

–Não. Estou sem fome.

–Ah qual é. Vamos comer, eu pago.

–Valeu, mas não quero.

–Loirinha você nunca recusa comida. Vamos vai? – a puxou para levantar e passou o braço em seu ombro.

–No Perfeitão? Ah não!

–Não quer que eu pegue o carro sendo que tem o restaurante bem aqui né? Te orienta.

*****

Pedro ajudava seus pais no Perfeitão, quando recebeu uma mensagem de um colega de banda, era uma foto de Karina deitada no banco da praça com as pernas no colo de Cobra, que estava com a mão na perna dela.

Estava em uma guerra interna sobre ir até lá ou não, quando os dois entraram no restaurante, abraçados e perdendo o fôlego de tanto rir.


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Notas finais do capítulo

Não gosto desses dois brigados :( mas é necessário para a evolução da fic.
Mudando de assunto, eu ainda estou sofrendo o efeito de sexta para K. Perina namorando cheio de fofura, chat totalmente Santovitti - foi muito bom! - pena que o que disponibilizaram no site da novela está editado, tirou as melhores brincadeiras do Rafa, como ele falando que eles só não namoram pq ela não quer, ou ele falando que o Pedro gosta da bundinha dela :P
Agora o que mais me chocou em tudo: sério que ainda existe alguém que não tem celular por opção? Atualmente ele tem, mas gente, como essa pessoa vivia antes?
Outro assunto nada a ver, eu não odeio a Bianca, mas achei que a Naty tem muita química com o Duca. Mais alguém achou?