Impossibilidades Perina escrita por Lilith


Capítulo 40
Capítulo XXXIX


Notas iniciais do capítulo

Seus lindos, estou de volta! Fiquei esses dias longe da internet, mas agora a fanfic volta ao ritmo normal :)
Perina para vocês - porque nunca é demais!
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/540157/chapter/40

Ao entrarem no quarto, Pedro jogou-se na cama com as mãos atrás da cabeça e ficou olhando para o teto. Karina foi juntar suas coisas e arrumar a mala. Acabou arrumando a dele também, pois era muito desorganizado.

–Pedro, vamos conversar?

–Não quero conversar.

–Muito maduro da sua parte!

–Karina não me leva a mal, mas realmente preciso de um tempo.

–Você está com raiva de mim?

–Eu não quero ser grosseiro contigo. Por favor.

–Take your time.

Ela se levantou e foi em direção à porta.

–Onde você vai?

–Ver se a Bianca sabe o que fazer com esse chupão. - respondeu batendo a porta.

Pedro suspirou e pegou um caderninho que estava nas suas coisas. Ele sempre levava junto a si para escrever poesias ou músicas quando tinha inspiração, gostava bastante de escrever. Agora iria usa-lo para escrever o que estava sentindo, ajudava a ver as coisas com mais clareza quando ele relia.

"Eu não quero ficar com raiva da K, mas eu estou. Se ela não tivesse deixado aquele cara se aproximar dela no primeiro dia, nada disso teria acontecido. Entretanto é errado eu não querer que ela faça amizade com garotos, amar não é isso, não é aprisionar. Mesmo com ciúmes ela nunca me pediu para deixar de falar com ninguém."

Ele riu ao lembrar que ela ia dar um soco no garoto.

"Essa é a Esquentadinha que eu me apaixonei, ela não ia deixar barato. Eu ia apanhar para caramba, mas quando eu vi ele com as mãos nela perdi toda a minha razão. Já não me importava nada, desde que eu tirasse ele de perto. Ela luta, é claro que ela ia interferir. O problema sou eu precisar que ela me defenda, se eu lutasse também poderia encará-lo sem problema. Isso com certeza irá acontecer mais vezes, preciso achar um jeito de corrigir isso. Estou me sentindo um fraco, um nada. A namorada precisa confiar na gente, precisa se sentir segura, mas que segurança eu passo para ela, se na primeira briga que ela presencia, já dá por certo que eu vou apanhar? Nenhuma, ela também me acha um mané. E é isso o que mais me chateou nisso tudo. Nem foi tanto pensar que aquele cara beijou ela, embora isso faça o meu sangue ferver. A imagem que ela tem de mim é muito pior. Ela também me acha um nada, um palhaço que só sabe fazer rir, como disse aquele Cobra.

Acho que na verdade eu não estou chateado ou com raiva dela, mas de mim. Por não ser capaz de protege-la.

E minha boca está inchada e doendo. Será que aquele vacilão está com o olho roxo? Espero que sim porque aquele soco até machucou minha mão.

Esquentadinha...o que eu faço com você? Ou comigo...sei lá. Acho que eu não sou o cara certo para você."

*****

Pouco depois Karina retornou ao quarto.

–Você está pronto? Já está na hora de partir.– falou indo pegar sua mala.

–Deixa que eu levo para você. - ele pediu.

–Não precisa. Eu posso muito bem levar. – pegou a mala e desceu sem esperá-lo.

Na viagem de volta, ninguém conversou. Karina dormiu, Pedro ficou observando a paisagem pela janela e pensando. Bianca também acabou pegando no sono e só restou Duca para prestar atenção na estrada.

Chegaram ao aeroporto, devolveram o carro e foram fazer o check-in. Depois foram procurar algo para comer e esperaram o horário de embarque.

Na decolagem, Karina fechou os olhos para não entrar em pânico e sentiu Pedro capturar sua mão. Não abriu os olhos e tão pouco fez qualquer observação. Ele pediu um tempo e ela não ia ficar implorando a atenção dele.

Ao desembarcarem no Rio, Gael, Dandara e Marcelo os aguardavam.

Pedro e Duca foram embora com Marcelo e as meninas com Gael e Dandara.

–Depois eu quero saber tudo da viagem hein! - comentou Dandara já no carro.

–Tiramos um monte de fotos, lá é incrível! falou Bianca.

–E olha que faltou conhecer um monte de lugares hein, temos que voltar qualquer dia. - complementou Karina.

–Antes que eu me esqueça, amanhã à noite iremos jantar na casa da Delma. – o pai comentou.

–Em plena segunda? – perguntou a filha mais nova.

–É, temos algo importante para contar e esperamos vocês voltarem. – respondeu Dandara animada.

–AI MEU DEUS! Você está grávida? -gritou Bianca empolgada.

–Não meu amor, seria bom , mas não é isso. Vão ter que esperar para saber.

–Detesto surpresa. – resmungou Karina.

–Eu adoro! Nem vou conseguir dormir essa noite de tanta ansiedade! – Bianca comentou.

–Se vai ficar zumbizando, melhor nem ficar no quarto. Eu tenho aula amanhã!

–Quanto mal humor Karina! O que aconteceu hein? - perguntou Gael.

–Estou cansada da viagem, é só isso. - respondeu colocando os fones do ouvido.

*****

Karina tomava café da manhã com seu pai e contava sobre a viagem, quando ele notou algo que o fez paralisar olhando para a filha.

–Pai? Pai, estou falando aqui e nem está prestando atenção?

–Karina! O que é isso no seu pescoço? – perguntou entre dentes, segurando o garfo com mais força que o necessário.

A garota congelou e engoliu em seco ao perceber que tinha esquecido de cobrir o chupão.

–No pescoço? Ah sei lá, deve ser uma alergia, sabe como eu sou alérgica a tudo.

–Alergia? Desde quando você me dá essas desculpas esfarrapadas? Isso é um chupão! Uma pouca vergonha!

–Calma pai, não é o que você está pensando.

–E você lê mente para saber o que eu estou pensando?

–Está na sua cara, né! Isso foi uma brincadeira, o Pedro disse que ia deixar uma marca e eu falei que ele não teria coragem e ele fez só de pirraça.

–Isso é baixo! O que você quer que as pessoas pensem de você? Que é uma qualquer?

–Pai!

–Eu vou ter uma conversinha com aquele moleque! Minha filha não é gado para ele ficar marcando!

–Não pira pai, ninguém vai ver isso.

–Eu vi!

–É mas eu vou dar um jeito de cobrir. OK? Relaxa.

–Se eu ver novamente uma marquinha que seja Karina...vocês dois não vão querer ter nascido. Decorou?

–Que stress! Vou subir para estudar. Depois reclama que eu sou mal-humorada, é de família né? - resmungou saindo da mesa.

–Olha o respeito!

*****

Pedro ainda estava evitando a namorada, então ela foi sozinha para a escola. O sinal tocou logo e entrou para a aula de Biologia com seus fones no ouvido, algo que ela não fazia já tinha algum tempo, pois sempre entrava conversando com o namorado.

Sentou-se em seu olhar habitual, ele já estava lá, conversando com o primo. Ela saudou João fazendo um sinal com dois dedos, já que ele olhou para ela. O namorado olhou triste, mas também não cumprimentou.

Logo o professor entrou na sala.

–Bom dia, alunos! Sei que o final de semana foi "um bafo", mas deixem para conversar na hora do intervalo. Agora eu preciso de vocês focados aqui. – e foi explicando algumas coisas sobre a aula.

–Como acordei me sentindo misericordioso, vou permitir que escolham os parceiros para a atividade de hoje. Mas não se acostumem ok? Vamos lá.

–Pri, chega aqui. – Karina chamou.

–Pedro, se quiser pode sentar aqui comigo!– Aline que estava sentada na fileira ao lado convidou, ganhando a atenção de Karina.

–Valeu, mas eu já combinei de me sentar com o João.

–Na verdade não combinou não. – o primo respondeu alheio como sempre e recebeu um olhar feio de Pedro. –Ah claro! Combinou sim! Senta aqui primo!

–Brincadeira, você não pode dar mole né K? – Pri comentou observando a cena.

–Isso me irrita de um tanto... – suspirou.

–Cê me ligou para falar da viagem, mas te achei meio desanimada. Desembucha o que faltou da história!

–Quem disse que faltou?

–Te conheço, honey.

–Vamos lá, pessoal? Como já tinha começado a explicar, vamos observar a pressão sanguínea no pulso do nosso colega. Quero um de cada dupla de cabeça baixa na mesa, descansando em silêncio por cinco minutos. O outro marca o tempo e ao final verifica a pressão. Dúvidas? Então vamos começar. - o professor explicou, interrompendo a conversa.

Pri pediu para a amiga abaixar a cabeça, mas a parte do descansar em silêncio aparentemente foi ignorada.

–Me conta, detesto não saber o que está acontecendo.

–Ok. - A amiga sussurrou, pois o "assunto" estava sentado bem atrás delas.– Eu estava tomando café sozinha no sábado de manhã e um garoto chamado Felipe puxou conversa comigo.

–Um garoto? Tipo da nossa idade?

–Acho que ele tem 18, algo assim.

–Gatinho?

–Ah até é, luta Jiu-Jitsu.

–Adoro! Mas e aí o que rolou?

–Acabamos ficando amigos, ele estava lá com os pais, mas eles não o acompanhavam muito. Acabou ficando com a gente a maior parte do tempo.

–Deixa eu adivinhar, o Pedro ficou com ciúmes?

–Pensei ter ouvido o professor falar que era para ser feito em silêncio. -Pedro as observava falando baixo e apesar de não conseguir ouvir, algo lhe dizia que era sobre ele. Resolveu interromper. – Assim o coração não desacelera. – continuou.

–E daí? Cuida do seu coração que eu cuido do meu! – Karina respondeu rispidamente.

–É o que estou fazendo, linda. – respondeu a encarando sem o sorriso costumeiro.

–Deixa ele, continua! - Pri recuperou sua atenção.

–Então, ontem fomos conhecer uma fábrica de chocolates e estávamos na degustação quando o Felipe me beijou.

–Tipo, na boca? – perguntou arregalando os olhos.

–Foi. E eu tentei bater nele, ele me segurou e o moleque viu tudo e foi para cima dele e eu tentei separar, o que fez com que ele ficasse mais bravo comigo, só porque eu sou uma menina.

–Como assim? Que bafoooo!

–É, agora ele me pediu um tempo. Mereço?

–Agora eu entendi o climão. Caraca, mas o quê...

–Que parte do descansar em silêncio vocês não entenderam? - o professor apareceu ao lado de Pri, assustando-as.

–Nós estávamos, é que eu já estava verificando a pulsação, mas não pareceu certo.

–Deixa eu ver. – falou conferindo o pulso de Karina. - Bem aqui, pulsando alto e forte Priscila. Obviamente não pareceu certo, pois a colega não fez nada mais que falar nos últimos cinco minutos.

–Juro que não estávamos conversando.

–Não, só mexendo os lábios né? Francamente Karina, você estava melhorando significativamente nos últimos meses. Uma chance e já desanda?

–Era só brincadeira professor. Vamos fazer direito agora. – Karina tentou.

–Vão mesmo. Pedro, se importa de trocar com a Priscila? Parece que a Karina está sentindo a sua falta. – debochou o professor.

O garoto deu de ombros e levantou-se. "Desculpe." - Pri fez com os lábios enquanto trocava de lugar com o amigo.

–Eu avisei, não quis me ouvir... – Pedro falou para a namorada ao se sentar.

–Nossa, que pessoa terrível eu sou! Me prenda por isso!– ela ironizou.

–Eu posso pensar em algumas posições para te prender. – provocou olhando-a de cima a baixo.

–Eu já estou andando em gelo fino com o professor, então me faça um favor e vamos nos concentrar na experiência. Eu não estou no humor de brincar, então, se você não se importa...

–Ok Esquentadinha. Por que você não descansa?

Ela deitou a cabeça na mesa e ficou por alguns minutos.

–Você vai ficar me olhando? – Karina perguntou.

–O que, isso te incomoda agora?

–Você me incomoda!

–Uou! Quando estávamos na cama, não era essa a impressão que passava. – ergueu as mãos em defesa.

–O que? Idiota!

–Você quem começou.

–Criança.

–Segunda vez em dois dias que você me chama assim. E olha que você é a única com as ofensas aqui. Vai, abaixa essa cabeça e fica quieta.

–Você está sendo um idiota comigo!

–Desculpa, esqueci que só você pode ser grossa aqui.

–Pedro! Você também? Por favor né! – O professor chamou atenção da frente da sala.

–Desculpe professor. – quando olhou novamente para a namorada, ela já estava repousando com os olhos fechados novamente.

Depois de alguns minutos ele verificou o pulso dela e fez a anotação na folha de perguntas que o professor tinha entregado às duplas. Ela se inclinou para ler o que ele escrevia.

–"O pulso aumentou com o toque." Você não pode escrever isso!

–Por que não? O professor quer que sejamos honestos. - debochou.

–Qual é o seu problema? Diz que não quer falar comigo, mas fica me provocando! Você não pode me pedir um tempo e ficar flertando comigo ao mesmo tempo!

–Desculpe. Não consigo evitar.

–Então por que não me fala o que está acontecendo? Se você está bravo comigo pelo que aconteceu, me diz!

–Você não entende.

–Como vou entender? Você sequer se dá ao trabalho de explicar!

–Precisamos responder as outras perguntas. Vai ajudar ou não?

–Vai pro inferno, você e as perguntas! – ela falou levantando-se com o intuito de sair da sala, mas ele a segurou pelo pulso.

–Fica! O professor está na sua cola. Eu não te incomodo mais.

Ele terminou de responder enquanto ela ficou encarando o lápis que estava sobre a mesa, até que o sinal para a próxima aula tocou e ela disparou pela porta.

–Você se importa se eu ficar só com a K hoje no intervalo? - Pri perguntou para o namorado.

–Tem algo rolando entre eles né? Tudo bem, aproveito e sondo o Pedro. Acalma lá a Esquentada.

–Você é o melhor. Depois nos vemos.– deu um selinho no namorado e partiu atrás da amiga.

–Qual foi?– Pedro que o esperava na porta, perguntou.

–Somos só nós dois hoje, primo. – passou o braço pelo ombro do garoto e foram caminhando até o a próxima aula que era em salas diferentes.

Apesar de Karina ser parceira dele em Química tiveram um teste surpresa, então nem trocaram nenhuma palavra.

Quando o sinal para o intervalo tocou, João o esperava a caminho do refeitório.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí sentiram falta da fic? Acho que posto mais dois capítulos hoje para compensar.
Gente estou achando o namoro Perina tão, mas tão fofo na novela. Melhor do que eu esperava e depois que li o resumo relaxei um pouco. Pensei que iam acabar com o namoro praticamente um dia depois de começar, mas ainda temos algum tempo.
Só sei que pelo que o Eriberto Leão falou, tem alguma cena vindo que o Pedro e a K aprontaram...o que será?