Impossibilidades Perina escrita por Lilith


Capítulo 33
Capítulo XXXII


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Tem cada comentário que vocês fazem, eu morro de rir!
Depois eu respondo todos ok?
Lynne pelo amor não lê na aula não menina! Depois reprova e a culpa é minha hahahaha
Tha, para mim o pior nem foi o vômito, mas ele tirando o pedaço de pizza blergh!
Melhor parte: Ver o Rafa sem camisa, sempre bom né? hahahaha

Por que eu estou tão feliz hoje? Recebi mais uma recomendação super fofa, Perina Lovers, muito obrigada! Capítulos de hoje dedicados à você!



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Bianca chegou tarde naquela noite, mas a irmã ainda estava acordada e parecia feliz. Achou que aquele seria um bom momento para se desculpar com ela.

–Ué K., acordada ainda? Não tem aula amanhã?

–Tenho. Faz um favor? Fala comigo não.

–Quero te pedir desculpas pela forma que falei contigo mais cedo.

–Assim é fácil né? Fala o que quer e depois pede desculpas e acha que isso resolve tudo!

–Eu entendo que você esteja chateada comigo, eu peguei pesado. Mas poxa, tenta me entender também, eu fiquei muito assustada e preocupada com o papai.

–Tudo que dá errado sempre é culpa minha, né Bianca? Desculpa, mas eu não sou perfeita como você.

–Eu também não sou perfeita! Tenho meus defeitos, minhas inseguranças. A gente estava numa boa K, não quero ficar em pé de guerra mais uma vez.

–Pensasse nisso antes de sair me julgando sem saber. Agora me deixa em paz.

–Nós vamos viajar juntas em poucos dias, você não pode me evitar durante todo o tempo!

–Posso sim e vou.

–Isso é por causa da bagunça da festa? Eu posso te compensar de alguma forma K, tipo arrumar seu guarda-roupa durante um mês.

–Que parte do não quero conversar você não entendeu? Pronto, já acabou com meu bom humor!

–Não pode agir como adulta uma vez na vida?

–Eu só tenho 17 anos, não sou adulta. Sou adolescente e posso agir como uma. Isso significa que a partir de agora eu vou fingir que não estou escutando você mugir.

–Você é tão difícil Karina! Que saco!

*****

No dia seguinte, na aula de Química o professor propôs um experimento:

–Pessoal, hoje vamos novamente trabalhar em duplas. Na aula passada vimos que a densidade é a relação entre a massa de material e o volume ocupado por ele. Então hoje vamos fazer uma comparação de densidades, quero que enquanto um realiza o experimento, outro faça as anotações, a qual me entregarão no final da aula. Sigam as instruções que estão no quadro e depois iremos discutir um pouco. Alguma dúvida?

–Você faz e eu escrevo.– propôs Pedro para a Karina.

–Nem pensar, o professor não vai entender seu garrancho e aí vamos tirar nota baixa!

–Antes o meu garrancho, do que eu derrubar tudo e aí nem o que anotar nós teremos. – ele insistiu.

–Tá bom, vai. Por quê você tem que ser tão desastrado?

–Eu não sou desastrado, só me distraio quando estou perto de você.

–Aham. –Karina pegou dois copos que já tinham sido separados pelo professor antes de entrarem, colocando água até a metade em um e álcool da mesma forma no outro.

–Me ajuda aqui. Ali está falando que a gente precisa de gelo, mas cadê o gelo?

–Derreteu. –A namorada olhou para ele com uma cara que dizia "Really?" e ele se apressou - Professor e o gelo?

–Opa, bem lembrado Pedro! Vou buscar na cozinha, Mariana, pode me ajudar? Esperem aí.– respondeu o professor.

Enquanto isso, o músico aproveitou para conversar com a namorada.

–Esquentadinha, amanhã a noite vamos tocar em uma festa, você vai né?

–Que festa?

–Na casa da Duda, ela curtiu nosso som e os pais dela estão viajando, então...

–Que Duda? Aquela de cabelo vermelho?

–Essa.

–Não sabia que vocês eram amigos.

–A gente faz uma ou duas aulas juntos, não converso muito com ela. Mas ela é gente boa.

–Acho que não vou Pê. Nem tenho amizade com esse pessoal da escola.

–A Pri e o João já confirmaram. É a primeira vez que tocamos sem ser para o pessoal lá do bairro ou da Ribalta. É importante para mim.

–Acho que não vai rolar. Você já vai estar com o pessoal da banda, não quero ficar de vela pro João.

–Quero sua presença, mas não vou fazer o namorado chato. Se mudar de ideia me avisa.

–Ok.

O professor retornou e distribuiu dois gelos para cada dupla. Eram coloridos artificialmente para facilitar a observação.

–Por quê o gelo afundou no álcool e na água não? – perguntou Pedro para a namorada.

–Não presta atenção na aula? Algo sobre a densidade do álcool ser menor que a da água em estado sólido, por isso o gelo afunda. Agora no caso da água, quando ela está em estado de congelamento, as moléculas de água vão se aproximando e começam a formar ligações de hidrogênio, o que resulta numa estrutura com espaços vazios entre as moléculas. Isso faz com que a densidade do gelo seja menor que a da água líquida.

–Entendi.

–Anota aí.

–Repete?

–Você não entendeu?

–Entendi, mas você usou umas palavras bonitas, quero colocar aqui.

–Aff. Vai, vou ditar. – Karina ditou as observações, no fim o trabalho de Pedro foi só escrever mesmo.

Quando todos entregaram as observações o professor foi esclarecer dúvidas e dar uma explicação melhor sobre o assunto.

–Professor, por que o gelo não fica totalmente acima da água, se a densidade dele é menor?

–Boa pergunta, Flávia. A maior parte do gelo fica submersa. Isso ocorre porque relacionando as densidades da água e do gelo, podemos calcular que serão necessários 92% do volume do gelo para igualar a massa de água que ele deslocou. Isso quer dizer que 92% do volume do gelo fica abaixo da superfície da água e apenas 8% fica acima da superfície.

–Professor esse é o caso dos Icebergs não é? O que vemos na superfície não é nem metade do tamanho real. A maior parte fica dentro da água não é?

–Bem observado Pedro! É por isso que os icebergs são tão perigosos. Eles podem parecer grandes sobre a superfície da água, mas o que vemos são somente 8% do seu tamanho total. Abaixo da água, eles são gigantescos e podem causar um enorme estrago em algum navio que bater neles. Essa característica da água de ficar menos densa quando se solidifica é também vital para a manutenção da vida. Em lugares muito frios, as águas de rios, lagos e oceanos não se congelam totalmente porque a camada de gelo que flutua e fica na superfície age como um isolante térmico natural, preservando a vida animal e vegetal abaixo dela. –esclareceu o professor.

–Olha, até que você não é tão desligado. –Karina falou para o namorado que deu uma piscadinha para ela.

Quando terminaram a aula, seguiram para as próximas salas.

Naquela noite o casal não se viu, Pedro foi ensaiar com a banda para a festa e Karina resolveu ficar um pouco com o pai.

No dia seguinte, no intervalo das aulas, Karina utilizava o banheiro quando ouviu uma conversa que não lhe agradou.

–Hoje tem a festa da Duda, vocês vão?

–Todo o colegial vai, Mary.

–Eu não vou perder, vai ser tipo a festa do ano!

–Fiquei sabendo que a banda que vai tocar, é daquele garoto que estuda aqui que vimos no festival, lembram?

–Qual, o skatista gatinho?

–Essa! Aquela banda só tem gatinho né.

–O nome dele é Pedro, tenho Geografia com ele. Para mim ele é o mais gato.

–É gato, mas namora a Karina né meninas, não esqueçam.

–Aquela esquisita do cabelo de menino? E eu achando que ela gostava de meninas.

–Parece mesmo, ela é meio machinho.

–Eu acho a K legal, é porque vocês não conhecem ela direito.

–Nem quero, vou conversar com ela sobre o que? Já viu como ela se veste?

–Né?! Nem maquiagem ela usa. Sério, se não tivesse peito dava para confundir com um menino, fácil.

–Quanto veneno gente! Credo!

–Será que ela também vai? Nunca a vi em nenhuma festa antes.

–Tem que ir para cuidar do bofe, se não é game over para ela. Eu invisto nele.

–Você e metade da escola né amiga!

–Se ela for dá para gente se divertir um pouco, imagina ela dançando.

–Deve ser bizarro!

–Gente sério, deixa a menina em paz. Vamos, estamos atrasadas!

As garotas saíram rindo do banheiro e Karina saiu da cabine que estava. Encarou-se no espelho tentando se convencer que não se importara com o que ouviu. Entretanto mais uma vez sentiu-se como um livro, julgado pela capa. Aquelas garotas não aguentariam cinco minutos de Muay Thai, mas isso nem importava porque ela poderia ser a melhor lutadora do mundo, ainda a julgariam por não ser igual à elas. Ficou com raiva do mundo, por causa dos estereótipos. Resolveu voltar para o refeitório para encontrar os amigos.

–K, demorou. Estamos falando da festa, o Pedro falou que você não quer ir. –comentou Pri.

–Vamos K, vai ser legal. –animou João.

–Já disse que eu não vou, dá para parar de insistir? - respondeu ríspida, assustando os amigos.

–Desculpa ô esquentada! Não tá mais aqui quem falou. - chateou-se João.

–O que você tem? – Perguntou Pedro, olhando para a namorada.

–Nada. Preciso ir na biblioteca. Vejo vocês depois. –respondeu saindo da mesa, sem dar nem tempo de eles responderem. Ela precisava ficar um pouco sozinha, para tentar diluir a raiva que sentia. Mas uma garota ruiva a interceptou no meio do caminho.

–Oi, Karina né?

–Oi.

–Então vou dar uma festa hoje a noite, seu namorado vai tocar para gente.

–Estou sabendo.

–Você não é muito de festa, né? Mas eu gostaria muito que você fosse. Eu não quero que pense que só estou convidando por que seu namorado vai, eu realmente gostaria de me aproximar de você.

–E por que? A gente mal se conhece.

–É, mas sei lá. Você é diferente das outras garotas da escola, saca? Eu vou com a sua cara.

–Valeu, mas acho que não poderei ir.

–Bom, está aqui o convite caso mude de ideia. Beijo

–Valeu Eduarda.

–Me chama de Duda, todo mundo chama. – deu uma piscadinha e se afastou.

*****

Karina estava em seu quarto quando recebeu uma sms de Pedro:

"Linda, estou indo. Tem certeza que não quer vir?"

"Não gatinho, vou ficar com meu pai. Divirta-se e juízo hein?!"

"Trocado pelo Gael ¬¬ Vou pensar em vc a noite toda."

E a garota também não conseguia deixar de pensar nele. Pelo que ouviu teriam várias garotas em cima dele.

"Essa maldita festa, no facebook só tem fotos das garotas com o look, prontas para ir. Eu também posso me vestir assim, só não é meu estilo. Quem essas garotas pensam que são para falar daquele jeito de mim? Sério, se até as dançarinas da Ribalta não me zoaram dançando no churrasco, elas iriam rir? Por favor né. Dá uma vontade de ir só para colocar essas idiotas no lugar! Elas que não se atrevam a se aproximar do Pedro..." pensou.

Resolveu se distrair para esquecer a festa e desceu atrás do pai.

–Pai, vamos assistir um fil...Dandara?

–Oi K! Aproveitei que o João saiu para vir ficar com seu pai.

–Ah... - não conseguiu esconder a decepção.

–Você não vai na festa?

–Eu queria ficar com meu pai, mas agora ele está acompanhado né... - respondeu sem graça.

–Que festa é essa? -perguntou Gael.

–De uma colega da escola. A banda do Pedro vai tocar.

–É aqui perto? Se você quiser podemos te levar.

–Vai se divertir com seus amigos K! Essa é a época mais gostosa da adolescência.

–É que eu não sou muito chegada no pessoal da escola.

–Bobagem, lá você acaba conversando com um monte de gente.

–Você quem sabe filha, se quiser te levamos.

–Quer saber? Acho que eu vou sim. Vou subir para me trocar.

A loira já tinha tomado banho, então era só se produzir. Ela queria mostrar para aquelas garotas que ela não era mais a garota tímida de antes. Examinou o guarda-roupa a procura do look perfeito quando avistou o vestido que comprara com Dandara um tempo atrás.

–Será? – perguntou para si, enquanto colocava o vestido em sua frente e examinava no espelho.

Resolveu provar. O vestido era preto e bem justo, realçando seu corpo. Ainda estava em dúvida se usaria o vestido e resolveu fazer a maquiagem antes de decidir. Delineou os olhos de preto e esfumou bem, iluminou os cantos e finalizou com rímel, nada muito exagerado. Na boca, passou um batom rosinha quase cor de boca. Penteou o cabelo de lado e quando calçava a sandália gladiador, sua irmã entrou no quarto.

–Nossa K! Onde você vai assim?

–Estou ridícula né?

–Não, está linda! Onde vai?

–Festa da galera da escola. Mas não sei, não me sinto bem assim.

–Ah deixa disso! Como as meninas vão vestidas?

–Dá uma olhada ali no note, já postaram várias fotos no face.

–Hum, olhando aqui acho que você está bem.

–Será? Ah sei lá e se elas me zoarem?

–Zoarem por quê?

–Escutei umas meninas no banheiro falando de mim. Disseram que eu pareço um menino.

–Ahá vestida assim elas nem vão ter o que falar. Deixa eu ir, só vim pegar minha bolsa.

–Bianca quando você sai vestida assim, onde leva suas coisas? Tipo celular...

–Numa bolsinha né. Toma, essa aqui vai ficar legal. – falou jogando uma bolsa que pegou em seu guarda-roupa.

A loirinha olhou no espelho uma última vez: -É agora ou nunca Karina. Coragem.

Quando desceu, Dandara comemorou por ela estar usando finalmente o vestido. Já Gael ficou enciumado.

–Tem certeza que não quer subir e colocar algo com mais pano? Ou que não seja tão colado. –ele tentou.

–Deixa ela Gael! Está maravilhosa K.

–Vamos logo antes que eu desisto!

Dandara foi dirigindo o carro de Gael e deixaram a garota na porta da festa que parecia estar animada e cheia de jovens.

–Já sabe em Karina, nada de bebida alcoólica!

–Nem deve ter pai.

–Eu conheço essas festas, toma cuidado. Qualquer coisa me liga que te buscamos. E nada de voltar tarde heim, amanhã vocês tem aula.

–Tá bom pai. Devo voltar com o Pedro. Beijo.

Respirou fundo e saiu do carro, indo em direção a festa.


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Notas finais do capítulo

O que será que vai rolar nessa festinha heim? Gostaram do look da K?

Ah uma coisa que eu deixei de comentar no outro capítulo, sobre o Pedro subir pelo poste. Sei que tem gente que vai achar meio surreal, mas eu afrmo que não é não. No ap da praia tem um poste igual em frente o prédio e todo ano meus primos ficam brincando de subir. Se eles conseguem, o Pedrinho também né?!



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