Impossibilidades Perina escrita por Lilith


Capítulo 32
Capítulo XXXI


Notas iniciais do capítulo

Olha eu aqui novamente! Gente, já passamos de 30 capítulos, parece que foi ontem que comecei a escrever. O único lado ruim é que não tenho lido as fanfics que eu acompanhava para não acabar copiando ninguém :( estou com saudades.

Adorei ver que cada vez mais novos leitores tem comentado! Adoro vocês!



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Depois do jantar, Cobra foi até a casa do mestre para ver como ele estava e conversar sobre o que tinha acontecido com a academia. Após terminarem, pediu permissão para ver a amiga que já estava em seu quarto e o mestre autorizou.

O lutador bateu na porta e a loirinha pediu que entrasse.

–Oi! – saudou colocando somente a cabeça para dentro do quarto.

–Cobra! Chega aí! –saudou animada.

–Está fazendo o quê?

–Vendo uns vídeos aqui na internet.

–E aí loirinha, como você está depois de toda essa confusão?

–Mal né. Se eu pudesse voltar no tempo...

–Desculpe pelo que a Jade falou.

–Mas ela tem razão, Cobra. A Bianca também me culpou.

–Eu não culpo você. Mas e agora, o que vai fazer?

–Agora eu vou ficar longe do Lobão. Não quero criar mais problemas. –falou colocando os pés em cima da cama e abraçando os joelhos, recostando o queixo.

–Não pensa mais que ele possa ser seu pai?

–Até penso. Só que não quero que isso seja verdade.

–Eu estava pensando...se ele é mesmo seu pai, por que só se interessou por isso agora?

–Também pensei nisso. Pode ser só para se vingar do meu pai. Pelo que ele me contou, guarda muita mágoa por causa do lance da carreira.

–Ou ele pode ter se interessado porque viu que é uma boa lutadora.

–Será?

–Você está perto de atingir a maioridade. Pelo que eu sei, ele só mantém na Khan quem pode trazer algum benefício financeiro para ele. E ele já te chamou para fazer parte.

–Eu não tinha pensando nisso. Será que ele quer me usar?

–É uma possibilidade. Por isso é bom você tomar muito cuidado. Não volta mais na Khan, pode ser?

–Quero ficar bem longe de lá. Cobra?

–Oi?

–Valeu por ter ajudado o meu pai. Sério, você é um bom amigo.

–Você não desiste de mim mesmo sabendo que às vezes eu piso na bola feio. Isso me ajuda a acreditar um pouco mais em mim, sabia? Mas não é só isso. O mestre também é muito importante para mim, ele me ajuda muito. Sempre vou fazer o que eu puder por vocês.

–O meu pai é demais mesmo!

–Eu já vou indo, passei mesmo só para ver se está tudo bem.

–Eu te levo até a porta. – falou acompanhando-o para fora do quarto.

*****

Pedro estava sentado no chão da sala fazendo a lição de casa apoiado na mesinha de centro, quando seu celular tocou.

–Esquentadinha?

–Oi de novo. O que você está fazendo?

–Lição de matemática. Sério por que precisamos aprender matrizes? Não conheço ninguém que usa isso!

–Eu gosto de matemática, não fala assim. Para quem sabe, é gostoso resolver.

–Eu detesto! Seno, coseno, o negócio lá da medusa!

–Hahahah é COSSENO e HIPOTENUSA!

–Ah, tudo a mesma coisa. Como foi com seu pai?

–Foi ok. Ele está vendo TV lá embaixo agora. Briguei com a Bianca para variar.

–Vocês brigam toda hora. Não brigo assim com a Tomtom.

–Isso é porque essa pirralha é o máximo, não tem como brigar com ela. Além do mais vocês tem anos de diferença. Queria ver você passar 5 min no mesmo quarto que a Bianca.

–Em 5 minutos dá para fazer muita coisa, principalmente no quarto. Brigar não estaria em minhas prioridades.

–Cachorro! Ela é minha irmã! –Karina respondeu brava e desligou na cara dele.

–Putz ela desligou! Isso Pedro, fala uma coisa dessas para sua namorada, seu idiota! –falou em voz alta para si. Tentou ligar várias vezes, mas ela ignorava as ligações. Mandou uma sms: "Foi uma brincadeira, meu amor! Mandei mal, me desculpa?"

Karina: "VAI PRO INFERNO SEU IDIOTA!"

–Ferrou, agora que eu apanho da Esquentadinha! Preciso consertar isso. Cadê a Tomtom quando eu preciso de uma ideia?

Nesse momento passava um clipe da Taylor Swift na TV (ele sempre fazia lição com a TV ligada nesses canais de clipe) e Pedro teve uma ideia.

–Valeu loira! –pegou um marcador preto, caderno e saiu correndo para a rua.

*****

Karina estava com raiva, acabara de desligar na cara do namorado. "Ele podia estar brincando, mas não gostei de ele insinuar que ficaria com minha irmã. Sério que a Bianca chama a atenção dele? Mas também qualquer coisa chama a atenção daquele idiota. Tendo peitos, ele se interessa." - pensava enquanto ouvia Safe and sound. Foi nesse momento que uma bola de papel entrou voando pela sua sacada, assustando a garota. Foi até a bolinha e a abriu:

DESCULPA ESSE IDIOTA! ESQUENTADINHA EU TE AMO!–estava escrito.

Karina foi até a sacada e o namorado estava lá em baixo com um sorriso radiante e segurando o caderno com um grande POR FAVOR escrito. Ela entrou, procurou papel e caneta e escreveu NÃO, retornando a sacada para mostrar para ele. Nesse meio tempo ele tinha desenhado uma menina e um menino se beijando e escrito novamente: DESCULPA VAI? TE AMO! , ela mostrou o que tinha escrito e ele fez bico para ela que jogou o papel amassado na cabeça dele.

Ele escreveu novamente e mostrou: DESCE AQUI. VAMOS CONVERSAR! e ela escreveu NÃO. VAI EMBORA! em resposta. Ele escreveu: DESCE! OU EU SUBO AÍ! e ela respondeu: BOA SORTE COM ISSO! pensando que ele iria pedir ao pai dela e entrou para o quarto. Mas o garoto não estava a fim de desistir, guardou a caneta no bolso, enrolou o caderno prendendo-o na calça e passou a escalar o poste que tem bem ao lado da sacada dela–lembrando-se do dia que a Bianca desceu por ele. Até que foi rápido para subir, o problema seria passar para a sacada. Olhando agora não parecia tão perto quanto visto do chão.

–Ai papai. E agora? O que eu não faço por você, Esquentadinha! – tomou coragem e saltou, agarrando-se à grade. Ouvindo o barulho, Karina correu para a sacada e o agarrou, ajudando-o a passar para a sacada.

–Seu louco! Você podia ter se machucado moleque!

–Eu avisei que ia subir!

–Eu devia ter te jogado lá embaixo, isso sim.

–Você não faria isso! Faria? –fez cara de assustado.

–Meu pai está lá embaixo! Quero ver como você vai fazer para ir embora agora. Se ele te pega aqui te mata!

–Primeiro você me desculpa, depois eu penso nisso.

Karina entrou para o quarto trancou a porta e aumentou um pouco o volume da música, para que ninguém os pegasse. Pedro tentou abraçá-la, mas ela o empurrou.

–Não encosta em mim!

–Esquentadinha, me perdoa?

–Já disse que não!

–O que eu preciso fazer para você me perdoar? Quer me bater? Eu até deixo oh, eu mereci!

–Se você deixa, não tem sentido te bater.

–Sério K. Eu estava só brincando, falei aquilo sem querer.

–Mas eu não gostei. Eu não precisava saber que você acha minha irmã bonita. -reclamou colocando as mãos na cintura.

–Ela é bonita sim, mas e daí? -respondeu sério, se aproximando dela. - Isso não faz diferença se a única garota que me interessa é uma esquentadinha loira, com uma boquinha linda e os olhos mais azuis e penetrantes que eu já vi. –quando terminou estava com a boca bem próxima da dela e olhando em seus olhos. Karina olhou para a boca dele e acabou completando a distância entre eles, não resistindo ao beijo.

–Eu não quero saber de você imaginando fazer coisas com outra garotas no quarto. Decorou?

–Decorei, minha ciumentinha! –respondeu abraçando-a e distribuindo vários beijos por seu rosto, cabeça e pescoço.

–Só eu posso ficar em um quarto com você.

–É só você que eu quero! Falando nisso, agora nós estamos em um quarto...

–É, mas você já está de saída e eu quero só ver como! – respondeu ainda emburrada com ele.

–Para quê a pressa? Olha, se você quiser trocar essa roupa, colocar seu pijama, juro que não me importo. Eu fico aqui quietinho. –brincou.

–Fora! Agora! -falou o empurrando em direção à porta.

–Está doida? Não posso sair por aí. Seu pai vai me ver...

–Se vira! Não mandei você subir.

–Não queria que ficasse brava comigo. Você não gostou nem um pouquinho de eu ter vindo atrás de você?

–Talvez...um pouquinhozinho só. –confessou com um meio sorriso, fazendo-o beijá-la novamente. –Sério Pê, como você vai embora?

–Do mesmo jeito que eu entrei.

–Tá maluco? Você pode se esborrachar no chão!

–Tem algum outro jeito?

–Você vai ter que esperar meu pai ir para o quarto.

–Mas e se a Bianca subir e me ver aqui?

–Ela foi no cinema com o Duca, devem voltar lá pela meia-noite.

–Preciso terminar minha lição.

–Depois você fica até tarde fazendo, quero nem saber. Se meu pai te vê saindo, fico de castigo para o resto da vida. E não vou arriscar você se machucar também.

–Hum então você se importa comigo?

–Só porque morto você não tem nenhuma utilidade para mim. -ela brincou.

–Depois eu que sou o insensível! –respondeu. -O que você estava fazendo quando me ligou?

–Nadinha, ouvindo algumas músicas.

Pedro foi até a cama da menina e deitou-se todo folgado.

–Que isso? –ela perguntou indignada com a cara de pau dele.

–Nada, só testando se minha cama é mesmo mais confortável que a sua.

–Folgado.

–Eu gostei da sua, tem um cheiro muito bom! –falou virando-se de bruços e cheirando um travesseiro.

–Cheiro de limpeza, ué.

–Não. Por baixo desse cheiro de amaciante, tem o seu cheiro. Eu conheço.

–Agora eu tenho um cheiro?

–Todo mundo tem um cheiro. Vai dizer que nunca reparou no meu?

–Na verdade não. –ela mentiu, não querendo confessar.

–Eu amo o seu. Vou marcar o território com meu cheiro, como é que os gatos fazem? –brincou esfregando a bochecha e o pescoço no travesseiro dela, que se aproximou e deu um tapa na bunda dele.

–Para! Você vai sujar tudo!

–Ei, eu tomei banho agora pouco tá?! –viu oportunidade e a puxou para a cama, passando a lamber o rosto dela.

–Eca, para com isso!

–Sou um gatinho! Só estou marcando meu território, você é minha!

–Eu ainda não sou sua, gatinho. – brincou, tocando o nariz dele.

–Só porque você não quer.

–Aham, do jeito que você é, se eu decidir é capaz de sair correndo de mim.

–Está falando que eu sou frouxo? – falou prendendo-a embaixo dele e erguendo-se em suas mãos para olhá-la.

–Não frouxo, mas acho que você tem medo de mim.

–É que você me pega de surpresa, só isso.

–Sei.

–A gente pode resolver esse mal-entendido agora, só estamos nós dois aqui.

–Deixa de ser safado!

–Ou sou frouxo, ou safado. Escolhe.

–Você é safado, muito safado! –falou puxando-o pelo pescoço para beijá-lo.

Beijaram-se por alguns minutos e quando começou a esquentar, Karina o afastou.

–Você pode ter quase morrido subindo aqui, mas vai dizer que não valeu a pena?

–Valeu! Poderia até ter quebrado uma perna que eu não iria ligar.

–Trocar a lição de matemática por ficar na cama com essa gata aqui?!

–Sai no lucro! Mas até tem uma matemática que eu gosto: Eu (selinho) + (selinho) você (selinho) igual a (beijou a boca dela com vontade).

Quando separaram-se para recuperar o ar, Pedro ainda deitado em cima dela perguntou: -Você me quer?

–Só enquanto eu respirar. – o namorado ficou olhando para ela admirado.–O que foi?

–Você me falou algo romântico!

–Eu não só uma menina bruta tá? Eu tenho sentimentos.

–Por mim?

–Você sabe que sim!

–Mas eu quero ouvir você dizer.

–Assim não. Tem que ser espontâneo.

–Ok. Sem pressão.– o namorado respondeu fazendo bico.

–O mundo podia parar quando estamos juntinhos assim. – Karina falou enquanto mexia no cabelo do namorado, arrancando um sorriso dele.

–Nossa, mas ela está muito romântica hoje!– falou beijando a testa dela.

–Sua vez. –pediu.

–De quê?

–Falar algo bonito para mim. Quando foi que você percebeu que estava apaixonado por mim?

–♫ Me disseram que você estava chorando e foi então que eu percebi, como lhe quero tanto... -Pedro cantou olhando em seus olhos.

–Aquele dia na fonte? – perguntou com um sorriso.

–Quando você me afogou? É. Foi.

–Eu era meio violenta né?

–Era? Meio?

–Para. Agora eu só te dou carinho. –fez biquinho.

–Não que eu não gostasse de apanhar...

–Você gosta? – perguntou abrindo um sorriso enorme.

–Só da minha Esquentadinha.

–Continua a música, eu gosto dela.–a garota pediu.

–Deixa eu ver...♫ Já não me preocupo se eu não sei por quê, às vezes o que eu vejo quase ninguém vê e eu sei que você sabe quase sem querer, que eu quero o mesmo que você...

–♫ Tão correto e tão bonito, o Pedro é realmente, um dos garotos mais lindos...

Pedro não se aguentou e começou a rir.

–Por que você tá rindo?

–A pouco tempo atrás você estava brigando por eu fazer paródia para uma menina, agora VOCÊ está fazendo uma paródia para mim. Não dá para acreditar.

–Aquela vez você fez de propósito, para me irritar.

–Diz a garota que beijou o amigo só para me passar ciúmes.

–Consegui?

–Muito. Eu não esperava por aquilo. Só de lembrar, eu já fico puto de novo. –respondeu fechando a cara.

–Pedro?

–Hum?

–Esquece isso e me beija!

Pedro sorriu. - Hum você não está merecendo muito hoje não...

–Não? - perguntou com um meio sorriso, passou a língua pelo lábio e mordeu.

–Provocadora!

–Funciona?

Ele a beijou em resposta. Acabaram aprofundando o beijo e depois de alguns minutos, quando começaram a trocar carícias, foram interrompidos com uma leve batida na porta.

–KARINA? –chamou Gael.

Pedro levou um susto tão grande que caiu da cama, fazendo barulho. A namorada precisou se segurar para não gargalhar com a cena.

–TUDO BEM AÍ FILHA? –falou através da porta.

–TUDO PAI. É QUE EU ESTAVA TROCANDO DE ROUPA E ME ASSUSTEI.

–AH. EU ESTOU INDO DORMIR, ESSES ANALGÉSICOS DÃO O MAIOR SONO. BOA NOITE.

–BOA NOITE, PAI. SE CUIDA, QUALQUER COISA QUE PRECISAR ME CHAMA.

–OBRIGADO. BEIJO.

Pedro ainda estava sentado no chão com cara de susto e Karina começou a gargalhar, abafando o som com um travesseiro.

–Quase tenho um heart attack! – o garoto comentou.

–Que medo heim?

–Seu pai é mestre de Muay Thai. Qualquer um teria medo.

–Vamos esperar alguns minutos para ele dormir, aí te levo até a porta. Volta aqui.

–Acho que eu estou bem aqui. -brincou, fazendo a namorada gargalhar enquanto jogava um travesseiro nele.–Que cê tá fazendo? -perguntou vendo-a se levantar e ir ao guarda-roupa.

–Vou colocar o pijama, porque se ele me pegar no caminho não vai suspeitar. Falo que fui pegar água.

–Vai trocar aqui?

–No banheiro, seu bobo!

–Só por minha causa? Que isso, não me importo mesmo de se trocar aqui. –brincou, mas não esperava a reação dela. Apenas para provocá-lo, Karina virou de costas e tirou a blusa que estava. Desabotoou o sutiã preto, colocando a blusa do pijama em seguida. Quando ela desabotoou o short jeans e o desceu, ainda de costas, a boca de Pedro caiu. A garota usava uma calcinha normal preta com a lateral fininha. Vestiu o short do pijama e virou-se para ele:

–Ué nenhum comentário engraçadinho agora?

Pedro sorriu para a namorada e estava ruborizado. Ao perceber ela riu:

–Sua cara! Impagável.

–Vai provocando... –ele respondeu ainda tímido.

–Vamos descer. -ela chamou.

–Levantar agora não é uma boa ideia. -respondeu colocando um travesseiro no colo, o que fez ela rir mais ainda.

Ela foi escovar os dentes e quando voltou, checou se o corredor estava livre e desceram a escadas. Despediram-se no hall e Pedro foi para sua casa, terminar sua lição.


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Notas finais do capítulo

Atendendo a pedidos, coloquei mais um cena deles juntinhos. Gostaram?

Link do vídeo que comentei, para quem pediu: https://www.youtube.com/watch?v=kHzm0Kjl3jc