Impossibilidades Perina escrita por Lilith


Capítulo 31
Capítulo XXX


Notas iniciais do capítulo

Todos brigando nesse capítulo! Preciso sair dessa vibe logo.

Mais tarde posto mais.



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No dia seguinte Pedro e Karina acordaram às dez horas da manhã e logo depois do almoço foram para a aula. A lutadora ainda estava muito triste pela confusão que causara no dia anterior, mas passar esse tempo com o namorado a ajudara muito.

Na casa da família Duarte Dandara conversava com Gael:

–Gael, sinceramente eu não aprovo sua atitude. Você é mestre de vários adolescentes, como acha que eles vão encarar essa situação? Sempre me orgulhei da sua postura, com mensagens positivas para os jovens e lições que eles poderiam levar para a vida. E de repente você joga tudo por terra ao sair no braço com aquele mau elemento. Anos de trabalho jogado fora. E ainda tem a responsabilidade de ser modelo para esses jovens, como pode dar uma influência tão negativa como essa? E as suas filhas? Você não viu como estavam preocupadas ontem. Sinceramente, elas não mereciam isso. Sabe que agora eu até concordo com quando o João te chamava de professor de briga? O que é isso!

–Dandara, eu sei que errei. Agi pela raiva, pela emoção e acabei cometendo um erro enorme. Estou muito envergonhado por ter agido como um adolescente. Mas quando eu vi aquele cara falando daquele jeito da minha esposa, eu não me controlei.

–Como um adolescente mesmo, aceitando provocações! O que esse cara te disse que te deixou assim?

–Preferia não ter que me lembrar. Mas é um pouco mais sério do que uma provocação Dandara. Ele está com a ideia de que é pai da minha filha e isso me preocupa.

–Como assim? Da Bianca? Ele se envolveu com a Ana antes de vocês casarem, é isso?

–Não. Da Karina. E ele diz que ficou com ela quando já estávamos juntos. Eu simplesmente não consigo acreditar em algo assim. Ele era meu amigo naquela época e a Ana, ela não era assim.

–Eu não conheci a Ana então não posso falar nada. Mas se ele fez isso contigo, então ele não era seu amigo coisa nenhuma.

–Não sei o que pensar. A única pessoa que poderia me confirmar, está morta. E se ele for pai mesmo da Karina?

–Você tem motivo para pensar que seja?

–Não posso ignorar que houve uma vez que desconfiei dela. A Ana teve uma apresentação no teatro e eu não pude acompanhá-la, pois tinha que levar a Bianca no médico que ainda era um bebê. E quando a Ana retornou já era tarde e chegou com o cabelo molhado. Quando eu perguntei com quem ela estava, ficou nervosa e não quis me contar. Pouco depois descobrimos a segunda gravidez.

–Dá mesmo para desconfiar, mas pode não ter sido nada. E esse cara pode estar fazendo isso só para te atingir.

–Ele parece tão certo, sabe? Falou até em advogado. Não posso imaginar ficar sem minha filha!

–Mesmo que ele seja o pai biológico foi você quem a criou Gael. Seria bem difícil ele conseguir a guarda. Fico pensando na Karina, como será que está a cabeça dela depois de saber disso? Você precisa conversar com ela.

–Eu vou.

–Você é mesmo um troglodita. Mas tem coração também, por isso eu ainda estou aqui.

–Você não existe, meu amor. Estou feliz por ter te encontrado.

–Espero que isso não se repita Gael. Quase morri quando te vi naquele estado.

–Estou bem agora, com você cuidando de mim. – falou beijando a mão dela.

–É, mas o senhor precisa se cuidar e seguir a recomendação do médico direitinho. Nada de academia essa semana.

–Preciso ver se o Panda segura a onda por lá.

A campainha tocou.

–Ué, está esperando alguém?

–Deve ser o Duca.

–Só um minutinho, já venho.

Dandara atendeu a porta e se deparou com um senhor engravatado.

–Bom dia. Sou o Dr. Fernando Rocha, estou a procura de Gael Duarte.

–Bom dia, sou a Dandara. Posso saber do que se trata?

–Sou representante da Confederação Brasileira de Muay Thai.

–Ah claro, entre por favor.

Dandara foi buscar o lutador que andou para a sala com alguma dificuldade.

–Dr. Rocha. A que devo a honra? -Gael apertou a mão dele.

–Sr. Duarte. Como tem passado? Vim como um pedido do Ricardo.

–Ricardo Azevedo é o presidente da Confederação.–Gael explicou para a Dandara. -Sente-se por favor.

–Infelizmente não trago boas notícias. Chegou ao conhecimento do Sr. Azevedo um vídeo sobre um fato lamentável o qual o Sr. está envolvido.

–O Dr. refere-se a briga? –Gael gelou, não tinha conhecimento que estavam sendo filmados.

–Sim. O vídeo foi distribuído na internet e tomou proporções enormes. Não podemos deixar de nos posicionar sobre o fato. É inadmissível que dois mestres respeitados como os Srs. partam para as vias de fato fora dos ringues. Muitos jovens lutadores podem levar isso como um incentivo para infringir as regras. Portanto é nosso dever puni-los para restabelecer a ordem.

–Como assim? Punição?

–Sim. Os Srs. devem retratar-se publicamente e iremos suspender a licença das academias por um mês.

–Um mês? Não posso fechar a academia por um mês. E meus alunos?–o mestre preocupou-se.

–Deveria ter pensado neles antes de tomar uma atitude lamentável como aquela. Esse é o máximo que pudemos reduzir a penalidade e isso porque o Sr.Ricardo tem grande respeito pelo Sr.

–E se eu não aceitar?

–Então o Sr. será banido da Confederação e seus alunos terão certa dificuldade em ingressar na modalidade profissional.

–Não estou acreditando!

–Calma Gael. A proposta é bem razoável, pense bem. –a namorada pediu.

–Realmente lamentamos que o Sr., um mestre que sempre foi conhecido pela ética e respeito, tenha cometido tal ato.

–Acho que não tenho outra saída não é? Onde eu assino? – respondeu Gael.

*****

Karina e Pedro voltavam juntos da escola naquela tarde. Como João ainda iria para a casa do pai, eles precisaram voltar de ônibus.

–O que você tem hoje, Esquentadinha? Ainda preocupada com seu pai?

–Não consigo parar de pensar nele, Pê. Tem hora que penso que se eu não tivesse comentado nada daquele crápula, meu pai não teria se machucado.

–É mas o Duca falou que o outro cara ficou bem machucado também.

–É que não é só isso sabe? Meu pai costuma ser muito responsável, tenho certeza que o que aconteceu ontem deve estar corroendo-o por dentro. Eu sou uma idiota mesmo!

–Não é não, K. Você é uma adolescente e estava muito confusa. Só queria que você tivesse me contado antes sobre isso, talvez eu pudesse ter te ajudado.

–Ficou chateado?

–Fiquei um pouco sim. Você não confia em mim.

–Eu confio em você. Esse assunto é complicado, não conseguia me abrir.

–Não queria. Com o Cobra você conseguiu muito bem.

–É diferente Pedro. Minha amizade com o Cobra não é muito de conversa. A gente se entende lutando, não acho que você consiga entender.

–Talvez eu entendesse se você me permitisse entrar no seu mundo. – o garoto respondeu calmamente e ela parou de andar para olhá-lo.

–Eu dei abertura para ti de uma forma que nunca dei para ninguém. Pensei que isso estivesse claro.

–Está. Mas às vezes eu me sinto de fora, principalmente porque eu não luto e a maioria dos seus amigos são lutadores.

–Nós saímos bastante com o pessoal da sua banda e eu nunca reclamei.

–Porque você entende um pouco de música e não conversamos sobre a parte técnica na sua frente. Fazemos isso nos ensaios. É diferente.

–Então você se sente de fora porque não entende de arte marcial? Quer uma aula?

–Acho que ajudaria se você me explicasse um pouco como funciona. Mas a questão não é essa. Eu consigo perceber quando você está feliz, quando está chateada, quando está com raiva...só que na maioria das vezes não fico sabendo o porquê.

–É isso que te incomoda? Ou é o fato de que o Cobra normalmente sabe?

Pedro fechou a boca em uma linha apertada e nesse momento chegaram no ponto, o ônibus chegando em seguida. Antes de subirem no veículo, Karina abraçou o namorado.

–Somos apenas amigos, Pedro. Não briga comigo por isso.

–Não estou brigando, apenas conversando. –respondeu beijando a testa da garota.

Sentaram-se e o músico colocou o braço em seu ombro, puxando-a para perto e foram o caminho todo até em casa escutando música com os fones. Desembarcaram e ao passar pela frente da academia, todos os alunos estavam reunidos na entrada, onde um comunicado estava sendo colocado pelo Dr. Rocha.

–Zé, o que está acontecendo? –Karina perguntou.

–A academia ficará fechada por um mês. Ainda não acredito.

–O mestre vai arranjar uma forma de reverter isso.–comentou Marcão.

–Ele não tem escolha, é isso ou fechar permanentemente. –Gabi falou.

–Tadinho do mestre, deve ser horrível para ele.–Pri lamentou.

–Mas por quê isso? – a filha do mestre não estava entendendo.

–Parece que algum dos marginais da Khan filmou a confusão ontem e colocou na internet. O vídeo chegou na Confederação e eles puniram o mestre e o Lobão.–Duca explicou.

–Isso só pode ser um pesadelo.

–Pesadelo que você criou, garota. Todos já estão sabendo que a briga só aconteceu por sua culpa. -Interviu Jade que tinha vindo encontrar Cobra.

–Pega leve, Jade. -pediu o namorado.

–Vocês não gostam de ouvir a verdade! Essa garota não é nenhuma coitadinha.

A lutadora avançou para cima da bailarina, mas os meninos impediram. Pedro segurando a namorada pela cintura, defendeu:

–Se você não conhece a história por inteiro, o melhor que faz é ficar calada, Jade. Vamos K, seu pai está te esperando.

–Acho bom você ficar fora do meu caminho, ou vou me esquecer que é namorada do meu melhor amigo. –Karina avisou antes de dirigir-se para casa.

–Ai, estou morrendo de medo! – Jade ainda zombou.

–Deveria estar! - algum dos meninos comentou.

–Não sei qual o problema dessa garota comigo.

–Ela deve ter ciúmes de você com o Cobra. Não posso dizer que não entendo.

–Uma garota e um garoto não podem ser amigos agora?

–Podem. A Tomtom está me esperando na natação. Nos falamos depois?

–Te ligo.

Despediram-se e a lutadora entrou em sua casa.

–Pai? - chamou em voz alta.

–Ele está no quarto. –respondeu Bianca, que estava cozinhando.

–Milagre você na cozinha.

–Precisamos cuidar do seu Gael. Nada de lanche essa semana.

–Você estava chorando?

–Eu não sou bruta como vocês. Ver o pai machucado é bem difícil para mim.

–Também não é fácil para mim.

–Talvez você devesse ter pensando nisso antes de ir fazer fofoca para ele. –Bianca reclamou virando-se para a pia novamente.

–Não foi assim Bianca. Mas não vou perder meu tempo explicando. Pense o que quiser.

–O que eu penso é que por sua infantilidade meu pai está machucado e com problemas na academia!

–Eu já estou me sentindo mal o suficiente, não preciso que jogue isso na minha cara!

–Então comece a pensar nas consequências das suas atitudes. Sempre age por impulso e acaba machucando quem não tem nada a ver!

–Diz a pessoa mais EGOÍSTA desse bairro! Se pudesse escolher eu não teria nascido, assim você ainda teria sua mãe e junto com o pai formariam a família perfeita, não é? Tinha que ser eu para estragar tudo.

–Claro que não. Você gosta de se vitimizar!

–O que a princesa Bianca faria se estivesse no meu lugar? Se tivesse ouvido que não é filha do pai que cuidou dela a vida inteira?

–Eu confirmaria a história ao invés de falar da forma como você falou.

–Ora me desculpe se eu não tenho a mesma sensibilidade. Eu estava muito preocupada pensando que a minha vida era uma mentira!

–Você sabia que o pai é inimigo do Lobão! Não deveria ter procurado ele em primeiro lugar.

–Eu não teria feito isso se você tivesse limpado a bagunça da SUA festa!

–Eu não te pedi nada!

–Você nunca pede! Mas sempre sobra para mim! Nisso você não pensa né? Nunca pensa em mim!

–Isso não é verdade!

–Não? Não foi verdade quando você começou a namorar o Duca, sabendo que eu era apaixonada por ele?

–Você nunca vai esquecer isso? Eu não tenho culpa se ele se apaixonou por mim!

–Mas tem culpa por ter aceitado, sem conversar comigo primeiro! Sem se importar em como isso iria me machucar!

–Você é um saco! Esse mimimi já está ficando chato!

–Eu deveria ter quebrado a sua cara então!

–É só assim que você sabe resolver as coisas!

–KARINA! PARA DE BRIGAR COM A BIANCA E SOBE AQUI! -gritou Gael de seu quarto.

A filha obedeceu e ao vê-lo ficou paralisada.

–Pai! Você está todo contundido!

–Logo melhora filha. O pior foi a costela.

–Dói muito?

–Não, estou tomando analgésicos. Mas não posso fazer movimentos bruscos, ou pegar peso.

A lutadora abraçou o pai e começou a chorar.

–Fiquei tão preocupada. Não sabia o que esperar.

–Desculpe-me. Já falei com sua irmã, mas sei que tudo isso tem muito mais impacto em você. Filha, o que eu fiz foi totalmente errado. Não se resolve nada com violência, não quero que pense que isso é aceitável.

–Eu sei pai. Me desculpe por ter colocado as coisas como coloquei? Se soubesse o que ia acontecer eu não teria falado nada.

–Não quero que se responsabilize por isso. Foi bom ter me contado.

–E a academia?

–Foi a melhor alternativa K. Um mês passa rápido, eu só espero que meus alunos não desistam e migrem para outras academias. O que eu fiz foi grave filha, poderia ter matado ele.

–Você pararia antes, pai. Estou feliz que nada pior aconteceu.

–Devo isso ao Duca e ao Cobra. Mas eu quero conversar contigo sobre o Lobão.

–Não quero falar desse cara.

–Espero que ele nos deixe em paz. Karina eu sou o seu pai, independente do que ele fale.

–Eu sei pai, vamos esquecer essa história.

–Vamos! Eu não cancelei a viagem de vocês, é esse fim de semana. É bom para se distraírem.

–Sei não pai, quero ficar aqui cuidando de você.

–Eu quero que se divirtam filha. A Dandara ficará aqui comigo.

–Me dispensando para ficar com ela?

–Não seja boba! Olha, não quero você discutindo com sua irmã. Vocês estavam tão grudadas ultimamente. Esse assunto morre aqui, ok?

–Ok.

Mas a verdade é que Gael sabia que o assunto não seria encerrado tão cedo. Esperava ao menos que Lobão desistisse dessa história.


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Notas finais do capítulo

Falando de Perina, vocês viram um vídeo que rolou no twitter com os dois no parque?
Há quem afirme que o vídeo é Santovitti. Eles estavam na barca, a Bella (ou a Esquentadinha) ficava levantando e o Rafa (ou o Pedro, não sei) aparentemente enjoado, puxava ela para sentar. Acho que estava preocupado em ela sair voando hhahahahah e aí ela fez isso umas três vezes, até que ele agarrou ela, puxando para o colo. Achei tão fofo



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