Impossibilidades Perina escrita por Lilith


Capítulo 25
Capítulo XXIV


Notas iniciais do capítulo

Voltei! E olha que hoje estou empolgada, devo postar mais capítulos mais tarde. Até porque vamos entrar em uma parte da história, a qual eu já tinha escrito dois capítulos. Vamos lá!



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–Karina, acorda filha.

–Pai? Estou atrasada? –perguntou assustada, meio atordoada e se levantando.

–Calma meu amor. Ainda é cedo. Eu só quero conversar contigo.

–Ah. Aconteceu alguma coisa?

–Não, fica tranquila. Veja bem, eu pensei muito e acho que não tenho sido um bom pai, por não te apoiar sobre ser profissional.

–Mas pai, você é o melhor pai que eu poderia ter. Embora eu fique chateada com isso, eu sei que o sr. só está pensando no que é melhor para mim.

–Eu realmente não quero te ver machucada, filha. O profissional é muito pesado para a minha garotinha. Você entende isso?

–Entendo pai.

–Bom, o que eu posso te dizer agora é que vou tentar te preparar o melhor possível, para quando chegar o momento, você tome a decisão da melhor forma. Embora eu realmente prefira que você faça uma faculdade.

–Obrigada pai, você é o melhor.– respondeu abraçando-o.

–Em relação à hoje, foi Gandhi quem disse: "A alegria está na luta, na tentativa, no sofrimento envolvido e não na vitória propriamente dita." Isso quer dizer para além de dar o seu melhor hoje, que não esqueça de se divertir, de desfrutar do momento. Nem sempre o melhor é vencer. E quero que saiba que independente do resultado e apesar de todos os riscos que envolvem, eu me orgulho muito de ti.

–Nossa pai. Isso significa muito para mim.– comentou com lágrimas nos olhos, as quais o pai enxugou com os dedos.

–Agora chega de moleza e vai tomar o café, que a tarde vai ser longa! –ordenou, enquanto se levantava da cama da filha.

*****

Os alunos de Gael esperavam na praça, pois o mestre não queria ninguém na Khan antes que ele estivesse presente. Não queria correr riscos com o Lobão, já tinha perdido um aluno para ele, o que resultou em sua morte. Gael não cometeria o mesmo erro.

A família Duarte chegou ao encontro deles e todos saudaram-se. Estavam todos uniformizados e com o equipamento, conforme manda o figurino.

–Antes de irmos quero agradecer toda a dedicação de vocês por esses dias. Independente do resultado, todos são vencedores. Citando uma fase de Drummond...

Eita mestre, já com influência da Dandara? - brincou Duca, fazendo todos rirem.

Como eu ia dizendo DUCA, Drummond disse que "só é lutador quem sabe lutar consigo mesmo." Então hoje é um dia que vocês estão indo para superar a si mesmos e não aos outros. FORÇA E HONRA.

–FORÇA E HONRA.– todos responderam.

–Nervosa loirinha?

–Nervosa por que? Eu vou arrebentar. - Cobra riu da alegria da amiga e seguiram os outros para a academia.

Todos em posição, logo iniciou-se a cerimônia. Tinham como convidado de honra uma brasileira que era referência mundial para as mulheres no Muay Thai, o que empolgou Karina. Era bom ver que outras mulheres conquistaram seu lugar em um universo tão machista.

Apesar disso, Karina estava apreensiva, pois ainda não tinha encontrado Pedro entre os espectadores. Ele tinha prometido vir, só devia estar atrasado.

*****

Alguns minutos antes, Pedro estava saindo para ir prestigiar a namorada, quando deu de cara com o pessoal da sua banda.

–Que demora Pedro! Assim vamos nos atrasar. –reclamou a baterista.

–Depois reclama que eu que sempre chego tarde! –Sol comentou.

–Ué vocês também vão na academia assistir? – Pedro perguntou confuso.

–Que academia, está doido?– reclamou a baterista.

–Vamos no concurso de bandas da minha escola , esqueceu? –falou o baixista.

–Putz, esqueci completamente! – respondeu Pedro. - Olha galera, não vai rolar não. Preciso ver o exame de grau da Karina.

–Aff com três f's! Não podemos tocar sem você! Além disso eu também não vou ver o meu pretinho, você pode muito bem não ir.

–Mas gente...

–Mas nada Pedro, para de frescura e vamos. Desmarca isso aí. –falou o baixista.

–Vocês não entendem...

–Quem não entende é você Pedroso. Esse concurso é exatamente a visibilidade que vocês estão procurando, sem falar que o prêmio é uma graninha que vai ajudar muito a banda. –falou Nando.

–Você não vai dar essa mancada com a gente né?– perguntou Sol.

–Não, peraí, só vou ligar para ela e avisar que não poderei ir... Ela não atende.

–Então deixa um recado e quando ela puder, ela ouve.

"Esquentadinha, aqui é o Pedro. Sei que eu tinha prometido ir, mas surgiu um imprevisto muito importante e não poderei te assistir. Espero que não fique chateada. Beijo minha linda."– deixou o recado.

Karina tinha deixado o celular em casa, pois não poderia utilizar no exame.

Depois de quase uma hora, chegou a vez dela. Como da última vez, ela não decepcionou, derrubando dois lutadores da Khan. Com isso conseguiu seu grau. Aliás todos da academia do Gael que disputaram, conseguiram.

De longe Lobão observava a comemoração de Gael e sua filha.

Bianca se juntou à eles para cumprimentá-los.

–Parabéns maninha! Você arrasou! Tá feliz?

–Muito Bi, obrigada. Vem cá, você viu o Pedro?

–Desculpa K, mas acho que ele não veio.

–Tudo bem. Deve ter acontecido algo.

Vários dos amigos chegaram também para cumprimentá-los e o assunto se perdeu no ar.

A lutadora se afastou para beber um pouco de água no bebedouro, quando Lobão se aproximou dela.

–Parabéns Karina, você venceu meus alunos.

–Lobão. Obrigada.

–Você é muito boa, realmente puxou o seu pai.

–Nunca pensei que ia ouvir você me elogiar, Lobão. – falou Gael chegando até eles.

–Elogiei o pai dela, não você Gael. –Lobão respondeu debochado, ainda com os braços cruzados.

–O que você está querendo insinuar? – Gael foi se aproximando de Lobão até ficarem cara a cara.

–Eu? Que eu me lembre era a Ana quem se insinuava para todos.

–Eu EXIJO que você respeite a memória da minha mulher.

–Ou o que? Você vai partir para cima, aqui, na frente de todos os seus alunos? Vai mostrar para todos que o mestre deles não é tão digno de honra? –provocou Lobão.

–Pai! Por favor, vamos para casa? –com o pedido da filha, Gael saiu da onda de raiva, voltando sua atenção para ela.

–É o melhor que fazemos minha filha. Sair de dentro desse covil. Fique longe da minha filha!

–Tem certeza que ela é sua?– Lobão não abriu mão da provocação.

–Você é tão baixo! Não vou perder mais meu tempo contigo. Vamos, Karina.

Quando já estavam fora da academia, a filha foi logo perguntando:

–Pai, o que aquele cara quis dizer com isso?

–Não liga para ele filha.

–Mas pai, ele falou da minha mãe!

–Eu falei para você esquecer essa história! É mentira, só para nos irritar.

–E ele quase fez você perder a cabeça. Não acredito que seja apenas uma mentira.

–Karina, presta atenção. Não tem fundamento nenhum o que ele falou. Foi apenas provocação.

A garota ficou quieta depois disso, refletindo sobre o que acontecera.

–K? Não vamos deixar que isso estrague nossa alegria, não é mesmo? Vamos jantar fora hoje para comemorar!

–Claro pai, vou adorar.

Quando chegou em seu quarto, Karina checou o celular que continha ligação perdida de Pedro e uma mensagem de voz. Escutou o recado de Pedro e pensou: Bem que eu disse que tinha acontecido algo. Tentou ligar de volta para ele, mas só caía na caixa postal. Colocou os fones e acabou cochilando. Despertou quando já era noite, com sua irmã se arrumando para saírem.

–Vamos maninha, o papai está nos esperando. Ainda bem que seu banho é de gato.

Checou novamente o celular, Pedro não tinha retornado as ligações. Foi tomar banho e depois saiu com a família para comemorar. Foram em uma churrascaria.

O músico retornou tarde da batalha de bandas. Eles ficaram em segundo lugar, recebendo um prêmio menor em dinheiro, mas que seria de grande ajuda.

Quando já estava em sua cama, ligou para Karina.

–Oi. Sumido.

–OI minha Esquentadinha! E aí como foi?

–Consegui! Você precisava estar lá para ver, foi irado.

–Desculpe por isso. Foi de última hora...

–O que aconteceu? Você está bem?

–Estou sim, não é nada assim. É que tinha uma batalha de bandas da escola do baixista e eu não tive como deixar de ir. Sério, eu queria muito te ver, mas eles me pressionaram para caramba. Me desculpa?

–Tudo bem. Você fez falta. Mas e aí ganharam?

–Ficamos em segundo lugar. Já é alguma coisa né?

–Você cantou? Porque se cantou, tenho certeza que o problema foi esse! hahahahahah

–Magoou.

–Pê, já está tarde e estou cansada. Nos vemos na escola amanhã?

–Claro minha linda. Durma com os anjos.

–Você também. Beijo.

*****

No dia seguinte durante o treino, Cobra e Karina conversavam.

–Aquele Lobão ainda tem te incomodado?

–Não, faz tempo que ele não me ronda. Por que?

–Ontem no exame, ele falou uma coisa muito estranha.

–Bobagem. Vindo dele, só pode ser.

–É sério, fiquei griladaça. Hoje no parque eu te conto.

–Ok.

*****

No banheiro da escola, Karina escovava os dentes antes da aula. Saiu muito atrasada do almoço e se não corresse perderia o ônibus. Alguém entrou no cômodo enquanto a garota secava o rosto e quando ela olhou para cima, deu de cara com Pedro, refletido no espelho.

–O que você está fazendo aqui?– perguntou descrente.

–Eu estudo aqui, Esquentadinha.– o garoto respondeu com um sorriso torto.

–Eu quero dizer aqui no banheiro. Se você não sabe ler, aqui é o banheiro feminino.

–Eu sei disso. Mas eu queria te ver. – ainda sorrindo.

–Seu doido! – falou abrindo um sorriso.

Pedro se aproximou lentamente e a pressionou contra a pia.–Eu não aguento mais nenhum segundo sem te beijar.

Então o garoto encaixou sua mão no rosto da garota e com a outra a puxou pela cintura, beijando-a com voracidade. Até que alguém forçou a porta para entrar e eles interromperam o beijo.

–E agora, o que a gente faz? –questionou Karina.

–Não sei. Ninguém pode me ver aqui.

–Ou vão fazer uma ideia totalmente errada.

–Nem tão totalmente né.

–Para! É sério. E agora?

–Vou me fechar na cabine e você sai. Quando não tiver mais ninguém por aqui eu dou um jeito de sair sem ser visto.

–Beleza, te vejo na aula.

Trocaram um selinho e Karina esperou ele entrar na cabine, para destrancar a porta. A pessoa que tentara entrar pelo visto tinha desistido, não tinha ninguém do lado de fora.

A lutadora ia em direção a sala quando uma garota a interrompeu.

–Karina né?

–Oi. Fazemos matemática juntas. Sabrina, não é?

–Isso. Então, eu só queria te dar um aviso.

–Pode falar.

–Não sei onde você estava ontem, mas seu namorado estava bem ocupado com minha amiga, a Bruna. – falou mostrando um vídeo em seu celular, onde tinha Pedro em um local cheio de pessoas - provavelmente a batalha de bandas - com a garota do outro dia pendurada em seu pescoço. Pedro colocou suas mãos na cintura da garota e o vídeo acabou.

Nervosa, Karina tomou o celular da mão da menina, apagou o vídeo e arremessou o celular em uma lixeira próxima dali. Sem falar uma palavra para a garota, que reclamou dela jogar seu celular, a lutadora continuou seu caminho até a sala. Sentou em silêncio e Pri virou-se para falar com ela.

–Nossa K. você demorou!

Karina nem olhou para a amiga.

–K, tá tudo bem?

–Me deixa Pri, por favor. –falou ríspida.

–Vish, tá de TPM? – perguntou ganhando um olhar feio em resposta. -Ok, não tá mais aqui quem falou. Eu hein.

Logo depois chegaram Pedro e João e sentaram-se em seus lugares. O professor iniciou a aula e Pedro colocou a mão na coxa da namorada. Ela tirou. Ele colocou o braço no encosto da cadeira dela, ela se mexeu fazendo o braço cair.

–Esquentadinha! Que isso?

–Fica no seu quadrado que eu fico no meu!

O músico se surpreendeu diante da grosseria da namorada, cinco minutos antes ela estava alegre.

–O que você tem?

–Nada. Deixa eu prestar atenção na aula.

–Sério, o que foi que eu fiz?

–Eu que te pergunto Pedro, o que foi que você fez? – ela praticamente jogou as palavras em cima dele.

–Nada, que eu saiba. Espera aí, você ainda está chateada com o lance de ontem? Pensei que você tivesse entendido.

–Quer parar de falar? Eu quero prestar atenção na aula!

–Esquentadinha, me desculpe. Eu realmente queria te ver, mas não pude! A banda precisava de mim.

–Não só a banda né?

–Não entendi. O que você quer dizer?

–Professor, o Pedro não para de falar. Está me atrapalhando.

–Pedro Ramos, por favor!

–Desculpe professor.

Alguns minutos se passaram e Pedro tentou novamente.

–Esquentadinha, me diz, por que você está assim? Não estou entendendo.

–Pedro Ramos, por favor né! Senta aqui na minha cadeira, vou ficar de olho em você. –pediu o professor.

O garoto olhou bravo para a namorada e obedeceu o professor. Pedro ia pegar o celular para mandar uma sms para ela, mas o professor viu e tomou o aparelho.

O restante da aula passou sem que conseguissem se falar.


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Notas finais do capítulo

Oba, hoje novos leitores apareceram e tive mais favoritadas! Muito obrigada pelo carinho pessoal, vocês quem me motivam a continuar a fic.



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