Impossibilidades Perina escrita por Lilith


Capítulo 17
Capítulo XVI


Notas iniciais do capítulo

Acabei escrevendo mais um capítulo, me incomodou o ponto em que tinha parado. Mais tarde devo postar mais um.
Não respondi, mas li todos os comentários com muito carinho, inclusive as críticas. Em breve respondo.



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Karina subiu para o quarto e se deparou com Bianca chorando silenciosamente.

–Bi, o que você tem? Brigou com o Duca?

–Quer mesmo saber?

–Claro. – sentou-se na cama da irmã.

–Aquela brincadeira estúpida...acabamos brigando.

–Te entendo. Também estou grilada com algumas coisas.

–Quer dizer, eu sei que foi só uma brincadeira, mas não foi só o beijo, sabe? Fiquei um pouco chateada com as coisas que ouvi. Eu sei que o Duca tem um passado e é bobeira minha sentir ciúmes de coisas que nem existem mais, mas eu sinto. Ele era muito galinha antes de ficar comigo, quem garante que ele ainda não é?

–O Duca não é desses Bi, ele era galinha sim, mas não quando estava namorando. Ele te respeita muito, não encana com isso não. A Jade desde o início estava com intenção de te atingir, então não deixa ela te contaminar com o veneno dela.

–É maninha, você tem razão. Já estou me sentindo melhor, obrigada.

–Eu também me preocupo com você.

Elas se abraçaram e enquanto Karina ia para sua cama, a irmã a chamou.

–K.? Você disse que ficou grilada também, quer conversar?

–Bobeira minha, não se preocupe.

–Boa noite então.

–Boa noite.

Karina sabia que não conseguiria dormir, algo não saia de sua cabeça. Resolveu mandar uma sms para Cobra.

"Acordado?"

"Estou. Q foi?"

"Me encontra na academia em 10 min."

"Tá doida? Essa hora?"

"Por favor."

"Ok. 10 min"

A lutadora se esgueirou pela casa, pegou a chave da academia na cozinha e saiu de fininho. Chegando lá destrancou a porta e esperou o amigo, que chegou em seguida.

–Loirinha?

–Aqui.

–Enlouqueceu? Se seu pai descobre que você saiu essa hora...

–Ele não vai se você não contar. Vamos na sala do fundo que dá para acender a luz, sem chamar atenção na rua.

–O que aconteceu? – perguntou se dirigindo à sala.

–Preciso lutar.

–Isso eu percebi, mas quero saber por que!

–Não quero conversar agora. Estou confusa.

–Será que uma vez na vida podemos conversar como pessoas normais? Sério loirinha, você me tirou da cama, acho que mereço saber o por que.

Eles se sentaram nos colchonetes e Karina começou a se alongar.

–Pedro.

–Olha se isso for por causa do verdade ou desafio, eu te falo, não encana. É verdade que ele já beijou toda a Ribalta, mas e aí? Isso não quer dizer nada. O cara confessou para todo mundo que está apaixonado por você. Eu não faria isso.

–Não é isso.

–Então foi o beijo? Qualquer um via que ele beijou a Guta com má vontade. E o beijo que você deu no Zé, ele sim poderia ficar bolado.

–O beijo que o Zé me deu, você quer dizer. Mas não é isso também.

–O que então? Desembucha.

–Estou confusa. Se o Pedro achava mesmo que eu nem parecia uma garota, por que ele ficou comigo? Uma vez o João falou que o Pedro só gostava de princesinha. Eu não consigo entender.

Karina desferiu alguns golpes no saco e Cobra deitou-se no colchão, olhando para o teto. Enquanto conversavam, ela foi lutando.

–Não entendi.

–Tipo, você só gosta de sorvete de morango, por que um dia decidiria pedir um de limão?

–Você é o de limão? Hahahaha bela analogia.

–Sério Cobra.

–Ok. Talvez por curiosidade? Por que parece apetitoso? Para ver se gosta do sabor? De repente ele experimentou e gostou. E eu sei que ele experimentou mais de uma vez.

–Essa conversa está ridícula. – riu pausando os golpes para olhá-lo.

–É de madrugada, o que você esperava?

–Né. Mas ainda não consigo entender por que ele ficou comigo. Eu sempre achei que ele gostava de tirar uma comigo...

–Acha que talvez ele tenha ficado contigo só por brincadeira?

–Pode ser...aí talvez gostou. Sei lá.

–Você tinha que perguntar isso para ele, não para mim.

–Eu perguntei. Ele disse que foi exatamente por eu ser diferente.

–Respondido. Não entendo onde está a dúvida. Olha só loirinha, daquela vez que ficamos ele já gostava de ti. Talvez o que tenha mudado foi você e não ele. Ele só estava esperando a oportunidade, você baixou a guarda e aconteceu.

–Faz sentido.

–O que não faz sentido é você querer achar lógica no amor. Amor a gente sente e não entende.

–Amor? E desde quando você entende de amor?

–Família por exemplo. Mesmo que a gente não concorde com tudo o que eles fazem ou dizem, é meio que impossível deixar de amá-los. Amor é uma conexão.

–Tem razão.

–Vou te falar, se você for se preocupar com tudo o que surgir que vocês falaram ou deixaram de falar, seu namoro não vinga. Vocês se odiavam no início, falaram e fizeram muitas coisas que tinha sentido lá, não tem agora. Então não liga para o que os outros dizem. Guie-se pela sua certeza. Já ouviu dizer que atitudes dizem mais do que palavras?

–Tenho medo de me machucar. De novo.

–Loirinha, olha pra mim. Quando entra em um combate, você tem medo?

–Não.

–Por que não?

–Porque eu sei que vou dar o meu melhor. E que não dá para ganhar todas as vezes.

–Exatamente, o namoro é mais ou menos a mesma coisa.

–Entendi.

–Relaxou?

–Aham. Valeu Cobra.

–Tranquilo. Vamos, te acompanho até sua casa.

*****

No dia seguinte, Karina ficou pronta com antecedência e resolveu ir até a casa de Pedro, não gostou da forma como deixou as coisas. O namorado deveria estar chateado com ela, pois ele sempre enviava mensagem de boa noite e ontem não havia enviado.

Delma quem abriu a porta, deixando-a entrar e informando que Pedro estava no quarto. A garota bateu na porta do quarto dele, que a abriu.

–K.? - Pedro estava de calça, tênis e boné virado para trás, todos pretos e sem camisa. - Entra. Eu já ía passar lá, só estou esperando o meu pai. -falou voltando a arrumar suas coisas para levar.

–Eu queria falar contigo antes de sairmos.

O garoto ficou preocupado e olhou para ela.

–Não me olha assim, só quero te pedir desculpas por ontem.

Pedro respirou aliviado e a abraçou forte.

–Pedro?

–Não faz mais isso comigo? Quando estiver brava, conversa, sei lá, me bate. Seu silêncio é pior.

–Desculpe, eu não estava brava. Estava confusa.

–Sobre o que sente por mim? – preocupou-se novamente.

–Não. Sobre o porque você está comigo.

–Foi por causa daquele maldito jogo né? Olha – falou olhando em seus olhos - Eu senti algo por você desde o primeiro olhar que cruzamos, na escola. Eu nunca tinha me apaixonado K., não entendia o que eu sentia por você. Só queria te irritar cada vez mais, porque assim você olhava para mim, falava comigo. Mesmo que para me xingar. E quando te vi sorrir pela primeira vez...você me desarmou completamente. Você é incrível. Linda, esperta, forte, corajosa. Por que eu não iria querer ficar contigo?

–Sei lá...porque somos muito diferentes? Porque nos odiávamos?

–Só porque nosso relacionamento parecia improvável, não significa que não seja real.

–Porque não sou o seu tipo de garota?

–Sério, você é exatamente o meu tipo. As outras que não eram.

Karina o abraçou novamente, escondendo a cabeça em seu pescoço, sentindo seu cheiro. Então eles se beijaram, um beijo delicado que pôs fim a qualquer insegurança.

Marcelo bateu na porta chamando o filho e dirigiram-se para o bar onde a banda iria tocar.

Nando estava acompanhando eles, Sol como sempre chegou em cima da hora, com Wallace a tira colo.

A aceitação do público foi boa. Saíram de lá satisfeitos com a vibração.


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Notas finais do capítulo

é isso...continuem comentando por favor!