Scorpius. Deus das tempestades destruidoras e da fidelidade ideal.

Perseu olhava para a ruiva adormecida ao seu lado e se perguntava se poderia existir felicidade maior que essa. Logo depois de se declararem um ao outro a mulher sugeriu que eles vissem um filme e assim passaram o resto do dia, deitados lado a lado assistindo filmes. E o relacionamento que antes era amizade foi se consolidando cada vez mais, e agora com quase um ano de namoro Perseus não podia ser mais feliz.

Perseu se aconchegou mais na cama abraçando o corpo da sua ruiva. Sua melhor amiga, sua família, sua namorada... E futuramente sua esposa. Ela seria dele por toda a eternidade, isso era uma certeza na mente do Deus. Antes de adormecer inspirou o doce aroma de lírios e sorriu, estava aonde deveria estar.

Seus sonhos porem não o deixaram permanecer na paz que estava ao fechar os olhos. Primeiro a escuridão. Então lindos olhos cor de tempestade transbordando medo e inocência. Lagrimas. Gritos. Desespero.

"Ajude-me " – o grito feminino se misturou ao do deus que acordou assustado.

Era ela, tinha certeza.

Sua pequena Aristonia

–Amor? - o homem saiu do seu transe momentâneo e virou para ruiva com os cabelos bagunçados, seu semblante demonstrava preocupação. -O que aconteceu? Você gritou.

–Hes acho que sei o que aconteceu a nossa afilhada.Vamos temos que encontrar Zeus.

[...]

Hera se encontrava sentada na poltrona com Scorpios adormecido em seus braços. Seu pequeno deus das tempestade destruidoras e da fidelidade ideal dormia tranquilamente depois da mulher o alimentar e cantar a canção que sempre cantava a todos os seus filhos.

A deusa sorriu, um dos raros sorrisos que dava ultimamente, e se levantou colocando seu bebê no berço e o dando um beijo na testa. Olhou para o quarto de seu bebê mais uma vez e saiu caminhando logo para o seu.

Ao entrar a primeira coisa que reparou foi o quanto seu quarto estava a refletindo.O seu sempre perfeitamente arrumado quarto estava uma bagunça.Olhou seu marido ainda de terno dormindo, mas de longe era um sonho tranquilo.

Trabalho e dor acabavam com qualquer um.

E Zeus estava tão acabado quanto ela.

A tão conhecida dor se apossou do seu corpo novamente.

Cinco meses.Cinco crueis meses, desde que sua pequena deusa nascera e não acordada. Ao contrario do que achara na hora sua bebê não nascera morta, sim em coma.

Ao que as parcas revelaram a pequena Aristonia seria muito poderosa, e sua magia a aprisionou. Sinceramente,Hera não entendia como a pequena deusa da fidelidade instável e das tempestades calmas poderia ser tão poderosa a ponto de ser aprisionada por sua propiá magia.

A Rainha dos Céus deixou uma lagrima cair se olhando no espelho. A quela não era ela! Nem em todos os anos de dor e humilhação que foi infringida nunca tinha deixado a dor refletir em sua imagem, mas hoje não a restava forças para se manter firme.

Os olhos castanhos antes de brilho descomunal agora estavam opacos,sem vida. Os cabelos sempre brilhantes e em penteados elaborados estavam sem vida e presos de qualquer modo.

A mulher soluçou.

Só queria sua filha ali, chorando,rindo e balbuciando palavrinhas e encantando todos como seu irmão estava.

Mas ela não podia ter isso, sua filha estava condenada a crescer em coma, sem ninguém para lhe ajudar. Do que adianta ser um deus nessas horas ?

Sentiu braços fortes envolverem sua cintura e chorou mais ainda se virando e escondendo o rosto no peito do esposo.

–Eu não aguento mais - confidenciou entre lagrimas.

–Também doí em mim querida, mas ela vai acordar. Só precisamos esperar. - Zeus disse passando a mão nos cabelos da esposa enquanto tentava acreditar em suas propiás palavras.

Ele a afastou delicadamente e enquanto limpava as lagrimas dela a olhou maravilhado por tamanha beleza.

–Estou horrível, como consegue me olhar assim? - questionou a mulher olhando para o chão.

Zeus riu, em meio toda essa dor ele só conseguia rir por dois motivos. Seu pequeno príncipe e sua amada Rainha.

Delicadamente levantou o rosto dela a fazendo olhar em seus olhos.

–Você sempre será bela, arrumada ou não. Entenda! Agora venha, vamos tomar um banho sim?

Hera somente assentiu e sorriu em um pequeno momento de felicidade.

Lentamente ele a virou de costas para si e puxou o zíper do vestido o fazendo cair ao chão.Passou a mão em suas costas retirando o sutiã e o jogando no chão.

A virou para si e viu que ela sorria, sorriu e a beijou enquanto soltava seus cabelos.

Se despiu rapidamente e a puxou para banheira.

–Eu te amo,nunca se esqueça disso.

–Eu também te amo querido.
[...]

–Pers, eles podem estar dormindo. Por que não voltamos amanha? - A deusa da paz questionou.

–Preciso falar com eles agora Hés. Ela precisa de ajuda.

A mulher apenas assentiu.

Estava curiosa e esperançosa sera que seu namorado tinha sonhado com um modo de ajudar sua pequena afilhada?

Sorria como boba e chorava como uma mãe desesperada ao pensar na linda bebê branquinha de fios de um castanho claro quase loiro.

Tinha uma curiosidade imensa para saber como iam ser seus olhos. Talvez castanhos como o da mãe e do irmão , mas provavelmente azuis eletrizantes como o do pai e o da irmã semi-deusa.

Tantas coisas que tinha preparado para ela, tantos presentes. Tantos mimos para sua pequena e não tivera nem mesmo a oportunidade de a ver.

Hera se recusou a liberar a entrada de qualquer um no quarto da pequena princesa que virou um quarto de hospital onde só os pais e Apolo podiam entrar.

A ruiva respirou fundo e bateu na porta logo voltando para os braços de Perseu.

–Ela está ai dentro Pers e nós não podemos nem ao menos a ver. - choramingou a mulher.

–Eu já a vi. No sonho, devia ter uns cinco anos. Ela vai ficar linda Hés. Olhos vibrantes como o da cara de pinheiro. - Perseu sorriu feliz.

Ele sabia no seu intimo que faria de tudo, tudo, para conseguir ajudar sua pequena deusa loira.

– O que fazem na minha porta essa hora? - Zeus resmungou abrindo a porta com a toalha nas mãos secando os cabelos.

–Precisamos conversar. É sobre ela! Sonhei com ela. - Perseu disse esbaforido.

–Entre,vou chamar Hera. -Zeus disse e subiu. Seu semblante leve sendo rapidamente substituído pelo preocupado.