The Woman I Love

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Falhas

Ele deveria protegê-la. Era isso. Desde o começo, Luffy prometeu a si mesmo que manteria todos os seus companheiros seguros, afinal, eles também eram sua família. Mas tal promessa pesou ainda mais a respeito de Nami.

Depois de terem se casado, ele tinha certeza que faria de tudo para que ela fosse feliz, ainda que tivesse certeza que era um babaca muitas vezes, se esforçaria ao máximo para que um sorriso sempre estivesse presente no rosto dela. O que, de fato, muitas vezes não tinha falhado.

Até aquele momento.

Não havia nada que ele poderia dizer para que Nami risse. Tinha sido uma fatalidade. Não existia culpados para que ele pudesse se vingar por machucar a mulher que amava. Tudo que Luffy podia fazer, estava fazendo: sentara ao lado dela na cadeira perto da cama e ficou ali, em completo silêncio.

Pela primeira vez, depois de muito tempo, Luffy se acovardou. Não tinha coragem de levantar os olhos para encará-la. Até momentos atrás, Nami segurava o bebê que já nascera morto em seus braços, embalando-o, como se isso fosse mudar o fato que ele tinha se ido muito antes de nascer. Não tinha derramado uma lágrima, o estado de transe era tão intenso, que jurava que a esposa acreditava que o bebê estava vivo.

O que não era verdade.

Sem dúvidas, aquele era um dos momentos mais difíceis de toda sua vida.

Ela só começou a chorar, quando Chopper teve que tirar a criança dos seus braços e levá-la para longe. Luffy a abraçou com força, sentindo as lágrimas dela molharem seu peito, enquanto mal podia conter as próprias. Beijou seu cabelo e tentou murmurar palavras de conforto, mas só tentou, porque foi o silêncio que ficou ali.

Cada vez que a navegadora tremia entre seus braços, um pedaço do seu coração se partia. Em um momento de egoísmo, agradeceu quando ela adormeceu, porque só assim o sofrimento dos dois poderia ser amenizado por um instante.

“Ela não vai poder ter filhos”, a voz de Chopper ecoou em sua cabeça. “Nunca mais.”

Já não era o suficiente que tivessem perdido o seu primeiro filho? Como poderia olhá-la nos olhos e dar uma notícia dessas? Não conseguiria... Não podia fazer isso com Nami.

E ele chorou, desejando que tudo aquilo não passasse de um terrível e grotesco pesadelo.

Mas não era. Era real.

A única coisa que ainda o acolhia, era saber que Nami ainda estava viva... De alguma forma. E teriam um ao outro. Isso teria que bastar... Por um tempo.