NOTAS FORAM FEITAS PARA SEREM LIDAS, ENTÃO LEIAM AS NOTAS INICIAIS E FINAIS

Eu ainda não estava acreditando, eu e o Mellark trabalhando juntos? Isso não vai dar certo! A gente se odeia, vamos acabar nos matando! “Não é pra tanto” É sim! Ele é um chato! “Um chato gostoso” É muito gostoso... Quê?! Que pensamentos são esses Katniss? Ele é o Peeta, o garoto chato que te irrita todo dia, o maior galinha da escola!

O que me tira da minha pequena discussão com a minha consciência é a voz de Cinna com as primeiras instruções sobre o musical.

–Bom, agora que todos os participantes já foram anunciados e os integrantes da dupla também, poderei dizer as instruções. Os ensaios serão as terças e quintas, após o horário de aulas, cerca de uma hora, o tempo e dias de ensaio aumentará quando estiver mais próximo da data da apresentação. Esta será em outubro, sem dia definido, assim teremos cerca de três meses de ensaio. – ele olha alguns papeis antes de continuar. – A questão das roupas ainda esta aberto a discussão, se terá figurino ou não. As principais informações são essas, as demais serão passadas no decorrer dos ensaios. Por hora é só, podem ir exceto o Sr. Mellark e a Srt. Everdeen, tenho que passar algumas instruções a vocês ainda.

Todos se levantaram e saíram quase correndo, revirei os olhos e esperei até o ultimo aluno sair e fechar a porta, assim sobrando somente eu, Peeta e Cinna entre quatro paredes. Levantei e me aproximei de Cinna. Eu não queria, nem podia cantar com Peeta. Quando comecei a me dirigir ao local onde Cinna estava, o mane também levantou e foi na mesma direção que eu ia, vou precisa de paciência para não começar uma briga aqui.

Quando me aproximei de Cinna, já fui logo dizendo, sem o dar oportunidade de falar qualquer coisa.

–Eu não posso me apresenta com ele/a. – Não havia percebido que o Mellark estava ao meu lado, só tive noção disso quando ele falou junto comigo.

Nos encaramos por alguns segundos, mas ele desviou o olhar.

–Posso saber por que não? – Cinna perguntou.

–Por... Por... Por... Porque... Eh... Hm... – Peeta gaguejava sem achar um motivo, fora nossa rixa particular.

Cinna nos encarava com uma sobrancelha erguida e uma expressão divertida. Ele sabe sobre nosso ódio mortal, e sabe que esse é o único motivo, Pensa Katniss, pensa! Então tive uma ideia.

–Porque não conhecemos nenhum dueto. – não é de todo mentira, já que não consigo imaginar um dueto para mim e Peeta.

Cinna começou a rir, pois é, ele não engoliu a desculpa.

–Katniss, não precisa se preocupar em relação a isso. – ele disse quando se recuperou de seu ataque de risos – Eu, com alguns professores, separamos uma lista de duetos para vocês.

Mordi meu lábio inferior, uma mania eu tenho desde pequena, quando estou nervosa. Cinna continuava nos encarando.

“Porra Mellark! Eu já dei uma desculpa, sua vez!” Pensei, enquanto o encarava para ver se ele entendia o que eu queria, mas pelo visto ele não entendeu, ou se entendeu, fingiu não entender, já que ele não falou nada.

–Esse era o único motivo? – Cinna perguntou e pela ênfase dada na palavra “motivo” eu entendi a ironia, ou seja, ela sabe que o que eu disse não passava de uma desculpa.

Eu e Peeta nos encaramos em busca de outra desculpa, mas não encontramos.

–Se era só isso, já posso falar sobre os ensaios. – Continuou Cinna – Além das instruções já ditas eu só tenho a acrescentar que vocês terão ensaios todas às sextas as duas da tarde, sendo uma hora por dia e esse tempo aumentará com a proximidade do evento. – pelo menos só terei que conviver com o Mellark uma vez por semana – Mas, uma vez semana não será suficiente para que fique perfeito, – comemorei cedo demais – então, por isso, vocês terão que combinar dias para se encontrarem fora da escola.

Não basta eu ter que cantar com o Mellark, eu vou ter que ir na casa dele ou ele na minha?! Ai já é demais Cinna!

–A gente vai ter que ir na casa um do outro?- Peeta da voz aos meus pensamentos.

–Exato! – diz Cinna se levantando, nem havia percebido que ele estava sentado – Vou deixar vocês sozinhos para marcar os dias. Tchau! – e saiu.

Ficamos nos encarando pelo que pareceram horas, mas sei que foram somente minutos.

–Quero que saiba que não estou nem um pouco feliz em estar sendo OBRIGADO a fazer isso com você. – ele quebra o silencio.

–Digo o mesmo. – respondo friamente.

–Mas já que termos que fazer isso, será na sua casa ou na minha?

–Vareia, cada vez em uma, a que for possível. – respondo

–Certo. Quais dias?

–Pode ser as quartas? Tenho compromisso as segundas, nas terças, quintas e sextas são os ensaios na escola, e sábados e domingos você tem suas farras.

Ele pareceu ofendido com a ultima parte, mas não posso fazer nada, só falei verdades.

–Pode ser as quartas e domingos. – ele diz.

–Tudo bem. – afirmo

Ficamos mais um tempo em silencio, até que os seus pensamentos criam voz.

–Não acredito que vou ter que conviver com ela!

–Devo dizer que compartilho dos mesmos pensamentos. – quando digo isso ele parece perceber que tinha ultrapassado a linha de pensamento, e falado em voz alta.

–Você é muito mimada! – Ele diz.

–E você irritante! – Devolvo, e isso da inicio a troca de farpas muito conhecida por nós.

Ele começa.

–Chata.

–Mauricinho.

–Mandona.

–Metido.

–Galinha.

–Gostosa.

–Arrogan... Espera o quê? – Gostosa? Como assim gostosa? Isso nunca aconteceu! Ele me “elogiou”? Devo levar isso como um elogio?

Quando saio dos meus pensamentos vejo um lampejo de surpresa passar por seus olhos, mas não posso dizer se foi real ou fruto da minha imaginação, por que se existiu foi muito rápido.

–O que o quê? – ele pergunta se fazendo de desentendido.

–Repete o que você disse.

–Quer que eu repita minhas ofensas? – ele tenta mudar de assunto.

–Não mude de assunto e repita! – ordeno.

–Depois não quer ser chamada de mandona. – ele murmura, mas seu ouço e fecho a cara – Eu disse GROSSA, satisfeita?!

–Não porque você está mentindo.

–Não estou!

–ARGH! PARA DE FINGIR! – grito

–NÃO ESTOU FINGINDO! – ele também grita.

–Pelo visto você já tomou sua dose de indiferença hoje, idiota! – digo e começo a me direcionar para a saída do auditório – Preferia o Peeta que foi conversa comigo ontem. – murmuro, mas sei que ele ouviu, pois ouço ele sussurra.

–Não sei o que me deu para ir até você. – Não sei por que, mas isso me deixou chateada.

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