Harry Potter e o Senhor da morte escrita por Leid Jeh


Capítulo 8
Plataforma 9- ¾




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O que eu estou fazendo aqui? vo...vo ..você? Mas por quê? Eu... Eu... Não posso acreditar!

Uma risada fria e rouca foi ouvida.

— Incarcerous!

Grossas cordas foram conjuradas e prenderam a mulher a uma poltrona que se encontrava no canto da sala. Um calafrio foi sentido em sua espinha. As cordas foram conjuradas as pressas e a prenderam com tanta força que já estavam deixando profundas marcas em sua pele. Ela não sabia exatamente o que estava fazendo ali, apenas lembrava-se de estar voltando para casa e de repente um clarão. E só. Logo depois estava ali, presa.

— Por quê? Você ainda ousa perguntar o por quê? Poder. Pelo mesmo motivo de Voldemort. Eu não cometerei o mesmo erro que ele. Eu estava ali, observando, o tempo todo. Observando os poderes de Harry e Voldemort crescerem, vendo os acertos e os erros. Ele foi um tolo. Não se pode subestimar o inimigo, é o que eu sempre digo!

Ela sentiu uma mão gélida e pálida acariciar seus cabelos. Ela estava com medo e nervosa.

O que eu estou fazendo aqui? Porque estou amarrada? O que ele fará comigo? - Pensou.

Ele parecia extremamente calmo e calculista. Como se já soubesse onde tudo terminaria. Como se sempre tivesse o controle das coisas. Das pessoas. Aproximou do ouvido da trêmula mulher e sussurrou:

— Onde está, minha querida?

— Onde está o que? - Disse a mulher. A pergunta repentina logo lhe deu uma pista do que ele queria.

Seu rosto foi imediatamente tocado por uma áspera língua, sua repugnância aumentou ao sentir aquele toque.

— Não brinque comigo mocinha. Minha paciência está se esgotando. Você sabe o que eu quero!

— Eu... eu, não estou mais com ela. Eu não consigo me lembrar de o que eu fiz com ela.

— MENTIROSA! - Crúcio!

Um raio emergiu da varinha do bruxo, e imediatamente a mulher se contorcia de dor. Seus olhos estavam saltados das órbitas, mas pôde ver claramente o prazer daquele bruxo vendo sua dor.

— E agora? Será que você se lembra? Ou precisará de mais alguns estímulos?

O medo estava presente naquela sala, e ela sabia que talvez não houvesse volta. Mas jamais diria nada a aquele traidor.

— Senhor?

O que foi rabicho? Não vê que estou ocupado com o meu novo brinquedo?

— Ah... Mil desculpas Senhor, mas é que... Acho que em partes ela não está mentindo.

Do que você esta falando, seu resto de nada?

— Ah..ah.. Como o senhor havia pedido eu a segui, e vi-a entregando a Potter senhor!

— Harry Potter?

Os olhos do bruxo mudaram de um misterioso azul, para vermelho, e um som de tapa pode ser ouvido de longe. O rosto da mulher estava vermelho, mas sua face não queimava mais que seu coração.

— O que ele sabe? O que contou a ele senhorita?

– Eu não disse nada, ele não sabe que a pena não é só uma caneta. Eu só quis me livrar dela.

— Sua boa vontade não o ajudará, sua tola! Eu me encarregarei dele pessoalmente.

A visível mentira pareceu passar ilesa aos olhos cor de sangue do bruxo. Uma lágrima desceu dos olhos da mulher, e escorreu pelo calor de sua face. Havia muito medo em seu coração, mas maior que o medo, era o arrependimento de não poder ter feito mais por Potter. Naquele momento ela soube, aquele bruxo era mil vezes mais forte e cruel do que Voldemort. E lamentou agora, por não poder mais, dizer isso a Harry. Ela sabia que Harry tinha coragem. Mas dessa vez, apenas isso não bastaria. O bruxo posicionou a sua frente. Um sorriso diabólico que lembrava Voldemort surgiu em sua face, contrastando com seus olhos, cheios de ódio. Uma luz saiu de sua varinha. A última coisa que Rita Skeeter ouviu foi:

— Avada Kedavra!

Harry estava deitado de costas, respirava com dificuldades e o suor escorria em sua face. Com uma das mãos ele esfregava sua cicatriz em forma de raio, que ardia como brasa. Sua cabeça começara a doer, uma dor que ele não havia sentido antes. Fortes pontadas nas têmporas, indicando que acabara de acordar de um pesadelo terrível. Ele se sentou e colocou seus óculos. Seu quarto se tornou nítido. Levantou da cama, e olhou-se no espelho. Um homem de cicatriz dolorida o olhou de volta. Ele estava suado e nitidamente abatido. As olheiras indicavam que há muito tempo ele não tinha uma boa noite de sono. Passou as mãos nos cabelos lisos e úmidos. Uma lagrima quente desceu queimando seu rosto.

— Ele a matou!

Havia lágrimas naqueles olhos azuis refletidos no espelho, marcados pela dor. Harry fechou os punhos com toda a sua força. Depois de tanto tempo isso não podia estar acontecendo de novo. Há algumas horas atrás, estava sentado em uma mesa de bar, conversando com Rita Skeeter. Logo depois, a vê morrer. Como muitos. Muitos que morreram por ele, e pelo mundo bruxo. Ele viu aos poucos, os brilhos daqueles olhos tão azuis quanto o céu se apagarem com o feitiço friamente pronunciado.

— Eu nunca quis que ninguém morresse por mim.

Harry caminha ate uma estante em seu quarto. Observa tantos objetos que fizeram parte da sua vida. Havia um porta retrato de seus pais, onde eles se encontravam felizes e ele se via ainda bebê. Ao lado um pomo de ouro. O pomo que ele havia pegado em sua primeira partida de quadribol; o ultimo presente de Dumbledore. No canto esquerdo da estante, dois livros nunca lidos, que ganhara de Hermione, no natal. Atrás dos livros, algo brilhava. Algo que implorava pela atenção de Harry há muito tempo negada. Um objeto extremamente afiado. A espada de Gryffindor. Ele a ganhou logo após a guerra guardou-a e nunca mais a olhou novamente. Ela ainda emanava um poder desconhecido, como se ansiasse pela luta. Como se estivesse esperando todo esse tempo, para lutar de novo. Ele a põe cuidadosamente na mala semi pronta. Harry caminha calmamente até a janela, não pôde deixar de observar a mudança brusca no tempo. Longe perto da linha do horizonte, o céu se acinzentava, um cinza escuro com nuvens grossas. Caia uma aragem fria e refrescante. O céu naquele ponto tornava-se gradualmente mais pálido e medonho. Harry respirou fundo. Ele sabia, que naquele momento, até o céu dava sinais de dias difíceis. Vestiu seu casaco e aparatou rumo à plataforma 9-3/4. Tao logo chegou à plataforma e é recebido com um forte abraço por Hermione.

— Harry!

— Como vai Hermione?

— Bom, melhor que você né? Olha essas olheiras!

— Não tenho tido boas noites ultimamente, Hermione. Onde está Rony?

— Esta comprando comida, é claro!

— Olá Harry!

— Luna, você veio! Olá Ana como vai?

— Não poderia perder essa por nada! Nossa Harry há Anibalts por todo o seu corpo!

— É, _disse Harry encabulado_ eles gostam de mim, não é?

— O que são Anibalts Harry? _ Perguntou Hermione

— Não faço a mínima ideia, Mione!

— Harry, Luna, Ana, como vão vocês? - Rony chega às pressas com a boca suja de um molho qualquer. Então estão prontos?

— Onde esta Draco?

— Eu não sei Hermione, _Disse Harry.

— Eu disse que ele não vinha não é? Sonserinos são sempre sonserinos! - Alfinetou Rony.

— Como são os Sonserinos? - Draco apareceu atrás de Rony, fazendo Harry e Hermione se acabarem de rir.

— São tratant... ah, ah, você veio ! Estava falado a eles, o quanto os sonserinos são amáveis!

Um apito soava. Eram 9:00. Os seis subiram ainda aos risos no trem.

— Rony! Limpa essa boca!

As poltronas foram ocupadas novamente, mas agora não mais por 6 crianças. Seus corpos agora crescidos transbordavam um ar de maturidade. Mas seus corações estavam tão agitados e inseguros como na primeira vez que embarcaram, há 10 anos. A chuva caia mansa e fria lá fora, tocando os vidros do trem, como que implorando por atenção. Harry deu a ela essa atenção. Encostou sua cabeça na poltrona macia e aconchegante, e a observou. Cada pingo que caia, soava como um som; eram as notas tocadas pelo céu. Harry tocou a cicatriz. Ela não estava dolorida, mas toca-la o fazia lembrar o porquê ainda lutava. Antes, lutava por seus pais, que deram a vida por ele. Mas hoje, a lista de por quem lutar havia crescido. Lembrou-se de todos. De todos que de alguma forma, ajudaram na guerra, e morreram por ela. De todos que deram as suas vidas, depositando sua fé nele. Pensou em Dumbledore. Sentiu saudades. Se ele ainda estivesse aqui, com certeza me ajudaria a carregar todo esse fardo. - Pensou. Olhos azuis se encheram de lágrimas. Lembrou-se de um sonserino em especial. Muito branco, cabelos longos e muito lisos. Aparentemente não gostava dele. Mas ele foi o homem mais corajoso que Harry conhecera. Um homem inteiramente de Dumbledore. Um homem que lutou, somente por uma causa: Amor. Harry não havia pensado nisso, mas hoje ele lutaria pelo mesmo motivo daquele sonserino. O céu estava escuro, o vento uivava lá fora. Harry fora vencido pelo sono. Em seu sonho, não havia guerra, e ninguém havia morrido. Nos seus sonhos ele estava em casa. Ele estava em Hogwarts.


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Notas finais do capítulo

Quero agradecer a todos que favoritaram, comentaram e estao acompanhando a minha fic desde o começo.É um prazer tê-los aqui como leitores. Duvidas e sugestoes é so comentar. Beijos.



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