Harry Potter e o Senhor da morte escrita por Leid Jeh


Capítulo 23
O tormento de Malfoy


Notas iniciais do capítulo

O trecho: "Os olhos são a luz do corpo.Se os olhos forem bons, o corpo será luminoso. Mas se forem maus, o corpo estará em trevas!" Nao me pertence, esse trecho é do Filme - “Tão Longe, Tão Perto” (“In Weiter Ferne, So Nah!” - 1993).



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O dia amanheceu pesaroso e uma tempestade irrompia lá fora. O céu escuro com pesadas nuvens anunciava o quão difícil seriam os dias a seguir. Ao longe perto da linha do horizonte um estrondo de raio pôde ser ouvido, era de lá que o perigo surgia aos poucos, seguindo em direção ao castelo. Isso não passara despercebido por Harry, que observava a mudança repentina no tempo da janela de seu quarto. Não pregou os olhos um minuto sequer. Rony roncara sonoramente. Tentou fazer companhia para Harry ficando acordado, mas logo fora vencido pelo cansaço. Ao longe vozes cortavam o silencio tirando Harry de seus devaneios.

— Mas que barulho é esse? – Perguntou Rony ainda sonolento

— Não sei, mas vou descobrir! Respondeu Harry, indo em direção á saída dos dormitórios.

No grande Hall de entrada risadas invadiam todo o castelo. Por um momento Harry chegou a pensar que estava acontecendo uma festa. Lá embaixo havia mais pessoas do que ele se lembrava que havia ontem. Rony aproximou-se do amigo ainda esfregando os olhos. Aquela visão chegava a ser perturbadora, já que nos últimos dias Hogwarts estava muito vazia devido às ordens de Dolores, em que todos aqueles que não fossem puro sangue deveriam regressar as suas devidas casas. Mas ali estavam todos eles novamente, e mais pessoas. Antigos alunos que não haviam terminado seus estudos também estavam ali. Aurores novos e antigos também no Hall de entrada. O pai de Luna a abraçava incansavelmente. A casa estava lotada.

— Ronald, Harry! Desçam!

— Olhe Harry! – Disse Rony, — Mamãe e papai vieram!

La embaixo toda a família Weasley acenava. Molly não largava os gêmeos. Havia tantas marcas de beijo em Fred que quase não se via nitidamente o rosto do garoto.

— Harry! – Cumprimentou Arthur dando-lhe um forte aperto de Mão.

— Olá Senhor Weasley, como vão?

— Bem, bem, vejo que foram pegos de surpresa, não?

— É, parece que sim! Mas o que fazem todos aqui?

Arthur e Molly se entreolharam.

— Como assim Harry, o que fazemos aqui? Viemos ajudar é claro! Ou pensou que lutariam sozinhos? – Disse Arthur bagunçando o cabelo do garoto.

O vento lá fora batia com força nas paredes do castelo. Mas lá dentro, não poderia haver um lugar mais aconchegante para se ficar. Todos unidos novamente, pelo mesmo motivo de sempre: Hogwarts.

— Como vai senhor?

Harry sentiu um leve puxar de suas vestes, ao olhar para baixo, grandes olhos o fitaram.

— Dobby! – Disse Harry já pegando nas pequenas mãos do elfo.

— Precisava saber como o senhor está!

Harry pensou em perguntar se o elfo também estaria li devido à guerra. Mas ele estava acompanhando com Winky e Monstro e devido a circunstancias, todos ali estariam pelo mesmo motivo.

No canto do grande Hall, Sirius observava todos com um meio sorriso no rosto. Harry já estava sentindo falta de seu padrinho, não demorou caminhou até ele. Sempre quando se viam, parecia a primeira vez. Harry sentia um leve frio na barriga e uma vontade sem fim de viver com Sirius tudo que nunca pôde viver com uma família. Dessa vez, Harry sentia como se seu coração estivesse a ponto de explodir, e uma leve sensação de perda.

— Sei que não é o certo, - Disse Harry ainda encabulado, — Mas se pudesse, lhe trancaria em algum lugar seguro enquanto batalhamos. Assim teria a certeza que estaria bem, ao final do dia!

— E qual a certeza que eu teria de você? – Questionou Sirius, — Iremos juntos nessa batalha, e voltaremos juntos para enfim, vivermos em nossa casa de campo! Lembra-se que eu lhe prometi?

— Jamais esqueceria!

E selaram aquele momento com o abraço mais apertado que se poderia dar. Os que observavam podiam jurar que eram um só. Harry enxugou as lágrimas com a manga de sua blusa. Não havia espaço para elas agora.

Um estrondo eclodiu lá fora. Nunca se soube se foi um raio, ou algum feitiço. Havia um estranho negror no céu. Uma névoa seca e acinzentada formava-se na floresta proibida, como se a chuva jamais tivesse tocado aquele solo. Por um momento nada aconteceu, apenas nevoa e negror. Logo após um raio verde emergiu atingindo parte do castelo, fazendo alguns destroços voarem longe. Esse fora o primeiro ataque. Agora todos sabiam, a guerra havia começado. As portas do castelo abriram-se, e todos estavam com a varinha em punho devidamente preparados. Aos poucos, da escuridão da floresta, pessoas surgiam. Vestidas de preto milhares mostravam sua face com sorrisos sarcásticos cortando-lhes o rosto. O primeiro feitiço fora lançado, pelos seguidores de Aberforth servindo apenas como um aviso.

— Fogomaldito! – Pronunciou um dos seguidores.

— Aequora Teggo! – Disse Neville repelindo o feitiço.

— Glacius! – Disse Luna, congelando instantaneamente um dos seguidores.

A batalha tornara-se tensa, muitos seguidores estavam feridos, alguns alunos de Hogwarts também haviam sido atingidos. De repente os feitiços pararam de serem lançados. Uma brecha fora aberta entre os comensais, e dela emergiu alguém que ainda não fora visto. Usava uma capa preta que lhe tampava a face. Atrás dele, enormes aranhas filhas de Aragogue e alguns dementadores o acompanhavam. Ele retirou o capuz e sorriu com seus dentes amarelos mostrando-se.

— Deus! – Disse Olho Tonto, mas que diabos aconteceram com os olhos dele?

— Os olhos são a luz do corpo. – Respondeu Dumbledore, — Se os olhos forem bons, o corpo será luminoso. Mas se forem maus, o corpo estará em trevas!

Os olhos de ambos se encontraram. Por um momento Aberforth sentiu-se petrificado. Jamais pensou ver de novo, aquele mar azul. Então se lembrou do Amuleto de Merlin que Harry possuíra. Ele o usara para reviver seu irmão, Alvo.

— Impossível! – Disse, encarando Alvo.

— O que houve com você meu irmão? – Perguntou Dumbledore, com os olhos serenos, marejados. ­— É como seu eu estivesse frente a frente novamente com Voldemort!

— NÃO ME COMPARE COM AQUELE BASTARDO IMBESSIL! – Gritou Aberforth, — Ele não foi nada! Ele não fez nada do que eu sou capaz de fazer!

A costumeira risada rouca pôde ser ouvida.

— Só me responda uma coisa, - Disse Dumbledore, — Por quê?

— Por quê? Por raiva, por poder, por vingança! Você sempre fora o filho preferido, o mais poderoso! Aquele que foi amado por todos! Tudo sempre correu conforme seus planos não é meu irmão? Mas não agora! Hoje eu possuo o poder! Um poder que vai além da imaginação desses impuros de sangue! Alem dos poderes que Voldemort um dia sonhou ter! O farei sofrer como você fez nossa irmã Ariana sofrer! Antes que tudo isso termine, me certificarei que você estará vivo, para ver todos que ama morrer!

Por um momento Dumbledore vacilou, e Minerva chegou a pensar que ele cairia, o segurou o mais rápido que pôde. Percebeu em seu olhar que o nome da irmã, mesmo depois de todo esse tempo ainda o afetava. Ele se desfez dos braços amigáveis de Minerva. Ela olhou em seus olhos. Eles já não se encontravam mais marejados como antes. Naquele momento, Alvo era uma muralha impenetrável, e Aberforth não era mais seu irmão. Uma linha fina formou-se em seus lábios. Minerva sabia, analisando a expressão do amigo, que Alvo não permitiria que nenhum de seus amigos e alunos morresse. Não mais. Ele agora estava pronto para a guerra.

— Arania Exumai! – Disse Harry, atingindo várias aranhas gigantes.

— Petrificus Totalis! Um raio emergiu da varinha inimiga atingindo Harry, o deixando petrificado.

Passos silenciosos caminharam rumo ao garoto. O comensal usava capa e uma mascara, não podendo ser identificado. Chegou perto do garoto e o chutou nas costelas zombando de sua dor. Draco correu com a varinha em punho pronto para contra-atacar, chegou perto o suficiente para fincar a varinha naquele homem. Houve um silencio, no qual o homem não fez nada, apenas o fitou. Em um mover de varinha, o comensal retirou sua mascara, sorrindo para Draco. O que Draco viu o fez dar alguns passos para trás. Diante de si, seu pai o olhava profundamente com um olhar sereno e paterno.

— Venha Draco meu filho, junte-se a mim novamente! Vamos acabar com tudo isso, e finalmente viver juntos, em paz!

Os olhos de Draco estavam marejados, e havia medo em seu rosto. Ele olhou o pai e desejou tanto que tudo fosse diferente. Jamais imaginou que ele se juntaria novamente aos comensais. Suas mãos trêmulas quase não conseguiam segurar a varinha, e havia tanta dor em seu coração que sua face se tornou irreconhecível. Harry o viu abaixar a varinha e provavelmente pensar na proposta do pai. Naquele momento Harry teve apenas uma certeza: Ele jamais chegaria a ver o final da batalha. Fechou os olhos e esperou apenas que Lucio e Draco terminassem logo com isso. Draco pareceu hexitar por um momento, depois fechou os punhos e apontou a varinha em fúria, e fez o que naquele momento achou certo.

— Alarte Ascendare! – Disse.

E Em algum lugar de toda aquela nevoa, jazia ali, o coração de Malfoy partido em dois, como Trelawney havia previsto.


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