Harry Potter e o Senhor da morte escrita por Leid Jeh


Capítulo 21
O poder da fênix




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O dia amanheceu lindo, nem parecia estar se aproximando uma guerra. O frio já não era intenso e a neve começara a derreter. Harry acordou com o barulho que Orheni fazia na gaiola. Ela estava agitada e só parou quando o menino a libertou para voar nos céus de Hogwarts. Olhou pela janela e sentiu leves pontadas na têmpora. Acariciou de leve a cabeça. Dessa vez não era nenhuma visão, apenas uma enorme enxaqueca que acordara. Um sorriso formou-se no seu rosto ao lembrar o motivo da dor.

—Ele voltou! Eles voltaram! Disse quase em um murmúrio.

Acordou Rony e foram direto para o salão principal. Hoje todos teriam uma grande surpresa!

—E ai meninos, dormiram bem? Perguntou Hermione.

—Como há muito tempo não dormia Mi! Respondeu Harry.

Gina chegou ao salão com um sorriso enorme no rosto e sentou-se perto de Harry.

— Acabei de chegar do corujal! Avisei mamãe do ocorrido! Temo que talvez ela não agüente tanta felicidade! Disse a garota aos risos.

— Onde está Jorge e Fred? Perguntou Rony.

— Estão vindo! Respondeu Gina, - Disseram que chegariam juntos, para dar mais emoção!

Logo o salão encheu-se, Minerva entrou sorridente e para o espanto de todos começou a falar:

— Bom dia a todos! Espero que todos tenham tido uma noite de sono tão boa quanto a minha! Todos nós sabemos que em breve enfrentaremos momentos difíceis novamente! Não é segredo para ninguém que há um louco solto por ai, extremamente perigoso! Mas no meio da escuridão sempre há uma luz! Por isso trago boas novas e...

Minerva fora interrompida pela porta do salão que fora bruscamente aberta. Todos olharam assustados sem entender o que estava acontecendo. Na entrada como um sonho Jorge e Fred apareceram abraçados. Seus sorrisos esplandeciam o lugar. Andavam rumo à mesa da Grifinória rindo como se alguém tivesse contado uma piada daquelas. Um murmúrio surgiu em todo salão. Não havia um aluno que não estava hipnotizado com a visão. Alguns abriam a boca e fechavam sem nada dizer, outros a tapavam com as mãos. Antes que os gêmeos se sentassem e houvesse tempo para perguntas, duas portas que havia nas laterais perto da grande mesa dos professores se abriram. O barulho ganhou a atenção de todos. Na porta da direita surge Alvo Dumbledore o senhor da morte, com seus oclinhos de meia lua caminhava lentamente rumo à mesa com um leve sorriso tranqüilo no rosto, como se nada tivesse acontecido. Na outra porta surgiu todo um corpo docente de carne e osso. Moody manteve um olhar forte e uma velha expressão dura no rosto sentando-se a mesa. Tonks e Lupin vieram logo atrás sorridentes, Tonks acenava para Harry. E por ultimo entrou Snape. Carrancudo e impassível bufou ao ver tantos cabeças ocas o admirando como se fosse uma estatua. Houve uma algazarra sem fim. Houve vivas, palmas gritos, e também alguns desmaios. Minerva precisou de muito tempo para conseguir acalmar todos e lhes explicar o que estava acontecendo. Dumbledore ria como uma criança sentada em sua cadeira, somente observando a tensão de Minerva ao tentar explicar tudo e ainda socorrer alguns que estavam em choque. Quando tudo finalmente se acalmou, um grande banquete apareceu. A mesa nunca esteve tão linda e animada! Por todo o canto havia pessoas que comentavam sobre o tal senhor da morte, e muitos escreveram para seus pais contando as boas novas. Hagrid não conteve a felicidade abraçando todos até Snape.

— Dumbledore está vivo! Gritava Hagrid aos quatro ventos, Meu amigo! Grande homem o Dumbledore, grande Homem!

Enquanto ainda havia euforia, Harry olhava pela janela mergulhado em lembranças perdidos nos mais profundos devaneios. Pensou em tudo que havia vivido, nas pessoas que havia perdido, e depois na sorte que teve em tê-las novamente. Então se lembrou dela. Uma lagrima desceu-lhe queimando a face. Olhos tão verdes quanto à relva o fitou ao longe.

— É apenas uma lembrança! Teimava em repetir pra si mesmo.

Todas as pessoas que amava agora estavam ali. Menos ela.

— Sinto sua falta mamãe! Disse quase em um murmúrio, mas foi o suficiente para que Dumbledore que olhava de longe ouvisse.

Ele caminhou até o garoto e sentou-se próximo. Harry subitamente enxugou as lagrimas, como se não quisesse que ninguém o visse assim, tão vulnerável.

— As ilusões Harry, sustentam a alma, como as asas sustentam os pássaros. Mas não vale a pena viver esperando por algo que de alguma forma, nós sabemos que não voltará!

— Você a encontrou professor? Digo; você a viu lá?

Dumbledore lançou-lhe um olhar sereno, Harry seria capaz naquele momento de perde-se em todo aquele mar azul.

— Harry, seus pais estão em lugar diferente, distante e provavelmente muito mais bonito do que onde eu estive! Mas de alguma forma, eles acompanham todos os seus passos, em todos os momentos! Você ainda possui aquela força Harry! Aquela que te difere de qualquer outro! O amor Harry, é o maior, de todas as forças!

Harry olhou para o velho amigo aquele que lhe fez tanta falta. Ele parecia tranqüilo e sereno, como se dias ruins não se aproximassem.

— Estou com medo professor!

— Seria um tolo se não estivesse! Disse dando-lhe uma piscadela. Agora vamos para a minha sala, temos uma reunião lembra-se?

Quando Harry chegou à sala do diretor, todos já estavam lá, discutiram por horas sobre os acontecimentos. Dumbledore ouvia calado cada detalhe desde a primeira visão de Harry, até o momento presente. Sentou-se em sua cadeira pensativo passando os dedos de leve em sua longa barba.

— Então professor, o que acha?

— Ainda não sei Harry, preciso pensar digerir toda essa informação!

— Senhor, desculpe perguntar, mas, como irá fazer sem sua varinha? Perguntou Hermione que até o momento manteve-se silenciosa.

— Ah sim! Quase me esqueci desse pequeno detalhe! Dumbledore deu uma risada marota.

­ — Se não fosse o senhor da morte, seria o homem que mais esqueceu as coisas importantes! - Disse Rony quase em um murmúrio, o que não passou despercebido por Hermione e Gina que estavam pertos. Se a situação não tivesse sido engraçada, e se o comentário de Rony não tivesse um fundo de verdade, certamente ela teria o repreendido. Ao invés disso, afundou o rosto nas mãos contendo o abafado riso.

Dumbledore caminhou até sua inestimada ave que estava empoleirada apenas observando. Ele acariciou de leve a cabeça de Fawkes que encarou os olhos faiscantes do dono. Os olhos de Dumbledore tinham um estranho brilho, e de longe todos notaram quando uma espécie de transe uniu Fawkes e o senhor da morte. Severo olhou de longe e Harry notou quando um fraco sorriso formou-se em seu rosto. De alguma maneira ele sabia o que viria a seguir. Do canto da sala Fawkes piou. Um piado forte e diferente. E dela saíram labaredas de fogo, cada vez mais altas e intensas. A ave estava coberta por chamas vermelhas com um leve tom azul. Todos mantinham uma expressão preocupada sem entender o porquê Dumbledore não fazia nada para ajudar Fawkes. Aos poucos as labaredas foram sumindo e o fogo cessando. A fênix deu alguns passos pra trás e no meio das cinzas havia uma varinha. Dumbledore imediatamente a pegou, limpando-a sorridente, cantarolando algo que não pôde ser ouvido.

— Chocante! Disseram os gêmeos juntos.

— Mas como? Questionou Draco, que estava espantado com o que acabara de acontecer.

— Eu não ficaria tão surpreso se fosse você senhor Malfoy! Disse Severo, O núcleo da varinha antiga de Alvo que o Senhor Potter no fez o favor de quebrar era de...

— Pêlo de Testrálio! Disse Hermione de súbito interrompendo Snape.

— Sim, senhorita Granger! Pêlo de Testrálio, o que nos mostra claramente o porquê Alvo é o senhor da morte! Porém, a fênix sendo seu patrono, sempre fez parte de Dumbledore, um pertence ao outro! Juntos possuem mais poderes! Juntos Fawkes chegou ao pico de seu poder, transfigurando toda a sua energia em uma varinha! Tão ou até mais poderosa que a antiga!

— Impressionante! Disse Neville.

Talvez tenha sido o calor que emanou da fênix, ou as surpresas que vieram depois. Mas algo fez com que Harry não se sentisse bem. Ele estava levemente tonto, e resolveu escorar-se no sofá, fechou os olhos tentando buscar equilíbrio. O ar começou a lhe faltar, e uma gota de suor escorreu pelo seu rosto. Uma forte dor atingiu-lhe a cicatriz. Uma dor tão forte e tão intensa que ele já estava se sentindo desfalecido. Quando abriu os olhos, ele não estava mais na sala de Dumbledore. O lugar pareceu-lhe conhecido, mas não se lembrou de imediato o porquê. De repente ele vê Olivaras encolhido em um canto, sujo, suado e com um terror indescritível nos olhos.

— Não, por favor, não! Eu suplico! Dizia Olivaras aos prantos.

Harry escutou passos. Passos leves e arrastados. E uma risada rouca que o fez arrepiar pôde ser ouvida. Harry virou-se, foi então que o viu. Estava sem a sua costumeira capa preta que sempre lhe cobriu o rosto. Dessa vez, nada pareceu embaçado para Harry, e ele pôde ver nitidamente o rosto do agressor. Seu coração naquele momento batia tão forte que estava prestes a rasgar-lhe o peito. O ar faltou-lhe novamente e ele não podia acreditar no que via. Sentiu vontade de gritar e chorar. Mas nenhum dos dois saiu naquele momento. As lagrimas não corriam, como se tivessem secado e o grito, havia sumido em sua garganta.

— Venha comigo meu velho amigo você me será muito útil! Dizendo isso o homem pegou Olivaras pelo braço e os dois sumiram.

— Harry o que aconteceu? Perguntou Olho tonto, que já observava o menino em transe.

Harry buscou os olhos azuis. Agora ele sabia de onde ele conhecia aqueles olhos.


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